DESEJOS DE UM POVO
KOSOVO - A DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA
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http://www.time.com/time/world/article/0,8599,1714164,00.html
http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601087&sid=axIW4cBf1m2Q&refer=home
Kosovo - Fogos iluminam o céu da capital Pristina após a declaração de independência da ex-província sérvia. Além da festa nos céus, um show com diversos artistas marcou a festa dos kosovares pela proclamação.
Fonte: Terra - 17/02/08.
SAIBA QUE PAÍSES JÁ SE DECLARARAM SOBRE A INDEPENDÊNCIA DE KOSOVO
Os Estados Unidos e os países mais poderosos da Europa disseram nesta segunda-feira que reconhecem a independência de Kosovo, um dia depois de o território de maioria albanesa declarar sua secessão da Sérvia.
A Sérvia se opõe à separação, assim como a Rússia, seu principal aliado. A Alemanha afirmou que 17 dos 27 países da União Européia (UE) estão dispostos a reconhecer a independência de Kosovo em breve.
Veja os países que já deixaram claras suas posições:
Reconhecem
Afeganistão: O Afeganistão disse nesta segunda-feira que reconhece e apóia Kosovo como um país independente.
Alemanha: Berlim declarou que irá reconhecer a independência de Kosovo.
Estados Unidos: Os EUA reconheceram formalmente Kosovo como "um país soberano e independente", segundo declaração da secretária de Estado, Condoleezza Rice, nesta segunda.
França: A França reconheceu a independência de Kosovo nesta segunda, após os ministros das Relações Exteriores da UE emitirem uma declaração conjunta sobre o futuro da província separatista. A UE afirmou, no comunicado, que irá trabalhar pela estabilidade na região, ao mesmo tempo em que deixa seus membros livres para decidirem se reconhecem a independência de Kosovo.
Itália: Massimo D'Alema, ministro das Relações Exteriores da Itália, disse nesta segunda que irá reconhecer Kosovo como um Estado independente sob supervisão internacional.
Reino Unido: O chanceler David Miliband anunciou nesta segunda que o país irá reconhecer a independência de Kosovo.
Turquia: O chanceler Ali Babacan afirmou nesta segunda que a Turquia decidiu por reconhecer Kosovo como um Estado independente.
Não reconhecem
Azerbaijão: A ex-república soviética disse que não reconhece a independência de Kosovo.
Espanha: O país, que enfrenta seus próprios movimentos separatistas, afirmou que não reconhece o novo país.
Países da UE: Diversos países da UE, entre eles Chipre, Grécia, Eslováquia e Bulgária indicaram que não irão reconhecer Kosovo agora por questionamentos legais ou temores em relação a minorias insurgentes em seus próprios países.
Romênia: A Romênia afirma que não irá reconhecer a independência de Kosovo, mas não irá bloquear a posição da UE.
Vietnã: O Vietnã declarou que se opõe à independência de Kosovo.
Fonte: Folha Online - 18/02/08.
BRASIL DEFENDE CAUTELA E ESPERA DECISÃO DA ONU SOBRE KOSOVO
O Brasil pretende aguardar a posição da ONU sobre a independência de Kosovo antes de tomar uma posição sobre o assunto.
"Não há que tomar uma decisão precipitada", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em entrevista coletiva no Itamaraty. "É uma questão complexa, que tem vários aspectos."
Com o apoio da Rússia, a Sérvia quer que a ONU condene a separação unilateral de Kosovo. As autoridades sérvias defendem a anulação da declaração de independência e pedem que a entrada de Kosovo como novo membro da ONU seja vetada pelo o Conselho de Segurança.
Amorim disse que o Brasil defende o respeito às resoluções do Conselho de Segurança da ONU - a resolução 1.244, de 1999, estabelece a integralidade do país (na época, ainda Iugoslávia).
O ministro ressaltou, no entanto, que o governo brasileiro também vai levar em conta o desejo da população local.
"Eu vi as imagens na televisão, vejo que o povo de Kosovo aparentemente, de um modo geral, está contente com esta situação, o que é algo que você também tem que levar em conta", afirmou.
"Mas também não podemos ignorar totalmente", acrescentou. "Se a Sérvia tivesse concordado com a independência seria mais fácil, mas não é o caso."
Comedimento
Em nota oficial, o Itamaraty diz que "o Brasil espera que prevaleça orientação construtiva e vontade política que possibilite alcançar solução satisfatória e conclama os atores envolvidos no processo a exercerem o máximo comedimento de maneira a não pôr em risco a paz e a segurança na região, assim como a assegurarem a adequada proteção das minorias".
Amorim conversou sobre a independência de Kosovo na reunião que teve com o chanceler da Índia, Pranab Mukherjee, no Itamaraty, e também com o chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, em um telefonema na manhã desta segunda-feira para tratar de outros assuntos.
Brasil e Índia têm posições similares, segundo Amorim, e defendem uma solução multilateral, por meio do diálogo e da negociação.
O ministro defendeu a cautela e argumentou que esta também tem sido a posição de vários países europeus.
"Temos que analisar com cuidado porque essas decisões mais tarde podem valer também pra outras situações", afirmou.
Fonte: Folha Online - 18/02/08.
CONHEÇA A HISTÓRIA DO TERRITÓRIO E A ORIGEM DO NOME KOSOVO
O livro "A Origem dos Nomes dos Países" traz uma pesquisa inédita sobre as origens das diferentes denominações dos países, regiões e ilhas do mundo. O autor Edgardo Otero apresenta a etimologia de alguns nomes históricos e o significado dos nomes de cidades importantes da Antiguidade, inclusive como eram conhecidos os países em outros tempos.
KOSOVO (Kosovar)
O território do Kosovo situa-se no que atualmente se conhece como península dos Bálcãs. Esse termo foi usado de maneira incorreta pela primeira vez em 1808, pelo geógrafo alemão Johann August Zeune. A referência mais antiga à palavra "Bálcãs" é de 1490, feita pelo humanista, escritor e diplomata italiano Buonaccorsi Callimarco. Este utilizou o termo "Bálcãs", que em turco significa "montanha arborizada", referindo-se à montanha búlgara Stara Planina (montanha velha).
Por volta do século XVIII o viajante inglês John Morritt introduziu o termo na literatura britânica, e logo sua abrangência se alargou, passando a cobrir uma área que abarcava do Adriático até o mar Negro. Atualmente essa denominação inclui todos os territórios da Europa meridional e compreende vários países: Bósnia-Herzegóvina, Sérvia e Montenegro, Eslovênia, Croácia, Macedônia, Albânia, Bulgária, Grécia, Romênia (a Romênia histórica) - e alguns autores incluem a Hungria.
Desde o segundo milênio a.C., os ilírios, ancestrais dos atuais albaneses, habitaram essa região. Em termos concretos, o território ilírio da Dardânia era formado por Kosovo, parte atual da Macedônia e terras do sudeste da Sérvia, que séculos depois foram anexadas pelo império romano.
Do século VIII ao século XII, Kosovo foi o núcleo do Estado medieval de Raska (Rascia); em fins do século XII o governador sérvio Estêvão Nemanja o anexou e, durante algum tempo, Prizren foi a capital dos príncipes sérvios.
Em 1389 um exército invasor otomano derrotou as tropas sérvias durante a batalha de Kosovo, o que provocou a conquista do território em 1459.
Entre os séculos XVI e XVIII os vastos territórios dos Bálcãs, que incluíam Kosovo, foram divididos entre o império otomano (que ficou com a Sérvia, Bósnia, Herzegóvina, Montenegro e Macedônia); os Habsburgo (que ficaram com a Croácia, a Eslovênia, parte da Dalmácia e Voivodina) e a República Veneziana (Ístria e Dalmácia). Esmagada a insurreição de 1690 na velha Sérvia, cerca de 70 mil pessoas se refugiaram nos territórios de Habsburgo.
O império otomano transferiu muçulmanos albaneses para os territórios abandonados de Kosovo e Metojia. Esse território foi cenário de numerosas rebeliões antiturcas, mas em meados de 1912 os turcos foram expulsos da região, proclamando-se então o Estado independente da Albânia, que incluía Kosovo e partes da Macedônia ocidental.
Terminada a Primeira Guerra Mundial, e ante a insistência da Rússia, as grandes potências dividiram Kosovo entre a Sérvia e Montenegro. Em 1918 foi incorporada ao recém-criado reino dos sérvios, croatas e eslovenos, mais tarde chamado de Iugoslávia. Os albaneses locais protagonizaram insurreições entre 1918 e1919, que foram reprimidas. O governo de Belgrado resolveu forçar a expulsão dos albaneses, o fechamento de escolas e o confisco de suas terras, ao mesmo tempo que fomentava a colonização da região com a população sérvia.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Kosovo foi incorporada à Albânia, que à época estava ocupada pelos italianos, e os sérvios foram obrigados a abandonar essas terras. Os albaneses que viviam na região resistiram à reincorporação à Iugoslávia, mas em julho de 1945º exército guerrilheiro de Josip Broz Tito venceu a resistência albanesa. Kosovo se organizou como uma unidade administrativa da República Sérvia, a princípio como região autônoma, mas depois das revoltas de 1968 na Albânia foi elevada à categoria de província autônoma.
Em março e abril de 1981 recrudesceram os distúrbios em Kosovo, vizinha da Albânia, que resultaram na expulsão dos albaneses de postos do governo e nos protestos dos sérvios locais. A população, em sua maioria de origem albanesa (90% do total) protagonizou novas revoltas em 1988 e 1990.
Em merco de 1989, Slobodan Milosevic eliminou todo vestígio e autonomia em Kosovo e estendeu a política de discriminação antialbanesa (proibição do uso da língua albanesa, dissolução do Parlamento autônomo), submentendo a região à ocupação militar.
Isso provocou o surgimento de um movimento de resistência pacífica albanês, graças ao qual se consolidou um Estado paralelo ao estabelecido pelas autoridades sérvias.
Em 1992 realizou-se um referendo (não reconhecido por Belgrado nem pelas potências ocidentais) depois do qual a população albanesa proclamou, de forma unilateral, sua independência da Sérvia.
A radicalização do conflito facilitou o surgimento, em 1997, de um Exército de Libertação de Kosovo que, ignorando a estratégia de "resistência pacífica" posta em marcha pela Liga, iniciou uma série de atentados contra as forças de segurança que atuavam na região. A Sérvia respondeu com uma política mais repressiva que, ante as denúncias da maioria albanesa (em forma de manifestações e marchas), levou a que no começo de 1998 a comunidade internacional interviesse para conseguir que as partes em conflito chegassem a um acordo duradouro.
Em fevereiro de 2003 o Parlamento aprovou a carta constitucional para a nova união da Sérvia e Montenegro, mas o problema de Kosovo, um protetorado internacional, legalmente ainda integrante da Sérvia, continuou por resolver.
Em março de 2004 Kosovo, ainda sob tutela da ONU, voltou a ser cenário de violentos combates entre a maioria albanesa e a minoria sérvia. Os dirigentes albaneses que vivem na região anunciaram que seu objetivo era a independência, embora a ONU e a União Européia se tivesse pronunciado em favor da autonomia dentro da federação. Enquanto isso, na Sérvia, vários dirigentes exigiam a divisão da província entre sérvios e albaneses, outra solução rejeitada pelas chancelarias ocidentais.
A palavra "Kosovo" é de origem sérvia. A denominação mias precisa é Kosovo Polje, que significa "campo de melros" ou "planície dos melros", e foi motivada pela grande quantidade de melros que há nessa região. A palavra "Kos" significa "melro", enquanto Kosovo é o adjetivo possessivo derivado de "Kos".
Fonte: Folha Online - 18/02/08.
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