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Red Bull corta asas do time da Traffic
"Ô, o Red Bull voltou, o Red Bull voltou, o Red Bull voltou..."
Foi assim que a "torcida" do Red Bull, que nunca tinha visto um acesso até ontem, cantou na decisão contra o time da Traffic, o Desportivo Brasil.
O tradicional Moisés Lucarelli, casa da centenária Ponte Preta, foi o palco de um duelo dos tempos modernos cujo final de compadres viu um tiro incrivelmente sair pela culatra.
"Sinceramente, é a primeira vez que eu vi isso no futebol."
A frase é de DarÃo Pereyra, ex-zagueiro e Ãdolo são-paulino que é responsável pela captação de atletas para a Traffic.
O jogo valia vaga na terceira divisão do futebol paulista, a A3. Uma vitória levava o Red Bull, time da multinacional que manda jogos em Campinas, a um patamar maior. E um empate bastava para a equipe do empresário José Hawilla.
Porém, como o Taubaté vencia o Palestra de São Bernardo por um gol de diferença, tanto o Red Bull quanto o time da Traffic estavam subindo de divisão com o 2 a 1 do primeiro tempo.
"Fica aà zagueirão, não avança, os dois estão subindo. Calma goleirão, segura", gritava o preparador de goleiros do Red Bull, o Barroca, para o rival.
No alambrado, o ex-meia Pita, que cuida da base do Desportivo Brasil, também orientava com nervosismo os atletas que "cozinharam" o jogo e a própria eliminação. O Taubaté fez um gol nos segundos finais, venceu por 3 a 1 e está na A3.
"Tivemos a informação de que tinha acabado lá [em Taubaté] 2 a 1, não sei o que aconteceu", disse Claudemir Peixoto, técnico do Desportivo Brasil, consolado por Jair Picerni, o experiente treinador do Red Bull. "Boa equipe. Não é ficar só aqui não [na quarta divisão]", falou Picerni ao colega.
"Tinha gente gritando de fora para não atacar, esperar, pois o resultado estava nos classificando. O time ficou tocando nos últimos minutos, e parece que fizeram [o Taubaté] o gol. Não tenho a menor ideia de quem passou a informação errada", falou DarÃo Pereyra.
Quando o jogo acabou, ao som de "We Are The Champions" e até da música tema da Champions League, um zagueiro do Desportivo Brasil perguntou à reportagem da Folha quando tinha sido o outro jogo. Ficou desolado com a resposta.
A imprensa escrita não pode normalmente acompanhar jogos do gramado, mas na quarta divisão não tem praticamente representante da federação.
Foi possÃvel conversar, por exemplo, com o enfermeiro da ambulância em meio ao jogo. "Red Bull não é recomendável para crianças. É um estimulante", disse o profissional vendo dezenas de garotos e garotas com material publicitário da marca de produto energético.
"Gosto de Red Bull com uÃsque. Não torço nem para a Ponte e vou torcer para o Red Bull? Sou é são-paulino", afirmou o gandula Bebeto, 28, que ganhou, assim como outros colegas, R$ 30 do time mandante.
Os principais "torcedores" do Red Bull ganham R$ 45 para apoiar o time. "Viemos de van de São Paulo, tudo pago. Tocamos na bateria da Acadêmicos do Tucuruvi. Somos todos corintianos", contou Bruno Silva, 18, lÃder do grupo que batucou o jogo todo com camisa da Red Bull -são da "Toros Lokos".
A "organizada" é turbinada com a ajuda de uma empresa de marketing esportivo, que espalha ingressos e bate-bates (para acompanhar o "We Will Rock You", outro clássico do Queen) para os estudantes.
"Não sei se tem alguma contra-indicação de Red Bull para crianças. Acho que não. Mas estamos tentando trazer agora para o estádio universitários. Muitos bebem Red Bull", falou um dos funcionários da Planeta Esporte & Mkt, empresa que traz a faixa e a bandeira da "Toros Lokos", cuida do som com um DJ e promove outras ações.
Uma das músicas tocadas antes dessa decisão empresarial foi "Independente Futebol Clube", hit do Ultraje a Rigor.
Cerca de 1.100 pessoas estavam no Moisés Lucarelli acompanhando o jogo. Uma delas vive no local, é o massagista da Ponte Preta, Marcus VinÃcius.
"A Ponte é o time mais velho do Brasil [foi fundada em 1900, mesmo ano do Rio Grande, o mais antigo em atividade]. É legal o Red Bull, mas nunca vai tomar o espaço de um time como a Ponte. Aqui em Campinas ou é Ponte ou Guarani", diz ele.
Também por ali o ex-atacante Edmar, responsável pelo Campinas, assistia aos poderosos rivais. "No Campinas, tenho que procurar dinheiro todo dia. Red Bull e Traffic têm muito. Mas, no ano passado, subimos [para a A3], e eliminamos o Red Bull", gabou-se.
Jair Picerni, meio solitário, riu bastante ao dar entrevista (exclusiva) à Folha no campo.
"Estou falando para você tudo o que não falamos desde o inÃcio, não demos nenhuma entrevista assim, profissional", falou ele, num estádio sem grande nem pequena mÃdia.
Um fotógrafo local, que venderia depois seu trabalho para os atletas, disse que "nem em jogo do Campinas, que é mesmo da cidade, tem jornalista".
"Toda subida tem seu peso, mas o Red Bull se preparou para subir. É bom projeto. Fomos contratados para levar o time à primeira divisão", falou Picerni, que diz ganhar mais ou menos como técnico de Série B.
Segundo Picerni, o Red Bull e o Desportivo Brasil, da Traffic, podem tomar o espaço de times tradicionais em crise e repetirem o São Caetano, que foi vice até da Libertadores, embora preveja um ritmo mais lento.
"O Red Bull dá uma condição que pouca gente dá para os jovens. Tem inglês, alemão, computador, tudo para se formar um bom atleta. Antes, equipes como Ferroviária, XV de Jaú e América alimentavam os grandes. A Red Bull pode entrar nesse meio, a Traffic já penetrou nos grandes", falou ele.
E o Red Bull já ganhou asas.
PITA E DARÃO TÊM OPINIÃO DIFERENTE
Parceiros de São Paulo nos anos 80, Pita e DarÃo Pereyra são da Traffic hoje e veem futuro diferente para o Desportivo Brasil. "Uma vez na primeira divisão, todos os atletas da Traffic jogarão no Desportivo Brasil", falou Pita. "Não é interessante ter todos os atletas no mesmo time", disse DarÃo. Para Felipe Faro, diretor da Traffic, não haverá "conflito". "Vários clubes da Série A têm jogadores em outros clubes."
Rodrigo Bueno - Fonte: Folha de S.Paulo - 09/11/09.
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O VASCÃO VOLTOU...
Logo após a confirmação do acesso à Série A com a vitória por 2 a 1 sobre o Juventude no Maracanã, o modelo de uma provável camisa comemorativa do Vasco por conta do retorno à elite começou a circular na internet.
O curioso é que horas mais tarde, o site oficial do clube carioca publicou em sua página inicial um plano de fundo com o mesmo desenho e a mesma frase estampada sobre a cruz de malta no modelo exibido pelos internautas: "O sentimento nos trouxe de volta".
O departamento de marketing ainda não revelou oficialmente se a camisa será mesmo o terceiro uniforme ou apenas um modelo comemorativo.
Mas tudo leva a crer que o anúncio será feito nos próximos dias, assim como a comercialização em estabelecimentos especializados.
Fonte: O Tempo - 09/11/09.
Veja a camisa:
http://tribunadonorte.com.br/noticia/vasco-lanca-camisa-comemorativa-ao-retorno-a-serie-a-em-2010/131043
O site do Vasco da Gama: http://www.crvascodagama.com/
TIRO DE META
Os clubes brasileiros de futebol faturaram US$ 770 milhões no ano passado, de acordo com levantamento da empresa de auditoria e consultoria Crowe Horwath RCS. Existe potencial para que o número dobre de tamanho até 2014, segundo a empresa.
Mercado Aberto – Maria Cristina Frias - Fonte: Folha de S.Paulo – 10/11/09.
PÊNALTI
A Allianz Seguros contratou o goleiro Marcos como garoto-propaganda de sua nova campanha de vendas, que levará corretores para assistir à seleção na Copa da Ãfrica do Sul. O lançamento foi nessa semana, no Museu do Futebol, em SP. Campanha similar da empresa, que levou corretores ao GP Brasil de Fórmula 1, estimulou resultados positivos neste ano, principalmente na carteira de seguro auto, que cresceu 37,2% até agosto -o mercado registrou 11,7%, segundo dados da Susep.
Mercado Aberto – Maria Cristina Frias - Fonte: Folha de S.Paulo – 12/11/09.
Susep - http://www.susep.gov.br/principal.asp
PESQUISA DERRUBA MITOS SOBRE A TORCIDA DO AMÉRICA MINEIRO
Ao contrário do que imagina grande parte dos mineiros fãs de futebol, a torcida do América não é composta, em sua maioria, por pessoas mais velhas. Esse é apenas um dos mitos derrubados por uma pesquisa da empresa VB Marketing e Negócios, realizada entre os dias 15 e 27 de setembro deste ano, com 481 pessoas que se declararam torcedores do América. O principal objetivo do estudo é traçar o perfil dos americanos.
Segundo a pesquisa, apenas 6% dos americanos têm 60 anos ou mais. O maior número de torcedores está na faixa de 18 a 24 anos (25%). O que, teoricamente, mostra que o clube tem uma torcida jovem. Outro destaque é o fato de que 57% dos americanos dizem já terem nascido alviverdes.
Os números também são relevantes no que diz respeito à influência para torcer pelo clube. Entre os entrevistados, 68% afirmaram que a escolha foi definida pela famÃlia. Por outro lado, apenas 9% dos que responderam ao questionário informaram que suas famÃlias contam com cinco ou mais americanos. Outros 48% se definem como torcedores fanáticos do América. Os americanos também estão comparecendo em bom número ao estádio, principalmente acompanhados da famÃlia (61%).
"O torcedor americano é apaixonado pelo time"
Valéria Braga
Coordenadora
VB marketing e negócios
O que motivou a realização da pesquisa?
Existe uma visão equivocada de muitas pessoas sobre os torcedores do América. Como torcedora do clube, resolvi fazer esse levantamento para mostrar o perfil do americano e ajudar a acabar com alguns mitos que nos acompanham por muitos anos. Foram entrevistadas 481 pessoas pela internet. O fato de utilizar somente a grande rede não compromete o resultado da pesquisa?
Acho que não. Temos que admitir que os internautas têm um poder aquisitivo maior e o universo investigado é menor. Mas tenho certeza de que, com base nas pessoas que responderam às questões, o resultado obtido por essa pesquisa foi importante e fundamental para mostrar a realidade do América.
Antônio Anderson - Fonte: O Tempo – 13/11/09.
VB Marketing e Negócios – http://www.vbmarketing.com.br/
América - http://www.americamineiro.com.br/
A ARTE DE SE DEIXAR ENGANAR
Amigo torcedor , amigo secador, estava folheando, para tentar entender os juÃzes de campos e tribunais, o "Código dos Homens Honestos ou a arte de se deixar enganar pelos larápios", do Honoré de Balzac. Sim, o simpático e gordinho francês de quem herdamos não só o adjetivo mas também a tara pelas ditas balzaquianas, esses colossos de mulheres, seja na claridade, sob a luz de velas ou nas pecaminosas noites de apagões.
Página vai e página volta com o vento das esquinas da Pompeia, e eis que me chega o Pereira. Justo o Pereira. Quem dera ele fosse só um daqueles personagens de araque que aparecem no meio das crônicas antigas para dizer algo engraçado ou teses que o autor, por covardia ou zelo, não assume em público ou no jornal.
Em carne, osso e sempre bronzeado como um saudável milionário da famÃlia Diniz, o são-paulino nem perde tempo com a lengalenga e trapaças dos juÃzes. "Você sabe, amigo, que sou a favor dos pontos corridos desde criancinha", diz, logo no primeiro chope, aquele que nos aplica um belo bigode de espuma. "Mas justiça seja feita, este Brasileirão carece de um mata-mata, nem que seja imposto por medida provisória."
Fico ali na base do "como assim", mais interessado nas lindas afilhadas de Balzac que voltam das piscinas do Palmeiras. O desgraçado insiste. Ele perde a melhor das bundas na paisagem, mas não desperdiça a chance de importunar um amigo com uma proposição maluca.
No entendimento de Pereira, após tanta lambança da arbitragem, seja por falha técnica, cleptomania ou sociedade mafiosa, o pior Campeonato Brasileiro desde 1971 precisa não só de um mata-mata. Precisa de dois: um entre os oitos primeiros e o segundo lá embaixo, um tira-teima entre os últimos da tabela.
"Parece injusto, mas ao contrário do que diz Roberto Carlos, um erro conserta outro erro sim, isso é o que penso", diz, agora distribuindo perdigotos inconsequentes para o bar todo. Sim, a frase do rei à qual se refere é a da música "O progresso".
Como bater o Náutico, por exemplo, berra o amigo, perdendo outra gostosa que volta da piscina, se foi o time mais roubado do certame?!
Nem vou falar do que fizeram com o Palmeiras ante o Fluminense e muito menos o pecado que cometeram surrupiando a vitória do Sport contra os verdes. O homem não cessa. E repare que estou cortando ao máximo o sermão, mais longo do que o de Fidel e do padre Antônio Vieira.
Tento aplicar o Balzac à arbitragem. Sem êxito. Caso o amigo se interesse, o livro é ótimo, tradução de Léa Novaes (ed. Nova Fronteira).
Não consegui nem petiscar a moela da nostalgia e falar do juiz ladrão como personagem dramático que emociona o futebol. "Isso é coisa do Nelson Rodrigues, que você copia descaradamente, chega de graça", mandou, trôpego ao caminho do banheiro, para delÃrio dos garçons.
Pior é que a maioria fechava com o Pereira, mesmo os tricolores como ele, só para demonstrar que o time do Morumbi é macho e capaz de bater qualquer um que apareça.
Além das balzacas que zeram meus dez graus de miopia e astigmatismo, fico com Edgar, meu corvo, em momento de aliança populista com o urubu do Flamengo, seu primo da Gávea.
Xico Sá - Fonte: Folha de S.Paulo – 13/11/09.
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