TURMAS GAĂCHAS
O MARKETING DA BOMBACHA
Imagem - Ă moda dos pampas, tchĂȘ. Pedro Schwengber, contratado pelo Carrefour para ensinar a preparar o chimarrĂŁo, e as versĂ”es da cerveja Polar, mais amarguinha para lembrar a bebida tĂpica dos pampas.
O orgulho que os gaĂșchos tĂȘm de sua terra e de suas tradiçÔes vai muito alĂ©m do aspecto folclĂłrico, como logo descobrem as empresas estrangeiras e de outros estados que tentam conquistar o mercado do Rio Grande do Sul: eles de fato dĂŁo preferĂȘncia a produtos autĂłctones. Essa espĂ©cie de protecionismo comercial por razĂ”es culturais Ă© uma peculiaridade gaĂșcha. Nas demais unidades do paĂs, a predileção por marcas locais Ă© mais presente nas classes D e E. No Rio Grande do Sul, abrange tambĂ©m os mais ricos. Um levantamento realizado pela consultoria Nielsen mostra que os segmentos A e B gaĂșchos consomem 31% dos bens nĂŁo durĂĄveis fabricados na regiĂŁo, quase o dobro da mĂ©dia nacional. "Ă o Ășnico lugar do Brasil em que os mais bem aquinhoados sĂŁo grandes consumidores de marcas regionais", diz Ana Carolina Franceschi, coordenadora da pesquisa. Para conviver com essa singularidade, Ă© comum que as empresas forasteiras abracem as tradiçÔes locais. Para ganharem a confiança da clientela, algumas chegam mesmo a se passar por gaĂșchas.
O Magazine Luiza adotou essa estratĂ©gia em 2004, ao comprar as 43 unidades das Lojas Arno, entĂŁo uma rede tradicional do Rio Grande do Sul. No princĂpio, o nome da Arno foi mantido. Depois, acrescentou-se a nova marca Ă antiga, duplicidade que permaneceu nos letreiros e anĂșncios durante um ano, atĂ© que a mudança fosse absorvida pelos consumidores. Passada a fase de adaptação, a marca Arno pĂŽde, enfim, ser retirada sem traumas. "As pesquisas que encomendamos indicavam que precisĂĄvamos fazer uma conexĂŁo com o consumidor gaĂșcho e que corrĂamos o risco de perder quase 2 milhĂ”es de clientes se mudĂĄssemos o nome imediatamente", diz Frederico Trajano, do Magazine Luiza. A manobra deu Ăłtimo resultado. Em menos de cinco anos, o Rio Grande do Sul se tornou o terceiro maior mercado da rede de lojas de eletrodomĂ©sticos. "O segredo foi chegar devagarzinho, manter a humildade e jamais comparar a marca nova com a antiga", diz o publicitĂĄrio AntĂŽnio DâAlessandro, que delineou a estratĂ©gia do Magazine Luiza no estado.
A rede de supermercados americana Wal-Mart, que em apenas trĂȘs anos se tornou lĂder do mercado gaĂșcho, seguiu outro caminho. Em 2005, a Wal-Mart comprou as marcas Nacional, Big e Maxxi Atacado â e nem sequer cogitou substituĂ-las pelo seu prĂłprio nome. "Nossa principal preocupação Ă© colocar as mercadorias do estado nas prateleiras", afirma JosĂ© Oswaldo Leivas, que comanda as operaçÔes da rede na RegiĂŁo Sul. Segundo ele, nĂŁo podem faltar produtos como erva-mate de IjuĂ e doces de Pelotas. O Carrefour nĂŁo mudou de nome, mas tambĂ©m recheou suas gĂŽndolas com produtos locais. "Ă o lugar onde hĂĄ mais marcas regionais em nossos estoques", afirma Jairo Fagundes, diretor regional da empresa. No Rio Grande do Sul, o Carrefour oferece mais de 4 000 itens produzidos no estado. Ă uma enormidade. Para efeito de comparação, suas lojas paulistas expĂ”em apenas 2 600 mercadorias de origem local. Para tentar estreitar os laços com a clientela, o Carrefour patrocina uma curiosa Escola do ChimarrĂŁo, que funciona dentro de um ĂŽnibus. De botas, bombachas e chapĂ©u, o especialista Pedro Schwengber roda as sete lojas do Carrefour no estado para dar aulas sobre a bebida. "Posso ensinar as 36 maneiras de preparar o legĂtimo chimarrĂŁo", diz.
A operadora de celulares TIM procura colar sua marca nas tradiçÔes dos pampas. Patrocina a Semana Farroupilha e o Movimento Tradicionalista GaĂșcho, nos quais os trajes tĂpicos sĂŁo indispensĂĄveis. A antiga cervejaria Antarctica (hoje AmBev) foi uma das primeiras a perceber essa caracterĂstica do mercado gaĂșcho. Comprou uma marca estadual, a Polar, em 1972, e nĂŁo a extinguiu. Comercializada apenas no estado, a Polar Ă© a segunda cerveja mais vendida entre os gaĂșchos â perde apenas para a Skol, tambĂ©m da AmBev. Como o chimarrĂŁo, a Polar tem um sabor mais amarguinho. Para reforçar ainda mais o elo com o consumidor, lançou no ano passado versĂ”es em lata com os sĂmbolos de GrĂȘmio e Internacional, cujas torcidas costumam entoar o grito de guerra "Ah, eu sou gaĂșcho!".
Ignorar esse aspecto do mercado gaĂșcho Ă© quase um suicĂdio. Em 2004, quando inauguraram as primeiras lojas no Rio Grande do Sul, as Casas Bahia utilizaram o mesmo modelo de marketing com o qual conquistaram a clientela do resto do Brasil. Chegaram a ter 27 lojas. O chimarrĂŁo entornou. Hoje, a rede tem apenas seis pontos-de-venda no estado. Em meados de 2008, o presidente do grupo, Michael Klein, encomendou uma pesquisa para descobrir as razĂ”es do insucesso e alternativas para driblĂĄ-lo. Os consultores sugeriram mudanças na roupa do bonequinho do seu logotipo â a troca do chapĂ©u de cangaceiro por um de gaĂșcho e que ele envergasse tambĂ©m botas e bombachas. O conselho foi ignorado. Talvez o melhor mesmo seja trocar o nome para Casas Rio Grande.
Igor Paulin - Fonte: Veja - Edição 2099.
Ah, eu sou gaĂșcho! - http://veja.abril.com.br/110209/popup_negocios.html
SUPER ĂTIL - PREĂO DO TĂXI - TAXIMETRO ON-LINE
Além de dar o valor da "corrida do Tåxi" ainda fornece o itinerårio!
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Basta preencher os endereços de Origem e Destino, com os respectivos Bairros.
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(Colaboração - Juliana)
INICIAĂĂO - TROTE DIFERENTE
Os 40 alunos aprovados pela Escola de Economia de São Paulo da FGV, a partir do dia 16, terão um trote diferente. Passarão por uma semana de integração com discussÔes de textos como o obituårio de Marshall, escrito em 1924 por Keynes, textos de Celso Furtado, o livro "Economia", de Partha Dasgupta, e os filmes "American Madness" e "Pro Dia Nascer Feliz".
Mercado Aberto - Guilherme Barros - Fonte: Folha de S.Paulo - 14/02/09.
DIVĂ DE POBRE
A crise estĂĄ aĂ, mas o humor do brasileiro Ă© inesgotĂĄvel. Recebemos por e-mail foto da famosa estĂĄtua de Carlos Drummond de Andrade em Copacabana, tendo, ao lado, um mendigo batendo o maior papo com o atento poeta. Na legenda: "Seus pobremas acabaram. Nova campanha do SUS: psicanĂĄlise para todos! Agora vocĂȘ fala quanto tempo quiser e paga nada!".
Paulo Navarro - Fonte: O Tempo - 08/02/09.
A estĂĄtua - http://www.algumapoesia.com.br/poesia/poesianet052.htm.
AUSTRĂLIA - RUA GANHA NOME ERĂTICO
Moradores de uma ĂĄrea rural de Darwin (AustrĂĄlia) mudaram o nome de uma avenida para "Dildo Boulevard" ("pĂȘnis de borracha") apĂłs encontrarem 30 vibradores na via pĂșblica, segundo o jornal "The Northern Territory News". "NĂŁo temos ideia de onde eles vieram", disse Laurelle Bates, que encontrou os brinquedinhos sexuais. Segundo Camilla Cappa, havia vibradores de todos os tipos. "Alguns eram de diferentes cores. Um deles era como uma banana."
Fonte: O Tempo - 11/02/09.
SEIS (NĂO, SETE!) VAHRIAS E AVARIAHDAS
La riqueza no trae la felicidad.
La pobreza, mucho menos.
Pois Ă©, chego ao espanhol.
(Un Dinosaurio en un Dedal.
Daniel SAMPER Pizano)
Die Schweizer, weltweit grösste
Uhrenindustrielle, haben den Satz: "Zeit ist Geld" erfunden".
(E em alemĂŁo! De Hans Stefan Wertheimer: "Die witzigsten Bonmots
SprĂŒche und Aphorismen. Lexikon der heiteren Weisheiten").
Tremei, johann wolfgang von GOETHE!!!
I ReflexĂŁo de Lula: "O que mais me espanta no Obama Ă© que quando ele discursa nĂŁo comete nenhum erro de portuguĂȘs".
II E jĂĄ que agora, devido ao Obama, se fala tanto de Lincoln, conto um episĂłdio pouco conhecido. Depois do imenso tumulto no teatro em que Lincoln foi assassinado, o crĂtico teatral, nĂŁo querendo perder a oportunidade, perguntou Ă viĂșva: "Mas, tirando isso, o que a senhora achou do espetĂĄculo?".
III Tem gente que sabe. Pela primeira vez vejo um jornalista, a excelente Ana Cristina Reis, reclamar de todo mundo usar o adjetivo independente em lugar do advérbio de modo, independentemente. Exemplinho: "Independente disso", quando o "certo" é: "Independentemente disso". O que, aqui entre nós, não tem a menor importùncia. Ela e eu sabemos.
Mas também, Cristina, não é querer demais exigir que os caras saibam a diferença entre adjetivo e advérbio?
IV Agora, em matĂ©ria de linguagem, o que me causa irritação, porque estĂĄ mesmo errado, Ă© o uso indevido, em qualquer das dezessete lĂnguas em que leio (tĂĄ bem, deixo por trĂȘs ou quatro!), de "na dĂ©cada de 1950", "na dĂ©cada de 1770". Querem falar de dĂ©cada e usam milĂȘnio. DĂ©cada Ă© dĂ©cada, se refere a 10, nĂŁo a 1 000, ĂŽ meus!
V E, nestes tempos de ortografismos adoidados, hifenização portuguesmente correta, volto a ler a coleção da VERDE. VERDE, uma publicação pioneira feita em Cataguases. Ainda hoje modernĂssima (*), com seus redactores, anno 1, apoiando gymnasios, o director prafrentex (nĂŁo, isso Ă© de outra Ă©poca!), aparecendo para um pĂșblico nĂŁo preparado. Um triunpho!
E lendo VERDE volto a lembrar aos leitores:
Ontem, hontem tinha agå e hoje não tem. Hoje, ontem tinha agå e hoje também tem.
(*) Eu tinha, nĂŁo sei onde botei, o primeiro nĂșmero da VERDE, um nĂșmero especial, capa em folha-de-flandres. Modernismo Ă© isso aĂ, bicho. Em 1927!
VI Leio na extraordinĂĄria biografia â involuntĂĄria â de Saul Steinberg: "Em 1950, aos 50 anos, Vladimir Nabokov nĂŁo tinha um sĂł dente, usava dentadura superior e inferior, sofria de vĂĄrias formas de doenças urinĂĄrias, pulmonares, cardĂacas. Sofria tambĂ©m de lumbago, psorĂase, tinha fraturas de ossos. Vivia em clĂnicas e hospitais. Sem falarmos de problemas permanentes com editores, advogados â e parentes".
Pergunto eu: como, cinco anos depois, aos 55 anos, Nabokov ainda teve tesĂŁo pra escrever Lolita?
VII E leio também, e aconselho a ler, Lucio Costa:
ARQUITETURA
Arquitetura é coisa para ser exposta à intempérie.
Arquitetura Ă© coisa para ser concebida como um todo orgĂąnico e estrutural.
Arquitetura Ă© coisa para ser pensada, desde o inĂcio, estruturalmente.
Arquitetura Ă© coisa para ser encarada na medida das ideias e do corpo do homem.
Arquitetura é coisa para ser sentida em termos de espaço e volume.
Arquitetura Ă© coisa para ser vivida.
Tudo isso me lembra, a mim, millÎr, a moção final, aprovada no Congresso de Arquitetura de Atenas, em 1952:
Os materiais da arquitetura sĂŁo o Sol, o Espaço, as Ărvores e o Concreto Armado. Nessa ordem e nessa hierarquia.
MillÎr - Fonte: Veja - Edição 2099.
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
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