THE BRAZIL SERIES
O BRASIL DE BOB DYLAN
English:
http://www.culturekiosque.com/travel/item17904.htm
http://www.smk.dk/en/explore-the-art/exhibitions/coming-exhibitions/bob-dylan-the-brazil-series/
http://www.smk.dk/en/explore-the-art/exhibitions/current-exhibitions/bob-dylan/curators-corner/
Existe uma parte na AmĂ©rica do Sul onde nĂŁo se fala espanhol, fala-se portuguĂȘs. Ă um paĂs adorĂĄvel, com 184 milhĂ”es de habitantes vivendo lĂĄ. Ă o gigante da AmĂ©rica Latina. Esse paĂs ocupa quase metade do continente. Acredito que seja maior do que os Estados Unidos. Seu lema Ă© "ordem e progresso". Ă onde vocĂȘ encontra SĂŁo Paulo e Rio de Janeiro, dois dos lugares com as melhores festas que conheço. Estou falando do Brasil."
Eis Bob Dylan demonstrando seus conhecimentos geogrĂĄficos hĂĄ 14 meses, em seu programa "Theme Time Radio Hour", que vai ao ar semanalmente pela rĂĄdio nova-iorquina Sirius XM (www.xmradio.com).
Na ocasiĂŁo, em que Dylan arrematou colocando para tocar "Aquarela do Brasil" com Elis Regina, os brasileiros nĂŁo tinham como saber, mas a familiaridade do cantor com o paĂs era bem alta.
Ele estava no meio da "The Brazil Series", sequĂȘncia de telas pintadas com tinta acrĂlica que tĂȘm o paĂs como tema. Dos cerca de 50 quadros, Dylan selecionou 40 para uma exposição, que vai atĂ© o dia 30 de janeiro, na National Gallery da Dinamarca, na capital Copenhague (www.smk.dk).
"Escolhi o Brasil como tema porque estive lĂĄ muitas vezes e gosto da atmosfera", afirmou Dylan, em nota do museu. Mais nĂŁo disse.
MĂTODO
Mas qual foi seu mĂ©todo de trabalho? Dylan esteve aqui para desenhar ou copiou as cenas de livros e revistas? Nem o curador dinamarquĂȘs sabe responder.
"Sei que ele esteve no Brasil vĂĄrias vezes, certamente em turnĂȘs e talvez em outras ocasiĂ”es. Tenho certeza que ele fez desenhos quando esteve aĂ. Talvez ele tenha usado fotos de livros ou outras referĂȘncias, mas nĂŁo sei em que extensĂŁo", disse o curador, Kasper Monrad, Ă Folha.
Segundo ele, as telas foram pintadas nos EUA, no estĂșdio da casa do artista.
Ă curioso que a prĂłpria mostra tenha praticamente caĂdo no colo de Monrad. Em 2007, quando Dylan expĂŽs quadros pela primeira vez -uma coleção de aquarelas chamada "The Drawn Blank Series"-, em um pequeno museu alemĂŁo, Monrad pediu o contato do artista.
Ao pedir que a exposição fosse levada Ă Dinamarca, foi informado que o artista considerava as aquarelas (www.bobdylanart.com) assunto terminado e que ele iria realizar uma nova sĂ©rie, desta vez em acrĂlico.
NĂMERO
4
FORAM AS VISITAS DO CANTOR AO PAĂS
Dylan cantou em SP, Rio, Porto Alegre e BH. Primeiro, no Hollywood Rock em 1990. Veio em turnĂȘ em 1991 e 2008 e abriu para os Rolling Stones em 1998.
Ivan Finotti - Fonte: Folha de S.Paulo - 27/08/10.
Leia mais:
http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/08/bob-dylan-vai-expor-novos-quadros-sobre-o-brasil-em-copenhague.html
Dylan se mete em qualquer biboca, conta ex-amigo
Historiador Eduardo Bueno acompanhou o cantor em duas de suas visitas a cidades brasileiras, em 1990 e 91
"NĂŁo faça perguntas" foi a Ășnica condição imposta pelo empresĂĄrio para virar amigo do rockstar
Entre 1990 e 1998, o jornalista e historiador Eduardo Bueno viveu o sonho dos fanĂĄticos: foi admitido no pequeno cĂrculo de amigos Bob Dylan. Uma Ășnica condição imposta pelo empresĂĄrio: "NĂŁo faça perguntas a ele. Se quiser falar sobre um assunto, apenas fale, e se Bob quiser, ele conversarĂĄ."
Tarefa inglĂłria, especialmente para um gaĂșcho altamente prolĂfico como Bueno. Mas foram dias em que o jornalista pĂŽde ver como o artista Ă© de verdade.
ILHA GRANDE
"Logo que o conheci, em 1990 vimos um homem ser baleado na Barão de Itapetininga, em São Paulo. No Rio de Janeiro, ele tentou ir a pé para o show. Se tem uma coisa que o Dylan faz é andar pelas cidades. Não pergunta nada, sai andando. Não tem medo e vai entrando em qualquer bocada. Em geral tem um segurança, uns dez metros atrås", conta Bueno.
O historiador conta que acompanhou Dylan por SĂŁo Paulo, Rio, Belo Horizonte e Porto Alegre. "Ele foi ainda Ă serra gaĂșcha, ao parque das Agulhas Negras e Ă Ilha Grande -acompanhado de uma jornalista estrangeira muito gostosa que tinha acabado de conhecer."
Pelo que Bueno conhece de Dylan, Ă© muito provĂĄvel que o artista tenha vindo outras vezes ao Brasil e visitado todos os lugares mostrados nos quadros. "Mas nos anos em que o acompanhei, nunca vi ele desenhando nada, nem um bloco de rabiscos."
Em 1998, Bueno se posicionou a favor do empresĂĄrio, que fora demitido por Dylan. Como castigo, foi expulso do cĂrculo de amigos. (IVAN FINOTTI)
Fonte: Folha de S.Paulo - 27/08/10.
CRĂTICA ARTES
Pinturas toscas e cheias de clichĂȘs parecem de feira de artesanato
FABIO CYPRIANO
Se nĂŁo tivessem a assinatura de Bob Dylan, dificilmente as pinturas que o museu dinamarquĂȘs exibe estariam lĂĄ. Numa feira de arte, transeuntes, leigos ou especialistas, dariam pouca importĂąncia ao conjunto apelidado de "The Brazil Series".
Isso porque tais imagens estĂŁo mais para um exercĂcio de trabalho manual do que propriamente artĂstico.
Seu correto local, sem a grife Bob Dylan, Ă© claro, seriam feiras de artesanato, que costumam estar repletas desse tipo de imaginĂĄrio ingĂȘnuo composto por pinturas figurativas um tanto toscas nos traços simples e muitas cores. Ă o clichĂȘ do clichĂȘ.
Mas a temĂĄtica ajuda a piorar o que se vĂȘ. Arcaico, rural, miserĂĄvel e violento Ă© o retrato do Brasil de quem folheia o catĂĄlogo com as obras da exposição.
Ou, como afirma Kasper Monrad em um dos textos da publicação, Dylan apresenta "temas que refletem um modo de vida que desapareceu hå muito tempo na América do Norte e na Europa Ocidental quando a industrialização ganhou terreno". Haja preconceito!
Mas, num mundo cada vez mais voraz por celebridades, nada como conhecer outra faceta do astro favorito, o que amplia a visitação de museus e instituiçÔes culturais.
Exposição de Bob Dylan sobre o Brasil, na Dinamarca, no começo do outono, vai lotar com certeza.
Assim, Dylan junta-se a uma galeria de outros famosos, como o mĂșsico Paul McCartney ou a atriz Diane Keaton, que costuma pintar rostos de palhaços.
DĂĄ para alguĂ©m dizer para essa turma que eles jĂĄ fazem parte da histĂłria da mĂșsica e do cinema e que, se querem pintar como se fazia no sĂ©culo 19, Ă© melhor mostrar isso sĂł para a famĂlia deles. Os nossos olhos agradecem.
AVALIAĂĂO pĂ©ssimo
Fonte: Folha de S.Paulo - 27/08/10.
CançÔes inéditas saem em outubro
Duas caixas com antigas cançÔes de Bob Dylan -incluindo inéditas- saem no dia 19 de outubro nos EUA.
A primeira Ă© o nono volume da "The Bootleg Series". Com o subtĂtulo "The Witmark Demos", traz registros para a gravadora M.Witmark & Sons., entre 1962 e 1964.
SĂŁo 47 mĂșsicas -15 inĂ©ditas- distribuĂdas em dois CDs ou quatro LPs.
A outra, "The Original Mono Recordings" traz oito CDs ou nove LPs com seus oito primeiros ålbuns em versÔes mono, mais importantes naquela época. Detalhes em www.bobdylan.com. (IF)
Fonte: Folha de S.Paulo - 27/08/10.
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