A VIDA DEPOIS DAS ASPAS
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ASPAS
Dia desses, dirigindo muito tranquilamente, do nada surgiu uma Kombi vinda de uma rua perpendicular.
O susto foi tĂŁo grande que nĂŁo resisti e xinguei: âfilho de uma profissional do sexoâ!
Pra minha surpresa, a Kombi freou na minha frente e de lĂĄ desceu um sujeito âcaucasianoâ de aparĂȘncia nervosa e veio em minha direção.
Eu nĂŁo tinha pra onde correr. Meu carro estava colado na traseira do carro dele.
Prevendo que a coisa poderia engrossar, fui logo pedindo desculpas, mas o ârepresentante da elite de olhos azuisâ queria mesmo confusĂŁo. E foi logo me dizendo: o âhomo afetivoâ aĂ me chamou de que mesmo? Eu nĂŁo tinha como negar.
Pedi a ele que se acalmasse e que nĂŁo entrasse no meu nervosismo, porque aquele nĂŁo tinha sido um bom dia pra mim. Expliquei que logo cedo havia descoberto que meu filho âestava fazendo uso de cannabis sativaâ, querendo que ele sentisse alguma empatia pela minha dor, mas sĂł isso nĂŁo pareceu suficiente.
Disse-lhe, entĂŁo, que alĂ©m disso, meu chefe, aquele âmarido cuja fidelidade foi-lhe subtraĂdaâ, havia âpraticado muito assĂ©dio moralâ porque cheguei atrasado, bem na frente dos meus colegas de trabalho. Foi realmente um dia ruim. Mas ele continuou me intimidando com sua musculatura exposta, falando poucas e boas.
Interrompi sua valentia mais uma vez, pedindo um pouco de compaixĂŁo, afinal todo mundo erra, e a forma intempestiva com a qual ele adentrou a âvia pĂșblicaâ me assustou, mas que nĂŁo precisarĂamos armar um circo por causa daquele episĂłdio.
Rapaz, quando eu falei âcircoâ, aĂ o cara encrespou mesmo. Virou-se entĂŁo pra Kombi â que sĂł nesse momento me dei conta que estava cheia â e berrou: aĂ galera: o sujeito aqui disse que eu tĂŽ querendo armar um circo!
Olha, vou contar, mas ninguém vai acreditar. As portas da Kombi se abriram e um aglomerado de pessoas veio em minha direção. Até aà tudo bem. Acontece que as figuras vieram todas furiosas pra cima de mim também, me ameaçando, apontando o dedo na minha cara, e eu não sabia se ficava com medo ou ria. Entendeu? Vou explicar.
De dentro daquela Kombi saĂram: dois âafrodescendentesâ parecendo dois armĂĄrios de oito portas com gaveteiro, uma âobesa mĂłrbidaâ, um âhomem muito baixoâ de cerca de um metro de altura, uma mulher âcom excesso de pelos faciaisâ e um âoriental xendengueâ. Era uma trupe de circo.
Levei tapas, empurrĂ”es, âfui assediado moralmenteâ e sĂł me restou ficar calado e pedir desculpas entre um tapa e outro.
Quando pareciam satisfeitos, um dos meus âsupostos agressoresâ, o âhomem muito baixoâ, antes de voltar pra Kombi, simplesmente tirou uma faca e furou o pneu dianteiro direito do meu carro, me deixando no meio de uma rua movimentada. Mentalmente eu o xinguei de muitas coisas. Mas sĂł mentalmente.
Foi âum sacrifĂcio danadoâ levar o carro atĂ© um lugar onde eu poderia descer e trocar o pneu. Mas, como nĂŁo era meu dia mesmo, quando abri o porta-malas e fui pegar o estepe e o âequipamento pra levantar carroâ, descobri que o estepe estava vazio. Provavelmente furado. E devia ter sido meu filho âusuĂĄrio de cannabis sativaâ que nĂŁo arrumou o pneu e nem avisou que tinha furado.
Desde que ele começou a namorar aquela âmamĂfera leiteiraâ o âbeĂłcioâ sĂł entrou em furada. Um âmonte de fezes atrĂĄs do outroâ, e nĂŁo adianta pai falar. SĂł arrumou âamigos oriundos de comunidades carentesâ, todos âusuĂĄrios de cannabis sativaâ e sabe-se lĂĄ mais o que. Mas a namorada Ă© o pior.
Mas nĂŁo ia me adiantar ali ficar pensando naquilo. Tinha que resolver o problema do pneu. EntĂŁo, acionei o seguro que disse que em meia hora chegaria o âprofissional da vulcanização pneumĂĄticaâ.
Liguei pra casa pra avisar que demoraria, mas ninguém atendeu.
Liguei pro celular da minha mulher e, pra varia, aquela âpessoa com dĂ©ficit de atençãoâ ou nĂŁo pĂŽs pra carregar ou deixou em algum lugar, como sempre faz.
Liguei, entĂŁo, pro celular do meu filho, e pra minha surpresa que atendeu foi a âmenor aprendiz de profissional do sexoâ da namoradinha dele e disse que ele nĂŁo podia falar naquele momento porque estava âem estado de suspensĂŁoâ e nĂŁo ia dizer nada com nada, e que se eu quisesse deixar um recado ela o daria depois. Desliguei na cara dela. âDesprovida de empregoâ! âPeixe carnĂvoro de ĂĄgua doceâ! E aquele âser com sĂ©rias deficiĂȘncias das faculdades mentaisâ âem estado de suspensĂŁoâ em plena segunda-feira.
Mais alguns minutos e meu socorro chegou, e meia hora peguei o rumo de casa.
Cerca de dez quarteirÔes a frente, o que é que eu vejo? A Kombi quebrada! A tampa do motor aberta e a trupe em parte dentro da Kombi e outra parte do lado de fora. Provavelmente não estavam esperando o seguro porque daquela Kombi ninguém faz seguro.
Enquanto me aproximava, e me sentia vingado, pensei rapidamente nas quantas coisas eu poderia gritar pra eles quando passasse; ou poderia só passar devagar e deixar que vissem que era eu e que estava morrendo de rir. Poderia dar o dedo do meio e sair dali cantando pneu; ou poderia simplesmente ignorar a situação e ir pra casa.
Mas, como, ainda com exagero da parte deles, todos nĂłs passamos juntos por âum momentoâ de estresse, resolvi que aquela seria minha redenção. Passei por eles e parei o carro. Desci, fui atĂ© um dos âafrodescendentesâ que âsupostamente me agrediuâ e ofereci ajuda.
Meio incrĂ©dulo, ele me olhou, virou-se pro âcaucasiano apĂłs o processo de fermentaçãoâ e gritou: ĂŽ JoĂŁo GrandĂŁo, o âafeminadoâ que te chamou de âfilho de uma profissional do sexoâ tĂĄ aqui oferecendo ajuda, cĂȘ acredita nisso?
Engoli a seco aquela ofensa porque queria realmente me redimir, quando o âcaucasiano grandeâ gritou: âmanda ele Ă profissional do sexo que o trouxe ao mundoâ!
Eles riram, entĂŁo eu virei Ă s costas e fui pro carro. Entrei, bati a porta, liguei o motor e jĂĄ ia arrancando quando botei a cara pra fora da janela e gritei: vĂŁo âusurpar no alvadoâ, âvĂŁo auto praticar sexoâ!
Lição do dia: viver a vida entre aspas Ă© uma âmatĂ©ria fecalâ!
Blog do HermĂno: http://www.herminio.com.br/.
Aspas â
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ASPAS PRA QUE TE QUERO
"VocĂȘ nĂŁo precisou de aspas para chamar minha atenção. Agora vivemos nossa relação entre parĂȘnteses."
(Colaboração: Paulo)
CONSULTA "ENTRE ASPAS"
Um sujeito telefona para um consultório médico:
- Quero marcar uma consulta para amanhĂŁ.
- Sinto muito, senhor.SĂł temos vaga para daqui a quinze dias...
- Mas até lå eu posso estar até morto!
- Nesse caso, é só pedir para "alguém" ligar a desmarcar a consulta!!!
(Colaboração: A Recepcionista)
RESPOSTA "ENTRE ASPAS"
A professora faz a prova oral de religiĂŁo com Doca:
- O que vocĂȘ saberia me dizer sobre AarĂŁo?
- NĂŁo muita coisa nĂŁo, fessora, mas que o nome dele deve ser o primeiro da lista telefĂŽnica, isso, com certeza...
(Colaboração: Doca)
ASPAS
Deve-se usar o ponto antes ou depois de fechar as aspas?
Existem os dois casos: aspas e ponto / ponto e aspas. As instruçÔes oficiais rezam que se coloca o sinal de pontuação depois das aspas quando estas âencerram apenas uma parte da proposiçãoâ, mas que o ponto vem antes das aspas quando elas âabrangem todo o perĂodo, sentença, frase ou expressĂŁoâ, ou seja, quando a citação Ă© integral. Trocando em miĂșdos:
Caso 1 â As aspas vĂȘm antes do ponto quando a citação Ă© a continuação da frase que vocĂȘ estĂĄ escrevendo, pois o ponto fecha o perĂodo, e nĂŁo apenas a citação. Exemplos:
JĂĄ antecipava McLuhan na dĂ©cada de 60 que âa mudança se tornou a Ășnica constante de nossa vidaâ.
JĂĄ antecipava McLuhan na dĂ©cada de 60: âA mudança se tornou a Ășnica constante de nossa vidaâ.
Enquanto nĂŁo houver âuma nova, forte e legĂtima razĂŁo de interesse comumâ, finaliza o relator, os condĂŽminos continuarĂŁo a utilizar tais ĂĄreas, em conformidade com o âprincĂpio Ă©tico de respeito Ă s relaçÔes definidas por dĂ©cadas de convĂvioâ.
Um detalhe: quando se acrescentam dados entre parĂȘnteses, o ponto vai no final de tudo, depois do parĂȘntese:
âEles compĂ”em o cĂ©rebro da rede e localizam-se em todos os seus entroncamentosâ (Pessini, 1986, p. 14).
Caso 2 â As aspas vĂȘm depois do ponto quando a citação Ă© feita por inteiro e isoladamente:
âSaber Ă© poder.â
âInformação nĂŁo Ă© o mesmo que conhecimento.â
Fonte:
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