DIA DO TRABALHO: VAMOS COMEMORAR O QUE?
Dia 1° de maio o mundo, pelo menos o que se diz civilizado, comemorarĂĄ o dia do trabalho. PolĂticos, dirigentes sindicais, artistas e empresĂĄrios estarĂŁo na frente dos holofotes com seus discursos demagogos uns mais, outros menos, mas no fundo cada um querendo garantir o seu espaço. Seja na montagem fantasiosa de nĂșmeros dizendo que o Ăndice de emprego formal melhorou ou justificando para os sindicalizados que os acordos salariais, se nĂŁo foram excelentes, foi o mĂĄximo que conseguiram num momento de turbulĂȘncia globalizada.
Justificativas e desculpas Ă parte, o fato Ă© que a globalização e o avanço tecnolĂłgico tĂȘm contribuĂdo muito para a eliminação de postos de trabalho e a migração para serviços que exigem uma maior especialização do trabalhador, deixando milhĂ”es de chefes de famĂlia a margem deste processo. Quando vemos o crescimento desordenado das favelas e no seu encalço, a banalização da criminalidade, nĂŁo podemos esquecer que nĂŁo se trata apenas de uma questĂŁo policial. Quantos estĂŁo nessa vida por falta de uma oportunidade nos estudos ou de trabalho? SerĂĄ que nĂŁo somos nĂłs mesmos que muitas vezes por preconceito ou ignorĂąncia alimentamos esse caos com idĂ©ias e atitudes? O que temos feito para diminuir a desigualdade de oportunidades neste paĂs a nĂŁo ser criticar direitistas e esquerdistas, sem a contrapartida de uma atitude prĂłpria? SĂŁo perguntas que nĂŁo gostarĂamos de responder, por vergonha ou por simplesmente nĂŁo termos as respostas que gostarĂamos.
O Brasil como uma das maiores economias mundiais tem muito a comemorar, pena que a festa Ă© restrita a poucos. Nossos polĂticos nĂŁo fazem o dever de casa reduzindo a carga tributĂĄria da folha salarial, a descentralização e "humanização" dos impostos, o incentivo a multiplicação dos postos de trabalho ao invĂ©s da distribuição demagoga de refeiçÔes populares. O brasileiro nĂŁo tem apenas fome, ele tem "SEDE". Sede de saĂșde, educação, justiça para todos, oportunidades de emprego e principalmente, sede de vergonha na cara dos governantes.
Vamos comemorar o que? Os "justos" salĂĄrios dos magistrados ou os 30 milhĂ”es de desempregados? A segurança e conforto que o "Aerolula" proporciona aos eventuais governantes que o utilizam ou os trens e ĂŽnibus lotados que os trabalhadores tĂȘm de encarar todo dia? Se nĂŁo temos motivos para comemoração, pelo menos como brasileiros, temos de nos orgulhar por nossa luta contĂnua contra todas essas injustiças. Uma nova geração de jovens a cada ano se insere no mercado de trabalho, e esperamos, mais conscientes e preocupados com a responsabilidade social. NĂŁo basta apenas uma mudança de atitude dos trabalhadores. Ă necessĂĄrio que o empresariado tambĂ©m assuma as suas responsabilidades. NĂŁo Ă© justo que a maioria dos empregos oferecidos contenham a expressĂŁo "de 18 a 35 anos". Se assim for, brevemente teremos de diminuir a idade da aposentadoria para 40 anos. Temos de tratar com mais dignidade e respeito Ă queles que dedicaram grande parte de sua vida ao sucesso das empresas e tĂȘm muito a contribuir com experiĂȘncia e talento.
Não desejamos comemorar apenas a situação utópica de emprego para todos, mas que todos tenham o direito de sonhar com um. Que nesta semana que antecede a festa dos trabalhadores possamos refletir sobre este tema e pensar o que podemos fazer hoje, jå, agora para construirmos um Brasil melhor e mais justo para todos os trabalhadores brasileiros.
A equipe do Faculdade Mental deseja a todos os trabalhadores e desempregados do Brasil sucesso nessa ĂĄrdua mas triunfante luta.
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