TURMAS DE MÃRTIRES TRABALHISTAS
MÃRTIRES DE CHICAGO
Parsons, Engel, Spies e Fischer foram enforcados, Lingg (ao centro) suicidou-se na prisão.
CHICAGO, MAIO DE 1886
O retrocesso vivido nestes primórdios do século XXI remete-nos diretamente aos piores momentos dos primórdios do Modo de Produção Capitalista, quando ainda eram comuns práticas ainda mais selvagens. Não apenas se buscava a extração da mais-valia, através de baixos salários, mas até mesmo a saúde fÃsica e mental dos trabalhadores estava comprometida por jornadas que se estendiam até 17 horas diárias, prática comum nas indústrias da Europa e dos Estados Unidos no final do século XVIII e durante o século XIX. Férias, descanso semanal e aposentadoria não existiam. Para se protegerem em momentos difÃceis, os trabalhadores inventavam vários tipos de organização – como as caixas de auxÃlio mútuo, precursoras dos primeiros sindicatos.
Com as primeiras organizações, surgiram também as campanhas e mobilizações reivindicando maiores salários e redução da jornada de trabalho. Greves, nem sempre pacÃficas, explodiam por todo o mundo industrializado. Chicago, um dos principais pólos industriais norte-americanos, também era um dos grandes centros sindicais. Duas importantes organizações lideravam os trabalhadores e dirigiam as manifestações em todo o paÃs: a AFL (Federação Americana de Trabalho) e a Knights of Labor (Cavaleiros do Trabalho). As organizações, sindicatos e associações que surgiam eram formadas principalmente por trabalhadores de tendências polÃticas socialistas, anarquistas e social-democratas. Em 1886, Chicago foi palco de uma intensa greve operária. À época, Chicago não era apenas o centro da máfia e do crime organizado era também o centro do anarquismo na América do Norte, com importantes jornais operários como o Arbeiter Zeitung e o Verboten, dirigidos respectivamente por August Spies e Michel Schwab.
Como já se tornou praxe, os jornais patronais chamavam os lÃderes operários de cafajestes, preguiçosos e canalhas que buscavam criar desordens. Uma passeata pacÃfica, composta de trabalhadores, desempregados e familiares silenciou momentaneamente tais crÃticas, embora com resultados trágicos no pequeno prazo. No alto dos edifÃcios e nas esquinas estava posicionada a repressão policial. A manifestação terminou com um ardente comÃcio.
No dia 3, a greve continuava em muitos estabelecimentos. Diante da fábrica McCormick Harvester, a policia disparou contra um grupo de operários, matando seis, deixando 50 feridos e centenas presos, Spies convocou os trabalhadores para uma concentração na tarde do dia 4. O ambiente era de revolta apesar dos lÃderes pedirem calma.
Os oradores se revesavam; Spies, Parsons e Sam Fieldem, pediram a união e a continuidade do movimento. No final da manifestação um grupo de 180 policiais atacou os manifestantes, espancando-os e pisoteando-os. Uma bomba estourou no meio dos guardas, uns 60 foram feridos e vários morreram. Reforços chegaram e começaram a atirar em todas as direções. Centenas de pessoas de todas as idades morreram.
A repressão foi aumentando num crescendo sem fim: decretou-se “Estado de SÃtio†e proibição de sair à s ruas. Milhares de trabalhadores foram presos, muitas sedes de sindicatos incendiadas, criminosos e gângsters pagos pelos patrões invadiram casas de trabalhadores, espancando-os e destruindo seus pertences.
A justiça burguesa levou a julgamento os lÃderes do movimento, August Spies, Sam Fieldem, Oscar Neeb, Adolph Fischer, Michel Shwab, Louis Lingg e Georg Engel. O julgamento começou dia 21 de junho e desenrolou-se rapidamente. Provas e testemunhas foram inventadas. A sentença foi lida dia 9 de outubro, no qual Parsons, Engel, Fischer, Lingg, Spies foram condenados à morte na forca; Fieldem e Schwab, à prisão perpétua e Neeb a quinze anos de prisão.
Spies fez a sua última defesa:
"Se com o nosso enforcamento vocês pensam em destruir o movimento operário - este movimento de milhões de seres humilhados, que sofrem na pobreza e na miséria, esperam a redenção – se esta é sua opinião, enforquem-nos. Aqui terão apagado uma faÃsca, mas lá e acolá, atrás e na frente de vocês, em todas as partes, as chamas crescerão. É um fogo subterrâneo e vocês não poderão apagá-lo!"
Parsons também fez um discurso:
"Arrebenta a tua necessidade e o teu medo de ser escravo, o pão é a liberdade, a liberdade é o pão". Fez um relato da ação dos trabalhadores, desmascarando a farsa dos patrões com minúcias e falou de seus ideais:
"A propriedade das máquinas como privilégio de uns poucos é o que combatemos, o monopólio das mesmas, eis aquilo contra o que lutamos. Nós desejamos que todas as forças da natureza, que todas as forças sociais, que essa força gigantesca, produto do trabalho e da inteligência das gerações passadas, sejam postas à disposição do homem, submetidas ao homem para sempre. Este e não outro é o objetivo do socialismo".
No dia 11 de novembro, Spies, Engel, Fischer e Parsons foram levados para o pátio da prisão e executados. Lingg não estava entre eles, pois suicidou-se. Seis anos depois, o governo de Illinois, pressionado pelas ondas de protesto contra a iniqüidade do processo, anulou a sentença e libertou os três sobreviventes.
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ENGENHARIA, A REENGENHARIA DO FUTURO
Trazer a A realização da Convenção Mundial de Engenheiros de 2008 para o Brasil é obter uma grande conquista e, ao mesmo tempo, impor-nos um respeitável desafio.
O Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), a Febrae (Federação Brasileira de Associações de Engenheiros) e a WFEO (Federação Mundial de Engenheiros) assumiram o compromisso de organizá-la com sucesso igual ou ainda maior que o das versões anteriores, em Hannover (Alemanha) e Xangai (China).
Nos primeiros três anos de preparação, investimos muita energia, esforço e responsabilidade de envergadura correspondente à s expectativas que precedem o maior e mais importante evento da engenharia mundial. Para o Brasil, um acontecimento nessa área e desse porte é, em primeiro lugar, conseqüência do interesse crescente pela engenharia no paÃs.
Em segundo lugar, demonstra a relevância do tema em questão, "Inovação com Responsabilidade Social", no dia-a-dia de atores corporativos, entidades de representação da categoria e até mesmo de órgãos públicos.
Por último, confirma a ascensão do Brasil ao oitavo lugar no ranking dos paÃses que mais recebem eventos internacionais, segundo dados recém-divulgados pela Associação Internacional de Congressos e Convenções.
Prova-nos que a engenharia é a profissão do futuro por um motivo nobre: caminhando lado a lado com o compromisso social, esclarece-se a verdadeira dimensão do exercÃcio profissional de um engenheiro.
O Confea, que hoje reúne um universo de 900 mil profissionais, 200 mil empresas e mais de 1,2 mil entidades, tem consciência da necessidade de realizar um congresso à altura da engenharia brasileira.
A engenharia, aliás, trata-se de um diálogo universal, que faz interfaces com todos os temas rodeados pela idéia de futuro sustentável: indústria, infra-estrutura, água, saúde, energia, habitação, biodiversidade.
Por ser atividade considerada essencial ao processo de inovação tecnológica, a falta de investimentos nessa área representa retração importante dos potenciais tecnológico e inovador nacionais: é o que ocorre hoje com o Brasil, o chamado "apagão do conhecimento", situação caracterizada por profunda escassez de profissionais qualificados no mercado.
Os números revelam por que o cenário é tão grave: por causa do aquecimento econômico e o conseqüente aumento da demanda por grandes obras de infra-estrutura no paÃs, hoje o déficit de engenheiros no mercado brasileiro ultrapassa os 45 mil, constituindo uma das principais barreiras ao bom andamento do PAC. Com isso, já neste ano importaremos mais profissionais estrangeiros para gerenciar grandes construções, em vez de contratar engenheiros brasileiros.
Enquanto o Brasil forma 23 mil engenheiros por ano, o que representa um terço da demanda atual no paÃs, a Coréia do Sul forma 80 mil. Enquanto o Brasil tem cerca de 6 engenheiros para cada 1.000 pessoas economicamente ativas, EUA e Japão têm cerca de 25. Com o mercado inflacionado, os salários sobem e a categoria vem recuperando o prestÃgio e o reconhecimento por sua importância social.
No esteio dessa revalorização profissional, BrasÃlia passará de capital brasileira a capital mundial da engenharia, recebendo de 2 a 6 de dezembro mais de 5.000 participantes vindos dos cinco continentes. Serão profissionais, estudantes e pesquisadores participando de fóruns, palestras e visitas técnicas, todos norteados pelas discussões de meio ambiente, futuro e engenharia sustentável.
No encontro, teremos a oportunidade Ãmpar de planejar a consecução dos Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Estaremos obstinados em buscar especialmente o sétimo objetivo, que é a garantia da sustentabilidade ambiental.
Será o momento de mostrar ao mundo como podemos, juntos -engenheiros, empresas, entidades de classe, instituições de ensino e governo- superar os maiores problemas do nosso tempo. Caminhamos com celeridade para estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento, visando alcançar transformações econômicas, sociais e ambientais.
A experiência de pensar as grandes questões da humanidade, conhecendo nossas fragilidades e potencialidades, é o que pretendemos mostrar na WEC 2008 (Convenção Mundial de Engenheiros, na sigla em inglês). A associação das mais avançadas tecnologias, da preservação ambiental e da erradicação da pobreza é a trÃplice bandeira levantada por Confea, Febrae e WFEO.
São menos de nove meses que nos separam de um imperdÃvel encontro com o futuro. Ricardo Veiga, 65, professor emérito da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp (campus de Botucatu), é presidente em exercÃcio do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia). Fonte: Folha de S.Paulo - 21/04/08.
Sites:
http://www.wec2008.org.br/pt/press_integra.php
http://www.confea.org.br/
http://www.febrae.org.br/index2.asp
http://www.wfeo.org/
http://www.iccaworld.com/
http://www.objetivosdomilenio.org.br/
Não deixem de enviar suas mensagens através do “Fale Conosco†do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php