COPA 2014
AS 12 CIDADES DA COPA
English:
http://www.fifa.com/aboutfifa/federation/bodies/media/newsid=1064818.html#brazil+2014+host+cities+confirmed
Sem grandes surpresas, a Fifa anunciou as 12 cidades-sedes da Copa de 2014, que será disputada no Brasil. Como era esperado, entre as 17 candidatas, Belém, Campo Grande, Florianópolis, Goiânia e Rio Branco ficaram de fora.
Desta maneira, Porto Alegre e Curitiba (região Sul); São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte (Sudeste); Natal, Recife, Fortaleza e Salvador (Nordeste); Cuiabá e BrasÃlia (Centro-Oeste); e Manaus (Norte) são as 12 escolhidas para abrigar o segundo Mundial de futebol sediado no Brasil.
Na coletiva de Joseph Blatter, presidente da Fifa, o dirigente cumprimentou o Brasil antes de citar as cidades escolhidas. Blatter também lembrou que a Fifa indicaria apenas dez cidades, mas que, por intervenção de Ricardo Teixeira, resolveu escolher 12 sedes.
Manaus venceu um duelo particular com Belém - já que Rio Branco corria por fora - para ser a sede amazônica da competição. A cidade já havia até organizado uma festa para celebrar a indicação, com financiamento da Coca-Cola, também patrocinadora da Fifa.
Manaus recorreu à empresa e à Sony, ambas com sede na capital, para fazer lobby junto à Fifa para incluir a cidade no Mundial de 2014. E as duas atuaram.
Já Cuiabá, capital do Mato Grosso, também teve que superar um duelo para ter sua indicação confirmada, contra Campo Grande, capital sul-matogrossense, como a sede pantaneira do torneio.
A cidade também tinha uma festa pronta para o anúncio, com 12 pontos de concentração, cinco telões espalhados e ainda shows pirotécnicos nas 33 maiores cidades de Mato Grosso. A influência polÃtica de Blairo Maggi, governador do Estado, era tida como decisiva para a confirmação da cidade.
Natal, por sua vez, mostrava confiança e enfrentava Florianópolis pela vaga de uma cidade de porte menor, mas com forte apelo e estrutura turÃstica. A capital potiguar planejou uma festa, até com a presença de DJs, na Ponta Negra, um de seus principais cartões-postais.
Assim como Rio Branco, Goiânia tinha poucas chances de ser confirmada, principalmente por conta da pouca distância em relação à sede BrasÃlia - de aproximadamente 200 km.
As outras nove cidades escolhidas já figuravam na lista de certezas como sedes da Copa de 2014. Todos os 12 municÃpios que abrigarão o evento já tem a promessa de receberem investimentos do governo federal para obras de infraestrutura, especialmente em meios de transporte.
Fonte: O Tempo - 01/06/09.
Leia mais:
http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/05/94585-brasil+conhece+as+12+cidades+que+receberao+partidas+da+copa+de+2014.html
No site da Fifa:
http://www.fifa.com/aboutfifa/federation/bodies/media/newsid=1064818.html#brazil+2014+host+cities+confirmed
O PORTAL DA COPA
Já está no ar o portal http://www.copa2014.org.br/. O site traz informações sobre os preparativos do Brasil para a Copa, como os projetos das arenas e de infraestrutura das cidades, mas trata também de futebol, cultura e turismo.
Fonte: Sinaenco (http://www.sinaenco.com.br/)
AS CARCAÇAS
Foi consenso entre cartolas da Fifa em Nassau que nenhuma das 12 cidades escolhidas têm projetos sólidos para a Copa-14. Na verdade, a entidade avalia todos como superficiais e fará, a partir do congresso técnico do próximo dia 8, no Rio, cobranças periódicas sobre as estruturas. O principal problema é a viabilidade financeira dos estádios. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, deu a palavra ao presidente Lula que não precisará de dinheiro público e que a própria entidade ajudará as cidades a encontrar parcerias no estádios.
Painel FC - Fonte: Folha de S.Paulo - 01/06/09.
MARCA SAMPA
A logomarca oficial da cidade de São Paulo para a Copa de 2014 estará presente, a partir de agora, em todo material de comunicação do mundial que mencionar a capital paulista. O trabalho é assinado pela MPM Propaganda e foi encomendado pela São Paulo Turismo, cliente da agência.
Mercado Aberto - Guilherme Barros - Fonte: Folha de S.Paulo - 01/06/09.
Confira a logomarca de Sampa: http://portalexame.abril.com.br/blogs/4p/20090531_listar_dia.shtml.
MPM Propaganda - http://www.mpmpropaganda.com.br/
MATEMÃTICA: PREVISÃO DE GASTOS SUPERAM ORÇAMENTO DAS CIDADES
A comparação do que as cidades escolhidas para a Copa pretendem gastar em obras para o evento com suas realidades financeiras é enorme. Algumas planejam obras que vão custar muito mais que os orçamentos de um ano de suas prefeituras. Manaus, por exemplo, projeta investir R$ 6 bilhões visando o Mundial, ou quase três vezes seu orçamento em 2009. Fortaleza fala em R$ 9 bilhões para a Copa, contra R$ 3 bilhões de sua peça orçamentária.
Fonte: Folha de S.Paulo - 01/06/09.
FAZENDO AS CONTAS
Passada a euforia com o anúncio das cidades que serão sedes da Copa, é hora de fazer as contas. As estimativas de gastos com as 12 arenas esportivas para os jogos superam os R$ 5 bilhões. A adequação de um só estádio, em Manaus, está orçada em R$ 500 milhões. A reforma do Mineirão deve consumir R$ 260 milhões apenas com a magnÃfica cobertura.
QUEM CONTROLA?
Cifras astronômicas para obras faraônicas. E são cifras iniciais. Vai se gastar muito mais. A experiência diz que orçamentos crescem durante a construção de estruturas esportivas. Na Ãfrica do Sul, os gastos com estádios já passaram em 25% o orçamento da Copa de 2010. O Pan no Rio bateu recorde de extrapolação: previram-se R$ 500 milhões e gastaram-se R$ 4 bilhões.
NOSSO DINHEIRO
Os EUA organizaram uma Copa (94) e duas OlimpÃadas (84 e 96) apenas com dinheiro privado. Mas é um caso isolado. Na maioria dos paÃses, esses eventos são custeados pelo poder público. No Brasil, os gastos com estádios acabarão debitados nas contas de prefeituras e Estados. E o governo federal arcará com as obras de infraestrutura - o PAC da Copa. Tudo dinheiro do contribuinte.
ROMBOS E ELEFANTES
Dizem que o preço compensa, pois eventos esportivos dão retorno. Será? A OlimpÃada deixou para a Grécia um rombo de US$ 7,8 bilhões, além de uma megaestrutura sem muito uso. O saldo do Pan do Rio é um elefante esportivo que ainda está por se pagar. Os EUA estimavam ganhar US$ 4 bilhões com a Copa e tiveram prejuÃzo de US$ 9 bi. Até a Copa alemã, a mais rentável de todas, não foi lá essas coisas: investiram-se 10 bilhões de euros e arrecadou-se 1/5 quinto disso com patrocÃnios, merchandising e ingressos.
NÃO É O QUE PARECE
O argumento de que a Copa fomenta o crescimento econômico também é controverso. A Alemanha previa 100 mil novos empregos e contabilizou 50 mil. A Coreia do Sul esperava 500 mil turistas e recebeu 50% deles. Enfim, a Copa pode não ser um negócio tão bom como alardeado. A festa é que é boa. E eleva a autoestima nacional - embora a autoestima brasileira pudesse ficar mais elevada se os bilhões dos estádios fossem usados, por exemplo, para urbanizar favelas, sanear esgotos e construir metrôs.
Raquel Faria - Fonte: O Tempo - 02/06/09.
DE ARREGALAR
O site Agência Minas, do governo mineiro, informa que o custo das obras no complexo Mineirão/Mineirinho está previsto em R$ 1 bilhão - quase o preço d a Cidade Administrativa. Será o mais caro projeto entre os estádios a serem reformados ou construÃdos para a Copa de 2014. Para atrair a abertura do Mundial, o governo quer transformar o Mineirão numa maravilha de arregalar olhos: o maior e mais moderno estádio, semelhante ao Wembley londrino.
PÉ NO CHÃO
Para comparação, a reforma do Morumbi na capital paulista está orçada em R$ 135 milhões. Apesar das ressalvas feitas pela Fifa e da ameaça de perder o jogo de abertura da Copa, o Morumbi deverá se restringir a uma reforma menos suntuosa e mais econômica, financiada com recursos de seu dono, o clube São Paulo. O governador José Serra voltou a dizer que não dará nenhum centavo do tesouro estadual para obras no estádio.
Raquel Faria - Fonte: O Tempo - 03/06/09.
ACABOU A FARSA
O presidente da CBF acredita que vive num paÃs de néscios, razão pela qual passou meses repetindo que a Fifa é quem escolhe as cidades-sede da Copa do Mundo. Verdade que há ex-jornalista em atividade que repete a falácia na TV, apesar de saber que o formal não existe no futebol, só existe o informal e a politicagem.
Mas vale saudar a escolha de quatro cidades do Nordeste, região que mais tem a ganhar com a Copa. E lamentar a escolha de Cuiabá, no Mato Grosso do governador "motosserra de ouro", tÃtulo dado a Blairo Maggi pelo Greenpeace, em homenagem ao maior produtor de soja do mundo e um dos maiores desmatadores do paÃs.
Para uma Copa que se pretende ecológica, nada menos apropriado, embora Maggi tenha bem mais de um milhão de razões para influenciar decisões no mundo do futebol. Tão natural como a escolha de Manaus para representar a espoliada Amazônia, apesar de Belém ter mais tradição futebolÃstica, teria sido a de Campo Grande para mostrar as belezas do Pantanal. Mas, de tudo, o que mais salta aos olhos é a indefinição sobre quem fará a abertura da Copa. Claro está que Ricardo Teixeira esperará quanto tempo puder para se definir entre São Paulo e Minas Gerais, ou melhor, entre José Serra e Aécio Neves, além de guardar BrasÃlia como uma terceira hipótese, mais para constar e disfarçar o que está, de fato, em jogo.
Não fosse a dúvida sobre qual dos dois será o candidato tucano à sucessão de Lula e o cartola já teria se resolvido pelo ungido, embora seu coração penda claramente para Neves, seu amigo e mais parecido com o yuppie Fernando Collor -até pelo silêncio que impõe à imprensa mineira, como se fosse a alagoana-, a quem o ex-genro de João Havelange chamava de "meu presidente". Se ele pudesse ver José Serra pelas costas já estaria vendo, também pela presença de José LuÃs Portella no governo paulista, alguém que Teixeira desgosta tanto que ameaçou não entrar na cerimônia de lançamento do Museu do Futebol, no Pacaembu, quando soube da presença do atual secretário dos Transportes Metropolitanos no local. Portella, lembremos, foi o arquiteto do Estatuto do Torcedor.
A fragilidade do primeiro projeto de reforma do Morumbi foi a senha para justificar a dúvida, embora até o mais ignorante dos cartolas da Fifa saiba que São Paulo é a principal cidade do paÃs, palco óbvio, ao menos, para a abertura da Copa.
Que o Mineirão é mais agradável que o Morumbi ninguém pode negar. Só que como nada justifica a construção de uma arena para a Copa em São Paulo, a não ser a ganância dos de sempre, a festa inaugural tem de ser mesmo na casa tricolor. De resto, é bom dizer que orgulha trabalhar num jornal que tenha feito o editorial que esta Folha fez, no sábado, sobre a miséria de nosso futebol. E tenha dado a cobertura que deu, ontem, sobre a escolha das sedes, revelando quem é quem na Fifa e suas folhas corridas. Em vez da celebração acrÃtica que cabe aos publicitários e aos donos da bola, o dedo nas feridas. E não porque a CBF discrimina a Folha, mas porque o jornal não bajula a CBF para ter furos.
Juca Kfouri (http://blogdojuca.blog.uol.com.br/) - Fonte: Folha de S.Paulo - 01/06/09.
CURIOSIDADES SOBRE A BOLA DE FUTEBOL
- Até os anos 70, o design da bola tinha gomos de duas cores, para dar mais visibilidade nas TVs em preto-e-branco;
- O Paquistão é o maior produtor de bolas do mundo. Lá, elas são fabricadas a mão por 0,75 dólar. Na Europa, são vendidas por até 125 dólares;
- A pancada de uma bola chutada a 120 km/h é equivalente à de um tijolo de 1 quilo caindo do oitavo andar;
- PaÃs do futebol? É a Inglaterra. Eles são tão fanáticos que a média de público na segunda divisão inglesa é 50% maior que a do Brasileirão.
Fonte: Super Interessante.
DVD DO TIME
A divisão de vÃdeo da Fox no Brasil vai lançar filmes sobre a história de times de futebol do paÃs e vendê-los como produtos oficiais dos clubes. O primeiro deles, com investimento de cerca de R$ 2 milhões, é o do Corinthians, que será lançado em julho. Segundo Dilson Santos, vice-presidente da Fox para a América Latina, o projeto inclui 14 times. O Santos já está fechando contrato, e o São Paulo e o Palmeiras começaram as negociações. O potencial desse negócio convenceu os executivos da matriz, nos EUA, a abrirem exceção à s produções da filial brasileira no paÃs. Hoje, as produções da Fox são centralizadas nos EUA e na Austrália, mas, nesse projeto, serão feitas por estúdios independentes no Brasil.
Mercado Aberto - Guilherme Barros - Fonte: Folha de S.Paulo - 03/06/09.
UM TIME DO BRASIL
A revista Monet convocou um tima de especialistas para formar uma seleção nacional com apenas jogadores que a torcida vê todas as semanas brilhando nos nossos gramados.
O resultado:
Bruno (Flamengo)
Léo Moura (Flamengo)
André Dias (São Paulo)
Miranda (São Paulo)
André Santos (Corinthians)
Ramires (Cruzeiro)
Hernanes (São Paulo)
Elias (Corinthians)
Wagner (Cruzeiro)
Nilmar (Internacional)
Ronaldo (Corinthians)
Fonte: Monet - Número 75 - Junho 2009.
FALTOU COMBINAR COM OS RUSSOS
Os fundos de investimento viram no futebol brasileiro uma chance única de lucrar e compraram jogadores às dezenas - já na hora de vender...
O mês de junho é o mais aguardado do ano para quem ganha - ou tenta ganhar - dinheiro com futebol. É a partir de junho, afinal, que os grandes clubes europeus vasculham o mundo em busca dos maiores talentos disponÃveis no mercado. Habitualmente, fazem isso com bilhões de dólares em suas carteiras. Nos últimos cinco anos, o dinheiro desembolsado por esses clubes só cresceu. Impulsionada pelo apetite gastador de magnatas russos, xeques árabes e clubes tão ricos quanto grandes empresas, a venda de jogadores de futebol se tornou um negócio em que era aparentemente impossÃvel perder dinheiro. Somente no ano passado, os 20 maiores clubes do mundo gastaram o equivalente a cerca de 3 bilhões de reais na compra de jogadores. Tamanha quantidade de dinheiro atiçou a ambição de um pequeno grupo de investidores brasileiros. Nomes como a Traffic, tradicional empresa de marketing esportivo, fundada pelo empresário J. Hawilla, e a varejista Sonda criaram uma estratégia de investimento peculiar. Primeiro, compram uma parte ou 100% dos direitos econômicos de jogadores que julgam promissores. Depois, esperam vender esses jogadores para clubes europeus por um múltiplo do valor pago inicialmente. Em 2008, esses grupos investiram mais de 100 milhões de reais na compra de jogadores, um recorde absoluto na história brasileira. Parecia uma estratégia certeira num paÃs tido como o maior "celeiro de craques" do planeta. Mas junho está chegando - e, desta vez, será o mais cruel dos meses para quem investiu no futebol brasileiro esperando lucros fáceis.
A razão para isso é simples - a crise chegou ao mundo do futebol, e com dois vetores. O primeiro é a falta de crédito no mundo. Os clubes estrangeiros, sobretudo os de médio porte, sempre tiveram a ajuda de bancos para fazer a aquisição de atletas. Com a crise e o crédito escasso, os times passaram a ter poucas fontes de financiamento para contratar novos jogadores. No começo de 2009, por exemplo, o Hamburgo, da Alemanha, não obteve crédito do banco para pagar uma fatura de 6 milhões de euros devidos ao grupo Sonda pela contratação do meia Thiago Neves, hoje no Fluminense. "Não conseguimos descontar as notas promissórias emitidas pelo clube", diz o executivo Roberto Moreno, presidente do grupo Sonda. "Fomos forçados a conceder um desconto de 12% para receber o dinheiro." O segundo vetor é a ruÃna dos donos de clubes europeus, que nos últimos anos se transformaram nos maiores compradores de jogadores do mundo. O quadro mais desastroso é o do russo Roman Abramovich, um dos homens mais ricos do planeta e proprietário do clube londrino Chelsea. Sua fortuna pessoal, que era de 16,7 bilhões de euros no ano passado, caiu para 2,3 bilhões. O magnata passou a estudar a venda do Chelsea em razão de seu empobrecimento. "Vivemos uma espécie de bolha no futebol", diz o advogado Ivandro Sanchez, especialista em esportes e sócio do Machado, Meyer. "Agora, essa bolha estourou." Em 2009, o total gasto em contratações caiu pela metade em centros como a Itália.
O efeito dessa soma de fatores é evidente - será praticamente impossÃvel vender jogadores a preços astronômicos a partir de junho, quando se abre a chamada janela de transferência, perÃodo em que os clubes da Europa são liberados para contratar. "As ofertas sumiram", diz Júlio Casares, diretor de marketing do São Paulo, atual campeão brasileiro. Estima-se que o valor de mercado dos jogadores tenha caÃdo em média 50% em menos de seis meses. Diante disso, os investidores que compraram jogadores têm duas opções. Aceitar os descontos ou segurar seus atletas por mais uma temporada e aceitar o enorme risco que isso traz. A Traffic, por exemplo, espera vender apenas 15 dos 23 jogadores que pretendia negociar em 2009. "A crise nos preocupa porque o dinheiro no mundo diminuiu", diz Juliz Mariz, presidente da Traffic, que já investiu mais de 85 milhões de reais na compra de jogadores. "Estamos abertos a negociar até 20% do preço-alvo. Abaixo disso, não há conversa." Em maio, espalharam-se rumores de que o grupo Sonda estaria deixando o mercado, vendendo a preço de banana seus 30 jogadores (que custaram estimados 60 milhões de reais). O Sonda nega. "Nossos jogadores valem hoje cerca de 400 milhões de reais", diz Roberto Moreno, presidente do grupo Sonda.
A estratégia de investimento na compra de jogadores pode ser comparada à de fundos especializados na compra de fatias de empresas iniciantes (ou venture capital). Trata-se de um negócio de altÃssimo risco. Uma contusão pode botar todo o investimento a perder. Um técnico mal-humorado pode colocar o jogador na reserva e tirar seu valor de mercado. E, claro, o atleta pode se provar um fiasco puro e simples (veja quadro na pág. 63). A esperança de quem investe em futebol é ganhar muito dinheiro com os poucos jogadores que dão certo, compensando o prejuÃzo causado pelos muitos que dão errado. A venda do zagueiro Breno mostra como uma boa tacada pode render. Em meados de 2007, o Sonda comprou 30% dos direitos econômicos do jogador por
250 000 dólares. Em dezembro do mesmo ano, essa fatia foi vendida por 5,7 milhões de dólares ao Bayern de Munique, da Alemanha. Em seis meses, portanto, o jogador deu um retorno de mais de 2 000%. Para a maioria dos clubes de futebol, por sua vez, a parceria dos investidores injeta um dinheiro que, sozinhos, os times não teriam condições de levantar para contratar novos atletas. "Além disso, o clube fica com uma parte da venda do jogador. No nosso caso, o percentual equivale a 20% do lucro da transação", diz o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, presidente do Palmeiras, que já embolsou 2,5 milhões de euros na parceria que tem com a Traffic desde novembro de 2007. Em 2008, a Traffic criou um veÃculo de investimento, o Cedro, que levantou 40 milhões de reais com 21 investidores. Com isso, comprou 37 atletas, 13 deles hoje jogando no Palmeiras. O plano de levantar o Cedro II foi adiado em razão do desaquecimento do mercado.
Apesar do cenário cinzento, os executivos alimentam uma esperança em relação aos próximos meses - a de que algumas megatransferências deem fôlego a um novo ciclo de contratações. Espera-se que os três jogadores mais badalados do momento, o brasileiro Kaká, o argentino Messi e o português Cristiano Ronaldo, sejam negociados por valores que devem girar em torno de 100 milhões de euros. "Isso pode provocar um efeito cascata. O clube que receber dinheiro de uma transação dessa magnitude vai procurar jogadores mais baratos", diz Mariz, executivo da Traffic. O problema, nesse caso, é que a imagem dos jogadores brasileiros não é das melhores nos grandes centros. Em abril, o clube italiano Internazionale, de Milão, rescindiu contrato com o atacante Adriano. A rescisão com a Inter ocorreu depois de várias polêmicas envolvendo o jogador. Adriano faltava com frequência nos treinos e não se reapresentou ao clube italiano depois das partidas com a seleção brasileira pelas eliminatórias da Copa. Recentemente, anunciou que "gostaria de dar um tempo na carreira". Livre para negociar com outros clubes, fechou com o Flamengo. "Isso faz com que os jogadores brasileiros percam valor", diz Sanchez, do Machado, Meyer. Há outros casos notórios de problemas pessoais envolvendo craques brasileiros, como Ronaldinho Gaúcho, Robinho e Ronaldo. Para quem investe em futebol por aqui, a chave para o lucro é uma equação um tanto complexa - dinheiro sobrando na Europa, sucesso dentro de campo e uma vida tediosa do lado de fora.
Fonte: Exame - Edição 944.
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