QUEM Ă VOCĂ NA INTERNET?
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REPUTAĂĂO ONLINE
English:
http://www.huffingtonpost.com/michael-fertik/post_1844_b_838636.html
http://www.foxbusiness.com/personal-finance/2011/03/23/attention-college-applicants-admissions-facebook-page/
The site:
http://www.reputation.com/myreputation
http://www.reputation.com/blog/
As empresas vasculham a internet para obter informaçÔes sobre candidatos a uma vaga â e novos serviços prometem varrer a sujeira para debaixo do tapete.
Em uma tarde de abril de 2008, a atriz e modelo paulista Michele Vignardi fez o que muitos internautas costumam fazer em frente ao computador: entrou no Google e digitou, letra por letra, o prĂłprio nome. Tomou um susto. Naquele dia, o que viu nĂŁo foram referĂȘncias elogiosas a seus trabalhos. âVocĂȘ quis dizer Michelli Vignardi?â, retornou o buscador.
Apesar de sutil, a diferença na grafia dos nomes levou a resultados inesperados. Naquele mĂȘs, sua quase homĂŽnima Michelli Vignardi, uma prostituta de luxo americana, havia ganhado notoriedade com a publicação de uma matĂ©ria no jornal escocĂȘs DailyRecord.
O veĂculo associava o nome de Michelli a orgias com o empresĂĄrio Irvine Laidlaw, um dos homens mais ricos da EscĂłcia, tambĂ©m conhecido por manter uma relação prĂłxima com David Cameron, na Ă©poca candidato a premiĂȘ britĂąnico.
Para o Google, uma pesquisa pela americana parecia mais natural do que uma pelo nome de Michele â e a reputação da brasileira, que nada tinha a ver com a histĂłria, ficou por um fio.
Sua primeira medida foi pedir ao jornal que a notĂcia fosse retirada do site. Sem obter sucesso, ela entĂŁo procurou o Google para que o resultado nas buscas por seu nome nĂŁo trouxesse referĂȘncias Ă sua quase xarĂĄ. E nada.
âFoi uma situação muito constrangedoraâ, diz Michele. âAtĂ© hoje isso me choca.â Sem outra carta na manga, a modelo decidiu mudar de nome â hoje atende por Michele PatrĂcio e nĂŁo quer mais saber do antigo sobrenome.
A reação da modelo brasileira Ă situação pode parecer exagerada. Num tempo em que a reputação de indivĂduos e empresas Ă©, em grande parte, definida por âentidadesâ como Google, Facebook e Twitter, porĂ©m, casos como esse tendem a se tornar mais comuns. HĂĄ anos, internautas vĂȘm sendo estimulados a dividir na rede informaçÔes sobre si mesmos e sobre amigos e conhecidos em sites ou redes sociais, como o Facebook ou o Twitter.
NĂŁo por acaso, uma porção cada vez maior da vida das pessoas acontece hoje online. Com o passar do tempo, porĂ©m, o lado ruim do compartilhamento exagerado de informaçÔes pessoais na rede â voluntĂĄrio ou nĂŁo â começa a cobrar seu preço.
Eric Schmidt, ex-principal executivo do Google, jĂĄ chegou a sugerir que, no futuro, as pessoas terĂŁo dois nomes durante a vida: um que dura atĂ© a adolescĂȘncia, outro para a idade adulta.
âNĂŁo acredito que a sociedade compreenda o que acontece quando tudo estĂĄ disponĂvel, conhecido e gravado por todo mundo o tempo todoâ, disse Schmidt numa entrevista ao Wall Street Journal. Um estudo recente realizado pelo instituto Cross-Tab identificou que 79% das empresas vasculham a imagem online de candidatos a uma vaga antes de fazer uma contratação.
Ainda, 86% dos empregadores disseram que uma reputação online positiva conta pontos na decisĂŁo â buscadores e redes sociais, nessa ordem, sĂŁo as principais ferramentas utilizadas na pesquisa. Mudar de nome pode nĂŁo ser uma solução viĂĄvel para todo mundo que passa por crises de imagem na rede. Mas essa, ao que tudo indica, nĂŁo Ă© a Ășnica solução para o problema.
Criada em 2006, a Reputation.com Ă© hoje a maior empresa de gerenciamento de reputação online do mundo. Seu faturamento Ă© mantido em segredo, mas, de acordo com o fundador e presidente Michael Fertik, as receitas da empresa cresceram 600% apenas no ano passado, em grande parte devido ao aumento do nĂșmero de clientes que procuram manter informaçÔes pessoais em sigilo ou que querem melhorar sua imagem na rede.
Desde sua criação, a Reputation.com jĂĄ recebeu cerca de 30 milhĂ”es de dĂłlares em investimentos de fundos de venture capital, como Bessemer e Jafco, e hoje atua em mais de 100 paĂses. O serviço se tornou especialmente popular durante a crise financeira de 2008, quando banqueiros contrataram profissionais e empresas da ĂĄrea para proteger seus nomes.
Atualmente, porĂ©m, a clientela atendida por empresas como a Reputation.com sĂł cresce â pequenos empresĂĄrios, estudantes, recĂ©m-divorciados e jovens profissionais entre eles. âVivemos numa Ă©poca de transparĂȘncia radical. Mais e mais informação estĂĄ disponĂvel sobre nĂłs na rede, parte dela inĂłcua, parte reveladora, mas tambĂ©m parte negativaâ, diz Fertik. âQuase nunca sabemos como ou onde essa informação estĂĄ sendo usada, mas sabemos que julgamentos sĂŁo feitos baseados no que as pessoas leem e veem na web.â
Resultados favorĂĄveis
Manchas em reputaçÔes no mundo real podem ser duras de tirar. Apagar da rede conteĂșdos jĂĄ disseminados, como no caso de Michele PatrĂcio, costuma ser igualmente difĂcil. A diferença Ă© que, no mundo virtual, hĂĄ ferramentas capazes de, pelo menos, varrer as manchas para baixo do tapete.
Boa parte do trabalho de empresas como a Reputation.com consiste em privilegiar e alavancar, nas buscas, resultados favorĂĄveis aos clientes. Em cada novo caso, Ă© posto em marcha um conjunto de prĂĄticas com o objetivo de âesconderâ conteĂșdos indesejados, mantendo-os o mais longe possĂvel das primeiras pĂĄginas das pesquisas (estima-se que 70% dos internautas que utilizam buscadores nĂŁo passem da primeira pĂĄgina).
Parte da estratĂ©gia, que inclui publicar na rede material favorĂĄvel a um indivĂduo ou empresa, pode ser executada por qualquer internauta nĂŁo especialista no assunto. As tĂĄticas incluem, por exemplo, criar um blog e um site prĂłprio ou abrir contas em redes sociais, como o LinkedIn ou o Facebook.
A ideia Ă© sempre fazer com que buscadores como o Google ou o Bing interpretem o novo conteĂșdo gerado na internet como mais relevante do que o material desfavorĂĄvel publicado anteriormente. O trabalho de gerenciadores de reputação nas redes, contudo, vai alĂ©m e explora a fundo o mecanismo de classificação dos resultados.
Em muitos aspectos, a estratĂ©gia se parece com prĂĄticas de otimização para mecanismos de busca (SEO, da sigla em inglĂȘs), um artifĂcio muito utilizado para fazer com que sites subam nas pesquisas. Para manipular esse tipo de resultado, por exemplo, gerenciadores de reputação criam sites ou blogs simples e estabelecem links para outros conteĂșdos favorĂĄveis e aprovados pelo cliente.
JĂĄ em caso de material negativo disponĂvel na rede, os donos dos sites sĂŁo estimulados a retirar o material publicado. Os serviços de âmaquiagem onlineâ de reputaçÔes sĂŁo tidos como eficazes, mas tambĂ©m podem ser bastante custosos. A Reputation.com cobra de 99 a 600 dĂłlares por ano, em mĂ©dia â embora existam casos de clientes, em geral polĂticos e celebridades, cujo custo pode chegar a 10 000 dĂłlares anuais. Tudo por um nome limpo nas redes.
Luiza Dalmazo - Fonte: Exame - Edição 992.
O site:
http://www.reputation.com/myreputation
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Blog do HermĂno: http://www.herminio.com.br/
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