O D.A. DE HARRY POTTER
Talvez nem todos saibam o que exatamente Ă© o D.A., mas quase todo mundo sabe quem Ă© Harry Potter. E sabe que ele Ă© um bruxo. E como, teoricamente, bruxaria pode tudo, misturando-se os ingredientes certos num caldeirĂŁo, estĂĄ pronto o feitiço. Uma pitada de Administração, uma pitada de CiĂȘncias ContĂĄbeis e uma pitada de Direito, estĂĄ pronto um D.A. pra bruxo nenhum por defeito. Bem ao estilo Harry Potter. Muito impressionante.
Na semana, vĂ©spera da semana de recesso, o assunto D.A. chegou a ser discutido por meia dĂșzia de trĂȘs ou quatro pessoas. Mas elas discutiam sobre a criação de um D.A. e sobre a legitimidade, ou nĂŁo, de se reunir as trĂȘs ĂĄreas num Ășnico DiretĂłrio AcadĂȘmico.
Veio a Semana Santa e na segunda-feira seguinte surge do nada uma eleição, uma urna, uma chapa Ășnica. Os alunos sĂŁo convidados por funcionĂĄrios a votar. O assunto parece surpreender os poucos que param para ouvir o convite.
Dezessete de abril de 2006, 21:00 horas. A votação foi encerrada com mĂseras 21 assinaturas na ata da eleição. A urna tem mais de 50 votos, pois a lista nĂŁo estava disponĂvel na votação no turno da manhĂŁ.
O departamento de comunicação da FNH informa que afixou informativo sobre a eleição do D.A. nos quadros de avisos. Poucos viram. Informa, tambĂ©m, que âalguĂ©mâ foi nas salas de aula comunicar os alunos sobre a eleição. Nossa pesquisa de boca de urna nĂŁo encontrou uma viva alma que tenha presenciado isso.
Como acreditamos em democracia plena, sĂł podemos acreditar que esta eleição serĂĄ impugnada e remarcada, atravĂ©s de um processo transparente e digno de uma instituição de ensino que oferece cursos de Administração, CiĂȘncias ContĂĄbeis e Direito.
Um processo mal Administrado, que na nossa Contabilidade gera prejuĂzo por infringir princĂpios bĂĄsicos de um processo que deve ser feito Direito.
NĂŁo importa o poder da varinha de condĂŁo de Harry Potter se ele infringe os princĂpios do bem, do que Ă© Ă©tico.
NĂŁo nos parece Ă©tico, tambĂ©m, que a chapa Ășnica nĂŁo tenha se apresentado aos alunos, assim como os cargos eletivos disponĂveis. NĂŁo podemos entender que o esforço de marketing para a eleição do primeiro D.A. da instituição possa ter se resumido a um informativo pregado no quadro de avisos. A divulgação do Baile 2006 mereceu maiores esforços e um trabalho de associativismo na divulgação do evento.
Louvamos a existĂȘncia de pessoas que estĂŁo interessadas na promoção de um D.A. para a FNH, mas queremos conhecĂȘ-las e saber o que elas planejam. Mesmo sendo chapa Ășnica, temos que nos reservar o direito de votar em branco. Mas nĂŁo Ă© esse o objetivo. O que a comunidade FNH precisa Ă© de um processo eleitoral transparente e justo. Que a chapa Ășnica se recandidate e se apresente ao seu eleitorado. Que os cargos eletivos sejam divulgados para que as pessoas interessadas participem democraticamente do processo. E que a eleição em si seja fartamente comunicada e nĂŁo apenas informada.
A constituição de um D.A. Ășnico nĂŁo Ă© uma forma correta de se resolver o problema. Cada curso tem o seu D.A. representativo. O organismo que pode representar todas as ĂĄreas Ă© o DCE e nĂŁo o D.A., como estĂŁo tentando fazer.
O FM nĂŁo quer participar do D.A. nem como veĂculo, nem nas pessoas de seus editores. Mas queremos apoiar a iniciativa pela qual tanto batalhamos. Queremos apoiar um D.A. democraticamente legitimado pelos alunos.
O ditado diz que cada povo tem o governo que merece. A comunidade da FNH nĂŁo pode merecer a eleição de um D.A. saĂdo de um conto de fadas. Mas se for mantido esse processo de bruxaria, merecemos ao menos bruxaria de boa qualidade, algum bruxo mais maduro do que Harry Potter. Para a ĂĄrea do ilusionismo, ficamos com David Cooperfiled.
Os Editores