POR QUE NÃO DESISTO - FUTEBOL, DINHEIRO E POLÍTICA
BOLEIROS
Juca Kfouri lançou na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, o livro "Por Que Não Desisto - Futebol, Dinheiro e Política".
A obra é uma seleção das colunas escritas por ele na Folha. O ex-jogador Tostão, também colunista do jornal, assina o prefácio.
Mônica Bergamo – Fonte: Folha de S.Paulo – 23/06/09.
O livro -
http://www.livrosdefutebol.com/catalogo_detail.asp?cod_produto=227
http://www.publishnews.com.br/noticias/news_int.asp?id_noticia=27428
FIFA ANUNCIA SORTEIO PARA COPA 2010
Joseph Blatter, presidente da Fifa, anunciou que o sorteio dos grupos para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, acontecerá em 4 de dezembro deste ano.
A sede do sorteio será na Cidade do Cabo. Todas as 32 seleções classificadas serão definidas até meados de novembro deste ano. O Mundial de futebol acontece entre 11 de junho e 11 de julho de 2010. Blatter se comprometeu a estudar a proposta de colocar os cabeças-de-chave de cada grupo em sede fixa.
Fonte: O Tempo – 23/06/09.
HERANÇA VIVA DO APARTHEID
Símbolo de resistência até a década de 1990, bairro do Soweto sofre com falta de infraestrutura. Estádio reformado contrasta com a situação miserável da maior parte da população.
Riqueza e miséria convivendo lado a lado. Assim é Soweto, hoje bairro de Johannesburgo criado durante o apartheid, na década de 50, para afastar os negros da cidade e mandá-los para a periferia. Com o fim da segregação racial, em 1991, a região perdeu essa conotação, mas ficou marcada por ser o principal foco de resistência ao regime e local onde ocorreram mobilizações apontadas como determinantes para o fim da segregação. Hoje, o que mais chama a atenção em Soweto é o contraste. Enquanto R$ 70 milhões foram investidos na reconstrução do Orlando Stadium, reformado para receber treinos de seleções durante a Copa do Mundo de 2010, ao lado, famílias vivem em casas improvisadas, feitas de papelões e placas de alumínio.
O governo sul-africano trabalha para acabar com esse tipo de moradia, mas a tarefa não tem sido fácil. A lei local não permite que as famílias sejam desalojadas antes que haja outro lugar para colocá-las. A pobreza, porém, não está retratada apenas nas moradias improvisadas. Mesmo na parte velha do bairro, construída pelo governo durante o apartheid, e que dispõe de infraestrutura básica, a pobreza é visível. Ontem, em uma volta pelo bairro, bastava estacionar o carro para que logo grupos de crianças se encostassem às janelas com as mãos estendidas mendigando qualquer moeda.
Difícil resistir ao patrocínio da mendicância, mas aquelas crianças, mal vestidas, algumas descalças, outras sujas e com o nariz escorrendo são vitimas de um processo de discriminação social e econômico que ainda levará algum tempo para ser reparado. Após caminhar por alguns metros - escoltados por um motorista, que se sentia mais seguro dentro do carro -, não demorou para que outro grupo de crianças nos cercasse. Olham e reparam tudo e, assim como o outro, repetem a primeira abordagem, cantam uma música que lembra o tempo de repressão e pedem moedas. Tentamos sair logo, mas é quase impossível, principalmente, porque, a essa altura, uma senhora aparece e já começa a questionar: "e vocês não vão dar nada para elas não?" É hora de ir embora, alerta o motorista, afinal, o relógio apontava mais de 17h. "Não podemos ficar aqui após anoitecer. Temos que ir", decretou.
População
1,2 milhão de pessoas estão concentradas em Soweto.
Rogério Tadeu - Fonte: O Tempo – 23/06/09.
FUTEBOL ESTÁ PRESENTE
O futebol tem uma presença marcante em Soweto. Dois dos principais clubes do país são da região: o Orlando Pirates e o Kaiser Chiefs. No entanto, não há espaços ideais para a prática do esporte. "Não precisa. Jogamos na rua mesmo", explicou o adolescente Banele Mhiuzi, que vive no Soweto desde que nasceu, há 16 anos. Ao saber que éramos brasileiros, logo falou sobre o jogo entre a seleção e a África do Sul e disse acreditar no título brasileiro. (RT)
O QUE MENOS IMPORTA
Pode soar estranho dizer, mas o futebol é o que menos importa nesta competição, criada pela Fifa há quase dez anos, chamada Copa das Confederações. O diretor de marketing da entidade que manda no futebol mundial, Thierry Weil, reconheceu, nas entrelinhas, que "isso aqui é para testar serviços e equipamentos para o ano que vem". Não dá para acreditar que a Itália, atual campeã do mundo, tenha levado a sério esta disputa na África do Sul.
Não passou da primeira fase! Até hoje nenhuma seleção campeã deste torneio conseguiu o título da Copa do Mundo no ano seguinte. Na verdade, o que vale é o teste da infra-estrutura, estádios e segurança para 2010. Nisso a África do Sul leva uma nota cinco, com uma dose de boa vontade.
SEPARAÇÃO AINDA É EVIDENTE
"O apartheid acabou com a discriminação gratuita, aquela que era cometida sem motivo. Mas tudo isso se trata de um processo. Aquelas pessoas mais velhas ainda carregam o sentimento daquela época." O depoimento de João Zacarias, moçambicano que chegou à África do Sul há 19 anos para fugir da guerra civil de seu país, retrata o sentimento do povo sul-africano.
O fim do apartheid acabou com a discriminação legal e transformou em crime o julgamento pela cor da pele. Mas, no dia a dia, a África do Sul dos mais velhos ainda é carregada de muitos julgamentos raciais. "Hoje, nas escolas, já é possível ver crianças brancas e negras brincando sem nenhum tipo de problema", completa Zacarias, deixando claro que o processo será lento. (RT)
Fonte: O Tempo – 23/06/09.
O SOM DA VUVUZELA
Críticas. Os sul-africanos adoram o som da vuvuzela, uma espécie de corneta; os estrangeiros odeiam. Entre o incômodo e a tradição. Presidente da Fifa também não gosta do barulho, mas não irá proibir o uso na Copa de 2010.
Indispensável para alguns, um saco para outros. Assim são as vuvuzelas - uma espécie de corneta - que provoca um barulho infernal dentro dos estádios. Os instrumentos, no entanto, fazem parte da cultura do futebol sul-africano e estão presentes por onde quer que a bola role por aqui, seja de qual divisão ou torneio for. Na Copa das Confederações, o instrumento não poderia ficar de fora. Mas o barulho tem incomodado a alguns. Na semana passada, o assunto ganhou destaque, quando um grupo de jornalistas dos Estados Unidos e da Holanda formalizou um protesto na Fifa contra as cornetas, pedindo que elas não entrem nos estádios no Mundial 2010.
Com isso, o presidente da entidade, Joseph Blatter, foi convocado à discussão. Ele chegou a admitir que realmente elas são muito barulhentas, mas daí a proibir disse que seria uma interferência na cultura do torcedor sul-africano. "Há muitos sons na África do Sul. Já disse e vou repetir. Aqui as pessoas cantam, dançam, tocam tambores, usam batuques e usam essas cornetas. Sei que algumas pessoas não gostam desse barulho. Alguns canais de televisão têm criticado, dizendo que atrapalha, mas não será a Fifa que irá proibir. Os treinadores e jogadores devem se adaptar", garantiu Blatter. Apesar de alguns turistas reclamarem, a maioria parece ter se adaptado facilmente às vuvuzelas.
Segundo uma vendedora de uma das bancas montadas pela Fifa no Loftus Stadium, as pessoas procuram muito pelo produto na loja. "Comprei essa em um sinal vindo para cá (Loftus para acompanhar Brasil e Itália). Vou fazer muito barulho aqui e ainda vou levá-la para o Brasil", assegurou Ailton Damasceno, que veio com um grupo de amigos do interior de São Paulo para acompanhar os jogos da Copa das Confederações. Por aqui, falou em vuvuzelas, falou em futebol. "Não há como separar. É algo que faz parte da cultura do futebol sul-africano. Eu não consigo imaginar os estádios sem o som das vuvuzelas", afirmou Tino Makaza, torcedor fiel do Orlando Pirates, time local.
Apoio
"(As vuvuzelas) estão sendo até interessantes. Dentro do campo, a concentração é tanta que não consigo discernir o barulho que vem da torcida" (Maicon - lateral da seleção brasileira)
Campanha
Imprensa. "Venha soprar seu chifre em 2010". Essa era a chamada do Daily Sun. O jornal sul-africano faz campanha a favor do uso das vuvuzelas. Segundo o diário, não há sentido em proibir o instrumento que faz parte da cultura esportiva do país.
Rogério Tadeu – Fonte: O Tempo - 24/06/09.
PARA INCOMODADOS: "ALGODÃO"
Quem também saiu em defesa das vuvuzelas foi o técnico da seleção da África do Sul, Joel Santana. Para ele, o instrumento não atrapalha em nada, além de fazer parte da cultura local. "É que europeu é assim, faz um negocinho e fica logo incomodadinho. E olha que tem uma pequenininha que é pior ainda. Mas já estou acostumado", considera o treinador.
Para Joel Santana, o som emitido pelo instrumento serve até como incentivo. "É bonito. É a cultura daqui, eu acho legal, tem que continuar tocando mesmo", destacou Joel. Para quem não gosta, o treinador brasileiro deu uma dica que pode funcionar: "Os incomodados que levem um algodãozinho", completou. (RT)
Fonte: O Tempo - 24/06/09.
MANDELA
Prestes a completar 91 anos, Nelson Mandela é um mito vivo em toda a África. A sua luta contra o apartheid é reconhecida fora das fronteiras sul-africanas. Foi ele quem pediu para se encontrar com a seleção do país e levar uma mensagem de fé aos jogadores. Não só para o jogo de hoje, mas principalmente para a Copa de 2010. Adepto da discrição e de poucas aparições públicas depois que deixou a Presidência, qualquer gesto de Mandela mexe com toda a população. Joel Santana chorou no encontro, o que ganhou capa nos jornais sul-africanos.
SINÔNIMO
Quem usa aparelhos de GPS para se conduzir de carro pela África do Sul tem um macete simples para chegar ao centro de qualquer cidade: é só programar a máquina para a avenida ou praça "Nelson Mandela". Não há cidade que não tenha uma homenagem a ele em forma de endereço importante. Kafunga dizia que quem quisesse reverenciá-lo, que o fizesse em vida, já que, depois de morto, ele não poderia curtir as homenagens. Pois Nelson Mandela está tendo esse prazer. Sua luta e seus 27 anos de prisão contra a segregação são reconhecidos por todos.
AJUSTES
O apartheid acabou oficialmente em 1994, mas muito tempo ainda vai se passar até que as diferenças raciais e sociais cheguem a um bom termo. As leis impostas aos brancos foram duras, visando igualdade de direitos, mas a resolução do problema não é tão simples. Há cotas em quase todas as atividades na África do Sul. Qualquer empresa tem que ter, pelo menos, um sócio negro. Toda empresa tem que empregar, pelo menos, 20% de negros, que são quase 90% da população do país. Em qualquer loja, os atendentes são negros, mas os donos quase sempre são brancos.
SEGREGAÇÃO
As leis que determinavam onde os negros podiam frequentar acabaram, mas na prática elas continuam em muitos ambientes por aqui. Há shoppings que são frequentados por negros e também o contrário, locais com funcionários negros e compradores brancos. Nos esportes, o futebol tem a preferência dos negros. Os brancos preferem o rúgbi e o críquete. No dia a dia, negros e brancos convivem bem. Nem parece que isso já foi proibido. É inacreditável como o mundo aceitou a segregação racial durante tantos anos, como se não houvesse nada de errado.
BENEFÍCIOS
A Copa na África do Sul vai beneficiar diretamente outros países africanos, especialmente os vizinhos mais próximos, como o Zimbábue, Moçambique, Suazilândia e vários outros. No caminho de volta de Nelspruit para Johannesburgo, cruzamos a fronteira da Suazilândia, para cortar caminho e conhecer outro país da região. Uma surpresa agradável, já que, ao contrário do que sempre ouvi dizer, trata-se de um lugar dos mais bonitos que já conheci, organizado e sem aparência de pobreza como é passado para o mundo. Além de um povo sorridente e prestativo.
Chico Maia – Fonte: O Tempo – 25/06/09.
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