FM - Faculdade Mental

FALOU NO FM? TÃ FALADO! - 15/05/2008

FALANDO E SONHANDO

UM SONHO

English: http://www.wtchotel.com.br/ingles/index.html

SuÃtes com assinatura: JoÃ£o Armentano, Francisco CÃ¡lio, Silvana Mattar e Esther Globbi estÃ£o entre os arquitetos e decoradores que repaginaram as 87 suÃtes do WTC Hotel (avenida das NaÃ§Ãµes Unidas, 12.559), em SÃ£o Paulo. Entre elas, estÃ¡ a suÃte presidencial, com 510 metros quadrados. Os agrados para os hÃ³spedes estÃ£o tambÃ©m na amenities: todas as suÃtes contam com produtos da grife L'Occitane.
Signature Suites: JoÃ£o Armentano, Francisco CÃ¡lio, Silvana Mattar and Esther Globbi are among the architects and decorators who refurbished the 87 suites at WTC Hotel (Av. das NaÃ§Ãµes Unidas, 12.559), in SÃ£o Paulo. The presidential suite is a 1500 square feet wonder, but guests are pampered in the more usual settings too: all rooms have products by L'Occitane the famous French perfume label.
Fonte: Tam Nas Nuvens - Abril 2008.
Site do Hotel: http://www.wtchotel.com.br/

MENSAGENS DE NOSSOS LEITORES E COLABORADORES

"NÃ£o sou ligada em futebol, mas achei a camisa simpÃ¡tica. Boa sorte para vocÃªs." FM: Ã‰, para o Carinha (corinthiano) nÃ£o passa de simpÃ¡tica mesmo. Ã‰ que tem gente falando que parece com a camisa do Palmeiras... AbraÃ§os.

"OlÃ¡... Sou da Cidade de Bariri/SP (nÃ£o Ã© Barueri, e sim Bariri mesmo)... Consegui o endereÃ§o deste site atravÃ©s de uma senhora... Quero cumprimentÃ¡-los... Achei muito engraÃ§ado as "rapidinhas". AbraÃ§o a todos... Se possÃvel me falem de qual Cidade sÃ£o... T+... Bariri RÃ¡dio Clube" FM: Boa tarde. Agradecemos o interesse em conhecer o Faculdade Mental e deixar nosso jornal aberto Ã sua participaÃ§Ã£o e a toda a comunidade de ouvintes da Bariri RÃ¡dio Clube. O Faculdade Mental Ã© um jornal voltado ao pÃºblico universitÃ¡rio, que inicialmente era ligado a uma instituiÃ§Ã£o de ensino, mas que se tornou independente e jÃ¡ tem mais de 8500 acessos mensais. Somos de Belo Horizonte, apesar de nÃ³s, editores do jornal, sermos dois paulistanos e um mineiro. Enfim, seja bem vindo ao Faculdade Mental. OuÃ§a a rÃ¡dio http://www.baririradioclube.com.br/ (site em construÃ§Ã£o). MunicÃpio de Bariri - SP - http://www.bariri.sp.gov.br/index.php?id_cat=491.

"AboliÃ§Ã£o da escravatura. Penso que ainda precisamos convocar a princesa Isabel para que, desta vez a aboliÃ§Ã£o da escravatura seja mesmo efetivada. Os senhores dos engenhos (polÃticos) decidem a cada ano, quantas chicotadas o escravo vai levar. Este ano estamos em 415, depois de trabalhar um mÃªs enfrentando Ã´nibus (quando tem) lotado, trÃ¢nsito pesado, trabalho demasiado e capataz (chefe) despreparado. O pior de tudo Ã© que a decisÃ£o agora vem de um ex-escravo, que pensÃ¡vamos fosse o Zumbi da libertaÃ§Ã£o, mas que infelizmente gostou demais das mordomias da casa grande, esquecendo completamente as necessidades da senzala. Um grande beijo para a turma do FM. Gosto muito de vocÃªs. Nunca na histÃ³ria desse paÃs, eu tinha curtido tanto um jornal eletrÃ´nico assim!" FM: Agradecidos! Nunca na histÃ³ria desse paÃs, imaginÃ¡vamos que completarÃamos 4 anos. Um abraÃ§Ã£o.

"Bom dia! Gostaria de saber se existe Curso Superior para mecÃ¢nica de automÃ³veis e motos. Dese jÃ¡ agradeÃ§o a atenÃ§Ã£o" FM: Caro! Existe o curso superior de Tecnologia MecÃ¢nica. A FATEC Ã© um exemplo http://www.fatecsp.br. AbraÃ§os.

"SerÃ¡ que estamos sozinhos no Universo? Carissimos, Sabemos que a Net faz milagres em termos de fraudes, mas esta, se for, foi muito bem feita..... Para os que frequentam o SeminÃ¡rio UNIPAZ, este vÃdeo jÃ¡ foi mostrado no 2Âº evento deste ano no Hotel Sagres pela palestrante Dulce MagalhÃ£es. SÃ£o feitas por uma turista alemÃ£ em uma das ilhas do Caribe, ao norte de Trinidad Y Tobago no dia 16/08/2007 Ã s 05:50 da manhÃ£ em uma praia que Ã© um santuÃ¡rio para exploraÃ§Ã£o submarina. Ã‰ uma regiÃ£o pouco visitada e para visitÃ¡-la tem que ter permissÃ£o das autoridades, principalmente pela abundÃ¢ncia de tubarÃµes Tigre. Esta turista pernoitou na ilha junto a outros pesquisadores para uma aventura submarina. Levantou-se bem cedo para contemplar o nascer do sol quando de repente encontrou algo inacreditÃ¡vel. Veja! JÃ¡ nÃ£o existe duvida de que nÃ£o estamos sÃ³s no universo. O vÃdeo dura poucos segundos jÃ¡ que a cÃ¢mera tinha pouca memÃ³ria. Esta turista levou o maior susto da sua vida e a Ãºnica reaÃ§Ã£o foi um grande suspiro de medo e a emoÃ§Ã£o de gravar algo fora do comum. Ela nÃ£o quis fotografar por medo do flash denunciar sua posiÃ§Ã£o para as naves que se encontravam em vÃ´o rasante como se estivessem buscando algo. Nenhuma autoridade da regiÃ£o se manifestou sobre o assunto." FM: Obrigado pela colaboraÃ§Ã£o FÃ¡bio. Confira o vÃdeo: http://www.dailymotion.com/video/x4kma2_ovni_tech.

"ABRINDO PORTAS / Ã‰ SHOW!!!!! Escolha uma sala Ã vontade. Clique numa porta. Entre e procure mentalmente sentir-se no ambiente... Sente-se... Relaxe... Cada sala tem uma cor e sua meditaÃ§Ã£o estÃ¡ relacionada com essa cor. Quanto mais vagarosamente vocÃª fizer, maior o proveito. Usufrua os benefÃcios que cada cor pode lhe trazer. AbraÃ§os. Luciana" FM: Confira no link a seguir http://www.belasmensagens.com.br/powerpoint/abrindo-portas.php. VÃ¡ atÃ© "Abrindo as portas" e clique para baixar mensagem. Boa viagem!!!

"Caros, Como parte da programaÃ§Ã£o oficial do CentenÃ¡rio da ImigraÃ§Ã£o Japonesa, o Museu da Casa Brasileira, em SÃ£o Paulo, abre no dia 27 de maio as exposiÃ§Ãµes "Um novo cardume" com luminÃ¡rias-esculturas de Lucas Isawa e "Viagem Ã Liberdade: em busca da alma japonesa de um bairro" com fotos de Marcio Scavone, que tambÃ©m lanÃ§a um livro homÃ´nimo. As mostras ficam abertas Ã visitaÃ§Ã£o atÃ© dia 6 de julho. Temos belÃssimas fotos das duas exposiÃ§Ãµes. Um abraÃ§o, Silvana" FM: Confira mais detalhes no site http://www.mcb.sp.gov.br/. Valeu!!!

"Para cada cantada, uma rÃ©plica. Ã€s vezes, a trÃ©plica Ã© muito pior..." FM: "Cantadas, RÃ©plicas e TrÃ©plicas" estÃ¡ na coluna "Cantinho do Humor".

"Boa noite FM. Tudo bem com vocÃªs? Um grande abraÃ§o" FM: Tudo bem! SÃ³ um "pouquinho" mais velhos...

OS DESMANDOS DO PODER E A Ã‰TICA DE MAIO DE 68
A explosÃ£o juvenil de Maio de 68 rompeu os diques da Ã©tica sexual tradicional. Em nome de quÃª? De pura rebeldia sem Ã©tica ou de nova intuiÃ§Ã£o Ã©tica? AÃ as Ã¡guas interpretativas se dividem. Leitura anarquista prefere reter a rudeza da afirmaÃ§Ã£o: "Ã‰ proibido proibir". Ao pÃ´r-se o sujeito no centro absoluto da decisÃ£o, desaparece qualquer Ã©tica. Esta se inclina para o universal. E, de fato, em muitas conseqÃ¼Ãªncias da revoluÃ§Ã£o sexual da dÃ©cada de 60 se percebeu o enfraquecimento Ã©tico. Sucederam-se aventuras sem peias, protegidas pelos avanÃ§os da farmacÃªutica. J.-Cl. Guillebaud nÃ£o temeu achacar tal desregramento generalizado da pecha de "tirania do prazer". Alertou-nos para o fato de que nÃ£o se rasgam tradiÃ§Ãµes impunemente.
Nos abalos sÃsmicos culturais nÃ£o se destrÃ³i unicamente. A cultura difere da natureza. Movem-nos intuiÃ§Ãµes profundas que se misturam com a ganga impura das paixÃµes, das reivindicaÃ§Ãµes, de tal modo que nÃ£o se captam facilmente. No inÃcio, os jovens reivindicavam liberdades sexuais, acadÃªmicas, que se opunham a costumes e dogmas da vida universitÃ¡ria francesa. Percebiam neles o ranÃ§o de autoritarismo, arbitrariedades impositivas. O objeto questionado perde relevÃ¢ncia em face do desejo da afirmaÃ§Ã£o de que as prescriÃ§Ãµes feitas a jovens quase adultos sÃ³ adquirem sentido se passarem pelo diÃ¡logo, pelo reconhecimento da diversidade de interesses e situaÃ§Ãµes. AÃ se escondia a beleza Ã©tica da reivindicaÃ§Ã£o. Todo poder, que se impÃµe em nome de si, sem aceitar a discussÃ£o da verdade da afirmaÃ§Ã£o e as razÃµes da decisÃ£o, camufla violaÃ§Ã£o Ã©tica. E em nome dessa Ã©tica postergada grita-se, quebra-se, anarquiza-se. E o meio da revolta pode atÃ© ultrapassar a prÃ³pria Ã©tica. Nisso cai sob a suspeita da interpretaÃ§Ã£o anterior. No entanto, no fundamento Ãºltimo do protesto esconde-se a pequena pepita de ouro de bem.
Quarenta anos depois do tsunami de 68, recolhemos frutos Ã©ticos sazonados. Ficou-nos mais clara a arbitrariedade do poder quando este reina soberano no mundo universitÃ¡rio e religioso. NÃ£o sÃ³ o Estado comete barbaridades impositivas, repressÃµes policiais, crimes contra a liberdade, como nos regimes nazista, fascista na Europa e militares nas nossas plagas. Maio de 68 mostrou os desmandos no mundo universitÃ¡rio. De tempos em tempos, repercussÃµes tardias juvenis agitam as universidades, ao apontar remanescentes da arbitrariedade. Recordemos os recentes fatos na Universidade de BrasÃlia.
O mundo religioso nÃ£o assistiu, no seu interior, Ã virulÃªncia de nenhum Maio de 1968. Mas contra ele, nas diferentes religiÃµes e igrejas, batem-se ondas de protesto, ao cobrar das autoridades, das estruturas, dos regimes disciplinares o espaÃ§o do diÃ¡logo, a razoabilidade das normas para alÃ©m da pura forÃ§a da autoridade. Solapam-lhes o edifÃcio, jÃ¡ nÃ£o bruscas e violentas sacudidelas, mas a infiltraÃ§Ã£o sutil e silenciosa da prescindÃªncia respeito de suas autoridades. Em nome de quÃª? Da consciÃªncia Ã©tica do respeito Ã s liberdades.
J. B. Libanio - TeÃ³logo, escritor e professor; padre jesuÃta - Fonte: O Tempo - 11/05/08.

ATUALIDADES - A repercussÃ£o do Maio de 68 no mundo
"Estamos inventando um mundo novo e original. A imaginaÃ§Ã£o tomou o poder." De um pÃ´ster exibido na Universidade de Paris-Sorbonne em maio de 1968
HÃ¡ 40 anos, milhares de jovens franceses tomaram as ruas de Paris e ergueram barricadas em um protesto histÃ³rico que se converteu num sÃmbolo da luta contra o autoritarismo.
Estudantes, liderados por Daniel Cohn-Bendit -conhecido como Dany, o Vermelho- protestavam contra o conservadorismo das autoridades universitÃ¡rias, quando a polÃcia coibiu as manifestaÃ§Ãµes.
Policiais ocuparam o Quartier Latin, transformando o reduto estudantil numa praÃ§a de guerra. A brutalidade da polÃcia motivou o apoio da opiniÃ£o pÃºblica francesa para a luta dos estudantes. SolidÃ¡rios, os sindicatos organizaram uma greve geral que mobilizou milhÃµes de trabalhadores. No centro da cena, os universitÃ¡rios gritavam slogans como: "Sejamos realistas, exijamos o impossÃvel" e "Se queres ser feliz, prende o teu proprietÃ¡rio".
Os acontecimentos na FranÃ§a repercutiram no mundo. No contexto da Guerra Fria, os jovens norte-americanos protestavam contra a Guerra do VietnÃ£, e os negros, inspirados nas idÃ©ias de Martin Luther King -assassinado em abril de 1968-, lutavam pelos direitos civis. O movimento feminista colocava em xeque a supremacia masculina, reivindicando um novo papel para a mulher na sociedade.
Na esteira da contracultura e do movimento hippie, surgiam o rock, os Beatles e a guitarra de Jimi Hendrix.
No Leste Europeu, do outro lado da Cortina de Ferro, os jovens da antiga TchecoslovÃ¡quia protestavam exigindo democracia ou um "socialismo com face humana". Mas as tropas soviÃ©ticas do Pacto de VarsÃ³via esmagaram os sonhos da Primavera de Praga.
Estimulados pelos ventos de Paris, os estudantes brasileiros se rebelavam contra a ditadura instaurada pelo golpe militar de 1964. No Rio de Janeiro, protestos no restaurante CalabouÃ§o provocaram a morte do estudante Edson LuÃs de Lima Souto, e milhares de cidadÃ£os foram Ã s ruas engrossar a "marcha dos cem mil". No congresso da UNE em IbiÃºna, muitos foram Ã prisÃ£o, e, para fechar o ano, os militares decretaram o AI-5 (Ato Institucional nÂº 5), que encerrou as atividades do Congresso Nacional.
Muitos deixaram o paÃs, outros fizeram da arte a trincheira de seu combate. Como Geraldo VandrÃ©, em "Pra NÃ£o Dizer que NÃ£o Falei das Flores", que se transformou num hino contra a ditadura e endossou a luta dos jovens de maio de 68:
"Quem sabe faz a hora / NÃ£o espera acontecer".
Roberto Candelori Ã© professor do colÃ©gio MÃ³bile - Fonte: Folha de S.Paulo - 13/05/08.

A QUINA DE MAIO (1968-2008)
Grande parte das pessoas que estÃ£o entre os 50 e muitos e os 60 e poucos sÃ³ despertou para o mundo e para a vida adulta em 1968. Principalmente em maio, quando ficou impossÃvel ignorar os paralelepÃpedos arrancados dos "boulevards" de Paris. Algo de muito parecido pode ter ocorrido em 1848, embora registros histÃ³ricos muito mais precÃ¡rios dificultem a comparaÃ§Ã£o. E os temas foram outros, porque entre os dois houve mudanÃ§a de Ã©poca.
O que de fundamental Maio de 1968 desencadeou entre os jovens foi uma adesÃ£o a valores e causas estranhos aos seus pais e avÃ³s, marcados pelas circunstÃ¢ncias de duas guerras mundiais que abriram e fecharam a maior crise capitalista. Empunharam bandeiras das quais uma quina permanece bem atual: "paz e amor", "liberdade sexual", "igualdade" (particularmente entre gÃªneros e etnias), "democracia participativa", mais aquilo que emergiu como "ecodesenvolvimento" e virou "desenvolvimento sustentÃ¡vel". Boa parte dos engajados foi levada Ã ilusÃ£o de que essa quina poderia ser embutida em militÃ¢ncia pelo socialismo e/ou comunismo. O que paradoxalmente fez com que alguns renegassem na prÃ¡tica os cinco valores, enveredando por vÃ¡rias formas de totalitarismo. Muito deles morreram na crenÃ§a de que o futuro da humanidade estaria sendo puxado por lÃderes soviÃ©ticos, chineses ou cubanos.
Entre os sobreviventes, tiveram muita sorte os que puderam reciclar seus sonhos de forma a resgatar alguns daqueles cinco valores. SÃ£o os que hoje mais se destacam nas vanguardas das ciÃªncias, das artes, da educaÃ§Ã£o, do jornalismo, da ediÃ§Ã£o e de vÃ¡rias religiÃµes, pois nesses campos nÃ£o Ã© difÃcil conservar aquele saudÃ¡vel radicalismo que os atirava Ã s passeatas.
NÃ£o importa onde estejam e quantas derrotas jÃ¡ tenham acumulado. O fato Ã© que estÃ£o comemorando 40 anos de generosa dedicaÃ§Ã£o a algumas das cinco nobres causas enumeradas acima. Por mais utÃ³picas que permaneÃ§am, teriam vergonha de assumir o contrÃ¡rio ante filhos e netos. Filhos e netos que estÃ£o aprendendo na escola que a aboliÃ§Ã£o da escravatura tambÃ©m permaneceu utÃ³pica por bem mais de um sÃ©culo, desde que essa bandeira foi desfraldada na Inglaterra por pequenos grupos de cristÃ£os. Mas foi o que permitiu acabar em menos de dois sÃ©culos com uma prÃ¡tica que por milÃªnios esteve profundamente enraizada em todos os tipos de sociedades dos quatro cantos do globo.
"Desenvolvimento sustentÃ¡vel" Ã© a causa utÃ³pica que neste inÃcio de sÃ©culo 21 integra quase todos os valores que tiraram da adolescÃªncia os jovens de 1968. E depende principalmente da capacidade institucional que estÃ¡ sendo construÃda para o combate ao aquecimento global.
Se os cenÃ¡rios do IPCC (Painel Intergovernamental sobre MudanÃ§a ClimÃ¡tica, na sigla em inglÃªs) forem levados a sÃ©rio, nÃ£o hÃ¡ causa mais importante para os adolescentes de 2008. Basicamente porque estÃ¡ em jogo uma drÃ¡stica aceleraÃ§Ã£o do processo que extinguirÃ¡ a espÃ©cie humana. De pouco valerÃ£o todas as conquistas por liberdades, igualdades, democracia e mesmo paz se as prÃ³ximas geraÃ§Ãµes tiverem que delas abdicar por causa de ameaÃ§a de volta Ã barbÃ¡rie.
Mas quem disse que Ã© certo se preocupar com as futuras geraÃ§Ãµes? Por que seria mesmo tÃ£o importante evitar que se acelere o processo de extinÃ§Ã£o da espÃ©cie humana? NÃ£o hÃ¡ como negar que qualquer resposta a tais perguntas terÃ¡ fundo eminentemente Ã©tico. E nenhuma das poucas tradiÃ§Ãµes da filosofia moral ou das inÃºmeras religiÃµes se mostrou inteiramente desconectada do processo evolutivo tal como pode ser entendido pela teoria darwiniana.
Isso nÃ£o quer dizer que cÃ³digos morais sejam meros facilitadores adaptativos da vida em sociedade, mas tambÃ©m Ã© impossÃvel supor que sejam inteiramente autÃ´nomos.
Assim, mesmo que tenham ficado niilistas alguns daqueles jovens de 1968 que mais se amarguraram com os acontecimentos dos Ãºltimos 40 anos, com certeza muitos de seus descendentes irÃ£o discordar. E continuarÃ£o na linha iluminista de que vale a pena, sim, brigar para que a humanidade rejeite a rampa suicida do aquecimento global.
Por isso, serÃ¡ a utopia do desenvolvimento sustentÃ¡vel que trarÃ¡ novas rupturas do tipo 1968 ou 1848, mesmo que em anos que nÃ£o terminem por oito.
JosÃ© Eli da Veiga, 60, professor titular de economia da USP, estÃ¡ na Universidade de Cambridge como pesquisador associado de seu Capability & Sustainability Centre, com apoio da Fapesp. Ã‰ autor, entre outras obras, de "EmergÃªncia Socioambiental". www.zeeli.pro.br.
Fonte: Folha de S.Paulo - 14/05/08.
IPCC - http://www.ipcc.ch/