FUTEBOL & NEGÓCIOS
RONALDO, O GAROTO PROPAGANDA
A cada 10 toneladas de minério de ferro exportadas pela Vale no primeiro trimestre deste ano, 7 tiveram a China como destino. Os números demonstram a avassaladora importância dos chineses para a maior empresa de mineração do Brasil, principalmente neste momento, em que boa parte do planeta está em recessão. A Vale decidiu retribuir aos chineses lançando uma campanha publicitária da qual o craque Ronaldo é o garoto-propaganda. Nos anúncios, que começaram a aparecer nos jornais em maio, a empresa diz que é a maior parceira da China no Brasil, investindo e criando empregos no país asiático. A campanha pode ser lida como um afago para enternecer os ânimos das autoridades chinesas, que têm jogado com mão de ferro nas negociações para definir o preço do minério nos contratos a longo prazo.
Giuliano Guandalini - Fonte: Veja - Edição 2121.
AMOR NAS CHUTEIRAS
No uniforme das seleções nacionais, ao contrário do que acontece no dos clubes, as camisas são limpas e levam apenas o escudo da federação, o número e o nome do jogador, além do logo da fabricante de material esportivo - sem patrocinadores.
Mas ao assistir a um treino ou jogo da seleção brasileira de futebol é possível notar uma moda curiosa se espalhando entre os jogadores. Craques como Robinho, Kaká e Alexandre Pato encontraram nas chuteiras um bom espaço para deixar mensagens. Nada com teor publicitário, mas emocional - é nos pés que eles declaram seu amor.
O mais comum são os nomes dos filhos. Os zagueiros Lúcio e Juan, o goleiro Gomes e o atacante Luís Fabiano, homenageiam suas crias em algum dos pés. As mulheres também têm espaço - Robinho abreviou o nome da esposa Vivian para Vivi.
Já o camisa 10 Kaká mostra sua preferência religiosa. O que um dia foi "I belong to Jesus"("Eu pertenço a Jesus") passou recentemente a ser "Jesus in First Place" ("Jesus em primeiro lugar"). O craque do Real Madrid, patrocinado pela Adidas, está entre os nove dos 23 selecionados por Dunga que não usam chuteiras da Nike.
Os encarregados de realizar os desejos dos 14 restantes estão na Itália, mais especificamente na cidade de Montebelluna. É lá que a Nike possui sua fábrica exclusiva para atletas patrocinados. Funciona assim: após o contrato assinado, o atleta vai até a Itália tirar um molde para a confecção de sua chuteira. Depois, avisa a empres quando quiser alguma alteração. Segundo a companhia, em quatro dias a nova chuteira está pronta, e o custo, entre a criação e a produção, chega até R$ 400 mil.
Fonte: Tam Nas Nuvens - Ano 02 - Número 19 - Julho 09.
Veja foto da chuteira do Kaká - http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/Futebol/Selecao_Brasileira/0,,MUL148767-4482,00.html
TAÇA FNH DE FUTSAL
Conforme professor Tueli, no segundo semestre de 2009 voltaremos com o futsal da Novos Horizontes sendo organizado pelo Buchecha e pelo Ricardo.
Peço a todos do FM qua nos ajude a divulgar essa informação.
Abraço a todos
Ricardo Lobenwein
CRUZEIRO TROPEÇOU NA ALMA
A ansiedade é uma reação normal e necessária ante um perigo real e objetivo. No caso dos atletas, a ameaça é a derrota e o fracasso. Todos os jogadores, de alguma forma, alternam-se emocionalmente em uma decisão, ainda mais quando se decide em casa, diante de um inevitável otimismo.
A ansiedade, até certos limites, é benéfica. Há uma maior produção de substâncias químicas e o jogador fica mais atento e mais vibrante.
Se a ansiedade for exagerada, o cérebro deixa de comandar o corpo, e os atletas passam a errar passes e finalizações. O nervosismo pode levar também à inibição, à perda da espontaneidade e da criatividade.
Foi o que aconteceu com o Cruzeiro. Todos sabiam que a partida seria difícil, mas não se esperava que o time jogasse tão mal.
Independentemente da qualidade dos adversários, outros clubes brasileiros tiveram a mesma dificuldade psicológica em decisões no Brasil.
Nelson Rodrigues, com seu delicioso exagero, dizia que quem ganha e perde partidas é a alma. O Cruzeiro correu, foi vibrante, mas confuso. Tropeçou na alma.
Evidentemente, não foi apenas por isso que perdeu. O Estudiantes tem um bom time, um craque no meio-campo (Verón) e atuou com inteligência tática.
Cada atleta é de um jeito e reage de uma maneira diferente às emoções de uma partida importante. É preciso separá-los para se ter uma abordagem emocional feita por um psicólogo em um trabalho a médio prazo. Mas a maioria dos clubes só gosta de palestras ocasionais, motivadoras, de autoajuda.
Existem jogadores que crescem na adversidade. São geralmente ambiciosos e perfeccionistas. Isso é fundamental para ser um craque. Outros se inibem quando são vaiados, criticados e enfrentam grandes dificuldades.
Há atletas mimados, que só jogam bem se forem destaques da equipe. Ao lado de jogadores melhores, como em uma seleção, se apagam. Outros preferem ser coadjuvantes. É mais fácil. São os obedientes e cumpridores dos esquemas táticos. Muitos técnicos adoram esses atletas.
Existem ainda os deslumbrados, narcisistas, que se acham melhores do que realmente são. Sentem-se perseguidos pela imprensa, que não daria a eles os elogios que acham que merecem.
Vi atletas calados, tímidos, que ficavam desinibidos e possessos dentro de campo. Vi também muitos falantes e brincalhões, que morriam de medo diante de uma maior responsabilidade.
São apenas alguns dos exemplos. O mais comum é o mesmo atleta possuir várias características, às vezes contraditórias. A alma humana tem muitos mistérios.
Não tenho também nenhuma pretensão de ser um analista comportamental. Sou apenas um curioso, um psicólogo de botequim.
Além do talento, o atleta ideal seria o que jogasse com muita garra, sem perder o controle das emoções; que fosse seguro, confiante, sem perder a autocrítica; e ambicioso, sem perder a consciência de que a força coletiva é essencial para o sucesso individual.
Esse super-homem não existe. Somos todos, uns mais, outros menos, frágeis, incompletos e dependentes da atenção, do carinho e da aprovação do outro.
Tostão - Fonte: Folha de S.Paulo - 19/07/09.
O CRUZEIRO E O REAL
O Brasil não é o país do futebol. É o maior vencedor e o maior celeiro, mas mais países do futebol são a Inglaterra, a Argentina, a Itália.
Aqui não se cultiva O JOGO, não se trata o futebol com reverência, não se dá a ele a liturgia que merece.
No máximo é visto como paixão e entretenimento, pois até como negócio é maltratado.
Prova disso, mais uma vez, foi que na maior noite do futebol no continente outras seis partidas do campeonato nacional rivalizavam com a decisão da Libertadores, num desrespeito à grandeza do que acontecia no Mineirão.
E o eixo Rio-São Paulo nem sequer recebeu a transmissão do evento internacional pela TV aberta, algo simplesmente impensável na Europa, na Liga dos Campeões.
É ululante que o torcedor prefira ver seu time em ação a qualquer outro, por mais importante que seja a disputa em que este esteja.
Razão pela qual, em nome do JOGO, há que se tratar de maneira diferente aquilo que é mesmo diferente, raro, que acontece, no máximo, uma vez por ano, quando acontece, no dito país do futebol.
A dor da maioria, a festa da minoria, a primeira apoteose, a virada dramática, os ingredientes todos que fazem do JOGO o mais popular e mais democrático do mundo (só nele alguém com o físico de Diego Armando Maradona pode ser o número 1) deveriam ter sido tratados com o devido respeito, para que as gerações se sucedam na perpetuação de seus vínculos e não apenas como a repetição do ganhar, do perder ou do empatar.
Quem não entende que o estádio tem um quê de templo, que aquele cimento é um território sagrado, que aquela grama é a mais especial que há na face da Terra, não está entendendo nada do que fala a linguagem do JOGO.
São meros burocratas, gente capaz apenas de pensar da mão para a boca, sem nenhuma preocupação com o futuro, porque, afinal, estarão tão mortos amanhã como estão hoje em sua mediocridade.
Quem não viu ou não teve como ver os 90 minutos de tensão disputados por Cruzeiro e Estudiantes na última quarta-feira perdeu a chance de viver com a camisa celeste a angústia de um épico tal e qual teria vivido com as cores do seu time de coração. E perdeu a chance de ser solidário, de ser generoso, de se sentir protagonista de um momento especial na vida do JOGO.
É de se lamentar, enfim, que o pragmatismo do dinheirismo insuflado pela batalha das audiências chegue ao ponto de fazer tábula rasa de momentos sagrados, como uma decisão de copa continental.
Razão pela qual o velho escocês Bill Shankly, saudoso técnico e gerente do Liverpool quando o time inglês dominou a Europa, deve mesmo ser imortalizado pela frase que consagrou: "É claro que o futebol não é uma questão de vida ou de morte. É muito mais do que isso...".
Um dia, quem sabe, haverá, no Brasil, dirigentes e não cartolas, executivos e não burocratas na administração do JOGO e de tudo que o cerca, para que nunca mais ninguém seja privado de ver o essencial em nome do circunstancial.
Bem diferente, portanto, da realidade de hoje. Oremos.
Juca Kfouri (http://blogdojuca.blog.uol.com.br/) - Fonte: Folha de S.Paulo - 19/07/09.
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