07 DE ABRIL - DIA MUNDIAL DA SAÚDE
DIA MUNDIAL DA SAÚDE 2008
English:
http://www.who.int/mediacentre/events/annual/world_health_day/en/index.html
No dia 07 de abril a OPAS/OMS comemora o dia mundial da saúde com o tema: ‘Protegendo a saúde frente às mudanças climáticas’.
O Dia Mundial da Saúde, comemorado no dia 7 de abril de cada ano, marca a fundação da Organização Mundial da Saúde e é uma oportunidade para chamar a atenção mundial a um tema de grande importância à saúde global a cada ano. Em 2008, o Dia Mundial da Saúde tem como tema central a necessidade de proteger a saúde dos efeitos adversos das mudanças climáticas.
Leia mais:
http://www.opas.org.br/
DIA MUNDIAL DA SAÚDE E O BRASIL?
Confiram as principais manchetes do paÃs:
Rio tem mais 13 mortes por dengue confirmadas; no Estado, são 67
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u387636.shtml
Governo do RS atende a pedido e envia médicos para atender vÃtimas da dengue no Rio
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u387844.shtml
Lula culpa prefeitura, governo do Estado e União por dengue no Rio
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u387633.shtml
Temporão quer instalação de inquérito sobre dengue
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2721227-EI6578,00.html
"67 DEAD"
O "Washington Post" http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2008/04/02/AR2008040203244.html?sub=AR deu reportagem sobre a dengue no Rio, sublinhando a mobilização militar. De polÃticos, citou Lula dizendo, "todos os brasileiros, não só os locais tão criticados, têm responsabilidade".
Do "WP" para a CNN http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2008/04/02/AR2008040203244.html?sub=AR, que deu também longa reportagem http://edition.cnn.com/2008/HEALTH/conditions/04/03/brazil.dengue/?iref=hpmostpop sobre os "mais de 55 mil casos de dengue", naquilo que "as autoridades estão chamando de epidemia". O canal traz imagens do atendimento precário nas ruas do Rio.
Toda MÃdia - Nelson de Sá - Fonte: Folha de S.Paulo - 04/04/08.
MÉDICOS EM FALTA
A tentativa do governo fluminense de importar pediatras de outros Estados para atender à s crianças contaminadas pelo vÃrus da dengue dá bem a medida da desorganização da medicina pública no paÃs. Faltam pediatras não porque o Rio de Janeiro não os produza, mas porque não consegue motivá-los a trabalhar na rede oficial. Concursos são realizados, mas as vagas não são preenchidas. Essa tem sido uma constante no paÃs.
A principal causa para o fenômeno são os baixos salários oferecidos por Estados e municÃpios, que, de forma paradoxal, não implicam necessariamente economia de recursos públicos.
Em alguns Estados, para escapar aos baixos salários, médicos se organizaram em cooperativas que prestam serviços à rede oficial. Como em muitas dessas regiões quase todos os especialistas se ligaram às cooperativas, elas adquiriram enorme poder de negociação. Os salários dos médicos melhoraram, mas não a qualidade do serviço.
Ao menos 20% dos 350 mil médicos brasileiros já estão cooperativados. Em Estados como ParaÃba, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e EspÃrito Santo, o poder público já não consegue prestar atendimento médico sem servir-se dessas entidades.
Em locais como São Paulo, onde as cooperativas não avançaram tanto, há problemas semelhantes. Como os médicos ganham mal, precisam acumular três ou quatro empregos para assegurar padrão de vida de classe média. Ocorre que, freqüentemente, o patrão é o mesmo: o poder público. Se o profissional recebesse mais, poderia dedicar-se a uma única unidade de saúde, tornando-se mais presente e propiciando ganhos de qualidade para o sistema.
Para reestruturar o setor é preciso, antes de mais nada, definir uma polÃtica salarial coerente para os profissionais de saúde. A proposta do governo federal de criar fundações estatais de direito privado para administrar os serviços é um bom começo. Daria liberdade aos gestores, permitindo-lhes pagar mais aos médicos e cobrar-lhes mais, além de demitir aqueles cujo desempenho é inadequado.
Editoriais - Folha de S.Paulo - 02/04/08.
DENGUE É A DOENÇA DA OMISSÃO E DOS ERROS, AFIRMAM MÉDICOS
Grupo da UFRJ aponta, durante debate, as falhas na prevenção e nas ações de combate à epidemia no Rio. Para os especialistas, a mobilização feita agora pelas autoridades deveria ter ocorrido antes da explosão de casos.
"A dengue é a doença da omissão e dos sete erros", disse Edmilson Migowski, professor de infectologia pediátrica, em debate de especialistas em dengue ontem no Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). O grupo apontou as falhas no combate à doença que acabaram gerando a epidemia que o Rio agora tenta enfrentar.
Para eles, a mobilização feita agora pelas autoridades tinha que ter ocorrido antes da epidemia. O governo fluminense foi criticado por querer trazer médicos de Estados que não têm casos de dengue.
Migowski criticou a falta de uma campanha sistemática do governo. Para ele, a recusa das autoridades em assumir a epidemia fez as pessoas acharem que não havia muitos casos e relaxassem nas medidas de prevenção domésticas.
O médico alerta que todos os antitérmicos devem ser evitados em pacientes com dengue, já que nenhum medicamento foi testado quanto à segurança e à eficácia contra a doença, inclusive o paracetamol (Tylenol, entre outros), que tem sido receitado. Ele enfatiza a hidratação, mesmo antes de o paciente ser diagnosticado.
Para a professora do departamento de medicina preventiva da UFRJ, Diana Maul, a dengue veio para ficar, mas há modos de tratá-la e de reduzir seus nÃveis de mortalidade.
"As ações que têm sido tomadas não têm efeito a curto prazo. Elas precisam ser mantidas e ser ampliadas", afirmou. "Não pode chegar o inverno e a gente achar que acabou."
Celso Ferreira Ramos Filho, também da UFRJ, disse que, numa epidemia, qualquer suspeita deve ser tratada como dengue. Ele alertou que os casos de dengue hemorrágica nem sempre são acompanhados de hemorragia. O doente pode apresentar um quadro de choque e morrer por insuficiência circulatória, sem ter sangramentos.
Para o médico, é fundamental medir a pressão dos doentes. "Não tem que trazer pediatra de fora, tem que trazer manguitos [parte do aparelho de medir pressão que envolve o braço do paciente] para tirar a pressão das crianças", disse.
Os especialistas ironizaram o pedido de médicos a Estados como o Rio Grande do Sul, que não teriam experiência para lidar com pacientes com dengue.
"Se for para trazer médicos de fora, que venha de Fortaleza (CE), porque eles tiveram experiência de dengue em crianças", afirmou Ramos Filho.
Malu Toledo - Fonte: Folha de S.Paulo - 03/04/08.
APRENDENDO COM A DENGUE
Não é de hoje que os epidemiologistas alertam para um aumento das complicações da dengue, em especial a hemorrágica, e para uma maior proporção de crianças infectadas. À medida que as pessoas contraem dengue por um determinado subtipo de vÃrus e se reinfectam na seqüência por outro, mais agressivo, cresce a chance de complicação.
A maior letalidade entre crianças se explica pelo fato de elas não terem tido contato anterior com o vÃrus -no caso do Rio, o do subtipo 2.
Essa dinâmica ocorreu na Ãsia nas décadas de 70 e 80 e é possÃvel que esteja se repetindo no Brasil.
Mas não é só isso. As mortes também expõem a fragilidade e o despreparo do modelo de assistência médica no paÃs, que tem como referência principal o hospital. Os problemas passam por falhas no atendimento básico, nas orientações do Ministério da Saúde e na precária formação dos médicos para o atendimento de epidemias.
A falta de um cuidado continuado na rede básica de saúde faz com que a porta de entrada do doente seja a emergência dos hospitais, onde nem sempre há médicos preparados para realizar a triagem dos casos de risco, conforme preconiza a Organização Mundial da Saúde.
O protocolo do Ministério da Saúde sobre como os médicos devem tratar a dengue é pouco especÃfico quando se trata do cuidado à s crianças. Ele exibe uma lista de 14 sintomas gerais (em adultos e crianças) que mais confundem do que ajudam. Especialistas defendem que o documento seja refeito, valorizando os sinais mais freqüentes em crianças, como dor abdominal, vômito e prostração.
É fato que, desinformados, muitos médicos subestimaram a dengue no inÃcio da epidemia, mandando os pacientes de volta para casa. O caso do menino Rodrigo Aguillar, de 6 anos, é exemplar. Em fevereiro, ele passou por três hospitais em quatro dias antes de morrer, sem que os médicos suspeitassem de dengue hemorrágica.
Uma situação inversa começa a preocupar os infectologistas: o diagnóstico superestimado de dengue hemorrágica no Rio. Ele suspeitam que há crianças sendo tratadas como se estivessem com dengue e, na realidade, estão morrendo por outras razões, por exemplo, meningococcemia -uma infecção bacteriana grave- e outras infecções propagadas pelo sangue. Também há casos recentes de insuficiência hepática causada provavelmente pelo uso indiscriminado do paracetanol, em doses altas.
Alardeia-se que as mortes no Rio foram mortes anunciadas. Que elas não tenham sido em vão. Que ensinem aos governos a importância da prevenção contÃnua; aos médicos, a necessidade de treinamento, e à população, a tarefa diária de combater os criadouros do mosquito, que deve ser tão cotidiana quanto levantar e escovar os dentes.
Cláudia Collucci - Fonte: Folha de S.Paulo - 05/04/08.
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