LIBERTAĂĂO DE REFĂNS DA FARC
O GOSTO DA LIBERDADE
ColĂŽmbia - Clara Rojas sorri apĂłs ser libertada na selva colombiana.
Fonte: Terra - 10/01/08.
REFĂNS LIBERTADAS PELAS FARC
Os helicópteros com as reféns libertadas hoje pelas Forças Armadas Revolucionårias da ColÎmbia (Farc) chegaram ao aeroporto venezuelano de Santo Domingo, próximo à fronteira com a ColÎmbia, onde embarcaram para Caracas.
Clara Rojas e Consuelo GonzĂĄlez foram libertadas na selva colombiana durante uma operação organizada pela Venezuela e pela ColĂŽmbia em colaboração com o ComitĂȘ Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
As duas reféns foram vistas rapidamente nos aeroporto, jå que apenas desembarcaram do helicóptero e entraram em outra aeronave, na qual devem se dirigir a Caracas.
As primeiras imagens de ambas as mostraram abraçadas com o ministro do Interior da Venezuela, RamĂłn RodrĂguez ChacĂn. Um dos delegados da Cruz Vermelha afirmou que as duas apresentam boa saĂșde e parecem felizes.
Fonte: Terra - 10/01/08.
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http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI2222956-EI8140,00.html
FALTA LIBERTAR OS OUTROS 774
O pesadelo terminou finalmente para as colombianas Clara Rojas e Consuelo GonzĂĄlez. Na quinta-feira passada, elas foram libertadas pelas Forças Armadas RevolucionĂĄrias da ColĂŽmbia (Farc), o grupo narcoterrorista que as mantinha aprisionadas havia seis anos, sob privaçÔes terrĂveis, em campos de concentração no meio da selva. O gesto dos terroristas, uma espĂ©cie de presente com o objetivo de promover um aliado, o presidente Hugo ChĂĄvez, da Venezuela, Ă© uma gota dâĂĄgua num oceano de horror. Estima-se que outros 774 refĂ©ns permaneçam em mĂŁos de seus algozes. O relato doloroso das condiçÔes do cativeiro, feito por Consuelo, permite conhecer os detalhes de como os refĂ©ns, pessoas de todas as idades, incluindo crianças, sĂŁo tratados por seus seqĂŒestradores. O cenĂĄrio Ă© horripilante: "Os homens passam o dia inteiro presos pelo pescoço com correntes, com as quais tomam banho e fazem qualquer outra atividade, e, Ă noite, sĂŁo amarrados Ă s ĂĄrvores existentes ao lado de cada cama".
Consuelo contou que as prisioneiras tĂȘm graves problemas de saĂșde, sem nenhuma possibilidade de receber atendimento mĂ©dico. Ex-senadora de 57 anos, ela foi seqĂŒestrada pelos terroristas em setembro de 2001. AlĂ©m dos sofrimentos fĂsicos aos quais foi submetida, passou pela tortura moral de ser impedida de comparecer ao enterro do marido, morto por um infarto um ano depois do seqĂŒestro. O sofrimento de Clara Rojas inclui um seqĂŒestro dentro do seqĂŒestro: seu bebĂȘ, nascido no cativeiro, foi arrancado Ă força de seus braços quando tinha 8 meses, e ela nunca mais o viu. Hoje com 44 anos, Clara foi seqĂŒestrada em fevereiro de 2002 junto com Ingrid Betancourt, de quem era assessora na campanha pela PresidĂȘncia da RepĂșblica. Clara engravidou de um de seus seqĂŒestradores em 2003. O parto equivaleu a uma sessĂŁo de tortura. A cesariana foi realizada com uma faca de cozinha por trĂȘs terroristas numa barraca no meio da selva. Era tal a brutalidade dos parteiros improvisados que acabaram por quebrar o bracinho do recĂ©m-nascido. "Fiquei quarenta dias me recuperando, sem sair da cama, sem me mover", contou Clara.
Sabe-se agora que Emmanuel foi entregue pelos terroristas a um simpatizante, que, por sua vez, o deixou em um orfanato, onde sĂł foi localizado pelo governo colombiano no mĂȘs passado. A libertação de Clara e Consuelo ocorreu dez dias depois do fracasso de uma operação de resgate combinada entre Hugo ChĂĄvez e as Farc. AtĂ© o presidente venezuelano foi enganado pelos seqĂŒestradores colombianos. Na Ășltima hora, os terroristas desistiram de entregar os refĂ©ns como estava combinado. O motivo: eles nĂŁo conseguiram localizar Emmanuel, que tinham prometido soltar junto com a mĂŁe.
O desfecho foi um fiasco para ChĂĄvez, que tinha armado um circo de propaganda que incluĂa a presença constrangedora de Marco AurĂ©lio Garcia, assessor do presidente Lula. Para compensarem a rasteira no amigo venezuelano, as Farc terminaram por libertar discretamente as duas seqĂŒestradas. NĂŁo hĂĄ sombra de preocupação humanitĂĄria na libertação das duas mulheres. Seria atĂ© ingenuidade imaginar a possibilidade de um gesto de respeito pelos direitos humanos num grupo cujo sustento depende de seqĂŒestros, extorsĂŁo e trĂĄfico de drogas. Os objetivos dos terroristas sĂŁo pragmĂĄticos. Primeiro, querem fortalecer a imagem internacional de ChĂĄvez. Segundo, aumentar a pressĂŁo sobre o presidente colombiano Ălvaro Uribe, para que seu governo reduza as operaçÔes militares contra a guerrilha, sob ameaça de nĂŁo ocorrerem novas libertaçÔes. Terceiro, dar força Ă campanha cujo objetivo Ă© conseguir o reconhecimento internacional das Farc como parte beligerante legĂtima numa guerra civil. ChĂĄvez chegou a defender esse disparate em discurso da semana passada.
Tanto os Estados Unidos como a UniĂŁo EuropĂ©ia qualificam as Farc de organização terrorista. NĂŁo hĂĄ realmente outra classificação para um grupo armado cujo objetivo Ă© estabelecer na ColĂŽmbia uma inĂ©dita ditadura narcocomunista. Para negociarem o destino de outros cativos, as Farc exigem do governo colombiano a concessĂŁo prĂ©via de uma ĂĄrea desmilitarizada onde os terroristas possam operar livremente. A facilidade com que Clara e Consuelo foram entregues ao presidente da Venezuela demonstra que nĂŁo existem maiores dificuldades operacionais na libertação de refĂ©ns. Quarenta e quatro refĂ©ns sĂŁo identificados pelas Farc como de "valor polĂtico". Isto Ă©, estĂŁo lĂĄ Ă espera de uma troca de prisioneiros com o governo. Os mais de 700 refĂ©ns restantes estĂŁo aguardando o pagamento de resgate em dinheiro. Enquanto isso nĂŁo ocorre, sĂŁo utilizados como escudos humanos para evitar ataques do ExĂ©rcito colombiano. Ă esse tipo de organização de facĂnoras que pretende ser reconhecido pelo mundo como um agente polĂtico legĂtimo.
Fonte: Veja - Edição 2043.
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