FM - Faculdade Mental

COPA DE LITERATURA BRASILEIRA
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VIDA LITERÃRIA
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http://copadeliteratura.com.br/index.php/sobre-a-copa
A Copa de Literatura Brasileira (http://copadeliteratura.com.br/index.php/sobre-a-copa), o mais divertido, democrÃ¡tico e desencanado dos prÃªmios literÃ¡rios nacionais, estÃ¡ de volta. Abertamente inspirada na competiÃ§Ã£o americana Tournament of Books, a brincadeira foi lanÃ§ada em 2007 com regras de torneio esportivo: os livros se enfrentam aos pares em esquema de mata-mata, cada partida decidida por um Ãºnico juiz, atÃ© a final em que todos os Ã¡rbitros votam. Houve trÃªs ediÃ§Ãµes consecutivas, vencidas respectivamente por Assis Brasil, CristovÃ£o Tezza e Carola Saavedra. Ano passado, porÃ©m, silÃªncio â€“ a Copa parecia ter se tornado mais uma vÃtima do ambiente efÃªmero da internet.
Felizmente, foi apenas um hiato que a tabela deste ano, recÃ©m-divulgada, dÃ¡ um jeito de compensar: os 16 tÃtulos concorrentes foram eleitos entre os lanÃ§amentos de 2009 e 2010. Liderados pelo economista e preparador editorial Lucas Murtinho, os organizadores prometem que o resultado da primeira partida sairÃ¡ no dia 28 de fevereiro. Nessa data, juntamente com o anÃºncio do vencedor, serÃ¡ publicada a resenha de justificativa do voto e estarÃ¡ aberta a temporada de comentÃ¡rios dos leitores, que em certos momentos dos anos anteriores atingiram nÃveis polÃªmicos de virulÃªncia. De modo geral, Ã© quando comeÃ§a para valer a diversÃ£o â€“ ou o estresse, ou tudo junto.
A ideia Ã© que atÃ© o fim do prÃ³ximo mÃªs o pÃºblico tenha tempo de ler o maior nÃºmero possÃvel de concorrentes e esteja pronto para dar seus pitacos com conhecimento de causa. O que, por incrÃvel que pareÃ§a, realmente ocorre em muitos casos, embora um certo irracionalismo de torcida organizada tambÃ©m faÃ§a parte do espetÃ¡culo.
Como qualquer concurso artÃstico, a CLB estÃ¡ cheia de decisÃµes duvidosas ou mesmo francamente injustas. Sua insuperÃ¡vel vantagem Ã© a de obrigar o tomador da decisÃ£o a mostrar a cara e expor suas razÃµes, que em seguida podem ser questionadas pelo mais importante e mais negligenciado personagem do debate literÃ¡rio: o tal â€œleitor comumâ€. Como estÃmulo Ã s conversas sobre ficÃ§Ã£o nacional contemporÃ¢nea, um tema habitualmente espremido entre o descaso da universidade e a anemia resenhÃstica da imprensa, nÃ£o existe nada melhor no mercado.
Em nome da transparÃªncia do lado de cÃ¡, registre-se que jÃ¡ participei da CLB como concorrente (em 2007, com â€œAs sementes de Flowerville, que chegou Ã semifinal) e juiz (em 2008, quando dei a vitÃ³ria a â€œO dia Mastroianniâ€, de JoÃ£o Paulo Cuenca, sobre â€œCÃ£o de cabeloâ€, de Mauro Sta. Cecilia). Este ano, concorro novamente com o romance â€œElza, a garotaâ€, que enfrentarÃ¡ â€œSinuca embaixo dâ€™Ã¡guaâ€, da jovem escritora gaÃºcha Carol Bensimon.
Em nome da transparÃªncia do lado de lÃ¡, gostaria de entender os critÃ©rios que levaram os organizadores a excluir â€œPornopopÃ©iaâ€, indiscutivelmente um dos mais importantes romances brasileiros dos Ãºltimos dois anos, e, de modo menos espantoso, tambÃ©m o notÃ³rio â€œLeite derramadoâ€, o mais premiado do perÃodo â€“ premiado por motivos errados, pode-se argumentar, mas ainda assim uma ausÃªncia de peso.
O bacana Ã© que, como se vÃª, o debate jÃ¡ comeÃ§a antes do apito inicial.
Fonte - http://veja.abril.com.br/blog/todoprosa/.

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