FM - Faculdade Mental

A COPA DO MUNDO...
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O BAÃš DA COPA
English:
http://www.selectism.com/news/2010/06/01/louis-vuitton-official-fifa-world-cup-trophy-case/
Todo cuidado Ã© pouco quando o assunto Ã© a taÃ§a do mundo, seja ela brasileira, francesa ou, infelizmente, argentina. Sendo assim, o presidente da Fifa, Joseph S. Blatter, fez uma encomenda especial para a Louis Vuitton e apresentou ao mundo um baÃº de viagem criado especialmente para acomodar o trofÃ©u da Copa da Ãfrica do Sul. Produzida em um ateliÃª em AsniÃ¨res, na FranÃ§a, a peÃ§a tem a medida exata dos 36 cm do trofÃ©u mais importante do mundo da bola, alÃ©m de trazer o tradicional logo da companhia.
"Esse Ã© o nosso bem mais precioso. Ã‰ o trofÃ©u mais cobiÃ§ado - e nÃ£o apenas no mundo do futebol. Ele consegue unir torcedores de todo o mundo em uma saudÃ¡vel competiÃ§Ã£o pelo prÃªmio final", declarou Joseph.
NatÃ¡lia DÃ³rnellas - Fonte: O Tempo - 13/06/10.
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ABAIXO A PÃTRIA (DE CHUTEIRAS)
ComeÃ§ou a Copa, comeÃ§aram as nefandas cenas explÃcitas de "patrioteirismo".
Nada contra quem gosta de exibir seu fervor a cada quatro anos. Tudo contra a obrigatoriedade de fazÃª-lo, induzido por um tipo de jornalismo que troca a caneta e, principalmente, o microfone pela vuvuzela. E pela propaganda que diz que sÃ³ sou brasileiro se for "brahmeiro" e guerreiro.
Que faÃ§o eu aqui, que nÃ£o bebo e ainda por cima sou da paz? TÃ£o da paz que nÃ£o concebo o futebol como uma guerra de afirmaÃ§Ã£o de uma tribo. Ã‰ muito mais que isso. Ã‰ um espetÃ¡culo. E, no espetÃ¡culo (qualquer um), o fundamental Ã© a beleza, nÃ£o a cor da camisa que vestem os participantes.
NÃ£o faz sentido, para mim pelo menos, torcer para que um filme brasileiro ruim leve a Palma de Ouro em Cannes, se na competiÃ§Ã£o estiver tambÃ©m um filme argentino dos bons (ou iraquiano, ou palestino, ou afegÃ£o, para citar apenas tribos que, estas sim, estÃ£o necessitando da dose de autoestima positiÃ§a que ganhar uma taÃ§a traz).
O Brasil, no futebol, nÃ£o tem mais nada a provar a quem quer que seja. Ã‰ o Ãºnico territÃ³rio em que somos, inequivocamente, os melhores do mundo.
TÃ£o melhores que nossos jogadores melhoraram os campeonatos espanhol, inglÃªs, francÃªs, italiano, atÃ© turco, meu Deus, ao passo que a ausÃªncia deles vampirizou o Campeonato Brasileiro, transformado em cemitÃ©rio dos elefantes e em territÃ³rio dos que ainda nÃ£o seduziram os "gringos".
NÃ£o, nÃ£o sou contra o "patrioteirismo" por achar que sÃ³ vale quando e se o Brasil algum dia ganhar o mundial de saÃºde, educaÃ§Ã£o ou equidade. Ou um Nobel. NÃ£o Ã© uma comparaÃ§Ã£o vÃ¡lida.
O que realmente me incomoda Ã© que, se o patriotismo Ã© o Ãºltimo refÃºgio dos canalhas (Samuel Johnson, 1709/1784), ser obrigado a tornar-se canalha a cada quatro anos Ã© uma canalhice.
ClÃ³vis Rossi - Fonte: Folha de S.Paulo - 13/06/10.

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