TURMAS PROTEGIDAS
PRONTO
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http://www.springwise.com/health_wellbeing/south-africa-faster-easier-apply-condoms/
Enfim uma camisinha mais fĂĄcil de abrir e colocar... A novidade surge onde deveria surgir: Ăfrica do Sul, lĂder mundial em casos de aids.
Quatro segundos. Ă o tempo usado para abrir e aplicar uma nova camisinha desenvolvida na Ăfrica do Sul, paĂs com o tĂtulo triste de recordista de casos de aids e de estupro no mundo (um a cada 26 segundos, segundo organizaçÔes locais). Inventada por Willem van Renburg, a camisinha, batizada de Pronto, Ă© ridiculamente fĂĄcil de ser manuseada. Enquanto nos preservativos convencionais Ă© preciso rasgar a barulhenta embalagem, segurar a ponta e desenrolar atĂ© a base, com a Pronto vocĂȘ abre o pacote pela linha picotada no meio. Depois, Ă© sĂł vestir como uma luva, sem precisar desenrolar. Tudo com apenas um movimento. O preservativo estreou no Dia dos Namorados na Ăfrica do Sul, comemorado no começo do ano, e jĂĄ chama a atenção de investidores. Uma empresa da SuĂça adquiriu a licença para fabricĂĄ-la.
Super Radar - Fonte: Super Interessante - Edição 299.
VĂdeo:
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BIBLIOTECA DAS TURMAS DO FM
REI EMIR SAAD - O MONSTRO DE ZAZANOV
"Quero agradecer aos herĂłis que me ajudaram a enforcar, fuzilar, queimar, mutilar, esquartejar, estuprar, afogar, escravizar, cegar, humilhar e canibalizar... em nome dos homens de bem."
Reproduzida assim, fora de contexto e sem a carinha de menino levado do Bom Emir, a piada de AndrĂ© Dahmer poderia soar grosseira, ultrajante e levar incontĂĄveis pessoas que "ainda tĂȘm coração" e se dizem "contra o genocĂdio" a pedir a queima imediata dos livros e a cabeça do autor numa bandeja... em nome dos homens de bem.
Publicadas desde 2007 no portal G1 e no site de Dahmer (www.malvados.com.br), as tirinhas do rei Emir Saad, O Monstro de Zazanov -que ganham agora compilação em livro pela editora Leya-, são na verdade um ataque aos autoritarismos e totalitarismos de quaisquer espécies.
Emir Ă© o ditador vaidoso e implacĂĄvel de um ZiniguistĂŁo fictĂcio, mas Ă© tambĂ©m inegavelmente a caricatura de um Muammar Gaddafi, um Adolf Hitler ou daquele seu chefe tirano que acredita que o segredo do sucesso (dele) estĂĄ em manter os empregados domesticados e punir as vozes dissonantes.
Cercado de puxa-sacos e oficiais de governo, como General Bomb, Dr. Law e Alfred, Emir divide seu tempo entre as difĂceis tomadas de decisĂ”es -"VocĂȘ quer ser torturado com ou sem emoção?"- e as paranoias com sua prĂłpria imagem.
Cria direta da internet -sua tirinha "Malvados", hoje publicada na Folha, foi uma das primeiras a fazer sucesso na web brasileira-, Dahmer transita entre a sĂĄtira polĂtica mais contundente e as pequenezas ridĂculas atuais.
Com seu humor refinado e autorreferente, traços econĂŽmicos e um timing perfeito, as tirinhas do Bom Emir sĂŁo o antĂdoto ideal para esses tempos tĂŁo sem graça em que fazer piada estĂĄ voltando a ser crime de lesa-pĂĄtria, punĂvel com mordaça e linchamento em praça pĂșblica.
REI EMIR SAAD - O MONSTRO DE ZAZANOV
AUTOR André Dahmer
EDITORA Leya
QUANTO R$ 34,90 (128 pĂĄgs.)
Diego Assis - Fonte: Folha de S.Paulo - 27/12/11.
Detalhes:
http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/3694773
POOR ECONOMICS
Obra defende nova abordagem para a pobreza. Eleito o melhor livro de economia de 2011 pelo "FT", "Poor Economics" foca a lĂłgica das escolhas dos pobres.
A imagem clichĂȘ de um homem esquĂĄlido em uma zona rural no interior da Ăfrica expressa um senso comum: pobreza Ă© sinĂŽnimo de fome.
Esse senso comum tem uma solução: envio de caixas gigantescas de grãos baratos para os quase 900 milhÔes de pessoas que vivem com menos de US$ 0,99 por dia.
No entanto, mesmo com subsĂdio ou aumento de renda, pobres nĂŁo costumam comprar mais comida, afirmam os autores de "Poor Economics", com base em pesquisa feita em 18 paĂses e citando dados de outros 300 estudos. Os pobres preferem gastar dinheiro com TV ou chĂĄ açucarado. Por quĂȘ?
Mais: por que, tendo a oportunidade, não vacinam os filhos? Não pÔem cloro na ågua? Não optam por tratamentos simples, como soro, para evitar que seus filhos morram de diarreia? Não poupam? Não aceitam os planos de negócios formulados por ONGs para seus negócios?
Eleito o melhor livro de economia do ano pelo "Financial Times", o livro defende uma abordagem diferente para a pobreza.
Rechaça generalizaçÔes ("auxĂlio internacional ajuda ou nĂŁo"), se baseia em dados quantitativos e qualitativos (estatĂsticas, entrevistas e experimentos) e foca na lĂłgica de escolhas dos pobres.
Como espécie de gerentes de marketing, os autores, dois professores do laboratório antipobreza do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), tentam entender o processo de decisão desses consumidores.
Para testar programas de incentivos, usam mĂ©todo comum na indĂșstria farmacĂȘutica: formam dois grupos, um que recebe o incentivo e outro que nĂŁo, comparam os resultados e propĂ”em soluçÔes.
MAIS QUE COMIDA
Para a må nutrição, por exemplo, Abhijit Banerjee e Esther Duflo, ambos entre os principais "pensadores" do mundo, segundo a "Foreign Policy", propÔem uma tecnologia de alimentos gostosos enriquecidos com nutrientes.
Em relação ao sistema financeiro, os autores citam o caso de uma mulher, em uma favela na Ăndia, que tomou um emprĂ©stimo equivalente a US$ 600, a juro anual de 24%, e pĂŽs o dinheiro na poupança, rendendo 4% ao ano.
A mulher justifica: sua filha vai se casar e, como juntar dinheiro parece pouco provåvel, a solução foi a de "pagar para poupar".
O desafio, portanto, é desenhar produtos financeiros adaptados. Os autores também minimizam o oba-oba em relação ao microcrédito: em seu modelo atual, não consegue impulsionar negócios sustentåveis.
E o suposto "espĂrito empreendedor" dos pobres: a maioria abre um pequeno negĂłcio porque nĂŁo consegue achar emprego.
Sobre açÔes como vacinar filhos e purificar ĂĄgua os autores concluem que os pobres, a exemplo dos cidadĂŁos comuns de paĂses desenvolvidos, tĂȘm lacunas de informação. Logo, campanhas inovadoras sĂŁo necessĂĄrias.
E que eles são muito mais pressionados que os ricos por responsabilidades e riscos. Quanto mais rico é o cidadão, mais decisÔes "certas" são feitas por ele (vacina em dia, ågua tratada na torneira etc.).
DO SOFĂ DE CASA
Ao mesmo tempo em que criticam as polĂticas globais amarradas em ideologias e fĂłrmulas, os autores incomodam o leitor o tempo todo.
Ă fĂĄcil julgar do sofĂĄ; difĂcil Ă© reconhecer que o pobre, mais que a imagem de um homem esquĂĄlido, Ă© uma pessoa que somente conseguiremos ajudar quando nos dispusermos a entender sua lĂłgica de sobrevivĂȘncia no risco e na adversidade.
POOR ECONOMICS
Abhijit Banerjee e Esther Duflo
EDITORA Public Affairs
AVALIAĂĂO Ătimo
QUANTO US$ 26,99 (336 pĂĄgs.)
Trecho
"Se resistirmos ao tipo de pensamento [...] que reduz todo problema Ă mesma sĂ©rie de princĂpios gerais;
se ouvirmos os prĂłprios pobres e nos esforçarmos a entender a lĂłgica de suas escolhas; se aceitarmos a possibilidade de erro e sujeitarmos toda ideia a um rigoroso teste empĂrico, entĂŁo poderemos nĂŁo apenas
formar um quadro de polĂticas eficazes, mas tambĂ©m entender melhor porque os pobres vivem como vivem.
[...] podemos identificar as armadilhas de pobreza onde elas realmente estĂŁo"
Cifras & Letras - NatĂĄlia Paiva - Fonte: Folha de S.Paulo - 24/12/11.
Detalhes:
http://www.publicaffairsbooks.com/publicaffairsbooks-cgi-bin/display?book=9781586487980
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