UM TIME, UM PAÍS
INVICTUS
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Em 1995, Nelson Mandela (Morgan Freeman) une forças com um símbolo marcante da segregação racial na África do Sul: o rúgbi. Um ano após ter vencido a primeira eleição direta do país. Mandela conquista François Pienaar (Matt Damon), capitão do time Springboks, com seu inato talento para liderar. A aproximação dos dois homens se dá em função dos planos de Mandela de consolidar o fim do apartheid - sistema político-social dominante de 1948 a 1992, que impunha uma rígida separação racial no país. Com a vitória na Copa do Mundo de Rúgbi daquele ano, a África do Sul garante os primeiros passos em busca de uma união social (e racial), e caminha para a estabilidade política necessária à garantia dos direitos civis da população.
Invictus - Direção: Clint Eastwood - estreia prevista para 19 de janeiro.
Fonte: Aventuras na História - Edição 78.
Detalhes: http://invictusmovie.warnerbros.com/
FILANTROPIA - BOLA DENTRO
Dedicada ao trabalho com crianças e jovens de baixa renda do Jardim Irene, na periferia de São Paulo, a Fundação Cafu, mantida pelo ex-lateral da Seleção Brasileira, ganhou o título de Utilidade Pública Federal. Ela funciona há nove anos. Nesse período, a delegacia policial da área diz ter havido redução de 40% nas ocorrências envolvendo menores.
Ricardo Boechat - Fonte: Isto É - Edição 2097.
Fundação Cafu - http://www.fundacaocafu.org.br/
JOGO DURO
A Rede Record encaminhou à Fifa um pedido para que sua equipe de 25 enviados especiais à Copa da África do Sul tivesse acesso aos centros oficiais de mídia. A Fifa negou. Disse que somente as redes que compraram os direitos de transmissão podem fazê-lo. Apesar de os direitos da Copa serem da Globo, a Record está vendendo por 23 milhões de reais cinco cotas para a cobertura jornalística do torneio, com um total de 400 inserções. O pacote tem o nome de "O outro lado da Copa" – pelo visto, é o lado de fora.
Panomara - Radar - Lauro Jardim - Fonte: Veja - Edição 2148.
MÃO DE HENRY ESCAPA DE PUNIÇÃO DA FIFA
De acordo com o comitê disciplinar da entidade, não havia base jurídica para voltar ao caso, já que o lance não é considerado "infração grave". O toque originou o gol da classificação francesa à Copa.
Fonte: Folha de S.Paulo - 19/01/10.
DOIS BRASILEIROS NA "SELEÇÃO IDEAL" DE 2009
A Uefa anunciou a "seleção ideal" de 2009. O lateral-direito Daniel Alves (Barcelona) e o meio-campista Kaká (Real Madrid) são os únicos brasileiros na equipe, definida em uma votação no site oficial da entidade.
Em torno de 320 mil usuários participaram da escolha (número cerca de 30% superior ao do ano anterior). O Barcelona dominou a lista de indicados com seis jogadores, além do treinador Josep Guardiola. O Real Madrid teve três atletas na lista. Os "intrusos" vieram do futebol inglês.
Cada um dos jogadores eleitos para a "seleção ideal"receberá um prêmio de 100 mil euros, que será revertido para o comitê internacional da Cruz Vermelha.
A seleção - Confira o time eleito:
Casillas (R. Madrid); Daniel Alves (Barcelona), Terry (Chelsea), Puyol (Barcelona) e Evra (M. United); Xavi (Barcelona), Iniesta (Barcelona) e Kaká (R. Madrid); C. Ronaldo (R. Madrid), Messi (Barcelona) e Ibrahimovic (Barcelona).
Fonte: O Tempo - 21/01/10.
RECEITA COM PATROCÍNIOS APROXIMA BRASIL E EUROPA
Brasileiros se descolam dos rivais sul-americanos em publicidade no uniforme.
Puxados pelo Corinthians, que fechou quinto maior contrato do mundo, clubes do país devem arrecadar R$ 320 milhões em 2010.
Ao menos em arrecadação com patrocínio, os clubes do Brasil se descolaram definitivamente dos rivais sul-americanos e estão cada vez mais próximos dos grandes da Europa.
Puxados pelo Corinthians -que vendeu a camisa por R$ 38 milhões e espera chegar a R$ 50 milhões por ano no total com a venda de espaço no calção do uniforme- , as equipes brasileiras devem arrecadar R$ 320 milhões em 2010, segundo projeção feita pela consultoria Crowe Horwath RCS.
O Flamengo também conseguiu o maior contrato de sua história, ao fechar com a Brasil Foods por R$ 25 milhões anuais. O São Paulo, que recebeu R$ 18 milhões da LG em 2009, espera R$ 30 milhões.
Os valores superam em muito o que os maiores times argentinos arrecadam. Boca Juniors e River Plate, somados, praticamente empatam com o Palmeiras, que fechou com a Samsung.
Com o novo acordo, o Corinthians já tem o quinto maior patrocínio do mundo, atrás dos gigantes Real Madrid, Bayern de Munique, Liverpool e Manchester United. "Nós devemos isso à recuperação de nossa credibilidade e ao fator Ronaldo", afirma o presidente corintiano, Andres Sanchez.
A diferença, explica Amir Somoggi, da Crowe, é que na Europa a venda de espaço no uniforme é só uma fração do que os clubes arrecadam com marketing. "O Barcelona não tem patrocinador na camisa e arrecadou mais de 100 milhões em 2009, só com marketing."
Segundo César Gualdani, diretor da TNS Brasil, braço da empresa multinacional de pesquisas, os números atingidos por Corinthians e Flamengo em 2010 estão próximos do teto. "Mas as empresas estão enxergando futebol como ferramenta de comunicação que ajuda na construção da marca."
Até dez anos atrás, os clubes viviam de bilheteria e venda de jogador. A mudança de perfil no faturamento se deu ao longo desta década, quando os times do país profissionalizaram seus departamentos de marketing.
"As empresas se deram conta de que negociavam com profissionais, não com curiosos", diz Julio Casares, vice de marketing do São Paulo. "No nosso caso, não tivemos um 2009 glorioso dentro de campo, mas fizemos ações, demos retorno para os parceiros e por isso queremos pedir mais."
Eduardo Arruda/Martín Fernandez - Fonte: Folha de S.Paulo - 19/01/10.
VITRINE: PESQUISA APONTA QUE CORINTHIANS APARECEU MAIS EM 2009
Segundo a Informídia, empresa que mede exposição de marcas atreladas ao futebol, o Corinthians foi o clube que mais apareceu em 2009. E, portanto, mais retorno deu a patrocinadores. "Apesar de sermos a segunda maior torcida do país, as pessoas falam mais da gente do que do Flamengo", diz o presidente Andres Sanchez. Mas Rafael Plastina, diretor da Informídia, faz a ressalva de que só os grandes têm obtido boa exposição. "Essa maré boa não é para todos. Fora dos 12 grandes, há muita dificuldade para conseguir patrocínio."
Fonte: Folha de S.Paulo - 19/01/10.
COMO FORMAR NOVOS CRAQUES?
Acompanhando a Taça São Paulo de Futebol Júnior, podemos notar como as coisas mudaram. Antigamente, era nos times de várzea que nasciam nossos grandes jogadores. Neles percebíamos que a maioria era de negros e mulatos. Havia (e há) aqui uma estreita relação com a distribuição racial no nosso País, formada basicamente por descendentes de africanos, apesar da importante presença de várias outras colônias de todos os continentes. ഀ
Para esses afrodescendentes, em razão de sua situação social que infelizmente persiste até hoje, o futebol sempre foi uma das poucas chances de ascensão na pirâmide econômica social. Desde, é claro, que possuam talento para o jogo. A elite, até meados dos anos 70, apesar de controlar o gerenciamento do negócio, pouco se interessava em ocupar os espaços existentes no trabalho dentro de campo.
Os jogadores de futebol, assim como as dançarinas de cabaré, os atores e os que militavam nas artes plásticas, eram pouco valorizados pela sociedade e mesmo discriminados. Esta profissão popular sempre foi, porém, uma grande oportunidade para que os jovens mais carentes pudessem se colocar e assim criar mais perspectivas para suas vidas e de suas famílias. O grande time do Santos dos anos 60, para termos uma ideia, possuía praticamente todos os seus titulares negros, em destaque e contraste com o uniforme absolutamente alvo. ഀ
Ainda não tínhamos a explosão demográfica dos grandes centros urbanos, o grande fator desencadeador do nascimento das favelas na quantidade e condições de hoje. A falta de uma política rural adequada e a indução à industrialização atraíram milhares de pessoas, principalmente do Nordeste brasileiro – mais pobre e eternamente assolado pela seca e pelo descaso das autoridades – para as maiores cidades do País, em busca de trabalho e subsistência.
Inclusive o presidente Lula – e, de certo modo, eu também – foi um dos retirantes a abandonar a terra natal, na esperança de uma vida melhor. Infelizmente, essa migração desenfreada, em vez de oferecer oportunidades, criou mais e mais dificuldades, pois na cidade eles não encontraram facilidades e tiveram de buscar soluções criativas para os seus inúmeros problemas. E foram a falta de recursos para moradia e o abandono do Estado brasileiro os fatores que o empurram para a ilegalidade, invadindo áreas públicas ou não para instalarem suas famílias. E foi nas favelas – símbolo cruel da nossa realidade econômica – que muitos dos nossos grandes jogadores cresceram. ഀ
Viver, mesmo que eventualmente, a realidade de uma favela é um fator promotor de ojeriza em parte da sociedade brasileira; aquela abastada que dá as costas para os imensos problemas sociais que vivemos. Conhecer a miséria, o desencanto e o abandono jamais estará nos planos dessa gente. ഀ
É como se os favelados fossem gente diferente. São vistos por duvidosa e aparência repugnante. Um outro mundo, uma outra espécie. Esse sentimento, tão endemicamente presente na consciência de tantos, é o pleno exercício da rejeição a que esta parte da nação está submetida. Uma fatia imensa do nosso povo que é desprezada de forma torpe.
Essa imagem é, porém, mais que falsa. Nesses bolsões em que se reúnem milhões de famílias, cujo único objetivo e concessão é resistir, há muita inteligência, ética e sensibilidade. Talvez muito mais que nos salões da riqueza, aqueles que nos fazem um dos piores países do planeta em distribuição de renda. São pessoas que sabem o quanto vale um abraço, o sorriso e o pleno exercício da solidariedade. São mais gente que a gente que os despreza e lhes nega o olhar em qualquer esquina da vida. Uma indigência somente material, mas que por isso provoca repulsa. Como se isso fosse a posse mais importante que poderíamos carregar. Mas são de uma dignidade espantosa.
Infelizmente, a realidade mudou e os times de várzea, aqueles que ainda resistem, estão com os dias contados. E com isso detectamos uma queda na qualidade dos atletas que estamos formando nos dias de hoje. Ainda que notemos alguns de notório talento, estes hoje são minoria, o que deveria servir de alerta aos nossos gestores, já que uma das mais importantes fontes de renda dos nossos clubes é a transferência dos nossos jogadores. Eis aí uma cruel verdade.
Sócrates - Fonte: Carta Capital - Edição 579.
LINEAR E TECNICAMENTE CORRETO
Aprendi na medicina, mais como médico e professor do que como aluno, que não se deve transportar o que está escrito nos livros para todos os pacientes.
Os sintomas do doente, que são só dele, é que devem ser comparados com o que está nos livros. Dois pacientes com a mesma doença são diferentes. O doente é que tem de ser tratado, e não a doença.
O mesmo ocorre no futebol e na vida. Cada jogo tem sua história, como diz o antigo e correto lugar-comum. Cada experiência vivida nunca é idêntica à outra.
Uma das características da neurose é a dificuldade de viver, de construir uma nova história. Repetir é muito mais fácil e mais seguro. Somos todos neuróticos. Uns mais, outros menos.
O sonho de muitos treinadores é fazer do futebol, cada vez mais, um esporte técnico, científico, neurótico, medido, calculado e programado em um computador. As surpresas, as observações subjetivas e o imponderável teriam a mínima importância. Tudo isso já acontece e é cada vez mais frequente.
Progressivamente, o futebol se torna um jogo programado, de passes curtos, para os lados, lineares e tecnicamente corretos. Os dribles surpreendentes e desconcertantes, de todos os tipos, estão desaparecendo, além dos passes de curva, de rosca e de trivela.
Os passes de curva não são apenas bonitos. São eficientes e essenciais. É a única maneira de fazer a bola contornar o corpo do adversário e chegar aos pés do companheiro, atrás do marcador.
Desde que os ingleses inventaram o futebol, ou melhor, organizaram o futebol como um jogo coletivo e com regras, discute-se sobre futebol arte e de resultados. Não consigo ver a arte separada da técnica e dos resultados. O que não se pode é confundir arte com firula, exibicionismo e habilidade. Todo artista é habilidoso, mas nem todo habilidoso é um artista.ഀ
Os grandes artistas, como Garrincha, Maradona, Ronaldinho e Messi, só se tornaram craques porque possuíam ótima técnica. Jogam bem e com eficiência. Já os que se destacam mais pela técnica, como Kaká, só se tornam craques porque são também habilidosos e criativos. Se Kaká fosse mais fantasista, seria ainda melhor.
O futebol precisa do básico e do extra, como disse o técnico Renê Simões. O básico são os fundamentos técnicos, a capacidade física, a dedicação, a concentração e tantas outras coisas que podem ser planejadas e ensaiadas. O extra é o enfeite, a improvisação, a fantasia, as finalizações, os dribles e os passes surpreendentes. O enfeite e o supérfluo são essenciais.ഀ
Os treinadores têm medo de jogar com vários jogadores habilidosos, criativos e imprevisíveis.
Antes da Copa do Mundo de 2006, Carlos Alberto Parreira disse que atuar com Ronaldinho, Kaká e Robinho, além de Ronaldo, seria o limite da ousadia. Ele não suportou essa pressão interna e se perdeu, além de trocar Robinho por Adriano.
No fundo de sua alma, Parreira queria treinar a seleção inglesa ou a italiana, nas quais as coisas seriam mais previsíveis.
A seleção brasileira de 1994, campeã do mundo, dirigida por Parreira, era uma seleção inglesa com o genial Romário na frente.
Tostão - Fonte: Folha de S.Paulo - 17/01/10.
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