ROBOMANIA GUERREIRA
ROBĂS MARCIAIS
English/video:
http://www.nytimes.com/2010/11/28/science/28robot.html?pagewanted=all
Por JOHN MARKOFF
Fort Benning, GeĂłrgia
A guerra seria muito mais segura, segundo o Exército dos Estados Unidos, se uma parte maior dela fosse lutada por robÎs. As måquinas inteligentes jå fazem parte da guerra moderna, mas o Exército e seus fornecedores estão ansiosos para adotar outras que realizam uma série mais ampla de tarefas, desde localizar e matar franco-atiradores até servir como sentinelas noturnas incansåveis.
Em uma cidade falsa usada pela infantaria do ExĂ©rcito para treinamento de combate urbano, um robĂŽ de 38 centĂmetros com uma cĂąmera de vĂdeo vasculha uma fĂĄbrica de bombas em uma missĂŁo de espionagem. Acima dele, uma aeronave teleguiada quase silenciosa, com envergadura de 1,20 m, transmite imagens dos edifĂcios abaixo. Entra em cena um veĂculo de aspecto sinistro, com esteiras de tanque, mais ou menos do tamanho de um cortador de grama, equipado com uma metralhadora e um lança-granadas.
TrĂȘs tĂ©cnicos com mochilas nas costas parados fora da linha de fogo operam os trĂȘs robĂŽs com controladores sem fio, semelhantes aos de videogames. Um deles gira a cĂąmera no robĂŽ armado atĂ© que ela localiza um atirador no telhado. A metralhadora dĂĄ a volta, aponta e dispara duas rajadas rĂĄpidas. Se as balas fossem reais, o alvo teria sido destruĂdo.
As måquinas, vistas em um "Rodeio de Robótica" realizado em outubro na escola de treinamento do Exército nesta cidade, não apenas protegem os soldados como também nunca se distraem, usando um olho digital que não pisca, o "olhar persistente" que detecta automaticamente o menor movimento. Elas também não entram em pùnico sob tiroteio.
Cinquenta e seis paĂses desenvolvem hoje armas robĂłticas, disse Ron Arkin, um roboticista do Instituto de Tecnologia da GeĂłrgia.
"Um dos grandes argumentos a favor dos robĂŽs armados Ă© que podem disparar depois", disse Joseph W. Dyer, um ex-vice-almirante e executivo-chefe da iRobot, que fabrica robĂŽs que desarmam explosivos, assim como o aspirador de pĂł Roomba. Mas a ideia de que os robĂŽs poderĂŁo substituir ou suplementar soldados Ă© uma fonte de controvĂ©rsia. Como os robĂŽs podem efetuar ataques com pequeno risco para as pessoas que os operam, crĂticos dizem que os robĂŽs diminuem as barreiras Ă guerra.
"As guerras serĂŁo iniciadas com muita facilidade e com custos mĂnimos", disse Wendell Wallach, um estudioso do Centro Interdisciplinar de BioĂ©tica na Universidade Yale e presidente de seu grupo de estudos de tecnologia e Ă©tica.
Os civis correrĂŁo um risco maior, afirmam os crĂticos, por causa das dificuldades para distinguir entre combatentes e meros observadores. Esse problema jĂĄ surgiu com a aeronave Predator, que localiza seus alvos com a ajuda de soldados no solo, mas sĂŁo operados Ă distĂąncia, nos Estados Unidos. Civis no Iraque e no AfeganistĂŁo morreram em consequĂȘncia de "danos colaterais" ou identidades erradas.
Mas entre os defensores dos robÎs combatentes estão até alguns vigilantes dos direitos humanos.
"Muitas pessoas temem a inteligĂȘncia artificial", disse John Arquilla, diretor executivo do Centro de OperaçÔes de InformaçÔes da Escola de PĂłs-graduação da Marinha. "Eu colocarei minha inteligĂȘncia artificial contra a sua humana em qualquer momento e lhe direi que minha IA prestarĂĄ mais atenção Ă s regras de combate e criarĂĄ menos lapsos Ă©ticos do que uma força humana."
O doutor Arquilla afirma que os sistemas de armas controlados por software nĂŁo agem por raiva e malĂcia e, em certos casos, podem realmente tomar melhores decisĂ”es no campo de batalha do que os humanos.
A automação mostrou-se vital nas guerras que os Estados Unidos estĂŁo lutando. No Iraque e no AfeganistĂŁo, aeronaves nĂŁo tripuladas com nomes como Predator, Reaper e Raven permitiram que inĂșmeros soldados evitassem missĂ”es aĂ©reas. AlĂ©m disso, os militares habitualmente usam mais de 6.000 robĂŽs teleguiados para vasculhar veĂculos em pontos de controle, assim como para desarmar uma das armas mais eficazes dos inimigos: os dispositivos explosivos improvisados ou IED na sigla em inglĂȘs.
Akin, o roboticista do Instituto de Tecnologia da GeĂłrgia, afirmou que Ă© possĂvel criar robĂŽs "Ă©ticos" que se adaptem Ă s leis da guerra e Ă s regras de escalada militar.
Mas as questĂ”es Ă©ticas nĂŁo sĂŁo simples. Na Alemanha, no mĂȘs de outubro, um grupo internacional, o que inclui pesquisadores de inteligĂȘncia artificial, especialistas em controle de armas, defensores dos direitos humanos e autoridades governamentais, solicitou acordos para limitar o desenvolvimento e o uso dessas armas tecnolĂłgicas.
O grupo, conhecido como ComitĂȘ Internacional de Controle de Armas RobĂłticas, disse que a guerra foi acelerada pelos sistemas automĂĄticos, minando a capacidade dos humanos de tomar decisĂ”es responsĂĄveis. Por exemplo, uma arma projetada para funcionar sem humanos poderia atirar em um atacante mais rapidamente e sem considerar fatores sutis, como um soldado no campo de batalha.
"Os benefĂcios em curto prazo que se extraem dos aspectos robotizantes da guerra serĂŁo superados pelas consequĂȘncias em longo prazo", disse Wallach, estudioso de Yale, sugerindo que as guerras começariam mais rapidamente e que haveria corrida por armas.
Conforme o debate avança, tambĂ©m crescem os esforços de automação do exĂ©rcito americano. Em 2001, o Congresso deu ao PentĂĄgono a meta de que um terço dos veĂculos de combate em terra sejam operados remotamente atĂ© 2015.Por exemplo, um equipamento parecido com um vagĂŁo, da Lockheed Martin, capaz de transportar mais de 450 quilos de equipamentos e seguir automaticamente um pelotĂŁo em uma velocidade de atĂ© 27 km/h deverĂĄ ser testado no AfeganistĂŁo no inĂcio do prĂłximo ano.
Para um terreno mais acidentado, distante das estradas, engenheiros da Boston Dynamics estão projetando um robÎ que caminha e carrega equipamentos. Agendado para conclusão em 2012, ele vai carregar 180 quilos por até 32 quilÎmetros, seguindo um soldado.
Os mĂłdulos de quatro pernas tĂȘm um senso de equilĂbrio extraordinĂĄrio, podem subir encostas Ăngremes e atĂ© mover-se em superfĂcies geladas. A "cabeça" do robĂŽ tem uma sĂ©rie de sensores que lhe dĂŁo a estranha aparĂȘncia de um cruzamento de inseto com cachorro. De fato, uma versĂŁo experimental anterior do robĂŽ era chamada de Big Dog.
Em novembro, o Exército americano e militares australianos realizaram um concurso de equipes que projetaram microrrobÎs móveis, alguns do tamanho de carros de brinquedo, que, operando em enxames, podem mapear uma årea potencialmente hostil, detectando uma série de ameaças.
TecnĂłlogos militares afirmam que robĂŽs autĂŽnomos, semiautĂŽnomos e teleguiados sĂŁo a melhor maneira de proteger a vida dos soldados americanos.
As unidades das Forças Especiais do ExĂ©rcito compraram seis robĂŽs do tamanho de cortadores de grama -do tipo exposto no Rodeio de RobĂłtica- para missĂ”es secretas, e a Guarda Nacional pediu dezenas deles para que sirvam como sentinelas em bases no Iraque e no AfeganistĂŁo. Essas unidades, conhecidas como Sistema RobĂłtico Armado Avançado Modular ou Maars na sigla em inglĂȘs, sĂŁo fabricadas por QinetiQ North America.
Os robĂŽs Maars atraĂram o interesse dos militares pela primeira vez em 2008. Usada como sentinela noturna contra infiltradores equipados com sistemas de visĂŁo tĂ©rmica, a unidade Maars, movida a bateria, continua invisĂvel -nĂŁo exibe o calor tĂpico de um ser humano- e pode "matar" intrusos com uma arma a laser sem ser detectada, disse Bob Quinn, vice-presidente da QinetiQ.
Sistemas de controle remoto, como a aeronave Predator e o robÎ Maars, dão um passo na direção das preocupaçÔes sobre automação da guerra. O que acontece quando os humanos são afastados da tomada de decisÔes sobre o disparo de armas?
"Se as decisÔes estão sendo tomadas por um ser humano que tem os olhos no alvo, esteja ele sentado em um tanque ou a quilÎmetros de distùncia, a principal salvaguarda continua lå", disse Tom Malinowski, diretor em Washington da Human Rights Watch, que verifica crimes de guerra.
Fonte: Folha de S.Paulo - 06/12/10.
Reportagem original do "The New York Times" + vĂdeo:
http://www.nytimes.com/2010/11/28/science/28robot.html?pagewanted=all
COMPRA DE NATAL NA WEB
O comércio eletrÎnico deve crescer cerca de 40% neste ano, atingindo 15 bilhÔes de reais, segundo estimativa da Cùmara Brasileira de Comércio EletrÎnico.
Um Infogråfico ensina o que fazer para evitar promoçÔes falsas e outros riscos na hora de comprar on-line.
Confira:
http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/compras-de-natal-sem-risco-na-web
Kåtia Perin - Fonte: Veja - Edição 2194.
CARTA CAPITAL ESTREIA BLOG SOBRE O WIKILEAKS
A jornalista Natalia Viana traz todas as informaçÔes sobre os documentos secretos americanos que vazaram na rede. Convidada pelo WikiLeaks para coordenar com a imprensa nacional a publicação dos documentos referentes ao Brasil e escrever reportagens independentes para o site da organização, Natalia alimenta o novo blog de CartaCapital. Visite, divulgue e marque entre seus favoritos: http://cartacapitalwikileaks.wordpress.com.
Fonte: Carta Capital (http://www.cartacapital.com.br/) - 08/12/10.
BLOG DO LOBATO
O escritor Monteiro Lobato comenta o parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) sobre o livro Caçadas de Pedrinho. No entendimento do ĂłrgĂŁo, o livro contĂ©m algumas frases racistas. Ao invĂ©s da sugestĂŁo, feita por alguns educadores, de incluir uma nota explicatĂłria sobre o contexto histĂłrico em que a obra foi escrita, Lobato defende a contextualização do presente. âPelo simples fato de que as crianças de hoje perderam bastante a ingenuidade e estĂŁo afastadas do convĂvio com a naturezaâ.
Um exemplo de nota de esclarecimento: âNĂŁo Ă© o que estĂĄ queimando no cachimbo que faz o Saci pular sem parar. Ă a falta de perna mesmoâ.
Leia o restante do post em Blogs do Além: http://www.blogsdoalem.com.br/lobato/.
Vitor Knijnik - Blogs do Além (http://www.blogsdoalem.com.br/) - Fonte: Carta Capital (http://www.cartacapital.com.br/) - 18/11/10.
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php