TURMAS TRANSPARENTES
SINUCA FANTASMA
English/vÃdeo: http://www.nottagedesign.com/
Não parece, mas esta mesa funciona mesmo. A parte do vidro onde as bolas rolam é coberta por uma resina transparente que simula o atrito das coberturas de feltro. Bom, o legal mesmo é vê-la em ação.
Fonte: Super Interessante – Edição 267.
Leia mais e veja: http://tecnologia.ig.com.br/noticia_visual/2009/02/04/mesa+de+bilhar+de+vidro+3838903.html
VÃdeo: http://www.nottagedesign.com/
PAPEL DE PAREDE - VISÕES DA TERRA - MONTE RUAPEHU
Coberto de branco invernal, o monte Ruapehu (em primeiro plano), de 2.797 metros, reina sobre o Parque Nacional de Tongariro. Atrás dele, o Ngauruhoe, cônico, e o Tongariro, largo, perdem a cobertura de neve quando o verão chega, mas a rocha fria de Ruapehu nunca se rompe, transformando assim o Crater em um dos lagos de cratera vulcânica sempre rodeados de neve e gelo mais ativos do mundo.
Foto de Stuart Franklin, Magnum Photos.
Clique aqui: http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/papeis-de-parede/edicao112-julho-2009-480220.shtml?foto=3p
Fonte: National Geographic - Julho 2009.
Monte Ruapehu - http://www.visitruapehu.com/
7 (setes) ANOTHAÇÕES
1 Quando lhe disseram que o Bolsa FamÃlia foi um ovo de Colombo, Lula acrescentou logo: "Você vai ver o outro".
2 O EgoÃsmo, o interesse centrado no Ego, é superior ao AltruÃsmo. O EgoÃsmo é autoconsciente, aceita lucro e perda em conta própria. Tem sentimento de culpa. O AltruÃsmo é uma corporação (tipo ONG) de egos que aparentemente se sacrifica pelos outros, a Coletividade, esta. Na prática de tudo que erra põe a culpa no EgoÃsmo, especificamente no indivÃduo que não pertence ou apoia seu grupo.
3 Deus nos dá hoje o pão nosso de cada dia que o diabo amassou.
4 Ontem apertei uma tecla distraÃda, ou eu distraÃdo, do computador e me surgiu o velho Pac-Man, que cansei de jogar quando o computador era jovem, ainda a vapor. Me bateu a saudade. Deus do céu, o Pac-Man já é nostalgia!
5 De repente comecei a acreditar em Deus. Tá impossÃvel acreditar em qualquer outra coisa.
6 Ninguém perguntou mas eu respondo. Sobre a nova ortografia. Pô, no meu tempo de vida já passei por quatro reformas. Durante mais de dez anos combati (ou escrevi irresponsavelmente, vocês decidem) os famigerados "sinais diacrÃticos diferenciais". Já enchi. LÃngua é a falada. A lÃngua escrita, ortográfica, procura, mal e mal, registrar isso. Serve pra normatizar, encinar os burocratas a escrever serto. Mas nada disso adianta quando a tevê Globo – lÃngua falada – decide que o nome é Roráima e não Rorãima, como sempre se disse aqui em casa. Agora então que acabaram com os acentos, a Globo ganha de goleada com seu Roráima escandido pelo Bonner pra 30 milhões de pedintes, perdão, ouvintes. Escrever bem não tem nada a ver com ortografia. Basta você ver como escreve a maioria dos que escrevem ortografia perfeitamente, isto é, seguindo todas as regras. Mediocridade, quase sempre. Já Yeats, o grande poeta irlandês, um dos maiores do mundo, escrevia tudo errado ortográfica e gramaticalmente. Isso no tempo em que tudo era rimado e metrificado. Repito, isso de escrever gramatical ou ortograficamente certo não tem nada a ver com escrever bem. Tem a ver com sensibilidade em suas várias formas. O admirável Rubem Braga, uma perfeição de estilo, nos aconselhava sabiamente: "Quando você tiver uma dificuldade gramatical, não quebra a cabeça não. Dá uma voltinha". A que vem isso? A nada. Ou a tudo. Minha implicância com gramatiquismos e gramatiquices começa com a crase, que o poeta Ferreira Gullar diz que "não foi feita pra humilhar ninguém". Tem razão: a crase foi feita pra humilhar todo mundo. Por que todo mundo erra na crase? Já vi crase "errada" em placa de mármore de ministério. E estou vendo aqui, debaixo do meu nariz, na meia dúzia de quilômetros em volta das obras do Metrô, uma centena de cartazes da Odebrecht, a poderosa empreiteira, cheia de agrônomos, engenheiros, calculistas e, possivelmente, gramáticos: OBRAS A 100 metros, OBRAS À 250 metros. DESVIO a 200 metros. OBRAS à 300 metros. A Odebrecht emprega a crase por metragem. Repito-me: por que todo mundo "erra" na crase? Uma regrinha idiota que qualquer idiota aprende num minuto. E esquece no minuto seguinte. Porque é artificial, inventada pelos gramáticos. Exemplo? À bessa, que agora virou à beça (por quê?), era uma palavra só, abessa, que os sábios da escritura (Camões) dividiram em duas pra poder tascar a crase em cima de uma delas.
7 O cara está mesmo velho quando transa com uma mulher de 40 anos e é acusado de pedofilia.
Millôr - Fonte: Veja - Edição 2121.
BIBLIOTECA DAS TURMAS DO FM
TROGLODITA É VOCÊ!
Michel Raymond (tradução de Martha Gambini; Paz e Terra; 256 páginas; 32 reais).
Amparada na teoria da evolução do naturalista inglês Charles Darwin, a biologia moderna tem oferecido explicações fundamentais sobre o comportamento humano. Este livro é uma excelente sÃntese dessas descobertas – trata-se, como anuncia o subtÃtulo, de um "pequeno guia darwiniano da vida cotidiana". Com um texto leve e claro, o francês Michel Raymond, pesquisador do Instituto de Biologia Evolutiva de Montpellier, apresenta a perspectiva evolucionista sobre temas que vão da alimentação à homossexualidade. E não se esquiva da polêmica: Raymond investe contra a psicanálise de Freud, cuja ideia de um "complexo de Édipo" teria sido relegada à galeria das "curiosidades do passado", ao lado da alquimia.
Fonte: Veja - Edição 2121.
Detalhes: http://www.pazeterra.com.br/livro.asp?pp=851
NIXON E KISSINGER - PARCEIROS DO PODER
O presidente americano Richard Nixon [que governou os EUA de 1969 a 1974] e Henry Kissinger, seu secretário de Estado, prorrogaram desnecessariamente a Guerra do Vietnã [1959-75] por quatro anos, provocando milhares de mortes evitáveis, e tramaram intensamente contra o presidente Salvador Allende, do Chile, morto no golpe de 1973.
Era isso o que diziam os crÃticos daquela administração republicana, que terminou há 35 anos com a renúncia do presidente para evitar o impeachment em decorrência dos crimes praticados no caso Watergate [que vieram à tona em uma série de reportagens do jornal "The Washington Post" revelando a existência de um esquema ilegal montado pelo governo Nixon para vigiar o Partido Democrata, no prédio Watergate]. Agora, o que eram suposições largamente aceitas ganha o peso de verdade factual, com a divulgação de extensa documentação analisada pelo historiador Robert Dallek em "Nixon e Kissinger - Parceiros no Poder". Embora Dallek também trabalhe com dados divulgados anteriormente, suas conclusões são referendadas pela consulta a material de arquivos oficiais que ainda não havia sido utilizado. O autor teve à disposição milhões de páginas de documentos da Segurança Nacional, 2.800 horas de fitas gravadas por Nixon e 20 mil páginas com transcrições de conversas telefônicas de Kissinger.
Dallek, que escreve bem e não sufoca o leitor com a grande quantidade de informações, pinta um bom perfil dos personagens que dominaram a polÃtica externa dos Estados Unidos por cinco anos e meio, entre 1969 e 1974. Não deixa dúvida de que eram muito diferentes. Nixon era "um quacre de uma cidade pequena do sul da Califórnia que conquistou proeminência por meio da polÃtica"; Kissinger era um "imigrante judeu-alemão cuja inteligência inata o levou ao primeiro escalão dos acadêmicos americanos".
Os dois tiveram uma convivência intensa e nada pacÃfica. Nixon, diz Dallek, "estava certo ao suspeitar que Kissinger se considerava um intelectual superior manipulando um presidente maleável". Para Kissinger, o presidente era um "cérebro de ameba", o que dizia em conversas particulares. Para Nixon, o secretário era "o meu garoto judeu", o que dizia até na sua frente, para humilhá-lo.
O ponto em comum entre eles, nota o historiador, era o sonho grandioso de reformular as questões internacionais. A principal delas era a Guerra do Vietnã, problema herdado da administração anterior, democrata [Lyndon Johnson, 1963-69]. Os dois queriam acabar com a guerra, claro. Mas faziam questão de "um acordo com honra", ou seja, desejavam um Vietnã do Sul autônomo, "o que justificaria os sacrifÃcios feitos até então pelos EUA".
Os comunistas do Vietnã do Norte, no entanto, não aceitavam condições para a retirada das tropas americanas do Vietnã do Sul. E estavam em condições de impor sua vontade. O próprio Kissinger tinha ciência disso. Mesmo antes de assumir o cargo, avaliava que a guerra era impossÃvel de ser vencida.
Diante dessa admissão, a continuação do conflito só pode ser classificada como um ato de hipocrisia polÃtica. A dupla se sentia acuada: se eles retirassem os soldados sem contrapartida, estariam derrotados; se os mantivessem em combate, estariam apenas adiando o fim, sem mudar o desfecho. Foi o que acabou acontecendo quando, em 1975, os comunistas tomaram Saigon [hoje Ho Chi Minh], a capital sul-vietnamita.
Dallek aponta um segundo equÃvoco na posição de Nixon e Kissinger. "Eles acreditavam erroneamente que abandonar Saigon ao seu próprio destino teria terrÃveis consequências para a polÃtica externa dos Estados Unidos em todo o mundo, principalmente em sua luta contra o comunismo".
Para ele, o presidente francês Charles de Gaulle estava certo ao dizer que "uma saÃda rápida do Vietnã teria ajudado e não arruinado a credibilidade dos Estados Unidos".
No Chile, Nixon e Kissinger cometeram o mesmo erro, achando que o governo socialista de Allende representava ameaça aos EUA. Dallek, que considera a suposição paranoica, descreve detalhadamente como a CIA [agência de inteligência dos EUA] tentou evitar sua eleição e, uma vez eleito, como fez de tudo para sabotar seu governo e apoiar os militares que acabaram dando o golpe em [11 de] setembro de 1973.
Menos de um ano depois, Nixon renunciou. Passaria o resto de sua vida, os 20 anos seguintes [Nixon morreu em 1994], tentando fixar a imagem do grande estadista, responsável pelo degelo entre EUA e China, como forma de minimizar Watergate e uma polÃtica externa por vezes desastrosa. Dallek não tira o mérito de Richard Nixon em relação à China, mas redimensiona a iniciativa ao contrastá-la com os equÃvocos cometidos no Vietnã e no Chile.
NIXON E KISSINGER
Autor: Robert Dallek
Tradução: Bárbara Duarte
Editora: Jorge Zahar (tel. 0/xx/21/ 2108-0808)
Quanto: R$ 89 (750 págs.)
Oscar Pilagallo é jornalista e autor de "A Aventura do Dinheiro" (http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u373020.shtml) e "A História do Brasil no Século 20" (http://publifolha.folha.com.br/catalogo/livros/135651/), entre outros.
Fonte: Folha de S.Paulo - 12/07/09.
Detalhes: http://www.zahar.com.br/catalogo_detalhe.asp?id=1176
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