50 ANOS DE BARBIE
BARBIE - UMA CINQUENTONA EM PLENA FORMA
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http://barbiestyle.barbie.com/events.html
http://www.daylife.com/search?q=BARBIE+50+YEARS
Imagem: Para comemorar a data, uma edição comemorativa da boneca e o retorno da série 'inha Barbie Favorita' feita em 1970, chegarão ao mercado.
História. Nascida em 9 de março de 1959, a mais famosa boneca do planeta chega aos 50 anos em plena forma
50 vezes Barbie
A data oficial é 9 de março de 1959. Mas a história da Barbie começa um pouco antes, em meados dos anos 1950, no Estado norte-americano de Wiscosin. Observando a filha Barbara brincar com bonequinhas de papel, Ruth Handler, proprietária da Mattel, percebeu uma lacuna no mercado, até então dominado por bonecas que lembravam bebês. Foi numa viagem à Europa em 1955. No Velho Continente, Ruth conheceu Lilli, personagem de tiras de jornal alemã. Comprou três unidades e apresentou ao designer Jack Ryan, que cuidou de fazer o protótipo da primeira Barbie (apelido de Barbara). Era 1958. A primeira versão, que o público conheceu numa feira de brinquedos de Nova York, tinha o cabelo loiro (com uma opção mais escura), usava rabo-de-cavalo, batom vermelho e tinha sobrancelhas bem marcadas. O look era básico, com pegada navy, e se resumia a um par de tamancos de salto alto, brincos de argola dourados e maiô tomara-que-caia preto e branco. Enquanto, nos EUA, um litro de gasolina custava menos de dez centavos e a renda média anual era de US$ 5.000, a primeira Barbie Millicent Roberts (sim, esse é seu nome completo) foi vendida por US$ 3. No primeiro ano, 300 mil unidades foram vendidas.
Amores e produtos
Um dos momentos mais importantes da carreira da boneca está logo no inÃcio, com a criação de seu parceiro, o boneco Ken, que nasceu em 1961. A história de amor durou longos anos até ser interrompida em 2004, após mais de 43 anos juntos. Embora mais de 2 milhões de garotas de todo o mundo tenham entrado no site barbie.com para ajudá-la a escolher um novo pretendente, ela permanece solteira. Nestas cinco décadas, a boneca teve sua vida incrementada tanto por personagens como por gadgets. Ganhou parentes e amigos (várias bonecas e bonecos), meios de transporte (destaque para o conversÃvel pink Star-vette), casas, inúmeros licenciamentos e foi vestida por vários estilistas, conquistando gerações de adoradores de todas as idades e colecionadores ao redor do mundo. As festividades em torno do aniversário são várias e podem ser acompanhadas no http://barbiestyle.barbie.com/. Entre as ações estão um desfile durante a semana de moda de Nova York, a confecção de um avião completamente cor-de-rosa no México, uma festa na Casa dos Sonhos que fica em Malibu e a disseminação de guarda-sóis brancos e cor-de-rosa na praia de Copacabana.
Natália D’Ornellas - Fonte: O Tempo – 15/02/09.
Veja mais fotos: http://www.daylife.com/search?q=BARBIE+50+YEARS
MULHERES, A LUTA CONTRA A VIOLÊNCIA
O dia internacional das mulheres é um dia de pensamento. Embora tenha ocorrido um grande avanço, nos últimos tempos, em relação ao papel das mulheres na sociedade, ainda há muito que se evoluir, principalmente, em quesitos básicos de cidadania como a violência contra a mulher.
Poderia se falar aqui somente dos casos de sucesso e das mulheres de sucesso, mas o FM entende que há que se tocar na ferida e debater a mulher comum, que no mundo todo sofre dia-a-dia uma violência silenciosa que passa indiferente aos olhares da sociedade mundial.
A Secretaria Especial de Mulheres (http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sepm/) destaca em seu site um pacto nacional para o enfrentamento da violência contra a mulher. O tema de 2009 no site International Women's Day (http://www.internationalwomensday.com/) é “Women and men united to end violence against women and girls†(“Mulheres e homens unidos para acabar com a violência contra mulheres e meninasâ€). O Portal Violência Contra a Mulher (http://www.violenciamulher.org.br/) traz a mensagem “Onde tem violência, todo mundo perde†e, estimula denúncias e informações, além de abri espaço para a Lei Maria da Penha.
O IPAS “Protegendo a saúde das mulheres / Promovendo os direitos reprodutivos das mulheres†(http://www.ipas.org.br/) abre amplo espaço sobre o tema e define: “A violência é um termo de múltiplos significados, e vem sendo utilizado para nomear desde as formas mais cruéis de tortura até as formas mais sutis da violência que têm lugar no cotidiano da vida social, na famÃlia, nas empresas ou em instituições públicas, entre outras.â€
O site http://www.homenspelofimdaviolencia.com.br/ vem com a mensagem de que “A violência contra as mulheres constitui uma violação dos direitos humanos e se funda nas desigualdades de gênero e em uma cultura sexista, que impede à s mulheres o acesso e o exercÃcio pleno da cidadania.â€
Já o site http://www.campanha16dias.org.br/ procura deixar claro que “Há momentos em que sua atitude faz a diferença. Lei Maria da Penha. Comprometa-se! Uma vida sem violência é um direito das mulheres.
O Hip Hop também se manifesta através do http://www.hiphopsemviolencia.org.br/ e o “Projeto Minas da Rima – As Mulheres do Hip Hop unidas Pela Eliminação da Violência Contra as Mulheresâ€. O http://www.mulheremidia.org.br/ manda o recado: “Somos mulheres e não mercadoriaâ€.
O site Um Só Mundo (http://www.umsomundo.org/) analise a questão minuciosamente passando pela violência doméstica, a “corriqueira violência silenciosa†à qual as mulheres são vÃtimas, enfatizando que em todo o mundo, pelo menos uma em cada três mulheres já foi espancada, obrigada a fazer sexo ou sofreu alguma forma de abuso e que o agressor é, geralmente, um membro da famÃlia. Finaliza mencionando que a violência fÃsica e psicológica contra as mulheres é um dos grandes males da sociedade atual. Afinal, em muitas partes do mundo os códigos legais e as práticas habituais ainda tratam as mulheres como cidadãs de segunda classe, negando-lhes o direito à propriedade, a viajar livremente e a ter acesso a recursos econômicos.
A Sociedade Mundial de Vitimologia (http://www.worldsocietyofvictimology.org/), em pesquisa sobre a condição feminina em 54 paÃses, concluiu em 2005, que as mulheres brasileiras são as que mais sofrem com a violência no âmbito familiar: 23% das mulheres estão sujeitas à violência doméstica no Brasil. Além disso, em cerca de 70% dos incidentes de violência contra a mulher, o agressor é o próprio marido ou o companheiro. De 2005 para cá não deve ter havido nenhum mudança brusca.
Segundo a ONU – Organização das Nações Unidas (http://www.brasilia.unesco.org/unesco/premios/dia-da-mulher-2009), a violência, a discriminação e a falta de educação e de oportunidades de emprego para as mulheres estão entre os problemas ainda enfrentados pelos paÃses membros das Nações Unidas, sendo que as mulheres ainda são as maiores vÃtimas do tráfico de pessoas e representam o segmento da população mais pobre em muitos paÃses. A ONU finaliza: “A intolerância é sempre um crime contra toda a humanidade.â€
Concluindo e para demonstrar que esse é um problema universal, a Rede Feminista de Saúde (http://www.redesaude.org.br/NOTICIAS/25nov/violencia%20no%20mundo.htm), relato fatos relacionados à violência contra Mulher em diversos paÃses, desde os do primeiro mundo como Estados Unidos, Canadá e Espanha, passando por intermediários como Chile, Colômbia e México, até regiões declaradamente mais pobres como o continente africano.
Esses são apenas alguns dos milhares de recortes que dão a exata dimensão de uma grave situação do mundo. Por isso há que se pensar muito e ter em mente que o processo de mudança desse quadro está diretamente co-relacionado com a problemática da falta de educação mundial. Feliz Dia Internacional das Mulheres, com muito pensamento em Paz.
Educação, Paz, Saúde a todos!
Faculdade Mental!
Leiam algumas colunas do FM do Dia Internacional das Mulheres de 2008:
http://www.faculdademental.com.br/editorial2.php?not_id=0001503
http://www.faculdademental.com.br/manchetesSemana2.php?not_id=0001509
http://www.faculdademental.com.br/falouTaFalado2.php?not_id=0001517
A CASA DAS SETE MULHERES
No Dia Internacional da Mulher, nada melhor do que ver as representantes do sexo feminino tomando as rédeas do poder e ocupando cargos antes exclusivos dos homens. Em Itajubá, sete mulheres fazem parte do primeiro escalão da prefeitura. Elas lideram secretarias "de peso", como as de governo, administração, cultura e assistência social. Segundo o prefeito Jorge Mouallem, o critério para a escolha das secretárias foi a competência técnica. A população da cidade até apelidou a prefeitura de "a casa das sete mulheres".
Élder Martinho - Fonte: O Tempo - 08/03/09.
Prefeitura de Itajubá - http://www.itajuba.mg.gov.br/
PRIMEIRO ESCALÃO - UMA MULHER PARA CADA QUADRO HOMENS
Levantamento da Secretaria Especial de PolÃticas para as Mulheres mostra que nas prefeituras de todas as 26 capitais brasileiras há apenas 79 mulheres (19,85% do total) ocupando cargos de secretárias municipais, enquanto o número de secretários do sexo masculino chega a 319. São cerca de duas mulheres para cada oito homens indicados. Apesar da tÃmida estatÃstica, esse Ãndice é superior ao percentual de prefeitas (9,09%) e vereadoras (12,53%) eleitas em 2008.
Aparte - Fonte: O Tempo - 08/03/09.
Secretaria Especial de PolÃticas para as Mulheres - http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sepm/
REVISTA ELEGE SÃMBOLO DA LUTA FEMININA
A revista “Fórumâ€, lançada em 2001, após o primeiro Fórum Social Mundial, elege este mês “a personalidade que melhor simboliza a luta das mulheres no Brasilâ€. Entre as candidatas estão a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a vereadora por Maceió HeloÃsa Helena (PSOL), a ex-ministra do meio-ambiente, Marina Silva, a deputada federal Luiza Erundina (PSB) e Maria da Penha – que dá nome à lei que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. A vencedora será capa da edição que circulará ainda neste mês de março.
Aparte - Fonte: O Tempo - 08/03/09.
Revista Fórum - http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/
O PAPEL DA PRIMEIRA-DAMA
Com a posse de Barack Obama, a sociedade mundial volta seu olhar ao papel da primeira-dama.
Nova esperança do mundo, Barack Obama aterrisa na Casa Branca ao lado de Michelle, aparentemente bem amparado. Isso posto, pergunto: qual é o papel de uma primeira-dama? De onde vem esta noção de que o casamento com o presidente eleito implica na partilha do poder e dos deveres?
A ideia da primeira-dama nasceu nos Estados Unidos em 1849, quando Dolley, mulher do presidente James Madison, foi proclamada "Primera-dama da América". Mas só 28 anos depois, com a posse de Rutherford Hayes, o tÃtulo começou a ser usado com mais ênfase, como consequência da agenda própria montada pela cara-metade Lucy.
Mesmo assim, a primeira-dama não tem posição eletiva, não tem deveres oficiais e - importante - não ganha salário. Mas comparece a cerimônias e realiza funções de Estado, tanto ao lado como no lugar do presidente. E como poderia ser chamado, por exemplo, o marido da presidenta chilena Michelle Bachelet, já que nunca se ouviu falar nas funções de um primeiro-cavalheiro?
O papel da primeira-dama começa durante a campanha eleitoral, quando o casal se apresenta aos eleitores como se ambos fossem lados da mesma moeda. Enquanto o candidato discursa suas ideias, se espera da futura primeira-dama uma boa apresentação e o interesse por causas justas. Foi o que fez, por exemplo, a primeira-dama Eleanor Roosevelt, estrela de sua geração. Hillary Clinton, por sua vez, deu um passo a frente ao aceitar emprego formal na administração Bill Clinton para desenvolver reformas no sistema de saúde. Já Jacqueline Kennedy abominava a denominação - chegou a dizer que first lady lhe parecia nome de cavalo. Os vizinhos de continente seguiram o exemplo norte-americano. Na Argentina, o papel se "alongou" com duas primeiras-damas na chefia do Estado: Isabelita Perón e agora Cristina Kirchner. Feito que a primeiro-mundialista Hillary Clinton ainda não conseguiu.
Já pela Europa, a história sempre foi diferente. O papel da primeira-dama sempre foi mais discreto. Mas diante da era da polÃtica-espetácular, quem sabe o Velho Continente entre na onda e eleja Carla Bruni nas próximas eleições.
Sonia Racy - Fonte: Tam nas Nuvens - Número 15.
ILUSTRES, BRILHANTES E ANÔNIMAS PROTAGONISTAS DE NOSSA HISTÓRIA
Pouco devem saber os mais jovens sobre as épicas lutas das mulheres, ao longo dos tempos, entre diversos povos e nações, pela conquista da cidadania.
As antiquadas sociedades patriarcais usurparam das mulheres direitos básicos e legÃtimos.
Em verdade, esse passado é pouco conhecido pelos mais jovens em razão de motivos que saltam aos olhos, como uma obviedade: hoje, mais que a conquista de um espaço, a mulher reescreve os rumos da sociedade - também entre povos e nações, como igualmente plurais foram as batalhas diversas.
Bom parâmetro de referência, o Brasil é berço de grandes mulheres. Bertha Lutz foi pioneira da luta pelo voto feminino e pela igualdade de direitos entre homens e mulheres. Maria Quitéria foi a grande heroÃna da Independência do Brasil. Chiquinha Gonzaga, abolicionista, foi a primeira compositora da música popular brasileira, autora de 2.000 belas composições. Maria Úrsula Lencastre lutou, entre homens, em guerras civis europeias no século XVIII.
Citar nomes é justo sim, apesar do contra-senso que seria a presunção de enumerar em tão poucas palavras as grandes mulheres de nossa história.
Primeiro porque seria uma heresia não mencionar a beleza dos versos de Cora Coralina, a revolução promovida por Ana Néri na medicina, as ações sociais de Irmã Dulce, ou o pioneirismo de Raquel de Queirós - primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras.
E, segundo, porque inúmeras são as heroÃnas anônimas. Vencedoras do dia-a-dia. São mães, avós, irmãs, esposas, namoradas, professoras, empresárias, atletas, gestoras, donas de casa, enfim, mulheres.
As conquistas da humanidade não as têm como sÃmbolo. As têm como protagonistas.
Aparte - Fonte: O Tempo - 08/03/09.
A FORÇA DO ROSA CHOQUE
Originário dos embates sociais contra a exploração capitalista e sua incidência diferenciada, o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, mantém acesa a chama da igualdade social entre homens e mulheres. A data representa uma conquista de todos aqueles que sonham em transformar o mundo em um local cada vez melhor para se viver.
InstituÃdo em 1910, durante a 2ª Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, ocorrida na Dinamarca, como deferência à s 129 operárias queimadas vivas, 53 anos antes, no interior da fábrica norte-americana Cotton, a data impõe a disposição da sociedade de manter a luta contra o preconceito e o estigma. Aquelas mulheres foram mortalmente penalizadas porque simplesmente deflagraram uma greve em protesto à jornada de 16 horas e aos salários miseráveis.
A um ano de completar um século de sua instituição, a data ainda representa um marco na luta em favor dos direitos das mulheres, que, apesar da evolução da humanidade, ainda se sentem, em sua maioria, discriminadas socialmente.
Um dos setores mais latentes dessa desigualdade é o polÃtico. Representamos quase 52% do eleitorado brasileiro; constituÃmos, aproximadamente, 42% do mercado de trabalho; e somos responsáveis pelo sustento de cerca de 1/3 de todas as famÃlias brasileiras. Contudo, a nossa participação na polÃtica ainda é bem acanhada: 11,7% na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, 8,2% na Câmara dos Deputados e 12,3% no Senado Federal.
Apesar da participação feminina nas câmaras de vereadores de todo o paÃs ser um pouco maior, 12,5%, ainda assim o Ãndice está muito aquém da importância da mulher no mercado de trabalho e, consequentemente, do aumento de seu poder econômico, além de seu destaque profissional em vários setores.
Contudo, a visibilidade de algumas lideranças femininas no cenário polÃtico internacional vem deixando claro para nós, mulheres, que, apesar de tardiamente, começamos a quebrar velhos paradigmas. Apesar de sermos ainda minoria nesse contexto, já podemos nos orgulhar de mulheres controlando economias ao redor do mundo.
A mulher em seu papel de mãe sempre foi e sempre será valorizada pela sociedade. Não poderia deixar de ser o contrário, pois a sobrevivência humana depende diretamente desse que é um ato de amor à vida. Mas não podemos nos esquecer do todo que representa a figura feminina no mundo atual.
São raros os paÃses que ainda não enxergaram a importância de valorizar o poder feminino como peça fundamental nos campos social, polÃtico e econômico. O Brasil, com certeza, já despertou para isso, mas está longe de exibir um cenário de igualdade entre ambos os sexos.
Reconhecendo que há uma enorme distância entre a intenção e o gesto, entre o discurso e a prática, e entre direitos inscritos nas leis e o dia-a-dia das mulheres, os movimentos feministas estão empenhados em manter o sentido original do Dia Internacional da Mulher.
Cláudia Campolina - Presidente do Mulher Progressista de Minas Gerais (http://www.ppmulher.org.br/site/) - Fonte: O Tempo - 08/03/09.
PERSISTENTE DISCRIMINAÇÃO E A FALÃCIA DE HOMENAGEM À MULHER
A mÃdia, as empresas e alguns homens mobilizam-se, no dia 8 de março, para prestar homenagem à s mulheres, dando impressão de que elas conquistaram o respeito da sociedade contemporânea. A definição de uma data para louvar o sexo feminino denuncia, entretanto, a discriminação que persiste no decorrer do ano, especialmente no que se refere ao universo polÃtico-econômico, pois o privilégio encaixa-se na rotina de louvar minorias sociais e algumas categorias profissionais como estratégia para preservar a dominação por quem estabelece as diretrizes para a convivência em proveito próprio.
É possÃvel afirmar, então, que os discursos não mitigam a cruel realidade de inúmeras mulheres, que são, frequentemente, injustiçadas no mercado de trabalho, sob pretexto de inadequação da sua condição feminina à s responsabilidades inerentes aos cargos ou da criação de melhores oportunidades aos homens, que são vistos como os legÃtimos provedores da famÃlia. Essa discriminação fica mais crÃtica porque fomenta a dependência econômica das mulheres aos pais ou companheiros, principais agentes para a humilhação pública, a agressão fÃsica, a dominação ideológica e o assassinato. Isso persiste em diferentes paÃses do Ocidente e atinge nÃveis assustadores no mundo muçulmano, pois ali os homens têm direito absoluto sobre a vida de suas esposas e filhas.
O Brasil apresenta uma triste realidade em todos esses itens, indicado pelos levantamentos sobre ocupação formal da mão-de-obra, nÃveis salariais e distribuição dos cargos executivos entre os dois grupos. Os percentuais são mais desfavoráveis no que se refere aos agentes polÃticos, pois as mulheres são minoria em todos os Poderes e segmentos do Estado. Nada é, entretanto, tão desolador quando se aborda o assédio sexual, atingindo crianças ou pré-adolescentes no ambiente doméstico, conforme registros nos serviços médicos e nos postos policiais. O drama dessas vÃtimas marca indelevelmente sua história, comprometendo seu futuro, sua auto-estima e seu desenvolvimento psicofÃsico.
A mobilização do Estado brasileiro para punir os agressores é recente, mas muitas mulheres ainda evitam denunciar os criminosos, porque temem represálias posteriores num paÃs que os trata com muita condescendência. Ficam também inseguras quanto ao seu sustento e dos filhos, pois reconhecem sua dependência econômica e não há amparo efetivo para que sejam inseridas imediatamente em programas com reabilitação plena, justamente diante daquela crença generalizada de que as melhores oportunidades no mercado de trabalho cabem aos homens.
Existe, então, a Lei Maria da Penha, mas é preciso criar mais garantias para a construção da cidadania feminina plena, definindo, por exemplo, que a famÃlia deve ser sempre uma eficiente célula protetora para seus membros. Isso exige o estabelecimento de medidas para garantir que os homens nunca transformem o universo doméstico em nicho da arrogância, humilhação, violência sexual e agressão fÃsica. Eles se apoiam numa série de preceitos de que o lar é inviolável para praticar agressão fÃsica, chantagem em relação aos filhos e sevÃcias sobre quem é mais vulnerável, especialmente durante a gestação.
O incesto deve ser punido com mais rigor porque um homem que não controla seus impulsos sexuais pela filha manipula os sentimentos da jovem; compromete o futuro de sua dependente e ignora os problemas de identidade social do possÃvel rebento, que será, ao mesmo tempo, seu filho e neto.
Gilda de Castro - Fonte: O Tempo - 07/03/09.
BRASIL É 106° EM ATUAÇÃO FEMINIMA NA POLÃTICA LOCAL
Apesar de crescente, a porcentagem de mulheres na Câmara brasileira (8,78%) é inferior à representação feminina nas Casas de paÃses como Argentina (40%), México (23,2%), EUA (17%) e Venezuela (18,6%). Os números são da ONG IPU (Inter-Parliamentary Union), com sede na SuÃça.
A sub-representação feminina aparece também no Senado, onde as mulheres são apenas 13,6%, quando a média no mundo é de 17,6%. Na Espanha, por exemplo, elas são 30%, na França, 21,9%, e na Argentina chegam a 38,9% do Senado.
Assim como o Brasil, esse último paÃs possui em sua lei eleitoral uma norma que exige dos partidos polÃticos uma proporção entre homens e mulheres no lançamento de candidaturas.
Por aqui, no entanto, apesar de a lei 9.504, de 1997, determinar que as coligações reservem 30% das candidaturas a um dos sexos, os números indicam que a norma não é cumprida.
Nas últimas eleições, por exemplo, em nenhum Estado foi atingido o Ãndice de 30% de mulheres que concorriam a uma vaga na Câmara. O que chegou mais próximo foi o Mato Grosso do Sul, com 25%.
Na disputa por cargos do Executivo, a lei também tem sido deixada de lado. No ano passado, o Amapá foi o Estado com maior percentual de mulheres concorrendo a prefeituras, 17%. A média nacional nos pleitos municipais foi de 10%, apenas 0,5 ponto acima das de 2004, 9,5%.
Números como esses contribuem para que o Brasil se destaque negativamente diante até mesmo de nações onde se diz que a democracia inexiste ou é muito recente.
Segundo ranking da IPU, o paÃs aparece na 106ª posição entre 188 paÃses com participação feminina na polÃtica. Fica atrás de Afeganistão, Iraque e Quênia. Já na América do Sul, está à frente apenas da Colômbia.
Fonte: Folha de S.Paulo - 07/03/09.
IPU (Inter-Parliamentary Union) - http://www.ipu.org/english/home.htm
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