O ANIVERSÃRIO DA CAPITAL
BRASÃLIA - 49 ANOS
English:
http://www.braziltravelinformation.com/brazil_brasilia.htm
http://www.brasiliabrazil.info/brasilia-history.html
Photos of Brasilia - http://www.geocities.com/TheTropics/3416/tabphoto.htm
BrasÃlia foi, dia 21 de abril, palco de uma superfesta de aniversário com 18 horas de eventos. Ela reuniu artistas de renome nacional, atletas em competições esportivas e mais de 5 mil cavaleiros em uma cavalgada na Esplanada dos Ministérios, além de cerca de 1,2 milhão de pessoas que conferiram as atividades.
E há 49 anos, como foram as comemorações da mudança da capital, do Rio de Janeiro para o Planalto Central?
Desde fevereiro de 1957, 50 mil candangos trabalharam dia e noite na construção dos monumentos de BrasÃlia para que tudo estivesse pronto no dia 21 de abril de 1960. O esforço para a concretização do sonho do então presidente Juscelino Kubitschek deu certo e tudo ocorreu conforme o planejamento.
Os festejos da inauguração de BrasÃlia começaram na noite de quarta-feira, 20 de abril, com uma missa campal celebrada pelo cardeal dom Manuel Gonçalves Cerejeira, no Palácio do Planalto. Segundo a edição histórica da revista Manchete, de 21 de abril de 1960, a celebração contou com as badaladas do mesmo sino que anunciou a morte de Tiradentes em 1792, também no dia 21 de abril.
Canhões de luz
Enormes canhões de luz coloriam o céu da capital. À meia-noite, as luzes foram apagadas e deram lugar a uma chuva de fogos de artifÃcio no Congresso Nacional. "Era uma emoção muito grande", conta o ex-funcionário da Novacap Geraldo Vital, 73 anos, que participou da festa.
Junto com os colegas, Geraldo virou a noite na Praça dos Três Poderes para conferir toda a programação do dia seguinte. A diversão era conversar, tomar cerveja e comer sanduÃche no restaurante da Antárctica, montado próximo ao Supremo Tribunal Federal.
Desfile de cinco mil homens das tropas das forças armadas e show de aviões da Esquadrilha da Fumaça completaram a cerimônia protagonizada por JK, que ergueu a chave de BrasÃlia, sÃmbolo da nova sede do governo.
Um momento que emocionou os 150 mil presentes foi a passagem dos candangos em 200 caminhões, jipes, tratores e máquinas de terraplanagem, sob o comando do então presidente da Novacap e prefeito da capital, Israel Pinheiro.
No Lago Paranoá, dezenas de veleiros participaram de uma regata festiva, enquanto o Eixão recebia uma corrida automobilÃstica de carros de fabricação nacional.
Grande baile
À noite, um dos pontos altos foi o concerto da Orquestra Sinfônica de BrasÃlia, sob a regência do maestro Eleazar de Carvalho. No Palácio do Planalto, o presidente da República recebia embaixadores credenciados pelo governo e outros três mil convidados para o grande baile de inauguração de BrasÃlia.
As comemorações só encerraram no dia 23 de abril, com o espetáculo teatral A alegoria das três capitais, dirigido por Chianca de Garcia. Cerca de 1,2 mil pessoas participaram da dramatização da instalação das três capitais do Brasil (Salvador, Rio de Janeiro e BrasÃlia). O som foi gravado no Rio de Janeiro.
O percurso da encenação saÃa da plataforma do Congresso Nacional para a rampa da Praça dos Três Poderes. A apresentação foi encerrada por uma cascata de fogos de artifÃcio nas torres do Congresso Nacional.
Pioneiro saudoso
Toda essa história é guardada com muito carinho pelo paraibano Geraldo Vital, 73 anos. Nos armários da casa onde mora há 40 anos, no Guará I, o pioneiro tem uma série de relÃquias que datam da época da construção e mudança da capital federal.
São revistas antigas que ele mostra com orgulho por saber da importância histórica. "Conservar a imagem daquela época significa amor próprio", resume. Uma das mais preciosas e raras é a revista Manchete, edição histórica da inauguração de BrasÃlia, datada de 21 de abril de 1960. As páginas em preto e branco mostram detalhes de todas as comemorações e da saga de Juscelino Kubitschek pelo Planalto Central.
No acervo, o aposentado tem ainda uma edição, da mesma data, da revista BrasÃlia, publicada pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), e que traz os nomes de todos os funcionários que trabalharam na época. Entre eles, está o nome de Geraldo Vital, marcado a caneta, na seção de pessoal.
Imagens históricas
Outra peculiaridade é a revista colorida A história de BrasÃlia, editada em Belo Horizonte (MG) em 1959.
Vital também guarda fotos históricas conseguidas há três anos por um dos filhos com uma pessoa conhecida em Ãguas Lindas de Goiás. São imagens de JK antes e depois da construção de BrasÃlia, além de cenas da Missão Cruls no Cerrado.
Ter visto a capital federal nascer e ter assistido à inauguração de BrasÃlia é motivo de orgulho e emoção para o pioneiro Vital. "Fiz parte de um conjunto de pessoas que ajudou na construção da capital, mesmo que na parte administrativa", comemora.
Vital só lamenta o crescimento desordenado das cidades do DF. "O povo veio para cá, trouxe mais conterrâneos e todos se fixaram", observa. "Com isso, toda a infraestrutura para 500 mil pessoas no ano 2000 furou".
Para o ex-funcionário da Novacap, a festa dos 50 anos de BrasÃlia, a serem comemorados no ano que vem, deve ser uma verdadeira epopeia. "Se Deus quiser, estarei vivo para ver essa grande festa, que vai ficar marcada na história", espera.
Camila de Magalhães - Fonte: http://www.clicabrasilia.com.br/portal/index.php.
Saiba mais:
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=16
FOTOS DA CONSTRUÇÃO DE BRASÃLIA
http://www.geocities.com/TheTropics/3416/minis_pc.htm
IMAGENS DE BRASÃLIA
http://www.geocities.com/TheTropics/3416/tabfotos.htm
25 DE ABRIL – UMA DATA TÃO IMPORTANTE PARA A LÃNGUA PORTUGUESA – O BASTIÃO DA LÃNGUA
ILE-IFE, NIGÉRIA. O 25 de abril, data tão importante para os paÃses de fala portuguesa, merece umas palavras sobre o acordo ortográfico, matéria excessivamente tomada por preocupações sobre a identidade nacional. Esse é um prato cheio para o discurso mitológico do "homem único", ou do "brasileiro único", o que dá no mesmo. Mas quem estuda as identidades reconhece que elas são, a todo tempo, constituÃdas, abandonadas e recicladas. Futebol e Carnaval misturam-se hoje na mesma feijoada nacional, não por serem marcas da brasilidade desde a aurora dos tempos, mas por terem recebido continuados empurrões históricos. E então chegamos à lÃngua: só se instaura uma identidade por meio do ato polÃtico de dizer o nome de algo, que, no caso, é nomear a si mesmo. Se a lÃngua precisa estar envolvida no ato de identificar (tente dizer algo sem ela), a recÃproca não vale: não é inevitável que a lÃngua seja o bastião da identidade nacional, a não ser por uma boa razão.
A razão encontramos no lema dos românticos do século XIX, "uma nação, um povo, uma lÃngua", que, convenhamos, tem um cheirinho de racismo.
O Brasil recém-independente não fugiu à regra, e nossos intelectuais, para marcar posição, acharam por bem louvar o "português com açúcar" (termo de Eça, pois) como contraponto a Portugal. Mas não há um português brasileiro, cara e boca da alma nacional? Sim, nossa lÃngua não é igual à da "terrinha", mas isso é só uma medida de variação possÃvel, pois dentro do próprio Brasil falam-se distintos portugueses. O importante é que foi esse louvar a lÃngua, e não ela própria, que identificou o Brasil com o Brasil. Os antecedentes das dificuldades atuais de um acordo ortográfico remontam a essa época, em que brasileiros recusavam as normatizações da ex-metrópole.
Resta dizer o óbvio: ortografia não é lÃngua, mas um sistema pertinente à escrita, que nunca dará conta das trepidantes variações linguÃsticas. Confundimos modos de falar e normas de escrever, e acusamos quem teve pouca escola (não bastassem as distorções da escolarização) de falar errado! É como se um lusitano viesse a Minas condenar quem diz "falá". Discussões sobre o destino do português no jogo de forças mundial, e sobre quem é "dono" da lÃngua, se a mãe Portugal (mas a lÃngua nasceu mais ao norte) ou o gigante Brasil (tão descuidado de seus outros falares), desviam a atenção da questão própria ao acordo ortográfico, que é o fluxo editorial entre paÃses de fala portuguesa. Nesse ponto defendo os defensores do acordo, pois os poucos itens modificados, se não reformam a ortografia (nem isso é possÃvel, hoje), ajudam a reduzir a dupla publicação ou a incompatibilidade de tÃtulos, como vem ocorrendo. Para os paÃses africanos e o Timor, que publicam pouco e dependem de livros didáticos e outros materiais de fora, o acordo será mesmo uma bênção. E nós, em Pindorama, continuaremos a dizer "futchibóu" e "carnavau", como sempre fizemos.
Beto Vianna - Linguista e professor - http://www.biolinguagem.com/ = Fonte: O Tempo - 25/04/09.
25 de abril de 1974 - http://www1.uni-hamburg.de/clpic/tematicos/25abril.html
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