PORQUE PEGAMOS TANTO NO PĂ DO DA?
Quando o tĂ©cnico Emerson LeĂŁo assumiu o comando da seleção brasileira de futebol, ao ser questionado sobre sua personalidade forte em uma entrevista coletiva, ele respondeu: âEu nĂŁo tenho personalidade forte. Eu tenho Ă© personalidade.â
Quando começamos a fazer o questionamento a respeito do DA, inicialmente, nem questionamos a chapa, mas sim a forma como esse DA foi eleito. Questionamos a falta de transparĂȘncia e democracia ao usarem de um expediente soturno para conduzir todo o processo de uma eleição sem divulgação, uma chapa Ășnica, sem propostas, sem projeto.
NĂŁo se estimulou a participação dos alunos. Apenas cumpriu-se um rito sumĂĄrio, cuidando da parte legal, sem envolver vocĂȘ, aluno, num processo que poderia ser legal tambĂ©m na formação da cidadania, no exemplo, na prĂĄtica da democracia, o que sempre fez parte das instituiçÔes de ensino superior. AtĂ© aĂ estĂĄvamos falando do processo. Mas, quem aceita participar de um processo realizado dessa forma, Ă© conivente com ele. Ă conivente com as regras do jogo.
Poucos se lembram, mas tivemos um perĂodo no Brasil em que existiam os chamados âsenadores biĂŽnicosâ, que eram indicados pelo governo, sem eleição direta. Ă atĂ© triste pensar que isso existiu. PorĂ©m, bem ou mal, esses senadores participavam do poder legislativo e defendiam os interesses do governo no congresso federal. Bem ou mal, eles davam suas caras a tapas em nome de uma causa.
E esse DA? A que veio? O que defende? Tem algum projeto? Ou estĂŁo satisfeitos em ter uma sala dentro da faculdade?
Jå que concordaram em participar, queremos saber com que objetivo, com que intenção, com quais projetos, pois eles FALAM EM NOSSOS NOMES, ainda que, de verdade mesmo, não os tenhamos escolhido.
Talvez tenham esquecido de avisar Ă s pessoas deste DA que, alĂ©m do status que os cargos lhe conferem, existem funçÔes e obrigaçÔes assessĂłrias que dizem respeito Ă comunidade de alunos desta faculdade. Talvez nĂŁo os tenham avisado que a âmentirinhaâ era sĂł no processo eleitoral, mas que dali para frente alguĂ©m tinha que fazer alguma coisa. Talvez nĂŁo os tenham avisado que um DA Ă© um ĂłrgĂŁo independente, que nĂŁo segue ordens de ninguĂ©m. Mesmo assim, aparentemente, faltou, no mĂnimo, proatividade para fazer de um limĂŁo uma limonada.
A marca da ilegitimidade do processo eleitoral do DA desta faculdade vai ficar na histĂłria, nem que a histĂłria seja apenas a que, hĂĄ dois anos, temos contado semanalmente. Mas a marca da paralisia, da falta de coragem para sair das sombras e dizer a que veio vai ficar na histĂłria pessoal de cada integrante desta chapa.
A histĂłria exalta quem se atreve a escrever seu nome nela. Os anĂŽnimos serĂŁo sempre e eternamente anĂŽnimos.
No Programa do JĂŽ, JĂŽ Soares provocou o cantor LobĂŁo ao dizer que Guilherme Arantes havia dado uma declaração dizendo que o achava muito doido e irresponsĂĄvel. LobĂŁo ficou pensativo por uns segundos e respondeu: âInteressante ele achar isso ao meu respeito, porque atĂ© hoje eu nĂŁo consegui achar absolutamente nada a respeito dele.â
Quem bom que tem alguĂ©m que se manifesta a favor do DA (ainda que o Ășnico argumento palpĂĄvel seja o fato de que uma das integrantes da chapa Ă© bonita e simpĂĄtica). Pelo menos sabemos que fizemos uma cabeça pensar a respeito do assunto.
Por isso pegamos tanto no pé do DA, para que as pessoas pensem no assunto, quem sabe, pelo menos, as pessoas que fazem parte dele.
JĂĄ passou da hora.