TCHAU... GOOD BYE... ADIOS... AU REVOIR... AUF WIEDERSEHEN... ARRIVEDERCI... GEORGE W.BUSH
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DE MALAS PRONTAS
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http://www.daylife.com/search?q=wax+figure+obama+bush+amsterdam+
Madame Tussauds Wax Museum - Amsterdam - http://www.madametussauds.nl/dutch/obama2.html
Madame Tussauds Wax Museum - London - http://www.madametussauds.com/London/OurFigures/WorldLeaders/BarackObama/Default.aspx
RĂ©plica de imagem de cera de George W. Bush, de saĂda da PresidĂȘncia norte-americana, do lado de fora de museu em AmsterdĂŁ, na Holanda, onde foi substituĂdo por figura de Barack Obama, que toma posse dia 20 de janeiro.
Fonte: Folha de S.Paulo â 16/01/09.
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Madame Tussauds Wax Museum - Amsterdam - http://www.madametussauds.nl/dutch/obama2.html
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BUSH DEFENDE LEGADO EM DISCURSO DE DESPEDIDA
O presidente norte-americano, George W. Bush, defendeu suas açÔes para evitar um colapso do sistema financeiro e para proteger os Estados Unidos de outro ataque terrorista, em seu discurso de despedida do cargo que deixa na semana que vem.
Cinco dias antes de entregar a PresidĂȘncia a Barack Obama, Bush fez o Ășltimo discurso televisivo para a população. Ele procurou definir seu histĂłrico na Casa Branca, que alguns historiadores jĂĄ apontam como o pior da histĂłria.
Mas, apesar de tentar se concentrar no que considera seus sucessos, Bush se prepara para deixar para Obama guerras nĂŁo-acabadas no Iraque e no AfeganistĂŁo, um conflito sangrento em Gaza, a economia em profunda recessĂŁo e um paĂs com uma imagem ruim no resto do mundo.
"Enfrentando a perspectiva de um colapso financeiro, tomamos medidas decisivas para salvaguardar nossa economia", disse Bush, referindo-se a uma maciça intervenção que ele ordenou. "Poderia ser muito pior caso não tivéssemos agido."
"Juntos, com determinação e trabalho duro, vamos recolocar nossa economia no caminho do crescimento. Vamos mostrar mais uma vez ao mundo o poder de recuperação do sistema americano da livre-iniciativa."
Obama tem afirmado que lidar com a crise econÎmica, a pior desde a Grande Depressão, serå sua principal prioridade. Bush alertou, no entanto, que o desafio mais grave a ser enfrentado pelo próximo presidente continua sendo a ameaça de um novo ataque terrorista, como o realizado pela Al Qaeda em 11 de setembro de 2001.
Ele reconheceu que algumas das decisÔes que tomou como resposta aos ataques de 11 de setembro foram controversas, mas as defendeu e reafirmou sua doutrina de ''ou estå conosco ou estå contra nós'', que é amplamente criticada em todo o mundo.
"HĂĄ um debate legĂtimo sobre muitas dessas decisĂ”es. Mas pode haver pouco debate sobre seus resultados", disse. "A AmĂ©rica passou por mais de sete anos sem que houvesse um ataque terrorista em nosso solo."
Discursos de despedida são uma tradição para presidentes norte-americanos que estão deixando o cargo, mas hå muito em jogo para Bush nesse caso particular. Ele deixa a Casa Branca com uma das taxas mais baixas de aprovação jå registradas por um presidente nos tempos modernos. A aprovação dele estå na casa dos 20 por cento.
Matt Spetalnick/Tabassum Zakaria/David Alexander - Fonte: Terra - 16/01/09.
ADEUS, BUSH
Foi ruim enquanto durou. O governo George W. Bush mentiu, torturou, prendeu pessoas sem acusação, teve prisĂ”es secretas, arruinou a economia, deixou um rombo nas contas pĂșblicas, desrespeitou a ONU, fez duas guerras, bloqueou acordos contra o aquecimento global, desamparou as vĂtimas do Katrina, censurou cientistas. Sim, foi pior do que o governo que odiĂĄvamos tanto: o de Richard Nixon.
NĂŁo, a HistĂłria nĂŁo lhe darĂĄ razĂŁo. Pode fazer o contrĂĄrio: confirmar as piores suspeitas. JĂĄ começa a fazer isso. Bob Woodward, sempre ele, o lendĂĄrio repĂłrter do Watergate, publicou no âWashington Postâ a confirmação de que em GuantĂĄnamo se torturava. Mohammed Al-Qahtani, um saudita, foi mantido isolado, impedido de dormir, exposto nu a frio extremo, sofreu afogamentos e outras perversidades prĂłprias de governos extremistas. Quem confirmou isso ao jornalista nĂŁo foi um âgarganta profundaâ, mas alguĂ©m de quem se sabe nome, rosto e cargo: a juĂza Susan Crawford, funcionĂĄria do PentĂĄgono, com autoridade de decidir quem deveria ir ou nĂŁo a julgamento. Qahtani nĂŁo irĂĄ a julgamento porque seu interrogatĂłrio foi criminoso. âNĂłs torturamosâ, reconheceu.
George W. Bush foi para a vida americana o que o AI-5 foi no Brasil. Pessoas sumiam sem qualquer acusação formal, eram mantidas presas sem processo e formação de culpa, cientistas do governo, que alertaram sobre aquecimento global, foram perseguidos ou tiveram seus textos alterados, cidadãos tiveram conversas gravadas sem autorização judicial.
No princĂpio, foi a fraude eleitoral; no fim, o apocalipse econĂŽmico. O governo Bush foi todo equivocado, com um intervalo em que ele perdeu a chance aberta por uma tragĂ©dia: o 11 de Setembro. A primeira eleição foi perdida no voto popular e vencida no colĂ©gio eleitoral graças Ă manipulação na contagem dos votos no estado governado pelo irmĂŁo Jeb Bush, a FlĂłrida. Foi o pior momento recente do sistema eleitoral americano, em que se viu o quanto o sistema e o mĂ©todo de votação haviam envelhecido.
A tragĂ©dia do 11 de Setembro abriu uma chance ao presidente. A população americana se uniu em torno da pessoa que representava a instituição mĂĄxima da Nação. O mundo se solidarizou com os Estados Unidos e sofreu pelos mais de trĂȘs mil inocentes que morreram enquanto trabalhavam, ou andavam pelas ruas da cidade mais internacional do planeta. O terrorismo agindo em rede sĂł podia ser enfrentado pelos governos unidos em rede. Bush fez naufragar essa chance, aberta pelo sofrimento e pelo luto, ao escolher o caminho do isolacionismo, do desrespeito Ă s leis internacionais e do enfraquecimento das NaçÔes Unidas.
Se, na luta contra os Taleban, o governo americano teve o apoio da maioria da opiniĂŁo pĂșblica mundial, na guerra do Iraque ele violou princĂpios e alienou aliados. Agora, Bush admite que errou ao apostar na existĂȘncia das armas de destruição em massa. Ă tarde. Na Ă©poca, ele ignorou os relatĂłrios da ONU e a oposição de amigos como a França e a Alemanha. Saddam Hussein era um ditador e ninguĂ©m o chora, a nĂŁo ser seus adeptos ferrenhos. Mas a civilização ganharia se ele fosse deposto de outra forma. O julgamento viciado e o enforcamento grotesco nĂŁo ajudam a fortalecer princĂpios e valores democrĂĄticos.
Bush nĂŁo criou um mundo mais seguro com suas guerras sem fim. O mundo estarĂĄ mais seguro dentro de dois dias, quando chegar ao fim a era Bush. O desafio da luta contra a irracionalidade do terrorismo vai continuar, e testarĂĄ o novo presidente. Mas se houver uma cooperação entre os paĂses aliados e os organismos internacionais e respeito Ă s leis e valores, haverĂĄ mais esperança de vencer.
Na economia, seu governo nĂŁo foi apenas inepto. Foi irresponsĂĄvel. Foram perseguidos e silenciados os que dentro da mĂĄquina pĂșblica alertaram para o risco da bolha imobiliĂĄria. Os sinais da excessiva ausĂȘncia do Estado, no seu papel regulador e fiscalizador, ficaram cada vez mais contundentes. E a resposta foi mais ausĂȘncia. Bush chegou a tentar nomear executivos da indĂșstria de derivativos para ĂłrgĂŁos reguladores do setor imobiliĂĄrio. Surfou na bolha para se reeleger. O estouro lançou o mundo na era de incerteza. E atĂ© ontem, hora final, a crise bancĂĄria voltou a piorar.
Os republicanos tinham ao menos a fama de ser responsĂĄveis fiscalmente. Hoje jĂĄ nĂŁo podem dizer isso. O governo George W. Bush recebeu os EUA com superĂĄvit orçamentĂĄrio e entrega o paĂs com um enorme dĂ©ficit, que pode chegar a US$ 1,3 trilhĂŁo, e uma dĂvida crescente.
Bush sabotou deliberada e persistentemente todos os esforços do mundo para reduzir as emissĂ”es dos gases de efeito estufa. NĂŁo por acaso, o estado campeĂŁo de emissĂ”es no paĂs Ă© exatamente o Texas. Foi incompetente no Katrina, antes e depois da tragĂ©dia, e nĂŁo entendeu o alerta da natureza. Qualquer minuto de atraso na luta para preservar o planeta Ă© um crime contra as geraçÔes futuras, que herdarĂŁo a Terra.
DifĂcil saber onde Bush nĂŁo errou. A boa notĂcia desta manhĂŁ de sĂĄbado Ă© que faltam dois dias para o fim dos longos e duros oito anos. Terça-feira hĂĄ de ser outro dia.
Com Leonardo Zanelli.
MĂriam LeitĂŁo - Fonte: O Tempo - 17/01/09.
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