UEFA CHAMPIONS LEAGUE
A BOLA DA FINAL
English:
http://www.independent.co.uk/sport/football/news-and-comment/champions-league-finale-rome-match-ball-unveiled-1646801.html
http://www.uefa.com/competitions/ucl/news/kind=1/newsid=811193.html?cid=rssfeed&att=index
Cerimônia em frente ao Coliseu revela bola oficial da Copa dos Campeões; Roma terá sede da final da competição, em 27 de maio.
Fonte: Folha Online - 16/03/09.
Leia mais:
http://esportes.terra.com.br/futebol/europeu/2008/interna/0,,OI3637843-EI11628,00.html
ESTAMOS DE VOLTA...
Fred é um goleador, porém, nunca foi craque. Mas, mantendo a tradição de dourar toda pílula do futebol carioca, a Rede Globo está dando tratamento VIP a ele. E onde ela põe os holofotes o resto segue. Dentro da necessidade de se fabricar ídolos, até a volta de Barrichello está sendo comemorada.
A volta do Ronaldo é diferente. Qualquer citação a seu nome garante audiência, ainda mais em São Paulo, jogando pelo Corinthians. Além do mais, num país onde José Sarney, Michel Temer e Collor voltaram a mandar, temos mais é que comemorar muito mesmo a volta de jogadores de futebol, que pelo menos dão alegrias as milhões, nos gramados.
Chico Maia (http://www.chicomaia.com.br/) - Fonte: O Tempo - 19/03/09.
ATAQUE À CARTOLAGEM
O coordenador da comissão paulista para a Copa de 2014, Caio Carvalho, perdeu a paciência com a cartolagem do estado, que tenta convencê-lo a patrocinar a construção de um novo estádio em São Paulo. "São pressões escusas para que se derrame dinheiro público", denuncia. Carvalho garante que o governo não porá um tostão no projeto. "Se surgir algum investidor privado com 500 milhões de reais em dinheiro limpo para gastar em um estádio, será bem-vindo", diz. Caso contrário, a única opção que a capital paulista tem a oferecer é o Morumbi – ainda que essa decisão implique perder a abertura da Copa para outra cidade.
Panorama - Holofote - Felipe Patury - Fonte: Veja - Edição 2104.
NOVAS SEDES SE CANDIDATAM PARA 2018
A Fifa confirmou a inscrição de nove candidaturas para ser sede da Copa do Mundo de 2018. Foram inscritas inclusive as candidaturas conjuntas de Portugal e Espanha e de Bélgica e Holanda, que haviam sido criticadas pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, por exigir investimentos maiores de infraestrutura, sem garantia de retorno financeiro. Também querem sediar o Mundial de 2018: Austrália, Inglaterra, Indonésia, Japão, México, Rússia e Estados Unidos.
As campanhas valem também para a Copa de 2022, para a qual se inscreveram ainda Catar e Coreia do Sul, que não têm interesse no Mundial de 2018. A decisão das duas sedes será anunciada pelo Comitê Executivo da Fifa em dezembro de 2010. As associações nacionais têm até dezembro deste ano para enviar o caderno de encargos. "É muito bom ver o extraordinário interesse por nossa principal competição", afirmou Blatter.
Fonte: O Tempo - 18/03/09.
TODOS FICHADOS
Quando cartolas e autoridades se reúnem para promover uma Copa do Mundo no Brasil, ao cidadão, em especial na condição de contribuinte, é recomendável dose extra de desconfiança. A ideia agora é implantar um cadastro nacional de torcedores, que seria condição necessária para ter acesso aos estádios de futebol.
Boas intenções, como sempre, não faltam. O propalado objetivo da medida é ampliar a segurança nas partidas de futebol. De posse de um cartão magnético contendo suas digitais, só torcedor "ficha-limpa" seria admitido depois da checagem numa catraca ultratecnológica; quem deve à Justiça seria barrado.
Ao que consta, contudo, poucos se puseram a verificar se, para atingir a pacificação nos estádios, é mesmo necessária tamanha elucubração cibernética. De saída, o método escolhido pelos dirigentes inverte a lógica: em vez de fichar apenas os suspeitos, os torcedores violentos, ficham-se todos. Além disso, barrar a entrada de uma pessoa num evento público porque ela não tem um "cartão de torcedor" parece abertamente inconstitucional.
Outro aspecto intrigante do projeto é que ele não fala em custos. Implementar o cadastro nacional, imprimir milhões de cartões magnéticos e instalar catracas "inteligentes" nos estádios não é barato. Mas o governo promete que a carteirinha sairá de graça -para o torcedor. Pretende destinar dinheiro dos impostos à aventura? Que suspeitos de sempre serão beneficiados com o monopólio da impressão de carteirinhas e outras facilidades?
A experiência internacional demonstra que a violência nos estádios se combate com ações convencionais das autoridades policiais e judiciárias e com um mínimo de adaptação nas leis penais. A receita é identificar os arruaceiros e bani-los das partidas de futebol -para sempre, nos casos mais extremos.
Fonte: Folha de S.Paulo - 15/03/09.
GOL COM A MÃO NÃO VALE
O futebol poderia ser definido assim: "A vida como ela não é".
Explico-me. Já se disse que as partidas de futebol são como batalhas em que os contendores não têm por objetivo liquidar fisicamente uns aos outros mas apenas vencer a disputa. Essa comparação com a batalha pode nos ajudar a expor nosso ponto de vista: numa batalha, todo recurso é válido, desde truques e dissimulações até a violência mais cruel e homicida. Quanto mais inimigos mortos, melhor, já que com isso se reduz a capacidade ofensiva do adversário.
Na batalha, portanto, não há regras, não se pode imaginar, em meio à luta, um árbitro de apito na boca a invalidar determinada ação de um exército ou de outro. Piuiiii! Apitaria o árbitro da batalha. "Parem a guerra, que esse golpe não vale!" E aí os soldados deteriam o próximo tiro de bazuca para reclamar do árbitro, erguendo os dois braços para demonstrar que não fizeram nada errado, como os jogadores de futebol. Para os guerreiros mais afoitos, o cartão vermelho, que os poria fora de combate.
Nada disso acontece nas batalhas de verdade. Acontece no futebol, que não é a vida mesma e, sim, uma idealização da vida. Melhor dizendo, um modo de lutar e derrotar o adversário, sem liquidá-lo fisicamente e dentro de normas pré-estabelecidas. Pode alguém achar que a vida deveria ser assim, ou seja, quando alguém violasse a norma (pisasse na bola), o juiz anularia a jogada. Por exemplo, se você é casado e começa a flertar com a colega de trabalho, poderia no começo levar uma advertência, digamos, um cartão amarelo, e, se insistisse a ponto de levá-la a um motel, seria caso de expulsão de campo, ou de cama.
De todos os modos, essa marcação homem a homem, na vida, é impraticável, já que não se passa numa área delimitada, às vistas da torcida e transmitido pela televisão. Além do mais, na vida a desigualdade é maior, uma vez que, além de o juiz estar ausente, quem pode mais manda mais e até mesmo anula as normas do convívio social. Sim, porque a vida também tem regras, tem leis, só que mais difíceis de aplicar do que numa disputa esportiva.
Em suma, o futebol nos permite viver numa disputa justa, uma vez que o número de contendores é o mesmo de cada lado e as regras valem para todos. Se um time é melhor que outro, isso se deve às qualidades dos jogadores e do treinador.
Aqui também, como na vida, quem pode mais manda mais, isto é, contrata mais e melhor, o que nos levará, fatalmente, a concluir que a igualdade total, que não existe na vida, tampouco no futebol se consegue alcançar. Mas, nele, se chega muito mais perto e, às vezes mesmo, se alcança, pois há partidas entre times igualmente bons, cujo resultado é impossível prever.
Todo este precário filosofar veio a propósito dos frequentes erros que os juízes cometem, às vezes tão graves que comprometem o resultado da partida e até a conquista de um título de campeão. E isso não é tão raro assim.
Os comentaristas esportivos são unânimes em reconhecer que é praticamente impossível o árbitro não errar, uma vez que ele não tem a capacidade de perceber certos detalhes de um lance decisivo. Já a câmera da TV mostra se foi pênalti ou se não foi.
E a pergunta que se impõe é sempre esta: por que não dotar a arbitragem de recursos tecnológicos que evitariam os erros? Mas a gente ouve sempre, como resposta, que o uso desses recursos faria o futebol "perder a graça". Quer dizer, então, que a graça do futebol estaria no erro do juiz, na vitória injusta, na derrota injusta, na revolta do torcedor que se sente garfado? A graça do futebol não está no drible habilidoso, na jogada inteligente, no gol de letra, enfim, na beleza e mestria do próprio futebol? Pelo contrário, além de alterarem lamentavelmente o resultado da partida, os erros irritam os torcedores e criam condições para que os mais violentos imponham sua vontade, levando a agressões e às vezes à morte.
A resistência dos responsáveis em adotar os recursos da tecnologia como meio auxiliar da arbitragem é resultado de uma visão erradamente conservadora, que contraria a essência mesma do esporte.
O jogo não é igual à vida precisamente porque possibilita uma disputa justa, em que todos estão submetidos às mesmas exigências. Vence o melhor. A obediência às regras é a essência do jogo, porque são elas que permitem a disputa de igual para igual. O árbitro existe para impedir a violação das regras. Ampliar sua capacidade de seguir os lances e apitar sem erros é preservar a essência mesma do jogo. Vitória injusta -por roubo ou erro- é que não tem graça.
Ferreira Gullar (http://literal.terra.com.br/ferreira_gullar/) - Fonte: Folha de S.Paulo - 15/03/09.
O MINISTRO E AS CARTEIRINHAS
Existe uma lei do esporte, dita Lei Pelé, que ora ele avaliza, ora Pelé desdenha, e um Estatuto do Torcedor.
Textos mais que suficientes para dar conta de toda e qualquer necessidade que se imponha nos estádios e ginásios nacionais, até porque são modernos como as legislações da Espanha, da Inglaterra etc.
Leis que dependem de eventuais detalhamentos nos regulamentos das competições, mas que, basicamente, apontam nas direções corretas e contemporâneas.
E que sempre que são objeto de reformas buscam atender aos que tiveram seus privilégios, em tese, prejudicados. E só em tese porque, na prática, apesar de alguns progressos óbvios, como o Brasileirão em pontos corridos, o fim do passe, a possibilidade de o torcedor acionar os promotores de jogos, pouco mudaram a vida da cartolagem, tanto que não tem nenhum cartola preso, como seria de se esperar.
Porque, desde que foram aprovadas, o que se viu foi uma maioria de ministros se acumpliciando com a superestrutura do esporte brasileiro, seja no COB, seja na CBF. Sim, parece inesgotável a capacidade de sedução de nossos cartolas, capazes de levar ao altar as mais diferentes autoridades do país, sejam elas da elite, seja o operário que chegou ao poder, este sabendo bem quem são os cartolas.
E tome reformas que buscam tirar a responsabilidade deles, que dão Timemanias umas atrás das outras, leis de incentivos e que, agora, para combater uma minoria facilmente identificável, buscam criminalizar a maioria pacífica. A carteirinha do torcedor é um bom exemplo.
Proposta pelo ministro do Esporte, que, quando presidiu a UNE, fez da carteirinha de estudante uma festa, a do torcedor quer impedir, já no ano que vem, que a sua mãe, raro leitor, possa entrar num estádio brasileiro com capacidade de receber mais de 10 mil torcedores.
Isso mesmo. Se a senhora sua mãe quiser ir ao Morumbi, ao Pacaembu, ao Prudentão, só poderá ir se estiver devidamente cadastrada, nos mínimos detalhes, algo que não passa de tola burocracia e, há quem diga na OAB, é até inconstitucional.
Ainda mais que as medidas para identificar os violentos podem ser facilmente impostas com a expedição de ingressos inteligentes e com a eficaz implantação dos lugares numerados, como está na lei.
Mas estamos em começo de fim de governo e o ministro do Esporte, que passou mais tempo como bajulador de cartolas e como papagaio de pirata, a exemplo de seu antecessor do mesmo PC do B, tem sonhos eleitorais, talvez como senador, ao menos como deputado. É hora, pois, de jogar para a plateia, mas jamais para a torcida, a verdadeira, composta por gente comum, como você.
Como num passe de mágica, resolver o problema da violência em torno do futebol que assola o país, de norte a sul e de leste a oeste, entrou na ordem do dia. Coisa séria, para valer, mesmo que tardiamente, quase não há, porque coisa séria, para valer, é artigo com o qual não se trabalha. Daqui a pouco, alguém dirá que minimizar o flagelo do holliganismo, como na Inglaterra nos anos 90, é fácil, mas complicadíssimo num país de dimensões continentais como o Brasil.
Juca Kfouri (http://blogdojuca.blog.uol.com.br/) - Fonte: Folha de S.Paulo - 15/03/09.
Lei Pelé - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9615consol.htm
Estatuto do Torcedor - http://www.esporte.gov.br/arquivos/noticias/plc1-l.pdf
COB - http://www.cob.org.br/home/home.asp
CBF - http://www.cbf.com.br/
OS MELHORES LIVROS DE FUTEBOL
É muito comum ouvir dizer que não há grandes livros sobre futebol. Calúnia! Para provar meu ponto de vista, faço aqui um resumo das grandes obras da literatura ludopédica mundial.
Começo com o clássico "Moby Dick", de Herman Melville, que conta a vida do zagueiro Ismael, que joga num time de segunda divisão chamado Pequod, que tem como capitão um tal de Ahab, que sonha em vencer o Santos, chamado por Ahab de "A Grande Baleia Branca" por conta de seu mascote.
"Ulisses", de James Joyce, também é uma boa pedida. Narra a história de Leopold Blomm, um torcedor dos Celtics. O livro acompanha o fluxo do pensamento do personagem no dia da final da Copa da Irlanda. Possui 18 capítulos, cada um cobrindo aproximadamente cinco minutos da partida, e cada capítulo tem um estilo literário diferente. Joyce usa a linguagem de narradores esportivos, hinos de clubes, imita o modo de falar dos técnicos, mimetiza a entrevista de um jogador, etc... Essa linguagem caleidoscópica é um dos fatores mais relevantes da obra. "Em Busca do Tempo Perdido", do francês Marcel Proust, começa quando ele prova uma madeleine, biscoito muito vendido nos estádios franceses, e começa a lembrar de sua infância, chegando até os tempos em que se tornou centroavante do Paris Saint-Germain.
"Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa, narra o amor entre dois jogadores de futebol, Riobaldo e Diadorim. Após uma final de campeonato no interior de Minas Gerais, em que Diadorim morre ao bater a cabeça na trave, Riobaldo descobre que seu companheiro de ataque era, na verdade, uma mulher. "Cem Anos de Solidão", comovente livro do campineiro Gabriel Marques, fala sobre o centenário da Ponte Preta. Mas também há um livro sobre seu arquirrival, "O Guarani", de José de Alencar.
"Guerra e Paz" é uma obra imensa escrita pelo hooligan russo Leon Tolstói. Ele fala principalmente sobre três torcidas organizadas, os Bezukhovs, os Bolkonskys e os Rostovs, e suas lutas durante os jogos do Dínamo de Moscou. Outro russo, Fiodor Dostoievski, fez belo romance sobre um juiz que aceita suborno para favorecer uma equipe e depois se arrepende: "Crime e Castigo".
"Angústia", de Graciliano Ramos, fala dos 23 anos sem títulos do Corinthians. O "Kama Sutra", livro indiano traduzido pelo inglês Richard Burton, fez muito sucesso ao contar as peripécias de jogadores de um time de futebol nas concentrações. Os botafoguenses podem ler a obra-prima de Clarice Lispector, "A Hora da Estrela", que conta como foi o primeiro título vencido pelo clube da estrela solitária. Ainda na prateleira de histórias de clubes, não perca "O Vermelho e o Negro" de Stendhal, obviamente sobre o Flamengo.
Já os amantes de poesia, em especial os torcedores da Portuguesa, não podem deixar de ler "Os Lusíadas", livro sobre a história do clube desde seus fundadores até o título paulista de 1973.
Por fim, para quem gosta de biografias, aconselho "O Senhor dos Anéis", que narra a trajetória de Vanderlei Luxemburgo. Enfim, não faltam bons livros. O leitor pode escolher qualquer um destes que ficará satisfeito.
José Roberto Torero - Fonte: Folha de S.Paulo - 17/03/09.
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