PRESENTE, PROFESSOR!
Nossas mães foram nossas primeiras professoras. Nossos pais, professores coadjuvantes nos primeiros tempos de nossas vidas, ganhando cada vez mais espaço à medida que fomos crescendo.
Na primeira infĂąncia, nossos avĂłs, tios, primos, vizinhos, amigos da famĂlia, nossos amigos... Todos foram nossos professores de algum modo, nos ensinando didaticamente ou atravĂ©s de exemplos. Ou seja, todo mundo um dia precisa de um professor.
No dicionĂĄrio Houaiss, professor Ă© aquele que âprofessa uma crença, uma religiĂŁoâ, aquele âcuja profissĂŁo Ă© dar aulas em escola, colĂ©gio ou universidade; docenteâ, definido tambĂ©m como âmestre, pedagogo, preceptor, profitenteâ.
Dia desses, na inauguração de uma faculdade em Santo AndrĂ©, o presidente da RepĂșblica declarou que nĂŁo Ă© necessĂĄrio ter um diploma universitĂĄrio para exercer o seu cargo, o que jĂĄ havia dito outras tantas vezes.
Talvez ele nĂŁo esteja de todo errado na sua visĂŁo, uma vez que ele chegou lĂĄ sem o bendito diploma. Mas nĂŁo basta ter apenas senso de decisĂŁo polĂtica para isso.
Uma declaração desse tipo desconhece e desmerece a verdadeira importùncia de um professor na formação do caråter e da personalidade de uma pessoa, do ensino fundamental ao ensino universitårio.
Muito provavelmente, se nosso presidente tivesse estudado mais, ele teria uma noção diferente do que Ă© Ă©tica, moral, carĂĄter. Teria tido, tambĂ©m, exemplos de dedicação, conduta reta, paixĂŁo pela docĂȘncia, combustĂveis fundamentais para que um professor dedique a sua vida Ă formação dos seus alunos.
Ă muito triste e preocupante que, numa sociedade em decomposição de valores como a nossa, a figura do professor ainda nĂŁo encontre na polĂtica pĂșblica de educação a sua verdadeira importĂąncia.
Nosso professor Ă© mal remunerado. Do ensino fundamental ao ensino superior. No ensino pĂșblico e no ensino privado.
Forma-se mal nosso professor. Muitas vezes por falta de mais professores competentes o suficiente para transformar alguĂ©m em professor. E nĂŁo porque nĂŁo existam professores competentes para isso, sĂŁo muitos. Mas, infelizmente, a maioria deles estĂĄ cheia de aulas em trĂȘs turnos para conseguir criar a famĂlia, pagar o aluguel no fim do mĂȘs, sobreviver, e nĂŁo tem a devida disponibilidade e remuneração para se dedicar com fĂ© Ă formação de outros professores, o que dirĂĄ se dedicar Ă formação de seus prĂłprios alunos.
A vida do professor que honra o tĂtulo que tem Ă© repleta de sacrifĂcios, entre os quais se inclui abrir mĂŁo dos finais de semana preparando aulas e corrigindo provas, abrir mĂŁo da convivĂȘncia com a prĂłpria famĂlia para dar conta de suas responsabilidades, abrir mĂŁo de suas horas livres para estudar, fazer cursos, reciclar seus conhecimentos. E nem vamos, aqui, entrar com mais profundidade nos sacrifĂcios empreendidos pelos professores que se deslocam de um lado da cidade para o outro para dar aulas, ou os que sĂŁo obrigados a enfrentar alunos armados em favelas. PoderĂamos fazer outro editorial somente sobre isso.
Queremos, sim, homenagear a figura do professor pelo que ele representa para a construção de uma sociedade que nĂŁo admite mais viver sob mensalĂ”es, desvios de dinheiro pĂșblico, troca de cargos polĂticos por favores escusos; e, principalmente, que nĂŁo admite mais viver sob o comando de polĂticos desonestos e despreparados que pouco se preocupam com a formação e com as condiçÔes de trabalho e remuneração daqueles que sĂŁo os verdadeiros responsĂĄveis pela formação das prĂłximas geraçÔes que, um dia, comandarĂŁo nosso paĂs.
Quem sabe na inauguração de outra faculdade nosso presidente (filho de mãe que nasceu analfabeta, como ele mesmo disse) se lembre dos professores e dos tantos votos que essa categoria lhe deu por duas vezes.
Estamos convencidos que nunca, na histĂłria desse paĂs, a essencial figura do professor mereceu tanta atenção e reconhecimento como hoje.
Absurdamente, em nosso conjunto de leis nĂŁo se exige diploma universitĂĄrio para que uma pessoa possa ser presidente da RepĂșblica. Mas estas mesmas leis exigem que se dĂȘ educação e formação digna Ă s nossas crianças, adolescentes, jovens e adultos, coisa que sĂł professores bem preparados e adequadamente remunerados, junto Ă s polĂticas educacionais corretas, conseguirĂŁo fazer pelo Brasil.
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
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