RETROSPECTIVA 2007
SÃO PAULO CAMPEÃO BRASILEIRO
Na foto: O goleiro Rogério, do São Paulo, ergue o troféu do Brasileiro.
Fonte: Folha de S.Paulo - 23/12/07.
PELÉ
"Enquanto os políticos fazem besteira no Brasil, o nosso futebol faz bonito no exterior. O futebol lava a cara do Brasil." Pelé, ao receber um troféu da Fifa "em reconhecimento por seus excepcionais serviços para o futebol", na mesma cerimônia em que Kaká, Marta e Buru (futebol de areia) foram premiados como os melhores do mundo.
Fonte: Veja - Edição 2040.
OS MELHORES, E OS PIORES, DO ANO
O ano acabou.
Ótimo 2007 para o Milan, melhor ainda para Kaká. Até porque Kaká não teve nada a ver com as lambanças da direção do Milan, que, a rigor, não poderia ser o campeão mundial de 2007, já que se valeu de uma entrada pelos fundos na Copa dos Campeões depois do escândalo de corrupção em que se envolveu.
Mas o mundo do futebol é assim, infelizmente: bonito nos gramados, imundo fora dele. Ano bom também para o segundo pentacampeão brasileiro, o São Paulo, como para o primeiro, o Flamengo, que viu sua torcida dar show no Maracanã. O tricolor paulista tem tudo para se dar bem também no ano que entra e precisa resolver se volta a acatar o penta rubro-negro, como sempre fez, ou se aceita que é apenas campeão mundial uma vez, como quer a burra Fifa.
Ano péssimo para o Corinthians, em todos os sentidos, e ainda pior porque incapaz de marcar a renovação imprescindível depois da aventura com a MSI, uma aventura que, com outras nuances, o Palmeiras teima em repetir, juntando-se com quem não deveria até mesmo no projeto do novo estádio.
Ano terrível para sete famílias de sete torcedores assassinados pela irresponsabilidade dos que permitiram a tragédia da Fonte Nova, uma tragédia que surpreende apenas por não acontecer mais vezes nos maltratados estádios do país. Como foi ruim para o dinheiro público, destratado com requintes na organização do Pan-2007, uma festa bacana por fora, podre por dentro e disposta a se repetir em doses ainda maiores não só na Copa-2014 como na candidatura de fantasia do Rio-2016, com o aval do governo federal.
Governo federal que se acumpliciou de vez com o que há de pior em nosso esporte e ainda premiou os sonegadores com uma loteria de nome Timemania e com uma lei de incentivo ao esporte que já começou a mostrar o que se sabia de antemão ao distribuir recursos para quem menos precisa.
Enquanto isso, o combate à violência nos estádios virou letra morta, em alguma gaveta do Ministério do Esporte ou do Ministério da Justiça, depois de tanta espuma. Ano novamente excelente para o vôlei masculino, com um nível de excelência poucas vezes visto em qualquer esporte em qualquer parte do mundo, mesmo diante do trauma da perda de um levantador como Ricardinho, que, tomara, se resolva antes de Pequim.
Saldo mais que positivo para a seleção brasileira de Dunga, campeã da Copa América depois de jogar mal e porcamente, mas, sem dúvida, ganhá-la com uma atuação inesquecível diante da Argentina, que sentiu na pele a dor que a torcida brasileira conheceu na Copa do Mundo de 1982, para não falar na de 1950. Coisas do futebol.
Futebol que ainda teve um Santos que apenas salvou as aparências, porque gastou muito mais do que obteve, e um Fluminense que começou a obter algo próximo ao que tem gastado.
E nem gremistas nem colorados devem se queixar, porque os primeiros foram até longe demais no vice da Libertadores e os segundos passaram 2007 com as doces e empolgantes lembranças de 2006.
Juca Kfouri - Fonte: Folha de S.Paulo - 23/12/07.
RANKING 2007
A edição 2007 do Ranking Folha do futebol brasileiro não apresenta, como em 2005 e no ano passado, um clube que tenha conquistado pontuação muito superior aos demais.
Depois de São Paulo e Internacional registrarem performances quase centenárias nos últimos dois anos, puxadas pelos títulos da Libertadores da América e do Mundial de Clubes da Fifa, a edição desta temporada não teve nenhum time somando mais de 30 pontos ao seu currículo histórico.
Mesmo assim, não foram raras as movimentações na lista nacional, que tem o catarinense Figueirense (atual vice-campeão da Copa do Brasil) como novidade -para figurar no ranking, é necessário pontuar em uma competição nacional.
Entre os top 10, o Palmeiras, que não teve afinal seu pedido de transformar a Copa Rio de 1951 em um Mundial de clubes pela Fifa, passou mais um ano em branco e, com isso, perdeu a segunda colocação para o Flamengo. O time rubro-negro somou dez pontos com o título estadual no Rio de Janeiro. Os cariocas ostentam agora 780 pontos, ou dois a mais do que a equipe alviverde, que já figurou até na liderança do ranking.
Lucro ainda maior teve o Santos, com o vice-campeonato do Nacional e o título do Paulista. Com esses 25 pontos ganhos, ultrapassou o Vasco e empatou com o Corinthians na quarta colocação.
No topo, o São Paulo, com o pentacampeonato brasileiro, continua abrindo vantagem. O clube do Morumbi soma agora 881 pontos, simplesmente 101 a mais do que o vice-líder.
Na temporada, porém, foi o Grêmio o clube que mais acumulou pontos -conquistou 27, obtidos com o segundo lugar da Taça Libertadores e o título do Campeonato Gaúcho.
Tal desempenho não foi capaz de tirar o clube gaúcho do oitavo lugar, entretanto o distanciou de seu eterno rival, o Internacional, que, depois de uma performance espetacular na temporada passada, agora só não passou em branco pelos cinco pontos do título da Recopa Sul-Americana.
A equipe colorada permanece, assim, na nona posição, agora com 47 pontos a menos do que o arqui-rival tricolor.
O Corinthians, além de ficar fora dos mata-matas do Paulista, cair na Copa do Brasil em pleno Pacaembu e amargar o histórico rebaixamento para a segunda divisão do Brasileiro, terminou a temporada de 2007 sem somar um mísero ponto para a sua conta no Ranking Folha. E agora tem a companhia do Santos na quarta posição. O prejuízo só não foi maior porque o Vasco, o quinto colocado no fim do ano passado, também passou em branco.
Fonte: Folha de S.Paulo - 23/12/07.
RIO SE DESTACA NO MATA-MATA, E SP, NO PONTO CORRIDO
Desde 2003, clubes cariocas têm sido dominantes na Copa do Brasil, enquanto os paulistas comandam o Brasileiro. Em 2008, Estados terão chances iguais de pontuar no Ranking Folha, já que cada um tem dois clubes na disputa da Libertadores.
Nas duas principais competições nacionais que contam pontos para o Ranking Folha do futebol, os clubes cariocas mandam no mata-mata, e os paulistas, nos pontos corridos.
Em 2007, o Fluminense foi o campeão da Copa do Brasil, e o São Paulo triunfou no Brasileiro. Ambos confirmaram a tendência dos últimos cinco anos, quando teve início a era dos pontos corridos no Nacional.
Nesse período, foram dois títulos dos cariocas no torneio eliminatório (e quatro vices). Dos 125 pontos em jogo pela Copa do Brasil, 70, ou 56%, ficaram com times do RJ. Domínio mais forte tem o futebol paulista no Brasileiro em dois turnos. Das cinco edições com a fórmula, foram quatro títulos do Estado e dois vices, ou 65% dos pontos oferecidos pela competição no Ranking Folha.
Para 2008, porém, os cariocas terão que superar a mesma dificuldade que os paulistas têm na Copa do Brasil. Classificados para a Libertadores, Flamengo e Fluminense não jogam o torneio em mata-mata. Nos últimos anos, como emplacou muitos representantes no torneio continental, os paulistas sempre desfalcaram a Copa do Brasil.
A disputa entre os dois Estados promete ser quente em 2008, com Flamengo e Fluminense de volta à Libertadores. Ambos contrataram reforços com fama e mantiveram os treinadores do ano passado.
SP também terá dois times no torneio (São Paulo e Santos) -o Cruzeiro é o "intruso".
Fonte: Folha de S.Paulo - 23/12/07.
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