A FĂBRICA DE CRAQUES DO BARĂA
LA MASIA
English:
http://www.nytimes.com/2011/05/27/sports/soccer/la-masia-a-model-for-cultivating-soccer-players.html
La Masia:
http://www.fcbarcelona.com/web/english/club/club_avui/territori_barca/la_Masia/lamasia.html
Segredo:"La Masia", lar das categorias de base catalĂŁs, revelou os trĂȘs finalistas da Bola de Ouro da Fifa. Preocupação com a educação Ă© uma das diferenças claras em relação ao modelo de outros clubes.
O casarĂŁo de pedra, construĂdo no sĂ©culo XVIII como uma propriedade rural, hoje Ă© cercado por estĂĄdios modernos, arranha-cĂ©us e hotĂ©is em um bairro arborizado e de alta classe em Barcelona. Apesar de nĂŁo ser mais uma fazenda, este lugar continua produzindo uma safra bem farta.
A casa, conhecida como La Masia, Ă© o lar simbĂłlico das categorias de base do Futbol Club Barcelona, que ajudou a desenvolver sete dos jogadores que entraram jogando no Ășltimo dia 28, contra o Manchester United, na final da Liga dos CampeĂ”es da Europa.
Devido ao status do Barcelona como um dos melhores e mais atraentes times de futebol, La Masia virou um modelo internacional para o benefĂcio financeiro, atlĂ©tico e social de se criar jogadores em casa. Esse modelo se difere, por exemplo, do padrĂŁo norte-americano de desenvolvimento de jovens atletas, que geralmente Ă© baseado nas escolas. Ele tambĂ©m Ă© diferente do modelo futebolĂstico tĂpico europeu e sul-americano, no qual os melhores jogadores geralmente deixam a escola perto dos 15 anos para dedicar atenção total ao esporte.
Um exemplo da singularidade do clube Ă© que vĂĄrios jogadores do time B - assim como uma das estrelas da equipe principal, AndrĂ©s Iniesta - estĂŁo fazendo faculdade. "Isso surpreende as pessoas", diz Carles Folguera, diretor da residĂȘncia de La Masia.
O sucesso das categorias de base do Barcelona nunca esteve mais evidente do que em 2010, quando trĂȘs atletas formados em La Masia - Lionel Messi, Xavi Hernandez e Iniesta - foram os trĂȘs finalistas da Bola de Ouro da Fifa de melhor jogador do mundo. Naquela oportunidade, Messi ganhou o prĂȘmio pelo segundo ano consecutivo e, neste ano, ele Ă© favorito para ganhar pela terceira vez. Xavi, Iniesta e sete outros jogadores que ganharam a Copa do Mundo pela Espanha foram formados na base do Barcelona.
O mesmo aconteceu com Pep Guardiola, técnico atual do Barcelona, e Guillermo Amor, ex-meio-campista que agora é diretor técnico das categorias de base.
ATENĂĂO TOTAL - Rotina controlada e variada
Aproximadamente 210 garotos entre 7 e 18 anos estĂŁo matriculados nas categorias de base do Barcelona. VĂĄrios meninos entre 11 e 14 anos moram nos dormitĂłrios de La Masia, que tambĂ©m tem uma sala de jantar, biblioteca, sala de jogos e sala de informĂĄtica. Outros 48 atletas de 15 a 18 anos vivem nos quartos destinados aos jogadores da base, que fica em frente ao Camp Nou. Os que sĂŁo da cidade de Barcelona moram em suas prĂłprias casas com seus pais, assim como alguns jogadores que viajam de outros paĂses com suas famĂlias.
No fim do mĂȘs, La Masia fecharĂĄ seu dormitĂłrio, e todas as atividades da categoria de base serĂŁo transferidas para centro de treinamentos do Barcelona na cidade vizinha de Sant Joan DespĂ. A rotina diĂĄria seguirĂĄ. Durante a semana, eles se levantam Ă s 6h45, tomam cafĂ© e saem para a escola regular na cidade Ă s 7h30. Eles estudam das 8h Ă s 14h, voltam para La Masia para comer, descansar e participar dos grupos de estudo obrigatĂłrios. O treinamento Ă© realizado das 19h Ă s 20h45, seguido de jantar.
ESTRATĂGIA - Formar Ă© mais barato do que comprar por aĂ
De um ponto de vista econĂŽmico, produzir seus prĂłprios jogadores nas categorias de base nĂŁo Ă© tĂŁo diferente de produzir seus prĂłprios vegetais em casa. Economiza dinheiro no mercado.
No caso do Barcelona, essa estratégia tem permitido que clube seja criterioso na hora de gastar dezenas de milhÔes de dólares na hora de comprar atletas de outros clubes. Em 2009, o Real Madrid gastou US$ 132 milhÔes só pelos direitos econÎmicos do atacante Cristiano Ronaldo do Manchester United e outros US$ 94 milhÔes pelo brasileiro Kakå do Milan. Desde então, o Real não conseguiu ganhar o Campeonato Espanhol, muito menos a Liga dos CampeÔes da Europa. Mesmo com todo esse investimento, o time de Madri só conseguiu levantar uma taça da Copa do Rei.
"Para o Barcelona, ter que pagar pela transferĂȘncia de estrelas como Messi, Xavi e Iniesta ao mesmo tempo "seria impossĂvel", disse Carles Folguera.
De um ponto de vista estético, o Barcelona direciona seus atletas de 8 e 9 anos de idade a jogar seu estilo fascinante de passes curtos e råpidos. Especialmente para os atletas mais jovens, aprender a jogar com a bola é mais importante do que vencer, o que reflete no futebol bonito que o time vem jogando.
Texto traduzido por AndrĂ© Luiz AraĂșjo.
VIZINHO DO LOCAL, PIQUĂ Ă EXEMPLO
Para o zagueiro Gerard PiquĂ©, a afiliação com o clube Ă© quase vitalĂcia. PiquĂ© cresceu a cinco minutos de La Masia e Camp Nou, estĂĄdio do Barcelona. O avĂŽ dele foi vice-presidente e hoje Ă© responsĂĄvel pelas relaçÔes institucionais do clube com a Uefa. ApĂłs uma passagem pelo Manchester, PiquĂ© retornou ao time de infĂąncia em 2008. "Desde menino, eu era torcedor; eu ia ao estĂĄdio toda semana. Era um sonho jogar pelo Barcelona", disse.
Jere Longaman - The New York Times.
Fonte: O Tempo - 06/06/11.
Reportagem original em inglĂȘs:
http://www.nytimes.com/2011/05/27/sports/soccer/la-masia-a-model-for-cultivating-soccer-players.html
La Masia:
http://www.fcbarcelona.com/web/english/club/club_avui/territori_barca/la_Masia/lamasia.html
HOMENAGEM AO FENĂMENO
Um vĂdeo criado pela Nike faz uma justa homenagem ao jogador, mostrando imagens do que seria a era âa.Râ (antes de Ronaldo) e âd.Râ (depois de Ronaldo).
Confira:
http://www.youtube.com/watch?v=dGpEbQ7dvOE.
Bruno Ferrari - Fonte: Bombou na Web (www.bombounaweb.com.br) - 07/06/11.
O FUTEBOL E SEU PREĂO
O secretårio-geral da Fifa (Federação Internacional de Futebol Associado), JérÎme Valcke, disse que o Qatar "comprou" o direito de sediar a Copa do Mundo de 2022.
Tentou corrigir-se, mas as emendas posteriores de Valcke sĂł pioraram a situação, nesses tempos em que a Fifa e outras entidades ligadas ao futebol e alguns de seus prĂłceres mais destacados sĂŁo envolvidos em denĂșncias de subornos pagos e atĂ© de subornos devolvidos.
Nesse panorama se desenvolvem preparativos para a Copa do Mundo, que o Brasil concordou em realizar. HĂĄ milhĂ”es a serem gastos em obras necessĂĄrias (aeroportos e estradas, por exemplo), mas outras parecem destinadas a gerar "elefantes brancos", como jĂĄ se viu na Ăfrica do Sul e no Rio de Janeiro, para os Jogos Panamericanos.
O leitor deve saber de outro lado dessa questão: atrasar obras tem sido forma de agitar a ansiedade pelo término delas e, assim, facilitar o sobrefaturamento. O estouro dos orçamentos não pode ser visto como fato corriqueiro.
O precedente governador de SĂŁo Paulo e o prefeito desta capital garantiram que nem um real sairia dos cofres pĂșblicos para assegurar jogos por aqui.
Quando hĂĄ isençÔes fiscais concedidas, os milhĂ”es nem mesmo entram nos cofres pĂșblicos. O Corinthians nĂŁo quer a expansĂŁo de mais 20 mil lugares que depois nĂŁo terĂĄ como preencher e da manutenção no novo estĂĄdio. AlguĂ©m vai ter que pagar a conta.
A maior parte do povo quer a sede da Copa do Mundo, mas tem o direito de saber se tanta despesa no esporte profissional Ă© legal.
Ocorre que a Constituição aceita o patrocĂnio de certames esportivos, mas ninguĂ©m duvida que a seguridade social, com saĂșde, previdĂȘncia e assistĂȘncia social, Ă© mais importante para seus usuĂĄrios, mesmo que os gastos com a Copa sejam todos honestĂssimos.
Se o dinheiro a desembolsar em obras para um Ășnico evento do futebol fosse aplicado em hospitais, centros de saĂșde, na assistĂȘncia aos seus segurados, aposentados, beneficiĂĄrios do SUS (artigos 194 a 204 da Constituição) e em moradias para todos, seria melhor.
Os recursos reduzidos da escola pĂșblica nĂŁo permitem preparar o aluno para os embates da vida. Por isso mesmo cada brasileiro tem, mais que o direito, o dever de estar atento e emitir sua opiniĂŁo a respeito, individualmente ou em seu grupo social, porque no fim de tudo o dinheiro sai mesmo de nosso bolso.
As atuais pressÔes de gastos visam o esporte profissional, mas a Constituição privilegia a educação, direito de todos (artigos 205 a 214) e a cultura (215 e 216) e, ao tratar do desporto afirma a prioridade do esporte educacional e amador.
O mesmo se diga de verbas para ciĂȘncia e para a tecnologia, essenciais na melhora da vida do brasileiro. Apesar dessa ordem de preferĂȘncias, nem as verbas dos Jogos OlĂmpicos competem com o futebol.
O povo, tendo o pĂŁo e circo do futebol, vai sentir-se feliz, dizem os espertos. NĂŁo basta. Antes temos de saber se as entidades do futebol merecem confiança, na aplicação das verbas pĂșblicas e se Ă© equilibrada a divisĂŁo dos recursos oficiais com outros interesses da população.
Na esfera federal, a presidente Dilma deve evitar concentração excessiva dos recursos em um segmento da sociedade em detrimento de todos os outros.
Walter Ceneviva - Fonte: Folha de S.Paulo - 04/06/11.
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