RONALDO
UM GÊNIO DA BOLA
English:
http://www.fifa.com/worldfootball/clubfootball/news/newsid=1382467.html
http://www.hurriyetdailynews.com/n.php?n=football-brazilian-legend-ronaldo-retires-2011-02-14
Video:
http://www.youtube.com/watch?v=j50ZIyRRj6o
Ronaldo anuncia o fim de sua carreira.
Dezoito anos depois de sua estreia pelo Cruzeiro, com mais de 400 gols em sete clubes e na seleção brasileira, incluindo 15 gols em Copas, e o único brasileiro a ter sido eleito três vezes melhor jogador do mundo pela Fifa (1996, 1997 e 2002), o atacante do Corinthians cedeu ao cansaço. "Não aguento mais", disse ontem ao jornal "O Estado de S. Paulo".
"Eu queria continuar, mas não consigo. Penso uma jogada, mas não executo como quero. Tá na hora de parar. Mas foi lindo pra caramba".
Ronaldo tinha contrato com o Corinthians até o fim do ano, mas a desclassificação na pré-Libertadores diante do Tolima, na Colômbia, o desanimou.
Com nove cirurgias na carreira, duas delas depois de ruptura total do tendão patelar de cada joelho, e inúmeras lesões musculares, seu corpo vinha dando sinais graves nos últimos meses.
Nos treinos, não podia correr demais que ambos os joelhos inchavam. "Até para subir escada sinto dores", disse Ronaldo, que fez apenas 12 gols em 27 jogos em 2010 e não marcou neste ano em quatro jogos disputados pelo Timão.
Ter saído no final de 2009, depois de ganhar dois títulos pelo Corinthians e marcar 23 gols em 38 jogos, teria sido melhor? "Não, eu queria terminar a carreira com o gosto da vitória na Libertadores. Infelizmente, não foi possível. O ano passado foi complicado, as lesões foram cruéis comigo".
Explosão. Ronaldo diz que os acontecimentos com a torcida depois da eliminação diante do olima, que levaram o amigo Roberto Carlos a ir embora para a Rússia, não foram a causa de sua aposentadoria. Há uma semana, chegou a dizer em seu Twitter que não ia "dar esse gostinho" para os vândalos e críticos. Mas pensou melhor: "Eles não importam. O que importa é que fui até onde pude".
Os números de sua carreira em 2010 e 2011 contrastam com o do menino franzino que com 16 anos apareceu fazendo um gol por jogo no Cruzeiro, foi para o PSV, da Holanda, e continuou com essa média até chamar a atenção do Barcelona. Ali, antes mesmo de fazer 19 anos, explodiu para o mundo. Em 49 jogos fez 47 gols, alguns dos quais antológicos, como aquele contra o Santiago de Compostela, quando atravessou meio campo driblando quatro adversários.
Na Inter de Milão, em 1997, ganhou o apelido de "Fenômeno" por sua combinação de arranques velozes com dribles curtos e gols de todos os tipos, até mesmo de falta. No Real Madrid, de 2002 a 2006, fez mais de cem gols e entrou para a lista dos cinco maiores artilheiros do clube. E na seleção brasileira esteve na campanha vitoriosa de 1994 (embora não tenha entrado em campo), foi vice em 1998 e campeão em 2002, quando fez oito gols em sete jogos, incluindo o gol da semifinal contra a Turquia e os dois da final contra a Alemanha. É o segundo maior artilheiro da seleção canarinho, atrás apenas de Pelé.
Polêmicas. A carreira também foi marcada por polêmicas pessoais e esportivas, como a convulsão inexplicada antes da final da Copa de 1998 e o sobrepeso que a torcida passou a acusar a partir de 2005. Mas, por mais rigoroso que seja o balanço, é difícil discordar da síntese que ele mesmo fez de sua carreira: "Foi lindo".
Extra-campo
Badalação. A vida do Fenômeno foi tão intensa dentro quanto fora de campo. Várias amoradas, três casamentos - um deles, relâmpago com Daniela Cicarelli, foi realizado num suntuoso castelo na França - e quatro filhos, o último reconhecido no ano passado. Ronaldo também se envolveu em uma série de escândalos, como a ida a um motel com três travestis após uma noite em uma boate no Rio de Janeiro, em 2007.
Artilheiro
15 gols
fez Ronaldo em três Copas, o maior artilheiro dos Mundiais
62 gols
fez pela seleção brasileira, atrás apenas de Pelé (95)
Bilionário
R$ 1 bi é a estimativa
da fortuna acumulada pelo jogador ao longo da carreira
R$ 400 mil
era o salário de Ronaldo no Timão, fora a publicidade
Fonte: O Tempo - 14/02/11.
Video:
http://www.youtube.com/watch?v=j50ZIyRRj6o
HOMENAGEM DO CORINTHIANS
http://www.corinthians.com.br/portal/capa/
http://www.corinthians.com.br/prasemprefenomeno/
HOMENAGEM DA FIFA
http://pt.fifa.com/worldfootball/clubfootball/news/newsid=1382723.html
APOSENTADORIA DE RONALDO REPERCUTE INTERNACIONALMENTE
Confira:
http://www1.folha.uol.com.br/esporte/875250-aposentadoria-de-ronado-repercute-internacionalmente.shtml
"BRILHANTE" (http://www.guardian.co.uk/football/2011/feb/14/ronaldo-brazil-retirement)
Para além dos sites esportivos, a aposentadoria de Ronaldo ocupou os canais de notícias, da Al Jazeera à CNN, e as páginas iniciais do "China Daily" (http://www.chinadaily.com.cn/sports/2011-02/14/content_12001361.htm) ao "Wall Street Journal" (http://blogs.wsj.com/dailyfix/2011/02/14/the-original-ronaldo-walks-away/). O "NYT" (http://www.nytimes.com/2011/02/15/sports/soccer/15iht-SOCCER15.html?_r=1&src=me), sob o título "Ronaldo pode estar indo embora, mas sua alegria sobrevive", saudou "o verdadeiramente grande Ronaldo".
Já na home do francês "Le Monde" (http://www.lemonde.fr/sport/article/2011/02/14/du-fenomeno-a-el-gordo-la-carriere-de-ronaldo-en-videos_1480037_3242.html), "De Fenômeno a El Gordo, a carreira de Ronaldo". O espanhol "El País" abriu foto no alto e chamada para seis posts. No enunciado principal, "Adiós, Fenómeno".
Nelson de Sá - Toda Mídia (www.todamidia.folha.blog.uol.com.br) - Fonte: Folha de S.Paulo - 15/02/11.
O ADEUS MAIS DIFÍCIL
Dois craques explicam por que é tão duro pendurar as chuteiras: para Falcão, o Rei de Roma, "só o jogador de futebol morre duas vezes"; para Sócrates, o Doutor, "jogadores não abandonam o futebol. O futebol é que os abandona".
O Rei Pelé soube parar, deixando saudades.
Zico e Zidane também, mas são casos raros.
Romário inventou os tais mil gols, embora soubesse que eram os mil gols só dele, incluídos até os que fez como infantil. E jogou até depois dos 40.
Rivaldo está aí, quase aos 39, insistindo, pelo prazer de jogar, pela vaidade de ouvir uma multidão entoar seu nome.
Sabe lá o que é ter o nome cantado, sistematicamente, por 50, 80, cem mil pessoas?
Políticos, em regra, só em momentos muito especiais. Ou no funeral.
E popstars, quando fazem shows em estádios de futebol.
Já os atletas, com frequência, duas vezes por semana, razão pela qual Zico certa vez declarou que tinha medo de um dia parar num cruzamento em Copacabana e ninguém reconhecê-lo, algo tão improvável como a patuleia aplaudir um banqueiro.
Só quem está na pele do ídolo do esporte pode avaliar a delicadeza da decisão, a dor da separação entre o ídolo e os fãs. Impossível julgar.
Ronaldo poderia ter parado por cima no Corinthians, no dia em que conquistou a Copa do Brasil de 2009.
Mas tinha a Copa do Mundo no ano seguinte, a Libertadores e o centenário.
Copa da África que ficou no sonho.
Libertadores que virou pesadelo diante do Flamengo -para quem virara as costas e se transformara em traidor.
E centenário que acabou sem ter nada.
Eis que, mesmo assim, sem mobilidade, o Fenômeno voltou em 2011, para, agora, ser ofendido também pelos corintianos.
Não precisava.
Curvar-se aos apupos e sair melancolicamente de cena é coisa que um dos maiorais da história, definitivamente, não merecia.
E voltar a ser competitivo nem é mais uma questão de força de vontade.
Resta uma saída criativa e se organize para ele uma despedida ainda honrosa, porque há de ser possível.
Tudo somado e subtraído, o corintiano tem motivo para, hoje, amanhã e sempre, orgulhar-se de tê-lo visto com a camisa alvinegra.
Juca Kfouri (http://blogdojuca.uol.com.br/) - Fonte: Folha de S.Paulo - 14/02/11.
FUTEBOL DA EUROPA NÃO SENTE CRISE
O futebol, pelo menos o dos grandes clubes, não sofre dos males da crise econômica que atinge boa parte da Europa já há alguns anos.
A 14ª edição do tradicional levantamento feito pela consultoria Deloitte sobre as finanças dos times europeus, divulgado na quinta-feira, mostra que os maiores times do continente têm descolado suas receitas do cenário econômico de seus países.
De acordo com o estudo, nove dos dez clubes mais ricos do continente tiveram crescimento de receitas na temporada 2009/10, bem acima da variação, no ano passado, do PIB dos países em que estão sediados.
A única exceção é a Juventus de Turim, que viu suas receitas crescerem 0,9% na última temporada, contra uma previsão de aumento de 1,1% do PIB italiano em 2010.
Pelo levantamento da Deloitte, os outros top 10 do futebol europeu tiveram um crescimento médio de 9,4% de suas receitas na temporada passada, apesar de um cenário de recessão na Espanha (queda no PIB de 0,1%) e de crescimento modesto registrado na Inglaterra (1,4%).
Enquanto a economia espanhola declina, o faturamento de Real Madrid e Barcelona, os clubes mais ricos do mundo, cresceram quase 10%, chegando a 438,6 milhões (R$ 996 milhões), no caso do time da capital, e 398,1 milhões (R$ 904 milhões) para os catalães.
O estudo da consultoria também mostra que o europeu pode ter cortado gastos pessoais por causa da crise econômica, mas não deixou de ir a estádios de futebol.
Na última temporada europeia, o faturamento do Real Madrid na conta "dia de jogos" cresceu 27% em relação ao período anterior.
O time ganhou o equivalente a R$ 300 milhões com a venda de ingressos e produtos no estádio em dias de partidas no Santiago Bernabéu.
Enquanto isso, as receitas oriundas da negociação de direitos de TV caíram 1%.
Os ingleses também consomem mais nas arenas, apesar dos tempos de crise no continente europeu. O Arsenal tem 42% das suas receitas originadas no dia dos jogos, um recorde entre os maiores times europeus.
Na Alemanha, um outro fator explica por que o poderoso Bayern de Munique teve um crescimento das receitas (mais de 11%) muito acima da economia de seus país -a Alemanha é um dos poucos países do bloco europeu que já superou a recessão.
O clube da Baviera é, entre as grandes equipes do velho continente, o que mais fatura com a venda de produtos com a marca do clube, como camisas e outros objetos. São quase R$ 400 milhões, mais do que o dobro das receitas totais do Corinthians.
Fonte: Folha de S.Paulo - 13/02/11.
Deloitte - http://www.deloitte.com/view/en_GX/global/index.htm
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