FUTEBOL ATÉ EMBAIXO D'ÁGUA
FUTEBOL NO AQUÁRIO
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http://www.thinkgeek.com/geektoys/science/adca/
Já imaginou como seria ensinar um peixinho dourado a jogar futebol, basquete, passar dentro de um tubo e praticar outros esportes? Pois existe (acredite, existe!) um kit, o R2 Fish Training School Kit, especialmente pensado para isso. Surreal! Seu peixinho pode até fazer uma corrida com obstáculos, aquelas do tipo slalon. O kit custa US$ 40 e vem até com DVD de instruções.
Renata Leal - Fonte: Bombou na Web - 28/09/08.
Veja o vídeo:
http://www.r2fishschool.com/
O SITE DO MUSEU DO FUTEBOL
Visite o site do Museu do Futebol - http://www.museudofutebol.org.br/historia/
O MUSEU DO FUTEBOL
No dia 4 de março de 2005, dois meses depois de ter tomado posse de seu curto mandato como prefeito de São Paulo, o atual governador paulista, José Serra, chegou pontualmente às 21h30 em minha casa para participar de uma reunião.
Lembro bem porque ele foi o primeiro a chegar ao encontro que pedira, dias antes, que fosse organizado com gente que pudesse contribuir com uma idéia dele, a de se fazer um Museu do Futebol na cidade de São Paulo.
Alguns nomes o próprio Serra indicou, como o nosso PVC, que impressionava o político pela memória, objetividade e, quem sabe, por desconfiar que ambos tivessem alguma coisa em comum.
Sei que juntamos um belo time: Paulo Calçade, desses caras que sabem tudo, mas não fazem alarde; Celso Unzelte, pesquisador valioso e que acabou sendo essencial para que a coisa andasse, assim como Marcelo Duarte, o homem das curiosidades, que não foi à reunião, embora devidamente convidado, mas que levou as coisas adiante com a conhecida competência.
Mestre Alberto Helena Jr., do "Diário de S.Paulo" e do Sportv, também não pôde ir, mas mandou por escrito a opinião de que o lugar do museu só poderia ser o Pacaembu. José Trajano foi outra ausência sentida no encontro, porque poucos são tão criativos, basta ver a ESPN Brasil que dirige.
Mas Ugo Giorgetti foi e estava certo de que Serra queria salvar o Brasil pelo futebol.
Não era bem assim...
No entanto o diretor do melhor filme sobre futebol já feito por aqui ("Boleiros") e colunista de mão cheia do "Estadão" abrilhantou o papo que teve ainda a generosidade do ex-craque Raí, porque, afinal, Doutor Sócrates teria de ser representado (atenção, é uma brincadeira sem graça com o Raí, que certamente achará graça).
Mas teve mais: teve o editor do "Lance!", Walter de Mattos Junior, que nasceu para empreender; Soninha Francine, que, então, nem sonhava em ocupar, como agora pretende, o lugar que era de Serra e está com Gilberto Kassab, anfitrião da inauguração de amanhã.
Curioso foi que chamei para reunião outro fazedor por excelência, José Luiz Portella, que andava distante de Serra fazia tempo, dessas rusgas que só os tucanos de bico grosso são capazes de entender.
Pois se reaproximaram naquela noite e hoje trabalham juntos.
A bola une, não só pune.
Tudo isso para lembrar que a inauguração de amanhã, três anos e meio depois da primeira reunião, é dessas coisas raras que merecem ser saudadas. Porque coroa uma iniciativa singela que assumiu proporção impensável, graças, também, à associação com a Fundação Roberto Marinho e seu pessoal particularmente talentoso, além de Leonel Kaz, um dos mais inquietos e mobilizadores intelectuais deste país, curador e diretor do museu.
A cidade de São Paulo ganhou um programa imperdível, podem ter certeza a rara leitora e o raro leitor destas mal traçadas linhas.
Como merecem ser visitados os museus do Corinthians -espetacular- e do São Paulo, pioneiro, na Paulicéia. E o do Santos, em Santos.
Juca Kfouri - Fonte: Folha de S.Paulo - 28/09/08.
CIDADE X CIDADE
O secretário de Turismo do Paraná, Celso Caron, apresentou em 29/09 o projeto de Curitiba para a Copa do Mundo de 2014. É foi o capítulo mais importante de uma semana repleta de decisões sobre o Mundial do Brasil.
Até 30/09, as cidades candidatas apresentaram as ações adotadas para sediar a Copa. As que avançaram nas questões políticas estão mais tranqüilas. É o caso de Cuiabá, capital da soja, do governador Blairo Maggi. Não é o de Curitiba, nem o de São Paulo.
A semana lembrou o quadro Cidade x Cidade, do "Programa Silvio Santos", mas os personagens são menos ingênuos do que os estudantes que enfeitavam os estúdios de TV.
Um dos personagens é o ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni. Outro é Francisco Müssnich, cunhado e advogado de Daniel Dantas. Do cenário também fazem parte 18 governadores que já se sentaram à mesa com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Cada um deles manda sua comissão ao Rio, para tentar entrar num mapa que já está quase fechado. O número de capitais contempladas será de oito, no mínimo, e de 12, no máximo. Mas é quase certo que ficará em dez.
Rio, Brasília, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre estão confirmadas, o que não livra paulistas, mineiros e brasilienses de outra disputa -a abertura da Copa. A jóia da coroa é Brasília, porque o novo Mané Garrincha terá suas obras iniciadas em dezembro, enquanto Morumbi e Mineirão vivem de conjecturas.
Aí começam as maiores disputas. Manaus briga com Belém e está em desvantagem, porque o Amazonas não acena com a estrutura do Pará. Como prêmio de consolação, pode ficar com o sorteio dos grupos.
Mato Grosso é o mais bem colocado para ser a sede Pantanal. Blairo Maggi, que já defendeu o desmatamento da Amazônia para plantar comida, está desmatando a Copa. Cuiabá deve ser sede. Manaus, não.
As três favoritas que restam são do Nordeste. Recife está garantida; Salvador, quase. A terceira força é Fortaleza. Nesse mapa, Curitiba dançou, mas Celso Caron viaja ao Rio com a missão de mudar o cenário.
Não existe cidade mais perfeita entre as que terão papel pequeno. Curitiba tem transporte, hotelaria e estádio suficientes para três jogos da primeira fase e um das oitavas-de-final. O que matou Curitiba foram as brigas entre o prefeito Beto Richa e o governador Roberto Requião e os problemas da federação, que não descarta o Couto Pereira, enquanto a Arena da Baixada é o único estádio em obras para 2014.
"Está tudo bem e já fizemos reunião com o Ricardo Teixeira", diz o vice-governador Orlando Pessutti. Não está, porque Teixeira não ficou feliz com as garantias de Requião e porque Curitiba foi a última a se sentar com o presidente da CBF.
Depois de entender o jogo político, pense no aspecto técnico. É impensável Curitiba fora da Copa e Cuiabá dentro. Por quê? O legado. Em 1º de agosto de 2014, o futebol brasileiro terá herdado tudo o que for feito em Curitiba e nada do que se fizer em Mato Grosso, que não tem time nem na Série B desde 1992. Mas o mapa se desenha levando em conta aspectos técnicos e políticos. Se quiser voltar à Copa só sob o argumento técnico, Curitiba fica fora.
Paulo Vinícius Coelho - Fonte: Folha de S.Paulo - 28/09/08.
A CEGUEIRA NO FUTEBOL
A seleção e o futebol brasileiro só terão grandes times se tiverem grandes jogadores de meio-campo.
Como diz um trecho da bela música "É Uma Partida de Futebol", do Skank, "o meio-campo é lugar dos craques, que vão levando o time todo pro ataque".
Todas as principais seleções da Europa, além da Argentina, possuem melhores volantes que o Brasil. O melhor jogador da Eurocopa de 2008 foi o volante Xavi. Desapareceram também os meias armadores, organizadores, típicos jogadores de meio-campo. Kaká é meia-atacante. Lucas, Hernanes e Anderson, bons volantes, são ainda promessas na seleção. Não parece que vão se tornar craques.
Fernando Calanzas destacou em sua coluna um depoimento de Somália, do Fluminense, sobre Anderson, dito em uma reportagem do jornal "O Globo" sobre a saída precoce de jogadores brasileiros para o exterior: "Joguei com Anderson no Grêmio. Aquele jogador habilidoso, que fazia fila driblando, com toque refinado, não existe mais. É agora volante no Manchester United. Ainda é bom, mas não é o mesmo que foi eleito o melhor de todos no Mundial sub-17".
É exatamente o que penso. Após ver Anderson atuar nesse Mundial e em alguns jogos do Grêmio, pensei que ele se tornaria um Ronaldinho (no auge). Ele é hoje apenas um bom volante, burocrático, igual a tantos outros.
Muitos vão falar que Anderson é ainda jovem, em formação. Não é isso que quero dizer. Ele é outro jogador, com outro estilo. Deve melhorar, porém não tem nada a ver com o jovem que encantou a todos.
Mancini deve jogar de atacante, no lugar de Ronaldinho, pela esquerda, como faz há muito tempo na Itália. Apesar de ter sido correta a troca neste momento, o fato é mais uma demonstração da involução do futebol brasileiro. Sai um craque, que foi um dos maiores jogadores da história, e entra apenas mais um bom atacante.
Há muitas outras coisas fora do lugar. A seleção tem, há muitos anos, melhor defesa que ataque. Júlio Baptista joga mais na frente, na criação (ele seria um bom volante), e Anderson mais atrás, na marcação. Josué ataca, e Lucas, que finaliza bem, apenas defende, como no jogo contra a Bolívia. Partida boa é a com muita pegada. Jogador bom é o tático, que faz somente o que o técnico manda e atua em várias posições, mesmo sem brilho em nenhuma.
E existem muitas pessoas satisfeitas, ou melhor, mal-acostumadas. Dizem que está tudo bem, da mesma forma que se cumprimentam nas ruas. É a cegueira no futebol. Quem disser que está ruim é pessimista. É a ditadura do conformismo e da mediocridade.
Tostão - Fonte: Folha de S.Paulo - 28/09/08.
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