NĂO ESPERE UMA INTERVENĂĂO. MUITO MENOS DIVINA.
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NĂO ESPERE...
Por HS Naddeo
NĂŁo tivesse Deus se tornando tĂŁo progressista na relação com a humanidade, o Brasil jĂĄ teria sido por ele castigado, tal qual fez com Sodoma e Gomorra, conforme descrito no livro do Genesis, na BĂblia, lançando fogo e enxofre dos cĂ©us como punição pela permissividade e estabelecimento de prĂĄticas imorais por toda a sociedade.
Sim, nos tornamos uma sociedade de pråticas imorais. E elas começam com coisas simples, mas que não deixam de ser imorais da mesma forma.
Somos um povo que, no geral, nĂŁo entende leis como marcos regulatĂłrios de conduta social, mas sim como normas que podem (e devem) ser burladas se feito em benefĂcio prĂłprio.
NĂŁo devolvemos troco recebido a mais, nĂŁo respeitamos placa de ânĂŁo estacioneâ, furamos fila, avançamos sinal de trĂąnsito, fumamos em locais proibidos, vendemos (ou convivemos com isso naturalmente) bebidas e cigarros a menores de 18 anos, subornamos garçom em casamentos e eventos para sermos melhor atendidos, cobiçamos a mulher e o marido dos prĂłximos, jogamos no bicho, frequentamos cassinos clandestinos, fazemos âgatoâ de ĂĄgua, luz, internet, TV a caboâŠ
Algum ato ilĂcito que nĂłs, como sociedade, consideremos altamente grave? Mas, moralmente, todos sĂŁo.
Queremos bandidos mortos, desde que eles nĂŁo sejam jovens de classe mĂ©dia que vendem drogas em faculdades, ou donos de empresas que usam trabalho escravo ou anĂĄlogo, ou que seja um empresĂĄrio que sonega milhĂ”es de reais, ou algum filhinho de papai que atropela e mata pessoas por estar bĂȘbado, ou que nĂŁo seja nenhum parente prĂłximo, ou que nĂŁo seja parente prĂłximo de alguĂ©m que nos Ă© bastante prĂłximo. Queremos bandidos mortos, desde que sejam apenas os pobres e favelados.
O Brasil estĂĄ no fundo do poço â que, teimosamente se torna cada vez mais fundo â nĂŁo apenas no universo polĂtico e empresarial. Chegamos, tambĂ©m, ao fundo do poço como sociedade, e isso fica absolutamente explĂcito no grau de tolerĂąncia e condescendĂȘncia que temos com todos os desmandos, em todos os nĂveis, com o conhecimento que temos da misĂ©ria, da tortura e do sofrimento por que passam os mais humildes (de finanças e de grau de instrução) e que tambĂ©m nos atinge.
Somos incapazes de fazer uma greve geral ou iniciar uma manifestação. Preferimos que as greves sejam promovidas por sindicatos (aĂ atĂ© aderimos) e gostamos de ir apenas em manifestaçÔes com datas marcadas, cobertura da imprensa (como se essa fizesse uma cobertura honesta) e de preferĂȘncia que tenha a presença de pessoas ilustres e celebridades para podermos dizer âeu fuiâ.
Não, Deus não nos jogara fogo e enxofre dos céus, e nem mesmo transformarå em eståtuas de sal aqueles que ousarem olhar para trås durante a caminhada para o futuro.
Deus talvez tenha se tornado mais sĂĄdico do que isso, e em respeito ao prĂłprio livro arbĂtrio de sua criação.
Ao invĂ©s do fogo, parece ele preferir deixar que, sozinhos, afundemos âna merdaâ, e que na nossa inĂ©rcia, no lugar do enxofre tenhamos que respirar o ar podre da sociedade que nĂłs mesmos construĂmos.
NĂŁo nos transformaremos em estĂĄtuas de sal, como a mulher de LĂł no livro do GĂȘnesis, pois teremos que, obrigatoriamente, olhar para trĂĄs assumindo nossas responsabilidades como sociedade, se quisermos ter o direito de ter, efetivamente, olhar para frente e construir um futuro melhor para nosso paĂs e nossa nação.
Deus, talvez, no seu progressismo, nos ensina que esperar por ele ou por polĂticos para cuidar do nosso futuro Ă© algo que sĂł cabe mesmo nas parĂĄbolas da BĂblia ou contos da carochinha. E digo isso nĂŁo porque nĂŁo acredite em Deus, mas porque penso que Deus nĂŁo interfere (pelo menos nĂŁo mais) para resolver as questĂ”es terrenas que nĂłs mesmos criamos e perpetuamos.
Se falo de Brasil como tema desse comentĂĄrio Ă© porque sou brasileiro. PorĂ©m, de um modo ou de outro, e outros atĂ© muito mais cruĂ©is do que a situação brasileira, a civilização estĂĄ em decadĂȘncia, as sociedades estĂŁo decadentes, a moralidade estĂĄ decadente.
Tal qual Sodoma e Gomorra, nos tornamos gananciosos, promĂscuos, perversos, orgulhosos e incapazes de fazer algo realmente efetivo pelos nossos semelhantes, e por nĂłs mesmo.
NĂŁo. Deus nĂŁo enviarĂĄ anjos para nos salvar. E se quisermos, mesmo, tirar esses âdemĂŽniosâ que tomaram conta do nosso paĂs, da nossa elite polĂtica e empresarial, teremos que ter muita fĂ© em nĂłs mesmos, e atravĂ©s dela, tomarmos as providĂȘncias que venha a prover o futuro do Brasil de dignidade e moralidade.
Livro do GĂȘnesis:
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Blog do HermĂno: http://www.herminio.com.br/.
ĂTICA
Ătica Ă© o conjunto de valores e princĂpios que usamos para responder a trĂȘs grandes questĂ”es da vida:
(1) quero, (2) devo, (3) posso?
Nem tudo que eu quero eu posso; nem tudo que eu posso eu devo; e nem tudo que eu devo eu quero. VocĂȘ tem paz de espĂrito quando aquilo que vocĂȘ quer Ă© ao mesmo tempo o que vocĂȘ pode e o que vocĂȘ deve.
(MĂĄrio SĂ©rgio Cortella)
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