FM - Faculdade Mental

NOSSOS COLUNISTAS - 24/09/2007

O PODER DO MARKETING VII

PROPAGANDAS INTELIGENTES VII

Uma propaganda de uma agÃªncia de empregos em Berlim, Alemanha. Mostra pessoas trabalhando dentro de mÃ¡quinas de auto atendimento, com a seguinte mensagem: "A vida Ã© curta demais para se gastar no emprego errado."

(ColaboraÃ§Ã£o: HÃ©lio Bob Pai)

PROFESSOR X

Resposta do desafio do tijolo da semana passada: 3kilos. Em caso de dÃºvidas, mandem e-mail atravÃ©s do Fale Conosco que responderei. ParabÃ©ns mais uma vez aos que tentaram. Alguns acertaram! Eu respondi e enviei e-mails a todos que enviaram suas respostas (mesmo as certas), com os detalhes da soluÃ§Ã£o do desafio.

Recebi e-mail de um leitor, solicitando informaÃ§Ãµes sobre overbooking. Partindo do princÃpio que se trata da questÃ£o aÃ©rea, passo abaixo algumas informaÃ§Ãµes.

OVERBOOKING

AtÃ© o inÃcio da dÃ©cada de 1990, com exceÃ§Ã£o do perÃodo da chamada alta estaÃ§Ã£o, o aproveitamento mÃ©dio dos vÃ´os regulares, assim identificados aqueles que operam independentemente do nÃºmero de passageiros reservados, era de aproximadamente 60% dos assentos oferecidos. Essa baixa ocupaÃ§Ã£o permitia as empresas aÃ©reas conviverem com os passageiros "no-show", ou sejam, os reservados que nÃ£o se apresentam para embarque, sem aplicar penalidade e revalidando os respectivos bilhetes de passagem para outro vÃ´o ou reembolsando o valor pago.
A partir dos anos 90, notadamente com a sedimentaÃ§Ã£o da "deregulation" caracterizada pela diminuiÃ§Ã£o da interferÃªncia governamental no controle da oferta e dos preÃ§os das passagens aÃ©reas, a introduÃ§Ã£o de tarifas reduzidas, a globalizaÃ§Ã£o e, principalmente, maior liberdade na concorrÃªncia, resultou que em muitos segmentos do transporte aÃ©reo a procura tornou-se maior que a oferta de lugares, significando que o "no-show", inviabilizando a confirmaÃ§Ã£o de outro passageiro, representa efetivo prejuÃzo, visto que, ao fechar a porta da aeronave todos os assentos nÃ£o ocupados transformam-se em mercadoria deteriorada.
Como soluÃ§Ã£o para evitar ou compensar em parte o prejuÃzo causado pelo "no-show" a maioria das empresas aÃ©reas adotam a prÃ¡tica de aceitar reservas em nÃºmero superior aos assentos disponÃveis, com base em uma previsÃ£o estimada dos "no-show". Entretanto, por tratar-se apenas de estimativa, com freqÃ¼Ãªncia ocorre a apresentaÃ§Ã£o para embarque de passageiros reservados em nÃºmero superior aos assentos disponÃveis, ficando os excedentes impedidos de embarcar e dando origem ao chamado passageiro "overbooking". Tendo presente o elevado nÃºmero de "no-show" a prÃ¡tica do "overbooking" tornou-se medida imperiosa para viabilizar economicamente a operaÃ§Ã£o de certas rotas; nos serviÃ§os de ponte aÃ©rea Ã© comum o mesmo executivo confirmar reservas para diversos horÃ¡rios no mesmo dia. Como essa medida Ã© unilateral por parte de um dos contratante do transporte aÃ©reo(no caso o transportador) enseja perdas e danos Ã outra parte(o passageiro) cujo transporte contratado nÃ£o foi honrado.
Ao depois da adoÃ§Ã£o com sucesso do "overbooking" como medida protetora contra o "no-show", muitas empresas aÃ©reas passam a usar o "overbooking" tambÃ©m para otimizar o aproveitamento econÃ´mico da aeronave, nÃ£o apenas em relaÃ§Ã£o aos assentos ocupados mas igualmente para priorizar as passagens cuja tarifa contribui para gerar melhor lucratividade("yield"). Para a mesma classe sÃ£o comercializados bilhetes de passagem com preÃ§os diferenciados(tarifa de excursÃ£o, de grupo, ponto a ponto e outras) e com regras especÃficas, as quais produzem variados resultados econÃ´micos; dessa forma o bilhete que corresponde Ã melhor lucratividade tem prioridade sobre os outros que passam a ser mascarados de "overbooking".
Atualmente, em geral durante a alta estaÃ§Ã£o mas para certos destinos durante o ano todo, o passageiro reservado na classe econÃ´mica, portador de bilhete de passagem emitido com tarifa reduzida, nÃ£o tem garantido o embarque atÃ© que seja efetivamente aceito na ocasiÃ£o do despacho("check-in") devido a comercializaÃ§Ã£o de assentos em nÃºmero superior aos disponÃveis. Algumas empresas limitam a acomodaÃ§Ã£o desse passageiro para depois dos portadores de bilhetes de tarifa normal, exigem que esse passageiro se apresente para o "check-in" no mÃnimo 4 horas antes da partida e somente aceita os primeiros atendidos atÃ© completar a lotaÃ§Ã£o do vÃ´o desde que nÃ£o deixe de acomodar passageiro "full fare"; no caso de viagem em grupo ou excursÃ£o a organizadora retem a passagem para aplicar penalidade ao "no-show" ainda que sem previsÃ£o contratual. Essas e outras medidas sÃ£o implementadas para proporcionar melhor produtividade.
Em resumo, o "overbooking" inicialmente usado apenas para compensar o "no-show" tornou-se uma ferramenta para assegurar melhor resultado econÃ´mico do vÃ´o, priorizando os passageiros da chamada tarifa integral("full fare"). O "no-show" de tarifa reduzida Ã© hoje em dia penalizado pelo valor da passagem pois a mesma tem validade restrita Ã s reservas confirmadas, entretanto, os de tarifa integral continuam sem penalidade devido o valor dessa passagem compensar esse procedimento.

Saiba mais:
Revista Brasileira de Direito Aeroespacial
http://www.sbda.org.br/revista/Anterior/1605.htm

Outros sites para pesquisa:

S.O.S. CONSUMIDOR
http://www.sosconsumidor.org.br

ASSOCIAÃ‡ÃƒO NACIONAL DOS PROCURADORES DO TRABALHO
http://www.anpt.org.br/biblio/ler_artigos.cfm?cod_conteudo=7969&descricao=artigos

AbraÃ§os

Professor X

PROFESSORA PASQUALINA

DIFICULDADES DA TRADUÃ‡ÃƒO

Em livro para iniciados, o autor italiano vÃª a arte de traduzir como "negociaÃ§Ã£o" e defende a fidelidade ao idioma original.
Se, como dizia Freud, a melancolia, por oposiÃ§Ã£o ao luto, Ã© a dor pela perda de um objeto que nÃ£o se conhece, entÃ£o a atividade de traduÃ§Ã£o Ã© mesmo uma das mais melancÃ³licas possÃveis. O tradutor se aventura permanentemente num territÃ³rio de completa alteridade e, mesmo quando chega a conhecer seu objeto, estÃ¡ condenado a perdÃª-lo no momento de traduzi-lo. Traduzir Ã© necessariamente perder.
Se jÃ¡ Ã© impossÃvel traduzir o que se pensa para o que se diz, o que uma pessoa diz para o que outra pessoa entende, imagine-se entÃ£o verter toda uma cultura, uma tradiÃ§Ã£o, uma ambiÃªncia, uma visÃ£o de mundo para outra completamente diferente. Umberto Eco, em seu Ãºltimo livro, "Quase a Mesma Coisa", consola um pouco a tarefa do tradutor e reduz a idÃ©ia de "perda" para a idÃ©ia mais simpÃ¡tica de "negociaÃ§Ã£o". Traduzir, para o autor, Ã© negociar. Perde-se aqui, ganha-se acolÃ¡.
Se nÃ£o podemos chegar Ã lÃngua babÃ©lica ou adÃ¢mica, em que todos se compreendem magicamente, e se tambÃ©m nÃ£o nos satisfazemos com a multiplicidade infinita de incompreensÃµes (coisa que nenhum tradutor Altavista consegue resolver), a soluÃ§Ã£o, para Eco, seria aprendermos sempre a lidar e a ajustar as nossas diferenÃ§as. Afinal, como ser fiel (conceito que Eco discute em profundidade) numa traduÃ§Ã£o do italiano para o portuguÃªs, se, por exemplo, as palavras "sobrinho", "sobrinha", "neto" e "neta", em italiano, sÃ£o todas representadas por uma Ãºnica palavra: "nipote"?

RestriÃ§Ãµes:
Por que, em portuguÃªs, que, assim como o italiano, tambÃ©m deriva do latim, resolveu-se desdobrar em quatro aquilo que na ItÃ¡lia restringiu-se a apenas um? Eco responde a esse abismo cultural, dizendo que a traduÃ§Ã£o se refere a "mundos possÃveis", mundos que necessariamente implicam um contexto narrativo, sintÃ¡tico e temporal, e mundos relativos, nÃ£o absolutos, sempre sujeitos a novas mudanÃ§as.
Se dizem que a palavra "saudade" sÃ³ existe em portuguÃªs, serÃ¡ que os falantes de outras lÃnguas nÃ£o tÃªm esse sentimento? Como traduzi-la: sentir falta, sentir a ausÃªncia, fazer falta? Como traduzir uma expressÃ£o como "DÃ¡-lhe 70!" para outra lÃngua qualquer, sem perder toda a brasilidade sintetizada nesta Ãºnica expressÃ£o?

Exemplos:
Umberto Eco nos fala da substÃ¢ncia da lÃngua, de perdas e compensaÃ§Ãµes, de fontes, sistemas, reversibilidades e efeitos, sempre exemplificando com suas prÃ³prias traduÃ§Ãµes e com traduÃ§Ãµes que outros fizeram de textos seus, para buscar alternativas para problemas aparentemente insolÃºveis.
Tantas consideraÃ§Ãµes interessantes, entretanto, restringem-se, pela singularidade do campo semiÃ³tico, a um grupo reduzido de leitores especializados. A apresentaÃ§Ã£o do livro e o prÃ³prio livro, como objeto, dÃ£o a entender que se trata de um panorama do processo de traduÃ§Ã£o bem mais abrangente do que aquilo que Ã© realmente abordado em suas pÃ¡ginas. Mais um problema de traduÃ§Ã£o entre o conteÃºdo e a aparÃªncia.

QUASE A MESMA COISA
Autor: Umberto Eco
TraduÃ§Ã£o: Eliana Aguiar
Editora: Record
Quanto: R$ 50 (492 pÃ¡gs.)
AvaliaÃ§Ã£o: bom

Noemi Jaffe - Fonte: Folha de S.Paulo - 29/09/07.

ATENÃ‡ÃƒO: AULAS DE INGLÃŠS. Aulas de inglÃªs para pequenos grupos com a Professora Pasqualina e sua parceira Professora PatrÃcia. No Barreiro e no Eldorado. Contato - 33889365.

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