COPA DO BRASIL 2009
CORINTHIANS!
English:
http://www.dailymail.com/ap/ApWorld/200907020028
http://www.ronaldohome.com/2009/07/corinthians-meet-one-of-their-fans-president-luiz-inacio-lula-da-silva/
Corinthians: http://www.corinthians.com.br/
O título da Copa do Brasil está rendendo frutos e também renda para o Corinthians. O estoque de camisas comemorativas, usadas pelos jogadores ao final do jogo, acabou na loja oficial do clube, no Parque São Jorge.
O tricampeonato da Copa do Brasil, conquistado sobre o Inter nesta quarta, já deixa otimista o administrador Eduardo Rosemberg, sócio-diretor empresa gestora das lojas oficiais Poderoso Timão da sede do clube e do Metrô Itaquera, ambas na Zona Leste de São Paulo.
- Eu acho que vamos ter nessa semana um crescimento de 50% nas vendas em comparação com a semana seguinte à conquista do Campeonato Paulista - disse Rosemberg.
A camisa comemorativa custa R$ 99,90 e tem a inscrição “Tricampeão Rumo à Libertadores”. O produto acabou antes das 18h desta quinta.
Fonte: Zero Hora - 02/07/09.
Leia mais sobre o título do Coringão:
http://globoesporte.globo.com/Esportes/Futebol/Classificacao/0,,ESP0-9830,00.html
Corinthians: http://www.corinthians.com.br/
O TRI LEGAL, E LEGÍTIMO, DO TIMÃO
Sob qualquer ponto de vista, com ou sem DVDs, o título ganho pelo Corinthians, desta vez, é inquestionável.
O tiro saiu pela culatra.
O Corinthians é tricampeão da Copa do Brasil por suas virtudes e está garantido, no seu centenário, na Taça Libertadores da América, uma obsessão para boa parte dos corintianos.
Virtudes que o gol de Jorge Henrique, logo no vigésimo minuto do primeiro tempo, tratou de tornar ainda mais evidentes, pela tranquilidade e maturidade que faltaram na decisão passada, no Recife.
E que o golaço de André Santos, oito minutos depois, selou como uma noite historicamente alvinegra no Beira-Rio (Tietê?).
A exemplo de outra, em 1995, mas no rival Olímpico, quando foi conquistada a primeira Copa do Brasil.
Aliás, de lá para cá, é uma Copa do Brasil corintiana a cada sete anos.
O Inter ainda empatou no segundo tempo e teve em D'Alessandro, expulso ingênua e espalhafatosamente, o melhor seguidor do vice- -presidente de futebol colorado.
Elias entrou na pilha e também foi expulso, porque, era óbvio, o Inter não queria festa corintiana em sua casa, embora a Fiel se fizesse ouvir em alto e bom som.
E o time paulista deve agradecer a Fernando Carvalho, seu mais novo benemérito. Porque, entre as burrices cometidas por cartolas, a do gênio colorado bateu recorde.
Além de vitaminar a vontade do rival, de ser criticado até em seu Estado, sempre tão cioso das coisas gaúchas, Carvalho só conseguiu deixar a arbitragem na situação de aceitar ser covarde ou mostrar independência, além de tirar a responsabilidade do time colorado, porque afinal a arbitragem é sempre a culpada.
Ex-árbitro gaúcho, e hoje o melhor comentarista de arbitragem do país, Renato Marsiglia, da Rede Globo, foi definitivo: "Comigo, esse tipo de atitude sempre saiu pela culatra".
Pois aconteceu de novo.
O raro leitor deste espaço é testemunha de que aqui não se exaltou o título brasileiro do Corinthians em 2005. E por muitas razões, embora tenha sido achada a solução menos ruim possível para o "caso Edílson Pereira de Carvalho" e nisso o Corinthians não tenha, rigorosamente, nenhuma responsabilidade.
Mas foi uma taça vencida à custa de dinheiro sujo, da MSI, o que é uma deslealdade com quem trabalha com dinheiro limpo, além de conquistada com derrota em Goiânia e só porque o Inter, coitado, que poderia ter sido tetracampeão, achou de perder para o rebaixado Coritiba na última rodada.
Mas um título manchado também pelo célebre pênalti não marcado de Fábio Costa em Tinga, que ainda por cima foi expulso naquele empate no Pacaembu.
Enfim, um título que está lá, registrado, mas que jamais será destacado por corintiano algum como dos mais honrosos de sua história centenária. Ao contrário deste tricampeonato da Copa do Brasil, não só o sétimo título nacional do Corinthians, o que o iguala ao Flamengo no topo do pódio brasileiro, mas uma façanha que só foi alcançada, como aconteceu no Campeonato Estadual, depois de superar o time mais badalado do país, então o São Paulo, ontem o Internacional.
Mas que agora passa a ser ele, o Corinthians, que, se alguém tinha alguma dúvida, de fato, voltou.
E em grande estilo.
Juca Kfouri (http://blogdojuca.blog.uol.com.br/) - Fonte: Folha de S.Paulo - 02/07/09.
GAVIÕES E PASSARINHOS
Quando o Corinthians triunfa a cidade de São Paulo fica mais feliz, o café, mais quente e a cerveja, mais gelada.
Amigo torcedor, amigo secador, venho por meio desta comunicar o desaparecimento do corvo Edgar, visto pela última vez no primeiro tempo de Inter x Corinthians, quando ainda tentava, em peleja vã, emitir forças malignas em direção às margens do Guaíba.
De nada adiantou este zeloso amo preveni-lo, dizer que o time do Mano era à prova de água, fogo, sinistros e agouros. De nada valeu dizer que o Beira Rio não guardava os mesmos mistérios da Ilha de Lost -temporada 2008-, de nada adiantou a ameaça de cozinhá-lo à cabidela, numa versão brasileira da janta italiana do Totó, personagem do Pasolini que comeu o seu próprio e querido corvo à milanesa.
O nome da fita, a propósito, é "Gaviões e Passarinhos" (1966), belíssima parábola sobre o mundo dos marginalizados na história. O mais, só o José Geraldo Couto, craque do cinema, explica no sábado.
Para este cronista mobral, o batismo do filme não passa de alegoria da Copa do Brasil que ora findou-se. Os alvinegros de rapina, no controle do cérebro e na dança sagaz, com os seus botes certeiros sobre os adversários. Oponentes que pareciam fortes e imbatíveis, mas não passaram de frágeis pintassilgos ou curiós. De nada adiantou alertar o corvo de que o Chico Mattoso mal estava dormindo. A santa vigília que fizeram os corintianos roxos, como o Fábio, filho do Frê, entre outros.
Também repisei uma velha tese caseira ao maledito: quando o Corinthians triunfa a cidade de São Paulo fica mais feliz, o café, mais quente e a cerveja, mais gelada. Fazia ouvidos de mercador o danado, orgulhoso por já ter sido responsável pelo "adiós" de tricolores e palmeirenses da Libertadores. Bem que falei, com o Corinthians é diferente, o agouro não cola porque enfrenta uma religião, não só um time. É brigar contra todo o panteão dos deuses. As entidades de todos os altares, himalaias e terreiros.
De nada adiantou fazê-lo ouvir, na manhã da quarta, o brado retumbante dos operários da construção aqui da rua doutor Augusto de Miranda. "Ceará, hoje é nós e ninguém tasca", gritavam uns para os outros, emendando com o "timão ê ô" que emergia da feira da Tavares Bastos. Estava escrito nas estrelas e nas tábuas de Moisés, seu corvo de merda, agora fico eu aqui, miserável, sentindo tua falta. Antes tivesse jantado minha estimada ave. Quem sabe algum gavião não tenha o feito?! Ferla, amigo gremista, me consola num desses telegramas modernos, o Facebook: diz que viu o Edgar em uma tertúlia na Carmem, a melhor casa de moças de fino trato. Sim, em Porto Alegre, na madruga de ontem.
O corvo é mesmo raparigueiro. Adora o Pops Drinks e toda uma sorte de ambientes familiares do Brasil da Copa do Brasil. Sim, o corvo só vê jogo com a turma do Trajano, na ESPN. Odeia os monopólios. Edgar é um tremendo comunista.
Em Juazeiro, terra do Icasa, Edgar ia no Borbulhas de Amor. Em Caruaru, na Zulmira, a quem foi apresentado pelo Halley Bó, longa data. Em SP, amava o Terceiro Uísque e agora vai no Amistosas com o Mário, o Jordão, o Brum e o Carcará. Amigo, agora falando sério, se souber do paradeiro do meu bode com asas, cartas para a posta-restante deste periódico. Remunera-se.
Xico Sá - Fonte: Folha de S.Paulo - 03/07/09.
PELOTA DE GRIFE
Futebol não é paixão só nacional. O esporte do gingado rende homenagens pelo mundo todo. A prova disso? Algumas marcas internacionais têm em seus estoques, entre outros mimos, bolas de futebol customizadas com seus logos. Sinal de que a vida real funciona também quando é glamourizada. Estas são de Louis Vuitton, Paul Smith e Y3 (de Yohji Yamamoto). Vai que é sua!
Fonte: Tam Nas Nuvens – Ano 02 – Número 18 – Junho 2009.
veja:
http://fernandocomunica.blogspot.com/2009/06/um-luxo-de-bola.html
FESTA DE GOLS - ZICO NA REDE
Documentário "Zico na Rede" troca biografia pela euforia e exibe alguns dos 831 gols em 23 anos de carreira nacional e internacional do jogador, muitos nunca vistos por aqui.
O gol como obra de arte -como a consumação de um projeto coletivo ou de uma explosão individual. A anatomia do gol -como os croquis de Da Vinci para os objetos que imaginava ou os de Eisenstein e Hitchcock para seus filmes. A engenharia do gol -um esforço de cérebro, fôlego, músculos e vontade, algo a ser estudado pelos profissionais da autoajuda. E, por fim, a euforia do gol -que Zico não concorda que se compare a um orgasmo, mas ele não pode impedir que o torcedor experimente uma sensação parecida, de excitação extrema e alívio redentor a cada bola que seu time manda para as redes.
Eu sei, as comparações acima são balofas e repolhudas. Mas não resisti a formulá-las diante do prazer até orgasmático, com a duração quase imoral de uma hora, provocado pelo documentário de Paulo Roscio, "Zico na Rede", que entra nesta sexta-feira em cartaz no cinema Odeon, no Rio, e no Reserva Cultural, em São Paulo, antes de chegar a outras capitais e sair em DVD no fim de julho.
O filme mostra algumas dezenas dos 831 gols do cidadão Arthur Antunes Coimbra, Zico, em 23 anos de carreira como jogador do Flamengo, da Seleção Brasileira, do italiano Udinese e dos japoneses Sumitomo e Kashima -muitos nunca vistos por aqui, num trabalho de pesquisa que levou mais de um ano e só foi possível pelo patrocínio da Eletrobras.
O filme não tem nada de biográfico -nada de "nasceu em Quintino, pegava o trem todo dia para treinar, fez e aconteceu no futebol e tem hoje duas estátuas em Tóquio". E nenhuma referência ao chute no joelho que quase encerrou sua carreira, em 1985, ao esforço que fez para voltar ao futebol e ao pênalti perdido contra a França, poucos meses depois.
Ainda bem. Tudo isso é carne de vaca e já foi contado nos cinco livros publicados até agora sobre Zico e em vídeos sobre o profissional, o craque e o homem.
O título, "Zico na Rede", diz exatamente a que esse documentário se propõe. É uma festa de gols, todos antecedidos de falas curtas e objetivas do próprio Zico e de colegas como Junior, Adílio, Raul, Edinho ou o folclórico Peu, explicando a gênese de cada gol e seus graus de dificuldade ou originalidade. À sua maneira despretensiosa, o filme promove o gol à categoria de ciência.
Inocente molecagem
Há gols de bola parada, em movimento, de pé esquerdo (sendo Zico destro), de cabeça, de joelho e até de bunda. Há o gol em que a bola quicou na grama irregular e Zico, que se preparava para chutar rasteiro, deu um balãozinho mortal sobre o goleiro, e aquele em que, ao contrário, a bola se atrasou e, na mesma passada, ele teve de puxá-la com o lado do pé antes de bater de primeira.
Há um outro, ainda mais impressionante, em que foi Zico quem passou da bola, mas salvou a jogada mergulhando para frente e fazendo o gol de calcanhar -para ele, o mais bonito de sua carreira, e marcado no Japão.
Gols de arrancada com a bola dominada, de área a área, e entrando pela defesa adversária sem apelação, como os que Kaká costuma fazer, há inúmeros -só que as arrancadas de Zico eram ainda mais rápidas. E constata-se que os gols que pareciam de oportunismo, como os nascidos em rebatidas do goleiro ou da zaga, só surgiram pelo seu senso de colocação e de antevisão das jogadas.
Os gols em cobrança de faltas têm um capítulo especial. Zico praticava todos os estilos -com a bola colocada, de curva ou com força-, mas o principal é que, ao chutar, já analisara o estilo do goleiro. Outro macete era o de, em jogadas na grande área congestionada, usar como referência a toalha ou a bolsinha que os goleiros costumam pendurar na rede ou guardar dentro do gol -e não foram poucas as vezes em que Zico fuzilou a toalha ou a bolsa.
(Na pré-estreia do filme, na semana passada, no Rio, esses foram os gols campeões de aplausos.) Aliás, o goleiro mais vazado no filme é Leão, pelo Palmeiras, Vasco ou Grêmio.
Com toda sua lucidez sobre a ciência do gol, Zico nunca se furtou também a uma pequena superstição. Bem jovem, ele descobriu que nem por brincadeira os goleiros gostam de ver a bola entrando na meta. Com isso, sempre que o gol estava difícil de sair, Zico não perdia a chance de mandar para as redes uma bola fora de jogo e que estivesse ao seu alcance na área -uma inocente molecagem, que às vezes lhe custava um cartão amarelo.
Mas era para "ensinar à bola o caminho do gol". E, por acaso ou não, ela aprendia muito bem o caminho que, às vezes, levava à goleada.
ZICO NA REDE
Direção: Paulo Roscio
Produção: Brasil, 2009
Onde: estreia no Reserva Cultural
Classificação: livre
Avaliação: ótimo
Ruy Castro - Fonte: Folha de S.Paulo - 03/07/09.
Mais detalhes:
http://www.ziconarede.com.br/documentario/lancamento.php
DVDS DE FUTEBOL SÃO POUCOS
Os documentários sobre futebol ainda não têm grande disponibilidade em DVD. Entre os mais recentes, destacam-se "Fiel", de Andrea Pasquini, que tem edição dupla (R$ 49,90). "Ginga", de Hank Levine, Marcelo Machado e Tocha Alves, também tem versão digital (R$ 12,90). Já o clássico "Garrincha - Alegria do Povo", de Joaquim Pedro de Andrade, faz parte de caixa com obras do diretor (R$ 259).
Fonte: Folha de S.Paulo - 03/07/09.
Fiel - http://www.filmefiel.com.br/site/
Ginga - http://www.brazilfilmfest.net/2007/montreal/eng/documentary/ginga.htm
Garrincha - Alegria do Povo - http://www.cineplayers.com/filme.php?id=2258
DISTORÇÕES DE FATOS E DE CONCEITOS
Nunca disse que os treinadores não são importantes. Seria burrice. Quem distorce minha opinião faz por má intenção ou porque não leu. Escrevi, um milhão de vezes, que os técnicos são supervalorizados, nas vitórias e nas derrotas. É bem diferente de não serem importantes. São os técnicos que organizam os esquemas táticos, escalam, substituem, treinam, formam o grupo e muitas outras coisas. Tudo isso é difícil. Muito mais fácil é ser comentarista.
Isso é uma coisa. Outra é achar que os técnicos são mais importantes que os jogadores, que ganham e perdem partidas por causa de uma substituição, de uma mudança de um jogador dois metros para a direita ou dois metros para a esquerda. Já vi técnico ganhar ou perder jogo, mas isso é raro.
Ao constatar que muitos sonhos noturnos eram consequência de desejos conscientes e inconscientes, Freud quis explicar o mecanismo de todos os sonhos. Nem todos são assim. Do mesmo jeito, comentaristas, por várias razões, constroem, depois do resultado, com bons e maus argumentos, uma história irreal. É a obsessão pelo reducionismo. Assim como a vida, o futebol é muito mais complexo. Nós é que tentamos simplificá-lo.
Acontecem muitos detalhes táticos em uma partida que independem da vontade do técnico. Existe ainda um grande número de outros fatores envolvidos no resultado de um jogo, na conquista de um título. Por isso, um treinador pior pode ser campeão mais vezes que um melhor. Geninho já foi campeão brasileiro, e Celso Roth nunca foi.
O acaso está também presente em todos os jogos. O acaso não é sorte nem mistério. São fatos corriqueiros, que não sabemos quando e onde irão ocorrer.
O bom trabalho de Dunga, mesmo sem nunca ter sido treinador, é mais uma evidência de que os técnicos badalados e experientes não possuem nenhuma mágica ou segredo. A maior qualidade de Dunga não é ser um motivador, um estrategista, nem ter muita sorte; é ter gana, obsessão pela vitória.
Joel, ridicularizado por ser simplório e não falar inglês, criou enormes dificuldades para o Brasil, como escalar um meia de cada lado para impedir o avanço dos laterais. E o famoso Marcelo Lippi, técnico da Itália, campeão do mundo, deixou todos os espaços para Maicon atacar, mesmo conhecendo bem o lateral.
A Espanha não perdeu para os EUA porque o técnico americano surpreendeu com um novo esquema defensivo. A Espanha, como faz sempre, dominou o jogo e teve todas as chances de ganhar. Foi uma grande zebra.
A deficiência da Espanha nesse jogo, que pode se tornar um problema, é não saber fazer gol feio, esquisito, de bola espirrada ou de canela.
Assim como é raríssimo um raio cair duas vezes em um mesmo lugar, o Senado ter dignidade, não haver desperdício de dinheiro público para a realização da Copa de 2014 e alguns dirigentes esportivos deixarem o poder, é muito difícil, quase impossível, os EUA ganharem, em poucos dias, da Espanha e do Brasil.
Alívio
O Palmeiras está aliviado, livre de um técnico caríssimo e metido a besta.
Tostão - Fonte: Folha de S.Paulo - 28/06/09.
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