LEIS E FAMÃLIAS
GRANDE FAMÃLIA - OS ARTUROS
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Os tambores vão rufar em maio, e uma comunidade de sangue africano e raÃzes brasileiras estará mais uma vez reunida para celebrar a liberdade, ou a abolição da escravatura - 121 anos desta feita. Mais homogêneo grupo remanescente de escravos do Brasil, os Arturos vivem no municÃpio de Contagem, Minas Gerais. São todos herdeiros de Arthur Camilo Silvério, que, em 1880, adquiriu a área de 6 hectares onde hoje se concentram as 50 famÃlias de descendentes, cerca de 400 pessoas. O evento de maio é uma das datas expoentes do calendário local, pontuado pelo culto irrestrito a Nossa Senhora do Rosário em solenidades carregadas de memória - seja na roupa e na culinária, seja nas danças folclóricas, como reisados, congados e moçambiques.
Desde o ano passado, os Arturos integram um programa do governo federal que relaciona pontos estratégicos de difusão cultural e incentiva a produção audiovisual e a inclusão digital dos moradores. A famÃlia mineira disporá também de recursos para a construção de um espaço fÃsico, uma referência nacional ao conhecimento quilombola. "A intenção do projeto é aglutinar ainda mais as tradições da comunidade, dessa vez com tecnologia", diz João Batista da Luz, bisneto do patriarca e presidente de honra da Irmandade Nossa Senhora do Rosário de Contagem, que coordena as festas do grupo.
Ronaldo Ribeiro - National Geographic Brasil - Maio 2009.
Arturos -
http://www.palmares.gov.br/005/00502001.jsp?ttCD_CHAVE=219
http://www.cpisp.org.br/comunidades/html/brasil/mg/mg_quilombos_urbanos_arturos.html
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LEI ÃUREA
Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinou a lei Ãurea que aboliu a escravidão no Brasil. "Ãurea" quer dizer "de ouro" e a expressão refere-se ao caráter glorioso da lei que pôs fim a essa forma desumana de exploração do trabalho.
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http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1702u65.jhtm
LEIS HISTÓRICAS
A Ãntegra da Lei Ãurea:
http://www.soleis.adv.br/leishistoricas.htm
13 DE MAIO NO PORTO AFRO INSTITUTO CULTURAL
Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo;
Dia dos Pretos Velhos;
1881 – Nasceu o escritor Lima Barreto;
1888 – A Princesa Isabel decreta a abolição da escravatura no Brasil;
1950 – Nasce o cantor e compositor Stevie Wonder;
1984 – Criado o Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de São Paulo.
http://www.portalafro.com.br/
SEM EDUCAÇÃO, NÃO Hà LIBERDADE
Fernando Haddad, ministro da Educação, constrangido e decepcionado, relatou que nos 15 anos que permanecera na USP, entre graduação e pós-graduação, não teve a alegria da companhia de um colega de classe negro e, com bastante certeza, também de nenhum professor, haja vista que, dos quase 6.000 professores da maior universidade da América Latina, apenas 6 são negros.
Disse ainda que essa ocorrência era ininteligÃvel e inaceitável num paÃs construÃdo sobre alicerces republicanos e sobre vigas democráticas.
Assim, complementava o ministro, os 120 jovens negros formandos da primeira turma da Faculdade Zumbi dos Palmares, no ano de 2008, tinham sido mais felizes do que ele e, certamente, tiveram uma oportunidade Ãmpar de vivenciar intensamente o valor da diversidade, apresentando, dessa forma, melhores possibilidades de se tornarem bons profissionais e competentes cidadãos.
A correta e exata constatação, que, em grande medida, pode ser estendida para o conjunto do ensino superior público e privado e, sem muitas exceções, para o universo dos espaços de status, prestÃgio e poder do paÃs, aponta com precisão a terrÃvel contradição entre as aspirações e os ideários de justiça e igualdade da sociedade brasileira e a verdade da realidade cotidiana.
Os escombros de 350 anos de escravidão espalhados e abandonados pelos cantos do paÃs e os 121 anos da abolição que a República extinguiu e inaugurou, respectivamente, produziram uma sociedade racialmente hierarquizada, na qual os negros do Brasil "de fora" não entram no Brasil "de dentro".
A ideologia da inferioridade do negro, acompanhada de sua permanente desconstrução como pessoa humana, com a finalidade de produzir justificativas morais e legitimidade polÃtica para a instalação e manutenção do comércio do corpo e a escravidão, cristalizou e naturalizou o preconceito e a discriminação nas estruturas do Estado e das instituições.
Essa ideologia povoou e impregnou o imaginário social e continua sendo alimentada e se alimentando livremente, produzindo e reproduzindo as mesmas crenças e práticas que definem, na mente e no gesto, o lugar do negro no edifÃcio social.
Não existem as placas ostensivas e leais do "No black" do apartheid sul-africano ou norte-americano nos elevadores da nossa República. Elas são invisÃveis, operam silenciosas e mediante engenhos sofisticados. No nosso edifÃcio social, os elevadores não possuem placas, mas, quando franqueado, o negro só pode subir pelo de serviço.
Um simples olhar ao nosso redor é suficiente para demonstrar que aqueles que nos antecederam fizeram escolhas erradas. É claro, está faltando negro aÃ! É equivocada a ideia de justiça e liberdade quando dois cidadãos se encontram para sempre impedidos de se cruzarem ao longo do caminho porque suas estradas são paralelas.
Um paÃs com esses atributos não poderá ser longevamente bom para ninguém. Devemos recusar a ideia de que este é o melhor paÃs que podemos construir. Devemos nos rebelar contra a naturalização de um paÃs separado e desigual. Precisamos construir um novo paÃs. Proponho que comecemos pela educação.
Uma educação em que a diversidade étnica e estética seja um valor global na prática cotidiana, na formação, na ambientação, na distribuição da participação das oportunidades. Uma educação em que o acesso aos recursos públicos e os negócios com o Estado exijam a contrapartida da prática e a cultura da diversidade.
Em que a comunicação como concessão esteja subordinada ao primado da pluralidade estética e da representação social.
Uma educação em que os resultados da produção do conhecimento e o acesso aos bens culturais sejam indistintamente disponibilizados a todos.
Definitivamente, precisamos de uma educação que possibilite a construção de caminhos variados e que todos os caminhos façam com que as pessoas se descubram, se emocionem, troquem confidências, se toquem, se amem e cantem juntas uma canção.
Amanhã, 14 de maio, nós, da Faculdade Zumbi dos Palmares, entregamos à nação mais 240 jovens negros formados no curso de administração.
Sessenta por cento deles efetivados nos estágios executivos com os parceiros do sistema bancário.
Mais uma vez, com o apoio inestimável de grandes brasileiros, confirmamos o que soubemos e praticamos desde sempre: a liberdade educa e a educação liberta. Sem educação, não há liberdade.
JOSÉ VICENTE , advogado, sociólogo, mestre em administração e doutorando em educação, reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares.
Fonte: Folha de S.Paulo - 13/05/09.
Faculdade Zumbi dos Palmares - http://www.unipalmares.edu.br/
LIVRO REVELA VISÕES SOBRE A PRESENÇA DO NEGRO NA MÃDIA
O livro foi lançado em novembro do ano passado, mas, por considerar a relevância do tema de que trata - e sua atualidade -, a professora e jornalista Rosália Diogo, promoveu em 06 de maio nos jardins internos do Palácio das Artes, uma sessão especial de autógrafos de "Rasuras no Espelho de Narciso - Educadoras Negras e a CrÃtica à s Representações do Negro na MÃdia". O evento antecipou as comemorações pelo dia 13 de maio, em que se celebra a abolição da escravatura.
Como o subtÃtulo da obra sugere, "Rasuras no Espelho de Narciso" confronta a forma como o negro é tratado na mÃdia com a visão de educadoras negras sobre a questão. Fruto de pesquisa de mestrado desenvolvida na UFMG, o livro conclui, segundo a autora, que a representação dos afro-descendentes na mÃdia ainda é escassa e estereotipada. Rosália diz que a escolha do tema decorre de suas próprias experiências profissionais.
"Eu, como educadora negra, tenho observado e discutido o fato de que ainda se trabalha muito pouco com a temática das relações raciais no ensino brasileiro. Como sou professora e jornalista, busquei relacionar esses dois mundos - a base da comunicação, que é o ensino, e os meios de comunicação - para investigar o racismo", diz.
Ela conta que recrutou 14 educadoras negras e apresentou a elas quatro propagandas televisivas que tinham a presença de negros. "Colhi crÃticas dessas educadoras sobre o que viram. O consenso a que chegamos é que, de fato, a publicidade ainda coloca de maneira desvirtuada e estereotipada a representação do negro em seus trabalhos."
Além da sessão de autógrafos, o evento reserva apresentações de Evandro Passos e Cia. Bataka, dos atores Evandro Nunes e Meire Rodrigues e do grupo Odum Orixás.
Frase
"A presença do negro na mÃdia está aquém do que seria representativo dessa população no Brasil"
Rosália Diogo
Professora e jornalista
MÃdia
Conteúdo de propagandas é conflitante
Escolhidas em função das questões que poderiam suscitar, as quatro propagandas analisadas pelo grupo de educadoras apresentam disparidades no tratamento que dão à questão racial.
Rosália Diogo aponta que duas delas, de uma mesma marca de automóveis, se revelam conflitantes. “Uma questiona estereótipos, com um slogan que diz ‘mude seus conceitos’. A outra reforça esses estereótipos, ao mostrar um black power tirando um monte de coisas da cabeleira, o que pode dar uma ideia de sujeiraâ€, diz. (DB)
Daniel Barbosa - Fonte: O Tempo - 06/05/09.
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