AS MULHERES DA LĂBIA...
...E AS CONQUISTAS DA GUERRA
English:
http://www.nytimes.com/2011/09/13/world/africa/13women.html?pagewanted=1
Revolução: Depois da luta contra o ditador Muamar Kadafi, lĂbias querem espaço na reconstrução do paĂs. Mulheres na LĂbia esperam manter conquistas da guerra. Elas fizeram muito mais do que enviar seus filhos e maridos para o fronte.
Na improvĂĄvel vitĂłria dos rebeldes lĂbios sobre Muamar Kadafi, as mulheres fizeram muito mais do que simplesmente mandar seus filhos e maridos ao fronte. Elas abrigaram a milĂcia, costuraram bandeiras, arrecadaram dinheiro, contataram jornalistas e informaram as NaçÔes Unidas. Elas tambĂ©m cuidaram das armas e, em alguns casos, atĂ© as utilizaram.
Os seis meses de luta contra Kadafi as impulsionaram a tomar papĂ©is cuja possibilidade nunca haviam imaginado. E, agora, embora jĂĄ enfrentem obstĂĄculos para preservarem a sua influĂȘncia, muitas mulheres nĂŁo querem mais voltar a ser o que eram antes da guerra.
A professora Bashir, 40, aspirava a uma carreira na årea de desenho. Mas o patrocinador de sua primeira mostra - um agente do governo - exigiu sexo em troca do dinheiro. Ela cancelou a exposição, escondeu os desenhos e passou a concentrar sua vida na criação de seus filhos.
Recentemente, porĂ©m, Bashir encontrou outra vocação - uma que se tornou muito valiosa durante a revolução. Cuidava de uma instituição clandestina de caridade. Bashir e Gdour, psicĂłloga da escola onde trabalha, arrecadaram secretamente cerca de US$ 5.000 por mĂȘs para famĂlias pobres.
Do outro lado da cidade, a mĂ©dica Rabia Gajun obtinha dinheiro para uma clĂnica mĂ©dica dos insurgentes. Quando os parentes homens foram Ă luta, as mulheres adquiriram uma nova missĂŁo. Rabia passou a mandar remĂ©dios para os rebeldes.
Gdour, sabendo que os militantes precisavam de munição, usou parte do dinheiro para comprå-las de um conhecido que trabalhava para Kadafi. A moça conta que levou balas dentro da própria bolsa. Gdour fez a entrega - com rifles escondidos em baixo dos bancos.
Ao mesmo tempo, Shibadi, a advogada cujos pais a proibiram de estudar inglĂȘs fora do paĂs, ajudava a determinar alvos aĂ©reos. Ela coletava armas e informaçÔes sobre as tropas locais com amigos e famĂlia e as transmitia a uma amiga cujo primo - um rebelde - levava ao lĂder que, por sua vez, informava as forças das NaçÔes Unidas.
Por duas vezes, Shibadi avisou os rebeldes sobre a aproximação da tropas de Kadafi. Nas duas vezes, as tropas foram bombardeadas minutos depois pela Otan. Mesmo sem a certeza de ter feito parte do plano, a moça ficou extasiada. Fatima Bredan, cabeleireira que perdeu sua vaga na escola de medicina por rir do "Livro Verde" de Kadafi, agora usa o avental e atende os pacientes no hospital local. O medo da coerção sexual das forças de Kadafi se evaporou.
Os homens jå reagem às mudanças. Até mesmo os que no passado foram contra suas irmãs ou noivas trabalharem até tarde ou participarem de protestos agora apoiam as iniciativas femininas.
Participação: IndependĂȘncia feminina frĂĄgil
TrĂpoli. Muamar Kadafi sempre se considerou um liberal com relação Ă s mulheres. Em seu "Livro Verde", devotou pĂĄginas Ă santidade da amamentação e da domesticidade feminina. Se considerava uma fortaleza contra extremismos religiosos e impĂŽs leis que obrigavam os homens a pedir a permissĂŁo de suas primeiras esposas antes de se casar com a segunda.
No entanto, muitas mulheres lĂbias descreviam seus argumentos como superficiais. As mulheres - como a maioria dos cidadĂŁos - nĂŁo tinham palavra alguma no governo. Aquelas que o ditador promovia, como suas seguranças mulheres, eram vistas como camaradas, objetos sexuais ou ambos.
AlĂ©m disso, oportunidades de educação para os ricos nĂŁo fizeram diferença alguma para as famĂlias rurais, que mantĂȘm as mulheres fora da vida pĂșblica.
AtĂ© mesmo em TrĂpoli, onde muitas mulheres trabalham, tĂȘm carteiras de motorista e se misturam aos homens, a independĂȘncia feminina sempre foi frĂĄgil.
Na revolução, as mulheres participaram dos acontecimentos em tamanha larga escala que ajudaram a estabelecer a legitimidade do movimento, demonstrando que o apoio Ă mudança jĂĄ criou raĂzes na sociedade lĂbia.
Anne Barnard - "The New York Times" - Traduzido por Luiza Andrade - Fonte: O Tempo - 19/09/11.
Matéria original do "The New York Times":
http://www.nytimes.com/2011/09/13/world/africa/13women.html?pagewanted=1
DOUTOR LULA
No dia 27, Lula receberĂĄ em Paris o tĂtulo de doutor Honoris Causa do Instituto de CiĂȘncias PolĂticas de Paris, a prestigiosa "Sciences Po".
SerĂĄ o seu sexto doutorado honorĂfico. Outro dia ele contou: "Estou com mais de dez convites para receber esses tĂtulos, mas agendei-os aos pouquinhos, para fazer o Fernando Henrique sofrer lentamente".
Elio Gaspari - Fonte: Folha de S.Paulo - 18/09/11.
Instituto de CiĂȘncias PolĂticas de Paris - http://www.sciencespo.fr/
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