VOLTA ÀS AULAS
TROTE DE ELITE
No primeiro dia de matrÃculas na Universidade de São Paulo (USP), os calouros da Escola Politécnica foram surpreendidos pelo “Trote de Eliteâ€. Uma comissão de estudantes da empresa júnior da instituição se encarregou de vestir preto e decorar os diálogos do filme “Tropa de Eliteâ€, sucesso do cinema nacional.
Entre as frase célebres, os calouros tiveram de ouvir: “Na Poli não entra corrupto, bixo*. Você comprou sua vaga!â€, ou um ameaçador “Tá com nojinho, bixo? Não vai entrar na lama? Pede pra sair!â€.
Leia mais:
http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL294180-5604,00.html
Fonte: Globo.Com - 11/02/08.
TROTES MEDICINAIS
Em uma conceituada faculdade de Medicina, quatro enfermeiras resolvem pregar trotes em um estudante novato. Depois das brincadeiras, elas se encontram pra contar o que fizeram:
- Eu coloquei algodão no estetoscópio dele! - Disse a primeira, caindo na risada.
- Eu troquei as fichas dos pacientes dele! - Comentou a segunda.
- Eu fui mais malvada! - Disse a terceira - Encontrei uma caixa de preservativos na sua jaqueta e furei todos eles com uma agulha!
A quarta enfermeira desmaiou...
Fonte: http://orapois.com.br
HISTÓRIA DO TROTE NO MUNDO
A história do Trote é quase tão antiga quanto a própria universidade. A repressão ao trote também não é novidade. O primeiro ato proibindo a prática das chamadas “taxas de bichos†data de 1342 pela universidade de Paris. Mas os trotes medievais eram muito diferentes dos trotes praticados hoje:
1. França: Na França entre os anos de 1.200 (criação da universidade de Paris) e 1.700 (quando o trote chegou ao auge) predominavam duas culturas distintas:
a) Região Norte (Paris e arredores) – Os trotes, ou bajulationes, foram severamente reprimidos com o ato da Universidade de Paris, em 1.342. No entanto, o trote “extra-oficialâ€, era uma prática comum entre os veteranos.
b) Região Sul (Avignon e Aix) – os bejaunus, ou calouros eram submetidos ao purgatio. O purgatio era literalmente um perÃodo de purgação com duração de 1ano, divididas em 3 etapas: julgamento, pena e absolvição. Entre outras coisas, durante o purgatio, o bejaunus deveria pagar um banquete ao reitor, ao tesoureiro e ao promotor os quais poderiam convidar veteranos a participar do banquete. Além disto, o bejaunus era escravizado por um ano servindo os veteranos à mesa, cedendo os melhores lugares à lareira no inverno, fazendo comida e arrumando-lhes a cama. O bejaunus ainda poderia ganhar uma palmatoada sem nenhum motivo aparente toda vez que fosse à presença de um veterano. Após este perÃodo, o bejaunus finalmente poderia ser chamado de estudante.
2. Alemanha: O termo usado para trote era deposição. Um certo Manuale Scholarium, publicação sem autoria datada de 1481, narra a vida estudantil de três personagens fictÃcios na Universidade de Heidelberg: Joannes, o calouro, e Camillus e Bartoldus, os veteranos. No “manual†fica claro que o calouro era considerado uma fera que deveria ser domada e domesticada, e “limpa dos seus pecadosâ€. Para tanto, após despir o “bicho†“o médico finge limar as presas do monstro, cortar-lhes as longas orelhas e o nariz hediondo, tudo acompanhado de muita pancada†. Na verdade, um veterano cortava seu cabelo, arrancava os pêlos do nariz e esfolava seu rosto. Além disto, o “monstro†era obrigado a tomar pÃlulas a base de purgante e estrume de hiena e de outros animais. Depois da limpeza, o calouro era obrigado a confessar uma série de crimes como roubo, estupro e adultério pelos quais ele deveria pagar um banquete aos mestres e veteranos. A deposição, aparentemente tinha o caráter de purificar o calouro. Como era considerado de uma casta inferior, o calouro era obrigado a servir um veterano que lhe era designado como carrasco, ou perseguidor, por 1 ano, 6 semana, 6 dias, 6h e 6 minutos. Por fim, o calouro era submetido a um questionário e obrigado a prestar juramento de que faria com os outros calouros tudo o que lhe fora feito.
3. Inglaterra: Conhecido até hoje como freshman, o calouro inglês era obrigado a depositar no ato da matrÃcula certa quantidade de livros caução, variável conforme suas posses. A iniciação do freshman consistia em improvisar um discurso nonsense proferido nu em cima de uma mesa para uma platéia de veteranos. Quanto mais sem sentido o discurso e mais eloqüente o calouro melhor.
4. Estados Unidos: Devido à cultura extremamente moralista, os trotes americanos foram sempre muito discretos.
a) Nas confrarias - Os trotes mais pesados, ou pledging, se restringiam à s fraternities, ou confrarias. Apesar da participação em uma confraria não ser obrigatória, significava integração e status, motivo pelo qual, assim que se matriculavam, os alunos voluntariamente se candidatavam à uma ou outra. O pledging ia mais ou menos de fevereiro a abril, e durante este perÃodo o calouro começava a sofrer trotes progressivamente mais violentos e humilhantes que terminavam na Hell Week. As cerimônias das confrarias se assemelhavam muito com as práticas de grupos secretos, e como todas as cerimônias eram como rituais, o calouro não podia se recusar a sofrê-los, muito menos denúnciá-los. Entre as obrigações do calouro estavam usar broche de bicho, trazer sempre fósforos e cigarros para oferecer ao veterano e fazer faxina conforme for designado. As punições mais comuns eram comer no chão e como a mão, fazer exercÃcios fÃsicos até a exaustão ao gosto do veterano. Já durante a Hell Week os calouros eram submetidos a provas ainda mais humilhantes como empurrar amendoins com o nariz por toda a extensão do piso da moradia estudantil nus, enquanto levava palmadas dos veteranos. A Hell Week ainda tinha provas ainda piores principalmente, pautadas de conotação sexual.
b) Nas universidades em geral – O hazing reflete a cultura “maquiada†americana de pretenso puritanismo, e por isto, não houve nenhuma prática tão estruturada que pudesse virar reconhecida tradição nas universidades. Mesmo assim, houveram casos de acidentes e até mesmo mortes em trotes nos Estados Unidos. No entanto, na década de 20 já se esboçava um movimento anti-trote e na década de 60 começaram a surgir os primeiros movimentos para a humanização do trote, substituindo os trotes fÃsicos por trotes culturais ou beneficentes.
5. Espanha: As novatadas, só se tornaram assunto de grande importância no século XVI, principalmente nas universidades de Salamanca e Alcalá. As 4 Ordenes de Consejo proibindo a prática do trote entre os anos de 1781 1783 foram inúteis. Mais uma vez, enquanto sumiam os trotes institucionalizados, aumentavam os trotes extra-oficiais. O documento que nos dá melhor idéia de como eram as novatada é um caderno conhecido como Constituiciones, provavelmente escrito por um veterano. Nele, encontra-se a descrição do bautismo, no qual o cabrón, um dos mais antigos veteranos, com a ajuda de outros colegas, sujeitava os novatos à tortura fÃsica. Com o passar do tempo, o bautismo perdeu o caráter clerical de punição, para assumir uma relação semelhante à de servo-senhor, cachorro-amo.
6. Portugal: Concentrado basicamente na Universidade de Coimbra, as investidas de Novatos consistiam em constante humilhação, agressão fÃsica, extorsão e o canelão, isto é, o chute com o qual os novatos eram recebidos nas salas de aula. Em Coimbra, chegaram a se formar grupos de estudantes conhecidos pelas maldades que praticavam por toda a cidade desde que os novatos, ou louraças, chegavam à cidade. Os mais famosos desses grupos foram o Rancho da Carqueja e o Palito Métrico cuja fama ainda “assombra†a cidade. Entre os lemas destes grupos estava a máxima: “Ser calouro é ser asno de ouro, e ser asno de ouro é ser quase lente a menos que gente,â€
7. Uruguai: O trote é peculiar, pois não é o calouro que é troteado, e sim o veterano ao se formar. O calouro, é recebido na universidade com uma semana de cultura com palestras e atividades para ambientarão à nova realidade. O veterano, por outro lado, ao se formar, recebe seu batismo como futuro profissional. O trote acontece logo após o último exame e os amigos do recém-formado é que se responsabilizam pelo trote. O novo profissional tem que desfilar pela cidade em um carro aberto (ou na capota de um carro) com algumas mechas de cabelo cortadas, roupas em frangalhos e cartases do tipo “Nuevo médicoâ€, “Nuevo ingenieroâ€.
8. Brasil: A formação da universidade no Brasil foi bastante tardia em relação a outros paÃses da América latina. Enquanto a universidade de Lima data de 1551 e a do México de 1553, as primeiras universidades brasileiras são constituÃdas apenas me 1808, com a chegada da FamÃlia Real ao Brasil. Como até 1808, não haviam universidades no paÃs, os filhos de famÃlias ricas eram enviados para a França, e principalmente para Portugal para estudar. Com a formação das universidades do Rio de Janeiro e da Bahia, abre-se uma nova oportunidade para que os filhos de famÃlias ricas que estudavam fora, estudassem no Brasil. O resultado, foi praticamente um transplante do trote conimbrense para o Brasil.
Fonte: www.trotedacidadania.com.br
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