DIA INTERNACIONAL DA MULHER
MARCH FOR WOMEN'S LIVES
Nos Ășltimos anos, esse tem sido o tema das diversas passeatas do Dia Internacional das Mulheres pelo mundo.
Fonte: http://www.internationalwomensday.com/events.asp
UNIFEM - UNITED NATIONS DEVELOPMENT FUND FOR WOMEN:
http://www.unifem.org/news_events/event_detail.php?EventID=164
http://www.unifem.org/news_events/events_campaigns.php
ESTUDIOSOS DA HISTĂRIA DA LUTA DAS MULHERES QUESTIONAM ORIGEM DO 8 DE MARĂO
Jornais universitĂĄrios de diversas instituiçÔes de ensino superior no Brasil e na AmĂ©rica Latina e ĂłrgĂŁos da imprensa alternativa tĂȘm dado cada vez mais espaço para a divulgação de estudos e artigos que questionam a conhecida histĂłria do 8 de março. Segundo a versĂŁo mais difundida sobre a origem do Dia Internacional da Mulher, esta data seria uma homenagem Ă s operĂĄrias mortas num incĂȘndio que teria ocorrido numa fĂĄbrica tĂȘxtil de Nova York, em 1857.
Mas para pesquisadores como Vito Giannotti, Naumi Vasconcelos, Dolores Farias e Eva Blay, a "verdadeira" história do 8 de março é outra e a alegada tragédia de 1857, quando 129 operårias teriam sido queimadas vivas, não passa de uma ficção.
Gianotti resgata origens socialistas da data: No inĂcio deste ano, o NĂșcleo Piratininga de Comunicação (NPC) fez nova edição do caderno O Dia da Mulher nasceu das Mulheres Socialistas, lançado, em primeira edição, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, em 2004. Com texto de Vito Giannotti e ilustraçÔes de Latuff, esta cartilha, atualizada e revista, mostra a origem histĂłrica deste dia, no começo do sĂ©culo 20: a luta de milhĂ”es de mulheres socialistas com a contribuição de outras mulheres que limitavam suas lutas Ă conquista do direito de voto. O dia 8 de Março foi consagrado por uma greve de operĂĄrias russas em 1917 que, sem querer, foi o estopim da grande Revolução Russa. Logo em seguida, em 1919, a 3ÂȘ Internacional declarou este dia como o dia mundial da luta das mulheres. Segundo Giannotti, esta origem do dia nĂŁo agradava a muitos... social-democratas, burgueses e anticomunistas em geral. Precisava criar outra histĂłria. E foi criada. O texto, se apoiando em muitas fontes bibliogrĂĄficas, desmistifica a histĂłria que todos nĂłs jĂĄ ouvimos, ou atĂ© escrevemos.
A publicação do NPC registra que em 1996, o Jornal do Brasil trazia um artigo da professora da UFRJ, Naumi Vasconcelos, no qual ela dizia que a tal greve de Nova Iorque, em 1857, nunca existiu. No mesmo ano, em março, Conselho de Classe jornal do SEPE, Sindicato dos Profissionais de Educação da rede pĂșblica do Estado do Rio de Janeiro, trazia um artigo da mesma professora Naumi, com o tĂtulo sugestivo de: Quem tem medo do 8 de Março? Este mesmo texto da Naumi jĂĄ tinha sido publicado no mensĂĄrio Em Tempo, pouco antes.
Neste artigo, a autora citava, como fonte fundamental para a discussĂŁo, um livro de uma pesquisadora canadense intitulado: O Dia Internacional da Mulher â Os verdadeiros fatos e datas das misteriosas origens do 8 de março, atĂ© hoje confusas, maquiadas e esquecidas. Este livro, da autora canadense RenĂ©e CĂŽtĂ©, saiu em 1984, mas estranhamente ficou esquecido por vĂĄrias razĂ”es. "O livro da RenĂ©e Ă© totalmente antiacadĂȘmico, anticonvencional. Mas, mais do que a forma, o que fez o livro cair em esquecimento Ă© o que ela afirma, que incomoda muita gente. Ela prova por a+b, ao longo de 240 pĂĄginas, que as certezas criadas nos anos de 1960, 70 e 80 pelos movimentos feministas, a respeito do surgimento do 8 de Março, sĂŁo pura ficção", diz Giannotti.
HĂĄ vĂĄrios estudos, cada um acompanhado de uma vasta bibliografia, que vĂŁo no mesmo sentido das pesquisas da RenĂ©e CĂŽtĂ©. Entre eles destacam-se os artigos â8 de Março: Conquistas e ControvĂ©rsiasâ de Eva A. Blay, de 1999. Outro estudo Ă© de Liliane Kandel, de 1982, âO Mito das Origens: sobre o Dia Internacional da Mulherâ. Outro texto muito rico Ă© da Sempreviva Organização Feminista (SOF), de 2000, â8 de Março, Dia Internacional da Mulher: em busca da memĂłria perdidaâ.
Iniciativa de Clara Zetkin: O documento divulgado pela SOF afirma que a referĂȘncia histĂłrica principal das origens do Dia Internacional da Mulher Ă© a 2ÂȘ ConferĂȘncia Internacional das Mulheres Socialistas em 1910, em Copenhague, na Dinamarca, quando Clara Zetkin propĂŽs uma resolução de instaurar oficialmente um dia internacional das mulheres. "Nessa resolução, nĂŁo se faz nenhuma alusĂŁo ao dia 8 de março. Clara apenas menciona seguir o exemplo das socialistas americanas. Ă certo que a partir daĂ, as comemoraçÔes começaram a ter um carĂĄter internacional, expandindo-se pela Europa, a partir da organização e iniciativa das mulheres socialistas". As fontes encontradas revelam o seguinte: Em 3 de maio de 1908 em Chicago, se comemorou o primeiro "Woman's day, presidido por Lorine S. Brown, documentado pelo jornal mensal The Socialist Woman, no Garrick Theather, com a participação de 1500 mulheres que "aplaudiram as reivindicaçÔes por igualdade econĂŽmica e polĂtica das mulheres; no dia consagrado Ă causa das trabalhadoras". Enfim, foi dedicado Ă causa das operĂĄrias, denunciando a exploração e a opressĂŁo das mulheres, mas defendendo, com destaque, o voto feminino. Defendeu-se a igualdade dos sexos, a autonomia das mulheres, portanto, o voto das mulheres, dentro e fora do partido.
JĂĄ em 1909, o Woman's day foi atividade oficial do partido socialista e organizado pelo comitĂȘ nacional de mulheres, comemorado em 28 de fevereiro de 1909, a publicidade da Ă©poca convocava o "woman suffrage meeting", ou seja, em defesa do voto das mulheres, em Nova York.
CotĂ© apura que as socialistas americanas sugerem um dia de comemoraçÔes no Ășltimo domingo de fevereiro, portanto, o woman's day teve, no inĂcio, vĂĄrias datas mas foi ganhando a adesĂŁo das mulheres trabalhadoras, inclusive grevistas e teve participação crescente.
Os jornais noticiaram , o woman's day em Nova York, em 27 de fevereiro de 1910, no Carnegie Hall, com 3000 mulheres, onde se reuniram as principais associaçÔes em favor do sufrågio, convocado pelas socialistas mas com participação de mulheres não socialistas.
Consta que houve uma greve longa dos operĂĄrios tĂȘxteis de Nova York (shirtwaist makers) que durou de novembro de 1909 a fevereiro de 1910, 80% dos grevistas eram mulheres e que terminou 12 dias antes do woman's day. Essa foi a primeira greve de mulheres de grande amplitude denunciando as condiçÔes de vida e trabalho e demonstrou a coragem das mulheres costureiras, recebendo apoio massivo. Muitas dessas operĂĄrias participaram do woman's day e engrossaram a luta pelo direito ao voto das mulheres ( conquistado em 1920 em todo os EUA).
Clara Zetkin, socialista alemã, propÔe que o woman's day ou women's day se torne "uma jornada especial, uma comemoração anual de mulheres, seguindo o exemplo das companheiras americanas". Sugere ainda, num artigo do jornal alemão Diegleichheit, de 28/08/1910, que o tema principal seja a conquista do sufrågio feminino.
Em 1911, o dia internacional das mulheres, foi comemorado pelas alemãs, em 19 de março e pelas suecas, junto com o primeiro de maio etc. Enfim, foi celebrado em diferentes datas.
Alexandra Kolontai , dirigente feminista da revolução socialista escreveu sobre o fato e sobre o 8 de março, mas, curiosamente, desaparece da história do evento. Diz ela: " O dia das operårias em 8 de março de 1917 foi uma data memoråvel na história. A revolução de fevereiro acabara de começar". O fato também é mencionado por Trotski, na História da Revolução Russa. Nessas narrativas fica claro, que as mulheres desencadearam a greve geral, saindo corajosamente, às ruas de Petrogrado, no dia internacional das mulheres, contra a fome, a guerra e o czarismo.
RenĂ©e CotĂ© encontra, por fim, documentos de 1921 da ConferĂȘncia Internacional das Mulheres Comunistas onde " uma camarada bĂșlgara propĂ”e o 8 de março como data oficial do dia internacional da mulher, lembrando a iniciativa das mulheres russas".
A partir de 1922, o Dia Internacional da Mulher é celebrado oficialmente no dia 8 de março.
Algumas feministas europĂ©ias na dĂ©cada de 70, por nĂŁo encontrarem referĂȘncia concreta Ă s operĂĄrias tĂȘxteis mortas em um incĂȘndio em 1857, em Nova York, chegaram a considera-lo um fato mĂtico. Mas essa hipĂłtese foi descartada diante de tantos fatos e eventos vinculando as origens do dia internacional da mulher Ă s mulheres americanas de esquerda.
O incĂȘndio de 1911: De acordo com Eva Blay, o incĂȘndio relacionado ao Dia Internacional da Mulher Ă© o que ocorreu no dia 25 de março de 1911, nos EUA, na Triangle Shirtwaist Company (Companhia de Blusas TriĂąngulo), uma fĂĄbrica tĂȘxtil que ocupava o oitavo, o nono e o dĂ©cimo andar de um prĂ©dio. A Triangle empregava 600 trabalhadores, a maioria mulheres imigrantes judias e italianas, com idade entre 13 e 23 anos. Fugindo do fogo, parte dos trabalhadores conseguiu alcançar as escadas descendo para a rua ou subindo no telhado. Outros desceram pelo elevador. Mas a fumaça e o fogo se expandiram, e muitos trabalhadores pularam das janelas para a morte. Algumas mulheres morreram nas prĂłprias mĂĄquinas. Houve 146 vĂtimas fatais, sendo 125 mulheres e 21 homens. No funeral coletivo ocorrido dia 05 de abril compareceram cerca de 100 mil pessoas. No local do incĂȘndio estĂĄ construĂda uma parte da Universidade de Nova York, onde consta a inscrição: "Neste lugar, em 25 de março de 1911, 146 trabalhadores perderam suas vidas no incĂȘndio da Companhia de Blusas Triangle. Deste martĂrio resultaram novos conceitos de responsabilidade social e legislação do trabalho que ajudaram a tornar as condiçÔes de trabalho as melhores do mundo."
Segundo Eva Blay, Ă© muito provĂĄvel que o sacrifĂcio das trabalhadoras da Triangle tenha se incorporado ao imaginĂĄrio coletivo da comemoração do Dia Internacional da Mulher pela luta por elas travada. Mas o processo de instituição de uma data comemorativa jĂĄ vinha sendo elaborado pelas socialistas americanas e europĂ©ias hĂĄ alguns tempo, e foi confirmado com a proposta de Clara Zetkin em 1910.
Para Vito Giannotti, derrubar o mito de origem da data 8 de Março não implica desvalorizar o significado histórico que este adquiriu. "Muito ao contrårio. Significa retomar a verdade dos fatos que são suficientemente ricos de significado e que carregam toda a luta da mulher no caminho da sua libertação. Significa enriquecer a comemoração desse dia com a retomada de seu sentido original", diz.
Texto de ClĂĄudio Gonzalez, publicado originalmente no DiĂĄrio Vermelho, em 8/3/2006.
NĂșcleo Piratininga de Comunicação. Fonte: http://www.piratininga.org.br/2006/83-8demarco.html
CONQUISTAS DAS MULHERES BRASILEIRAS
Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na histĂłria da mulher brasileira. Nesta data foi instituĂdo o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicaçÔes e discussĂ”es, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.
MARCOS DAS CONQUISTAS DAS MULHERES NA HISTĂRIA
· 1788 - o polĂtico e filĂłsofo francĂȘs Condorcet reivindica direitos de participação polĂtica, emprego e educação para as mulheres.
· 1840 - Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos.
· 1859 - surge na RĂșssia, na cidade de SĂŁo Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres.
· 1862 - durante as eleiçÔes municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia.
· 1865 - na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs.
· 1866 - No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas
· 1869 - é criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrågio das Mulheres
· 1870 - Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina.
· 1874 - criada no Japão a primeira escola normal para moças
· 1878 - criada na RĂșssia uma Universidade Feminina
· 1901 - o deputado francĂȘs RenĂ© Viviani defende o direito de voto das mulheres
Fonte: http://www.suapesquisa.com
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