PARCERIA PARA PESQUISA
PRIMEIRA VACINA VEGETAL
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http://online.wsj.com/article/PR-CO-20110118-905393.html
Bio-Manguinhos - http://www.bio.fiocruz.br/
Fraunhofer Center for Molecular Biotechnology - http://www.fraunhofer-cmb.org/
iBio Inc. - http://www.ibioinc.com/
Brasileiros criam primeira vacina vegetal. Parceria da Fiocruz com os EUA farĂĄ imunizante para febre amarela substituindo uso do vĂrus por uma planta. Nova vacina terĂĄ menos efeitos colaterais que a atual; primeiros testes com seres humanos serĂŁo em atĂ© trĂȘs anos.
Uma parceria do Bio-Manguinhos (Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos), da Fiocruz, no Rio de Janeiro, com duas instituiçÔes americanas permitirå ao Brasil criar a primeira vacina do mundo a base de uma planta.
A tĂ©cnica elimina a necessidade de usar vĂrus atenuados, o que torna o processo mais simples e seguro. O projeto inicial Ă© um imunizante contra a febre amarela -doença grave que, em ĂĄreas urbanas, Ă© transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue.
Com investimento de US$ 6 milhĂ”es (cerca de R$ 10,8 milhĂ”es) da Fiocruz, o acordo, firmado com o Centro Fraunhofer para Biotecnologia Molecular e iBio Inc. prevĂȘ que os testes em humanos comecem em atĂ© trĂȘs anos.
Embora a vacina atual -com tecnologia 100% brasileira- seja eficaz e barata, ela tem inconvenientes.
A Fiocruz Ă© lĂder mundial na fabricação da vacina, produzindo entre 30 e 40 milhĂ”es de doses por ano.
Os cientistas cultivam uma estirpe atenuada do vĂrus em ovos de galinha embrionados. Esses, claro, sĂŁo bem diferentes dos usados na cozinha: passam por um processo industrial que certifica que estĂŁo livres de doenças, entre outras coisas.
Nesse ambiente, o vĂrus se multiplica e produz o antĂgeno -a mais importante "matĂ©ria-prima" da vacina.
Esse método pode causar alergias e, em casos raros, infecçÔes graves.
Pessoas alérgicas a ovo, por exemplo, ficam atualmente sem alternativa de imunização contra a doença.
NOVIDADE
Com a nova vacina, em vez de usar o vĂrus inteiro, os pesquisadores reproduzem apenas sua proteĂna que causa maior resposta imunolĂłgica no organismo.
Para isso, eles isolam o gene responsåvel pela produção dela e o colocam na folha da Nicotiana benthamiana, um tipo de tabaco.
Conforme a planta vai crescendo, ela vai produzindo os antĂgenos.
"As plantas viram minifĂĄbricas da proteĂna viral que serĂĄ usada na vacina", explica Ricardo Galler, pesquisador-chefe do projeto.
"Nós usamos hoje uma técnica de quase 70 anos atrås. Com o novo método, daremos um salto tecnológico impressionante. Estamos bastante otimistas", completa Ricardo Galler.
BENEFĂCIOS
Além da redução dos efeitos colaterais em relação à vacina tradicional, a imunização feita à base da planta pode contribuir para o desenvolvimento tecnológico de toda a cadeia produtiva de vacinas, diz Galler.
"Por causa do nosso acordo, ainda nĂŁo podemos dar detalhes. Mas a tĂ©cnica usada nas plantas Ă© algo Ășnico no mundo", diz.
O diferencial, segundo ele, Ă© que as plantas usadas nĂŁo sĂŁo transgĂȘnicas.
"Do jeito que nĂłs fazemos, as mudanças nĂŁo sĂŁo incorporadas ao DNA da Nicotiana benthamiana. Os descendentes das plantas nĂŁo tĂȘm o gene da proteĂna do vĂrus. Ă preciso repetir o processo", explica ele.
O método de cultivo também deve permitir economia. Como as plantas são criadas em hidroponia -que substitui o solo por uma substùncia nutritiva especial- o cultivo pode ser feito em åreas relativamente pequenas, o que simplifica e reduz seu custo.
Giuliana Miranda - Fonte: Folha de S.Paulo - 29/01/11.
Bio-Manguinhos - http://www.bio.fiocruz.br/
Centro Fraunhofer para Biotecnologia Molecular - http://www.fraunhofer-cmb.org/
iBio Inc. - http://www.ibioinc.com/
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