JĂ DECIDIU EM QUEM VAI VOTAR?
NĂŁo precisamos ir muito longe na histĂłria para perceber a importĂąncia do movimento estudantil nas grandes transformaçÔes sociais. Pegando como exemplo o Massacre da Paz Celestial, na China e os Cara Pintadas, no Brasil, Ă© possĂvel entender como o brasileiro Ă© pacĂfico, passivo e, no mĂĄximo, reativo. Enquanto na China os estudantes foram massacrados por se manifestarem a favor de liberdades democrĂĄticas, como o direito de ir e vir, de livre expressĂŁo, o movimento dos Cara-Pintadas foi, antes de tudo, estimulado e manipulado pela mĂdia, num processo de formação de opiniĂŁo que nada tem a ver com democracia, mas sim, e apenas, com interesses polĂticos e financeiros.
As instituiçÔes de ensino superior sempre forneceram importantes personalidades do pensamento polĂtico e social na maioria dos paĂses do mundo. Ainda que nem todo grande polĂtico internacional tenha tido formação acadĂȘmica, a grande maioria, dos que tiveram essa formação, deixou importantes contribuiçÔes para a histĂłria.
No Brasil, esta mesma histĂłria vem mudando e possibilitando aos outros segmentos sociais Ă ascensĂŁo ao poder. Se antes os importantes polĂticos e pensadores sociais vinham das universidades, hoje eles emergem dos movimentos sindicais, das diversas religiĂ”es, dos grupos organizados (como os ruralistas, os bancĂĄrios, e uma infinidade de outros). E esta ascensĂŁo sĂł se torna possĂvel pela criação de vĂnculos que nada tem a ver se nĂŁo com os interesses escusos de quem financia estas candidaturas.
Na AmĂ©rica do Sul, Lula foi o primeiro desta nova safra de polĂticos emergidos dos movimentos sociais. No seu rastro temos Hugo Chaves, na Venezuela, TabarĂ© VĂĄzquez, no Uruguai e Evo Morales, na BolĂvia. Todos legĂtimos representantes de movimentos sociais e quem tanto quanto Lula (mesmo que ele nunca saiba de nada) tem feito de tudo, por qualquer mĂ©todo e a qualquer preço para permanecerem no poder.
Comum entre eles, tambĂ©m, Ă© o carĂĄter populista de seus discursos, nacionalismo puro, mas que nĂŁo se reflete em ganhos de longo prazo para seus paĂses, pois falta uma polĂtica consistente, programas de governos que prevejam mais do que a prĂłxima corrida eleitoral para presidĂȘncia da repĂșblica.
Graças Ă ignorĂąncia, a falta de interesse e a falta de esclarecimento das camadas sociais mais desprivilegiadas, candidatos e partidos polĂticos podem sobreviver aos mais diversos escĂąndalos. Mas o paĂs nĂŁo sobrevive. E ao votar, cada erro de avaliação nosso gera um ciclo de novos escĂąndalos, de novos roubos, e se redistribui menos renda ainda, aumentando o caos social, a violĂȘncia e o contingente de eleitores dispostos a apostar em candidatos populistas entendendo que eles sĂŁo: a salvação da lavoura.
Independente de nossa posição polĂtica (o Cara vota no Lula, Carinha e Canalha nĂŁo), seu voto Ă© muito importante para a mudança desse quadro escandaloso no qual o Brasil estĂĄ atolado hĂĄ muitos anos. E isso nĂŁo se restringe a escolha do presidente da repĂșblica, mas tambĂ©m de governadores, senadores, deputados federais e estaduais.
Nosso Ășnico objetivo, aqui, Ă© que vocĂȘ nĂŁo desperdice seu voto, pois num paĂs de regime democrĂĄtico este Ă© o Ășnico caminho para a promoção de mudanças significativas e de longo prazo. Caso contrĂĄrio fica igual a certas eleiçÔes de DA por aĂ afora.
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