É NATAL!
ÁRVORE DE NATAL NO VATICANO
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http://www.daylife.com/search?q=CHRISTMAS+TREE+AT+SAN+PIETRO+
Vaticano - Árvore de Natal de 33 m de altura é inaugurada na Praça de São Pedro. As luzes foram acesas durante uma cerimônia que contou com a presença de Erwin Proll, primeiro-ministro de Baixa Áustria, região que doou a árvore de 120 anos.
Fonte: Terra - 13/12/08.
Leia mais:
http://noticias.terra.com.br/popular/interna/0,,OI3391199-EI1141,00-Vaticano+inaugura+arvore+natalina+de+metros.html
Veja mais fotos:
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NATALINAS
O Earthcam reuniu webcams que mostram árvores de Natal pelo mundo. Em http://www.earthcam.com/events/christmastree/.
Fonte: Folha de S.Paulo - 17/12/08.
A CASA DO PAPAI NOEL NA LAPÔNIA
Santa Park é um parque temático incrustado numa rocha. Na programação, tem ateliê de culinária, oficina de decoração de natal e o inesquecível encontro com "Joulupukki", Papai Noel em finlandês.
A "Santa Claus Village" é uma aldeia de restaurantes, cafés e lojas de lembrancinhas, um centro comercial que abriga o "Santa Claus’ Office", o escritório do Papai Noel que recebe anualmente 700 mil cartas.
Fonte: O Tempo - 21/12/08.
Confiram todos os detalhes e vejam imagens muito bonitas nos links abaixo:
http://www.santapark.fi/
http://www.santapark.com/
http://www.santaclausvillage.info/eng/main.htm
http://www.santaclauslive.com/
http://www.santaclausoffice.fi/
http://www.santaclausvillage.info/santaclausoffice/index.htm
NOS CORREIOS, PAPAI NOEL EXISTE
Juliana pede uma cesta básica e uma panela de pressão. Anderson quer uma roupa, um sapato e um brinquedo. Já Tatiane sonha em conhecer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Todos estes pedidos estão em cartas endereçadas ao Papai Noel, entregues este ano aos Correios de Minas Gerais. Quem escreve para os papais noéis genéricos tem desejos, classes e idades diversas. Muitas crianças lembram ao bom velhinho que foram bem comportadas durante o ano e, por isso, merecem o tão esperado presente de Natal. Outros remetentes, entretanto, vão além da lembrancinha e fazem pedidos bem inusitados. Na última semana, por exemplo, uma menina da cidade de Mariana, que é deficiente visual, pediu um cão-guia para se locomover.
"Ninguém é tão pobre que não possa doar, nem tão rico que não possa receber". A frase popular sintetiza a experiência de quem participa do projeto Papai Noel dos Correios. Por um lado, as crianças de famílias pobres, que encontram a oportunidade de ganhar brinquedos, material escolar ou objetos simples que não teriam condições de receber de seus pais. Por outro, quem doa o presente ganha a satisfação de fazer um Natal mais feliz.
O projeto Papai Noel dos Correios recebeu neste ano mais de 190 mil cartas de crianças de famílias pobres endereçadas ao bom velhinho. O número é 30% maior do que no ano passado, quando foram recebidas 146 mil correspondências. Este ano, não dá mais tempo de apadrinhar uma cartinha, pois que o prazo já terminou. Por causa disso, os Correios pensam em promover, em 2009, oficinas em escolas para ensinar as crianças a escrever uma carta.
Fonte: O Tempinho - 20/12/08.
Conheça o projeto:
http://www.correios.com.br/institucional/conheca_correios/acoes_cidadania/papai_noel.cfm
CURITIBA - SHOW DE NATAL
A série de apresentações de Natal do HSBC terminou. O último concerto teve transmissão ao vivo pelo site http://www.natalfeitocrianca.com.br/. As imagens foram transmitidas por meio de celulares.
O coral infantil, formando por 160 crianças, se apresentou no palácio Avenida, prédio de 1929 que hoje abriga a sede do banco HSBC na capital paranaense.
No show, foram apresentadas músicas natalinas, como "White Christmas", e canções brasileiras, como "Acalanto", de Dorival Caymmi, e "A Banda", de Chico Buarque.
Fonte: Folha de S.Paulo - 18/12/08.
DECORAÇÃO DE NATAL EM SAMPA
Os internautas tiveram até 19/12 para indicar a decoração natalina mais bonita de São Paulo. A eleição acontece até 24/12 no site http://www.cidadedesaopaulo.com/natal/ para as categorias residencial, comercial e público. Os donos dos dois imóveis mais votados nas categorias comercial e residencial ganham uma placa e uma foto do espaço decorado emoldurada. O espaço público vencedor ganha placa comemorativa. Há também um concurso de frase. Os vencedores, de melhor decoração e melhores frases, ganham um pacote turístico com direito a acompanhante.
Fonte: Folha de S.Paulo - 18/12/08.
FÉ E ARTES EM ORATÓRIOS
Obras do acervo itinerante do Museu do Oratório, de Ouro Preto, poderão ser vistas em Belo Horizonte, no Espaço de Arte Pitágoras. São 50 oratórios e 80 imagens que já rodaram o mundo, em mostras na França, Itália, Chile, Venezuela, Inglaterra, Espanha e Estados Unidos e que já estiveram em dois grandes circuitos pelo interior de Minas Gerais e de São Paulo.
Exposição "Objetos de Fé / Museu do Oratório", no Espaço de Arte Pitágoras (rua Santa Madalena Sofia, 25, Cidade Jardim), até 29 de março; 4ª a dom., das 14h às 20h. Entrada franca.
Fonte: O Tempo - 19/12/08.
Museu do Oratório - http://www.oratorio.com.br/
NATAL - CARTÃO COMESTÍVEL
Uma empresa inglesa de design enviou 200 cartões de Natal comestíveis neste ano para seus clientes para estimular a reciclagem. O cartão, que tem uma foto de um pote com couves-de-bruxelas (um vegetal típico no Natal na Grã-Bretanha), é feito em papel de fécula de batata e impresso com corantes alimentares em vez de tinta. "Ele não tem muito gosto, mas no ano que vem estamos pensando em fazer alguns cartões com sabor", disse Malcolm Buttel, um dos diretores da empresa Oxygen Creative. Buttel acrescentou que ele e seus clientes compraram uma nova impressora, que nunca foi usada com tinta, e a modificaram para usar o corante comestível.
Fonte: O Tempo - 19/12/08.
Mais detalhes:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/12/081218_cartaocomestivel_ba.shtml
CURIOSIDADES DO NATAL
A Árvore de Natal
A origem da árvore de Natal é mais antiga que o próprio nascimento de Jesus Cristo, ficando entre o segundo e o terceiro milênio A.C.. Naquela época, uma grande variedade de povos indo-europeus que estavam se expandindo pela Europa e Ásia consideravam as árvores uma expressão da energia de fertilidade da Mãe Natureza, por isso lhes rendiam culto.
O carvalho foi, em muitos casos, considerado a rainha das árvores. No inverno, quando suas folhas caíam, os povos antigos costumavam colocar diferentes enfeites nele para atrair o espírito da natureza, que se pensava que havia fugido.
A árvore de Natal moderna surgiu na Alemanha e suas primeiras referências datam do século 16. Foi a partir do século 19 que a tradição chegou à Inglaterra, França, Estados Unidos, Porto Rico e depois, já no século 20, virou tradição na Espanha e na maioria da América Latina.
Os enfeites da árvore de Natal
As bolas e estrelas que enfeitam a árvore de Natal representam as primitivas pedras, maçãs ou outros elementos que no passado enfeitavam o carvalho precursor da atual árvore de Natal. Cada um desses enfeites tem em si um significado.
Antes de que fossem substituídas por lâmpadas elétricas coloridas, as velas eram enfeites comuns nas árvores e simbolizam a purificação, com a chama sendo acesa como a representação de Cristo, a luz do mundo. As ferraduras são um clássico amuleto que atrai a boa sorte.
As habituais pinhas se utilizam como um símbolo da imortalidade e os sininhos como mostra do júbilo natalino. As maçãs e as bolas de cores, sua mais tradicional variante, desenvolvidas pelos sopradores de vidro da Boêmia do século 18, são signos que atraem de abundância.
Finalmente, as estrelas anunciam os desígnios de Deus. Segundo conta a Bíblia, cada estrela tem um anjo que vela por ela, crença que suporta a antiga idéia de que cada uma das que povoa o firmamento é em si mesma um anjo. A que se põe no alto da árvore de Natal refere-se à de Belém.
Qual a origem do presépio?
As esculturas e quadros que enfeitavam os templos para ensinar os fiéis, além das representações teatrais semilitúrgicas que aconteciam durante a missa de Natal serviram de inspiração para que se criasse o presépio, que hoje é uma tradição na Itália, na Espanha, na França, no Tirol austríaco, na Alemanha, na República Checa, na América Latina e nos Estados Unidos.
A tradição católica diz que o presépio surgiu no século 13, quando São Francisco de Assis quis celebrar um Natal o mais realista possível e, com a permissão do papa, montou um presépio de palha, com uma imagem do Menino Jesus, um boi e um jumento vivos perto dela. Nesse cenário foi celebradada em 1223 a missa de Natal. O sucesso dessa representação do presépio foi tanta que rapidamente se estendeu por toda a Itália. Logo se introduziu nas casas nobres européias e de lá foi descendo até as classes mais pobres.
Na Espanha, a tradição chegou pela mão do monarca Carlos III, que a importou de Nápoles no século 18. Sua popularidade nos lares espanhóis e latino-americanos se estendeu ao longo do século 19 e na França não o fez até inícios do século 20.
Os Reis Magos
No tempo do Rei Herodes, três reis magos chegaram do Oriente a Jerusalém: Melchior, que era um ancião, Gaspar, um jovem branco, e Baltazar, um homem de raça negra e barba. Em sua chegada, os reis magos anunciaram ao povo de Jerusalém que havia nascido o rei dos judeus em Belém. Ainda que todo o povo tenha se alarmado, Herodes lhes deu permissão de viajar até Belém na busca do menino e pelo caminho uma estrela os guiou até o berço onde estava o bebê com sua mãe.
Os três reis ficaram alegres ao vê-lo e ofereceram seus presentes: ouro, incenso e mirra. Depois disso, regressaram a sua terra por outro caminho, com medo da reação de Herodes. Desde então, o dia 6 de janeiro é celebrado em muitos países pela chegada dos reis magos. Neste dia, é considerada uma tradição dar presentes às crianças que tenham se comportado e carvão aos que foram maus durante o ano.
A Estrela de Belém
A Bíblia relata que uma estrela guiou os três Reis Magos desde o Oriente e indicou o lugar onde era possível encontrar o Menino Jesus. São muitas as teorias que tentam explicar este milagre, entre elas está a que se tratava do brilhante planeta Vênus, da passagem dos cometas Halley ou Hale-Bopp, uma ocultação da Lua...
Uma das hipóteses aceitas é a do astrônomo Johannes Kleper, que em 1606 afirmou que a estrela era uma rara tripla conjugação da Terra com os planetas Júpiter e Saturno, passando pelo Sol e ao mesmo momento por Peixes. Esta conjugação se apresenta aos olhos do observador terrestre como uma estrela muito brilhante. Outra suposição, esta mais recente, tem a idéia de uma nova estrela brilhante observada próxima da estrela Theta Aquilae.
A estrela de Belém é relembrada situando-a tanto na representação do presépio como na ponta da árvore de Natal.
O homem de neve
Nos países frios, as crianças se acostumaram a sair nos dias de neve de Natal para criar seu próprio homem de neve. O processo é muito simples, só é preciso armar duas grandes bolas de neve e colocá-las uma sobre a outra. É preciso uma cenoura para servir de nariz, um cachecol velho, um chapéu, algumas laranjas para os olhos e quatro galhos para servir de pés e mãos.
A tradição popular acabou virando mania e se transformou em peça de decoração de árvores de Natal, mesmo em países tropicais como o Brasil.
A Missa do Galo
É com o nome de Missa do Galo que se conhece a missa celebrada na noite de Natal. Sua denominação provém de uma fábula que afirma que foi esSe animal o primeiro a presenciar o nascimento de Jesus, ficando encarregado de anunciá-lo ao mundo. Até o começo do século 20 era costume que a meia-noite fosse anunciada dentro do templo por um canto de galo, real ou simulado.
Essa missa apareceu no século 5 e, a partir da Idade Média, transformou-se em uma celebração jubilosa longe do caráter solene com que hoje a conhecemos. Até princípios do século 20, perdurou o costume de reservar aos pastores congregados ali o privilégio de serem os primeiros a adorarem o Menino Jesus. Durante a adoração, as mulheres depositavam doces caseiros, que logo trocavam por pão bento ou Pão de Natal.
Era também costume reservar um pedaço deste pão como amuleto, ao qual só se podia recorrer em caso de doença grave. Outra tradição que perdurou é a de estreiar nessa noite uma peça de roupa com a qual se afastava o demônio.
Em algumas regiões, esta missa se celebra durante as primeiras horas do dia. Na maioria dos países da América de língua espanhola é tradição que toda a família acuda a ela unida e para os panamenhos é o momento mais importante das festas.
Os Cartões de Natal
Em 1831, um jornal de Barcelona, na Espanha, quis pôr em funcionamento a técnica da litografia, felicitando seus leitores pelo Natal mediante uma estampa, o que já pode ser considerado uma forma de cartão de Natal. A confecção do primeiro cartão de Natal, no entanto, normalmente é atribuída ao britânico Henry Cole que, em 1843, encomendou a uma gráfica um cartão com a mensagem: "Feliz Natal e Próspero Ano Novo" porque não tinha tempo para escrever pessoalmente a cada um de seus amigos.
Rapidamente, o costume de desejar Boas Festas com o uso de um cartão se estendeu por toda a Europa e, a partir de 1870, esses cartões começaram a ser impressos coloridos. Já a partir dessa época a imagem de Santa Claus - com suas diversas variações ao longo das décadas - começou a ser freqüente nos cartões de Natal.
Panetone
O bolo recheado de frutas secas e uvas secas é uma tradição do Natal italiano e surgiu em Milão, mas há três versões diferentes para explicar sua origem.
A primeira versão é que o produto nasceu no ano 900, inventado por um padeiro chamado Tone. Por isso, o bolo teria ficado conhecido como pane-di-Tone. A segunda versão da história diz que o mestre-cuca Gian Galeazzo Visconti, primeiro duque de Milão, preparou o produto para uma festa em 1395. E a última versão conta que um certo Ughetto resolveu se empregar numa padaria para poder ficar pertinho da sua amada Adalgisa, filha do dono. Ali ele teria inventado o panetone, entre 1300 e 1400. Feliz com a novidade, o padeiro permitiu que Ughetto se casasse com Adalgisa.
No Brasil, a tradição começou a se expandir depois da Segunda Guerra Mundial, quando imigrantes italianos resolveram fazer o mesmo panetone consumido por eles na Itália na época de Natal.
Peru de Natal
Cristóvão Colombo conheceu o peru quando chegou à América. Ele acreditava estar chegando às Índias por um novo caminho. Por isso, o peru ficou conhecido na Itália como gallo d'Índia (ou dindio/dindo); na França, como coq d'Índe ou dinde; e na Alemanha, como calecutischerhahn, numa referência a Calcutá.
Por seu excelente sabor, foi logo aceito na Europa. De tanto sucesso, em 1549, foi oferecido à rainha Catarina de Médicis, em Paris. No banquete foram servidos cem aves (70 "galinhas da Índia" e 30 "galos da Índia"). Era tão apreciado que se tornou o símbolo de alimento das grandes ocasiões.
Nos Estados Unidos, o peru representou o fim da fome dos primeiros colonos ingleses que lá chegaram, e hoje é prato obrigatório no Thanksgiving, ou Festa de Ação de Graças. No Brasil a ave é apreciada desde a época colonial.
Fonte: Redação Terra - http://www.terra.com.br/.
Confira as Manchetes do FM no Natal passado:
http://www.faculdademental.com.br/manchetesSemana2.php?not_id=0001335
COMO ENCONTRAR O PAPAI NOEL?
Como encontrar o Papai Noel? Era meu desejo de infância. Quando eu tinha oito anos, só o vi uma vez, muito rápido, de relance, no momento em que deixou o aguardado par de patins na árvore de Natal de casa.
Não reparei no rosto nem na roupa, só percebi uma nuvem vermelha que pintou a noite estrelada daquele 25 de dezembro de 1980.
E fiquei desesperado quando a Folhinha me pediu para entrevistar Noel.
Ora, como encontrar o velhinho, ainda mais agora, adulto, sem a esperança de menino? Não havia jeito de telefonar, mandar carta e e-mail. Papai Noel não tem assessor de imprensa.
Ele sabe de todos, mas ninguém sabe dele.
Como vou achá-lo? Ele é mais incomunicável do que a Madonna. Mais reservado do que o Chico Buarque.
Suas residências, a mansão com piscina congelada no pólo Norte e o chalé na Lapônia, são longe daqui.
Lembrei do que minha falecida avó Elisa Margarida me explicou certa vez: "Papai Noel só conversa com quem sonhar com ele durante cinco dias seguidos".
Então eu me concentrei bastante. Passei a dormir cedo, às 20h, comer muita verdura e a botar músicas natalinas em meu iPod. Colocava até venda nos olhos para não ser atrapalhado.
Sonho
Em setembro, sonhei três dias seguidos. Em outubro, estava sonhando cinco madrugadas, direto, mas o telefone tocou bem na hora em que ele iria aparecer.
Quando quase desistia da missão, sonhei uma semana inteirinha. O problema é que era uma festa. Sonho mistura tudo de um modo estranho. Estavam lá Hebe, Beatles, Charlie e Lola, Backyardigans, Mister Maker, jogadores do Milan.
Eu perguntava, dentro do meu sonho, onde é que estava o Papai Noel. Comecei a chorar e alguém me confortou: "Não chora, não chora!" Eu levantei o rosto. Era o Papai Noel!
Ele tomava chocolate quente, me observou com ternura e apenas disse: "Espero você no prédio mais alto de São Paulo no dia 2 de novembro, ao meio-dia, no elevador. Nem um minuto a mais nem um minuto a menos". E sumiu dentro de uma caneca, em que estava escrito "I love you".
Fui procurar qual era o prédio mais alto da capital paulista: Mirante do Vale, na avenida Prestes Maia, na região central, com 170 metros de altura e 51 andares.
Parti ao encontro, ansioso, com medo de que minha fantasia não se realizasse.
Na terça, 2 de dezembro, às 11h56, tomei o elevador. Apertei no 51º, nada do Papai Noel. Desapontado, lamentei o engano. Baixei o rosto, fechei a porta, fui descer e ele surgiu no espelho:
- Fabrícioooooo?
- Ai, meu Deus.
- Como você cresceu! Perdeu seus cabelos? Você não era loiro?
Achei melhor nem responder e partir para as perguntas. Confira o bate-papo com Papai Noel abaixo.
FABRÍCIO CARPINEJAR é poeta e cronista, autor de "Diário de um Apaixonado" (ed. Mercuryo Jovem) e "Filhote de Cruz-Credo (ed. Girafinha). Fonte: Folhinha - 20/12/08.
BATE-PAPO COM NOEL
Como é seu nome de batismo?
Nicolau. Meus pais me chamavam de Nico.
Você fazia algum esporte na infância?
Gordinho como sou, adorava sumô. Mas eu não conseguia ganhar nenhuma luta porque não suportava a cara amarrada e deprimida de meus adversários e entregava os pontos ao final.
Como você consegue passar na casa de todo mundo numa única noite?
É fácil, enquanto é noite no Japão, é dia no Brasil. O fuso horário me ajuda a chegar a tempo em diferentes lugares para entregar os presentes. E as renas podem andar a 8.000 quilômetros por hora.
Nossa, como são rápidas, nenhum avião consegue essa velocidade... São nove renas? O que elas comem?
Sim, são nove renas: Rudolph, Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donner e Blitzen. Elas comem sucrilhos com banana e leite. E uma folhinha de hortelã, para não ficar com bafo.
Já esqueceu alguém sem presente?
Sim, já me esqueci de me entregar presente. Ninguém se lembra de dar presente ao próprio Papai Noel, pensam que ele não precisa. Eu gostaria de ser lembrado com um cartãozinho.
Que triste...O que gostaria de ganhar?
Comer de novo o peru recheado de minha mãe. A melhor comida é de mãe. Além disso, gostaria que as pessoas não deixassem todo o trabalho para mim. Pudessem se ajudar ao longo do ano. Se não usa mais um brinquedo, passe adiante para outra criança.
Como você está reagindo à crise financeira? Dificuldade para fabricar brinquedos?
Já foi mais fácil; agora está um pouco difícil. Medo de que se repita o crack da bolsa de 1929. Naquela época, deixei de dar brinquedos para garantir pão, arroz, farinha e leite para as famílias. Não se pensava em brincar, apenas em encher o estômago. Com uma possível ausência de recursos, minha saída de emergência é um hospital de brinquedos velhos que abri ao lado de minha casa, no pólo Norte. O médico dos brinquedos é o senhor Hopeful. Recolho todos os brinquedos jogados fora e inutilizados no primeiro semestre e levo para a restauração. A Unidade de Tratamento Intensivo da Alegria (Utia) está sempre cheia. Recuperados, são novos. Mais novos do que os novos porque receberam amor na hora do conserto.
Você gosta de ler as cartas dos pequenos?
Amo. As crianças têm letra bonita, caprichada. Não sofrem de pressa como os adultos, que rabiscam aquele garrancho horrível. Do jeito feio que escreve, adulto parece que não quer ser entendido.
Para receber Natal, a criança necessita estar comportada?
Sim, cuidar do ambiente, não bater no irmãozinho mais novo, escovar os dentes e - principalmente - não se atirar no chão de um mercado chorando e esperneando para pedir alguma coisa.
O que você diz para a criança que não recebe o que desejava?
Tento dar o que a criança precisa. Às vezes, não é o que ela desejava. Às vezes, é. Dar um presente é dar o que você mais gosta para alguém que ama, não é dar o que ela espera.
Fonte: Folhinha - 20/12/08.
NATAL NATAL, BIMBALHAM OS SINOS...
Uma vez, o grande Rubem Braga fez uma lista dos lugares-comuns jornalísticos que justificariam demissões sumárias. O sujeito que escrevesse que o "trem ficara reduzido a um monte de ferros retorcidos" ou que o "incêndio era o ‘belo-horrível’" estava despedido. Havia outras banalidades imperdoáveis, como iniciar um parágrafo com a expressão: "Tirante, é óbvio, contradições secundárias..." - isso daria bilhete azul, "passaralho" ou cartão vermelho na hora.
Desta lista constava também "a data magna da cristandade" e a saudação de fim de ano "Natal Natal, bimbalham os sinos!"...
Pois é, nas ruas engarrafadas, vemos que se aproxima a data magna da cristandade, com suas pompas e traumas.
E como eu vou sair de férias ("ah,que alívio!" - rosnam meus inimigos...), bimbalho meu sino com antecedência.
O Natal perdeu a delicadeza antiga. Não temos mais chaminés nem ceias transcendentais. Em vez do saco de presentes, temos as calamidades coloridas dos shoppings centers.
Hoje, Papai Noel vem com as renas de um Pólo Norte que está derretendo pelo efeito estufa.
Hoje, no presépio de Belém, perto da manjedoura do menino Jesus, explodem os homens-bomba berrando: "Feliz Natal, cães infiéis!"
Não sei por que, mas sempre fiquei triste naquelas noites do passado. Durante as ceias, eu via, do meu canto de menino melancólico, as frágeis ligações entre parentes, entre tios e primos, antipatias disfarçadas por abraços frios e votos de felicidades.
O destino das famílias ficava evidente no Natal do passado - os pobres se conformavam com o tosco prazer dos presentes baratos e os ricos se obrigavam a ser felizes a qualquer preço.
Egoístas o ano inteiro, viviam a alegria compulsiva de gargalhadas solidárias e beijos molhados de vinho, terminando nas tristes saídas da madrugada, com crianças chorando e presentes carregados por pais de porre, aos berros de "Feliz Natal".
Eu olhava aquelas famílias viajando no tempo como um cortejo trôpego, eu via a solidão de primos, de tias malucas, dos avós já calados e ausentes, do eterno presunto caramelado e do peru com apito.
Hoje, todos reclamam da chateação do Natal, vergados sob embrulhos, nas lojas e no trânsito travado. Chovem queixas, mas ninguém escapa do comércio do carinho obrigatório: "Ah... porque no Natal aumenta o sentimento de culpa, a gente sofre com traumas infantis... O Natal é uma festa influenciada pelos norte-americanos, com Papai Noel enchendo o saco em vez de esvaziá-lo. No Natal a gente engorda muito, se enchendo de carboidratos ..." Todos reclamam, mas, na noite feliz, noite de paz, olham com ternura as bolinhas douradas da árvore, comem seus perus, dizem que "adoraram o presentinho, coisa pouca, não leva a mal, mas essa caixa de sabonetes naturais é legal, adorei a água de colônia..."
Papai Noel também sempre me intrigou.
Quem era aquele sujeito que aparecia no fim do ano, nas lojas, no rádio, na TV? Sempre desconfiei daquele "pai bondoso", com seu hô-hô-hô cheio de perdão.
Nessa época, alguns malucos do final do Estado Novo lançaram uma campanha nacionalista no rádio para substituir o Papai Noel por um outro símbolo: o "Vovô Índio" - um velho silvícola seminu, com peninha na cabeça, que traria presentes para os curumins de verde e amarelo. Foi um fracasso total, pois o cinema norte-americano já mandava em nossas cabeças, com o Bing Crosby cantando "White Christmas" sem parar. Papai Noel, de origem norueguesa (sim... St. Nicolas, que deu em Santa Claus em inglês) foi invencível. Todos o amavam.
Mas, para mim, Papai Noel era assustador. Já escrevi uma vez sobre esse pânico infantil, provocado por um estratagema de meu pai "biológico", que usava o Natal para me dar lições de moral. Papai Noel me trazia presentes, sim, mas sempre acompanhados de uma carta repleta de repreensões dolorosas: "Por que você desobedeceu sua mãe e matou a aula de piano? Por que você bateu na sua irmã com o espanador? Se fizer isso de novo, ano que vem não ganha nada!..."
Cada presente me dava mais sentimento de culpa. Papai Noel foi meu superego de barbas brancas. Daí, conclui que ele gostava de todo mundo, menos de mim. Por isso, fui o primeiro de minha turminha a denunciar que Papai Noel era uma fraude. "Papai Noel não existe!" - foi meu grito revolucionário. "Existe sim! Ele me deu um velocípede!" - bradavam os meninos, obstinados em sua fé. "Ah, é? Então, fica acordado para ver se não é teu pai botando os presentes na árvore!" Recorri a meu avô, conselheiro e aliado, e ele apoiou meu agnosticismo: "Não existe não... Você não é mais neném para acreditar nessas bobagens..."
E não parei mais. Entrei de sola na lenda da cegonha e do bebê que "papai do céu mandou"...
"Vocês pensam o quê?" - eu bradava - "As mães de vocês ficam nuas e o pai de vocês bota uma coisa dentro da barriga delas pelo umbigo...!" "A minha mãe, não!" - berravam os jovens édipos, partindo para a porrada de rua, entre socos e "gravatas". Daí, para descrer de Deus foi um pulo, para escândalo dos colegas do colégio jesuíta. "Deus é bom, padre?" "Sim, infinitamente bom..." "Ele sabe de tudo?" "Sim..." - respondiam os padres desconfiados. "Então, por que ele cria um cara que depois vai para o inferno?" Até hoje ninguém me explicou isso.
E assim fui, até começar o ódio ao "imperialismo norte-americano", nos anos 60.
E hoje, com o futuro cada vez mais ralo, tenho saudades da precariedade de nossa vida antiga, da ingenuidade dos comportamentos, de um mundo com menos gente louca e má.
"Ah! Você por acaso quer a volta do atraso?" - dirão alguns.
Não; mas sonho com uma vida delicada que sumiu, dos lugares-comuns, dos chorinhos e chorões, de tudo que era baldio, dos valores toscos da classe média.
E quando chega o Natal, tenho a grande nostalgia das tristes ceias de minhas tias, sinto ainda o gosto dos panetones e rabanadas transcendentais do meu passado.
Arnaldo Jabor - Fonte: O Tempo - 16/12/08.
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