A LEI DE PARKINSON
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O MAL DE PARKINSON
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Nada se expandiu tanto nos sete anos de governo Lula quanto a måquina estatal federal e seus privilégios. Com a economia crescendo zero em 2009 e estimando-se que a riqueza nacional suba 5% em 2010, Lula entregarå a faixa ao sucessor com aumento médio anual do PIB de 3,7%. Em contraste, nos sete anos de seu governo até agora foram criados mais 150 000 cargos federais, uma elevação de quase 20%. Para efeito de comparação: o crescimento populacional do Brasil entre 2002 e 2009 foi de 12%. Um servidor do estado brasileiro ganha hoje, em média, o dobro de um trabalhador com cargo equivalente na iniciativa privada.
NĂŁo existe um parĂąmetro universal para determinar, em qualquer momento histĂłrico, se um paĂs tem mais funcionĂĄrios pĂșblicos do que efetivamente precisa. Isso depende de diversas circunstĂąncias. Mas uma burocracia que cresce e enriquece mais do que o paĂs que a sustenta, como Ă© o caso da brasileira, jĂĄ constitui evidĂȘncia bastante convincente de desequilĂbrio.
Se antes o gordo estado brasileiro teimava em nĂŁo caber no figurino do PIB, a situação agora se tornou um caso de obesidade mĂłrbida. Ou talvez o diagnĂłstico mais correto seja um ataque agudo do mal de Parkinson. NĂŁo a notĂłria doença cerebral degenerativa diagnosticada pelo mĂ©dico James Parkinson em 1817, mas a molĂ©stia do crescimento incontrolĂĄvel das burocracias estatais descrita admiravelmente por outro inglĂȘs, Cyril Northcote Parkinson, em 1955. Seus principais sinais:
1) O nĂșmero de funcionĂĄrios deve crescer sempre, ainda que o trabalho seja o mesmo ou atĂ© diminua.
2) Qualquer tarefa deve ser expandida até ocupar todo o tempo destinado a ela.
3) Todo funcionĂĄrio precisa de mais subordinados e menos rivais.
4) Ă dever de um funcionĂĄrio criar problemas que sĂł outro funcionĂĄrio pode resolver.
5) O imposto cria a despesa, e nĂŁo o contrĂĄrio.
Que a campanha eleitoral de 2010 escape da maldição do debate falso sobre "estado mĂnimo" versus "estado mĂĄximo", para se concentrar na erradicação do mal de Parkinson da burocracia oficial e, assim, dar aos brasileiros que pagam toda essa farra a chance de ser servidos por um "estado eficiente". Ă pedir muito?
Carta ao Leitor - Fonte: Veja - Edição 2152.
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