FM - Faculdade Mental

RAPIDINHAS - 26/03/2011

PUBERDADE RAPIDINHA

ONE MINUTE PUBERTY
English/Video:
http://vimeo.com/20793651
CÃ‚MERATEEN: A puberdade em um minuto! Essa Ã© a ideia da animaÃ§Ã£o de Alexander Gellner. No filminho, vemos desde o aparecimentos das primeiras espinhas, passando pelo crescimento desproporcional de braÃ§os e pelos, atÃ© o garoto virar um adolescente "maduro". Ã‰ fÃ¡cil se reconhecer, nÃ©?
Veja o vÃdeo:
http://vimeo.com/20793651
Folhateen - Fonte: Folha de S.Paulo - 21/03/11.

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Fonte: Folha de S.Paulo - 23/03/11.

ORIGENS

JURAR DE PÃ‰S JUNTOS:
MÃ£e, eu juro de pÃ©s juntos que nÃ£o fui eu. A expressÃ£o surgiu atravÃ©s das torturas executadas pela Santa InquisiÃ§Ã£o, nas quais o acusado de heresias tinha as mÃ£os e os pÃ©s amarrados (juntos) e era torturado pra dizer nada alÃ©m da verdade. AtÃ© hoje o termo Ã© usado pra expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.

MOTORISTA BARBEIRO:
Nossa, que cara mais barbeiro!No sÃ©culo XIX, os barbeiros faziam nÃ£o somente os serviÃ§os de corte de cabelo e barba, mas tambÃ©m, tiravam dentes, cortavam calos, etc., e por nÃ£o serem profissionais, seus serviÃ§os mal feitos geravam marcas. A partir daÃ, desde o sÃ©culo XV, todo serviÃ§o mal feito era atribuÃdo ao barbeiro, pela expressÃ£o "coisa de barbeiro". Esse termo veio de Portugal, contudo a associaÃ§Ã£o de "motorista barbeiro", ou seja, um mau motorista, Ã© tipicamente brasileira..

TIRAR O CAVALO DA CHUVA:
Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque nÃ£o vou deixar vocÃª sair hoje!No sÃ©culo XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente Ã casa do anfitriÃ£o e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado sÃ³ poderia pÃ´r o animal protegido da chuva se o anfitriÃ£o percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva". Depois disso, a expressÃ£o passou a significar a desistÃªncia de alguma coisa.

Ã€ BEÃ‡A:
O mesmo que abundantemente, com fartura, de maneira copiosa. A origem do dito Ã© atribuÃda Ã s qualidades de argumentador do jurista alagoano Gumercindo Bessa, advogado dos acreanos que nÃ£o queriam que o TerritÃ³rio do Acre fosse incorporado ao Estado do Amazonas.

DAR COM OS BURROS N ' ÃGUA:
A expressÃ£o surgiu no perÃodo do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a produÃ§Ã£o de ouro, cacau e cafÃ©, precisavam ir da regiÃ£o Sul Ã Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido Ã falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difÃceis e regiÃµes alagadas, onde os burros morriam afogados. DaÃ em diante o termo passou a ser usado pra se referir a alguÃ©m que faz um grande esforÃ§o pra conseguir algum feito e nÃ£o consegue ter sucesso naquilo.

GUARDAR A SETE CHAVES:
No sÃ©culo XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivamento de jÃ³ias e documentos importantes da corte atravÃ©s de um baÃº que possuÃa quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuÃda a um alto funcionÃ¡rio do reino. Portanto eram apenas quatro chaves. O nÃºmero sete passou a ser utilizado devido ao valor mÃstico atribuÃdo a ele, desde a Ã©poca das religiÃµes primitivas. A partir daÃ comeÃ§ou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" pra designar algo muito bem guardado..

OK:
A expressÃ£o inglesa "OK" (okay), que Ã© mundialmente conhecida pra significar algo que estÃ¡ tudo bem, teve sua origem na Guerra da SecessÃ£o, no EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam para as bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa "0 killed" (nenhum morto), expressando sua grande satisfaÃ§Ã£o, daÃ surgiu o termo "OK".

ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS:
Existe uma histÃ³ria nÃ£o comprovada, de que apÃ³s trair Jesus, Judas enforcou-se em uma Ã¡rvore sem nada nos pÃ©s, jÃ¡ que havia posto o dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as botas, saÃram em busca delas e do dinheiro da traiÃ§Ã£o. Nunca ninguÃ©m ficou sabendo se acharam as botas de Judas. A partir daÃ surgiu Ã expressÃ£o, usada pra designar um lugar distante, desconhecido e inacessÃvel.

PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA:
A histÃ³ria mais aceitÃ¡vel para explicar a origem do termo Ã© proveniente das tradiÃ§Ãµes hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus como forma de redenÃ§Ã£o de pecados. Um filho do rei AbsalÃ£o tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, apÃ³s o animal morrer, ele ficou se lamentando e pensando na morte da bezerra. ApÃ³s alguns meses o garoto morreu.

PARA INGLÃŠS VER:
A expressÃ£o surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o trÃ¡fico de escravos. No entanto, todos sabiam que essas leis nÃ£o seriam cumpridas, assim, essas leis eram criadas apenas "pra inglÃªs ver". DaÃ surgiu o termo.

RASGAR SEDA:
A expressÃ£o que Ã© utilizada quando alguÃ©m elogia grandemente outra pessoa, surgiu atravÃ©s da peÃ§a de teatro do teatrÃ³logo LuÃs Carlos Martins Pena. Na peÃ§a, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissÃ£o pra cortejar uma moÃ§a e comeÃ§a a elogiar exageradamente sua beleza, atÃ© que a moÃ§a percebe a intenÃ§Ã£o do rapaz e diz: "NÃ£o rasgue a seda, que se esfiapa".

O PIOR CEGO Ã‰ O QUE NÃƒO QUER VER:
Em 1647, em Nimes, na FranÃ§a, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D`Argent fez o primeiro transplante de cÃ³rnea em um aldeÃ£o de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da Ã©poca, menos pra Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgiÃ£o que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou pra histÃ³ria como o cego que nÃ£o quis ver.

ANDA Ã€ TOA:
Toa Ã© a corda com que uma embarcaÃ§Ã£o reboca a outra. Um navio que estÃ¡ Ã toa Ã© o que nÃ£o tem leme nem rumo, indo pra onde o navio que o reboca determinar.

QUEM NÃƒO TEM CÃƒO, CAÃ‡A COM GATO:
Na verdade, a expressÃ£o, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se dizia quem nÃ£o tem cÃ£o caÃ§a como gato, ou seja, se esgueirando, astutamente, traiÃ§oeiramente, como fazem os gatos.

DA PÃ VIRADA:
A origem do ditado Ã© em relaÃ§Ã£o ao instrumento, a pÃ¡. Quando a pÃ¡ estÃ¡ virada pra baixo, voltada pro solo, estÃ¡ inÃºtil, abandonada decorrentemente pelo Homem vagabundo, irresponsÃ¡vel, parasita.

NHENHENHÃ‰M:
NheÃ«, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os indÃgenas nÃ£o entendiam aquela falaÃ§Ã£o estranha e diziam que os portugueses ficavam a dizer "nhen-nhen-nhen".

VAI TOMAR BANHO:
Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hÃ¡bitos de higiene dos Ãndios versus os do colonizador portuguÃªs. Depois das Cruzadas, como corolÃ¡rio dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sÃfilis e de outras doenÃ§as transmissÃveis e desenvolveu medo ao banho e horror Ã nudez, o que muito agradou Ã Igreja. Ora, o Ãndio nÃ£o conhecia a sÃfilis e se lavava da cabeÃ§a aos pÃ©s nos banhos de rio, alÃ©m de usar folhas de Ã¡rvore pra limpar os bebÃªs e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que nÃ£o eram trocadas com freqÃ¼Ãªncia e raramente lavadas, aliado Ã falta de banho, causava repugnÃ¢ncia aos Ãndios. EntÃ£o os Ãndios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".

ELES QUE SÃƒO BRANCOS QUE SE ENTENDAM:
Esta foi das primeiras puniÃ§Ãµes impostas aos racistas, ainda no sÃ©culo XVIII. Um mulato, capitÃ£o de regimento, teve uma discussÃ£o com um de seus comandados e queixou-se a seu superior, um oficial portuguÃªs.. O capitÃ£o reivindicava a puniÃ§Ã£o do soldado que o desrespeitara. Como resposta, ouviu do portuguÃªs a seguinte frase: "VocÃªs que sÃ£o pardos, que se entendam". O oficial ficou indignado e recorreu Ã instÃ¢ncia superior, na pessoa de dom LuÃs de Vasconcelos (1742-1807), 12Â° vice-rei do Brasil. Ao tomar conhecimento dos fatos, dom LuÃs mandou prender o oficial portuguÃªs que estranhou a atitude do vice-rei. Mas, dom LuÃs se explicou: NÃ³s somos brancos, cÃ¡ nos entendemos.

A DAR COM O PAU:
O substantivo "pau" figura em vÃ¡rias expressÃµes brasileiras. Esta expressÃ£o teve origem nos navios negreiros. Os negros capturados preferiam morrer durante a travessia e, pra isso, deixavam de comer. EntÃ£o, criou-se o "pau de comer" que era atravessado na boca dos escravos e os marinheiros jogavam sapa e angu pro estÃ´mago dos infelizes, a dar com o pau. O povo incorporou a expressÃ£o.

ÃGUA MOLE EM PEDRA DURA, TANTO BATE ATÃ‰ QUE FURA:
Um de seus primeiros registros literÃ¡rio foi feito pelo escritor latino OvÃdio ( 43 a .C.-18 d.C), autor de cÃ©lebres livros como "A arte de amar "e "Metamorfoses", que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta: "A Ã¡gua mole cava a pedra dura". Ã‰ tradiÃ§Ã£o das culturas dos paÃses em que a escrita nÃ£o Ã© muito difundida formar rimas nesse tipo de frase pra que sua memorizaÃ§Ã£o seja facilitada. Foi o que fizeram com o provÃ©rbio, portugueses e brasileiros.

Fonte: FlÃ¡vio Lott. (ColaboraÃ§Ã£o: A.M.B.)

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