FM - Faculdade Mental

TURMAS DO FM - 12/02/2009

TURMAS GAÃšCHAS

O MARKETING DA BOMBACHA

Imagem - Ã€ moda dos pampas, tchÃª. Pedro Schwengber, contratado pelo Carrefour para ensinar a preparar o chimarrÃ£o, e as versÃµes da cerveja Polar, mais amarguinha para lembrar a bebida tÃpica dos pampas.
O orgulho que os gaÃºchos tÃªm de sua terra e de suas tradiÃ§Ãµes vai muito alÃ©m do aspecto folclÃ³rico, como logo descobrem as empresas estrangeiras e de outros estados que tentam conquistar o mercado do Rio Grande do Sul: eles de fato dÃ£o preferÃªncia a produtos autÃ³ctones. Essa espÃ©cie de protecionismo comercial por razÃµes culturais Ã© uma peculiaridade gaÃºcha. Nas demais unidades do paÃs, a predileÃ§Ã£o por marcas locais Ã© mais presente nas classes D e E. No Rio Grande do Sul, abrange tambÃ©m os mais ricos. Um levantamento realizado pela consultoria Nielsen mostra que os segmentos A e B gaÃºchos consomem 31% dos bens nÃ£o durÃ¡veis fabricados na regiÃ£o, quase o dobro da mÃ©dia nacional. "Ã‰ o Ãºnico lugar do Brasil em que os mais bem aquinhoados sÃ£o grandes consumidores de marcas regionais", diz Ana Carolina Franceschi, coordenadora da pesquisa. Para conviver com essa singularidade, Ã© comum que as empresas forasteiras abracem as tradiÃ§Ãµes locais. Para ganharem a confianÃ§a da clientela, algumas chegam mesmo a se passar por gaÃºchas.
O Magazine Luiza adotou essa estratÃ©gia em 2004, ao comprar as 43 unidades das Lojas Arno, entÃ£o uma rede tradicional do Rio Grande do Sul. No princÃpio, o nome da Arno foi mantido. Depois, acrescentou-se a nova marca Ã antiga, duplicidade que permaneceu nos letreiros e anÃºncios durante um ano, atÃ© que a mudanÃ§a fosse absorvida pelos consumidores. Passada a fase de adaptaÃ§Ã£o, a marca Arno pÃ´de, enfim, ser retirada sem traumas. "As pesquisas que encomendamos indicavam que precisÃ¡vamos fazer uma conexÃ£o com o consumidor gaÃºcho e que corrÃamos o risco de perder quase 2 milhÃµes de clientes se mudÃ¡ssemos o nome imediatamente", diz Frederico Trajano, do Magazine Luiza. A manobra deu Ã³timo resultado. Em menos de cinco anos, o Rio Grande do Sul se tornou o terceiro maior mercado da rede de lojas de eletrodomÃ©sticos. "O segredo foi chegar devagarzinho, manter a humildade e jamais comparar a marca nova com a antiga", diz o publicitÃ¡rio AntÃ´nio Dâ€™Alessandro, que delineou a estratÃ©gia do Magazine Luiza no estado.
A rede de supermercados americana Wal-Mart, que em apenas trÃªs anos se tornou lÃder do mercado gaÃºcho, seguiu outro caminho. Em 2005, a Wal-Mart comprou as marcas Nacional, Big e Maxxi Atacado â€“ e nem sequer cogitou substituÃ-las pelo seu prÃ³prio nome. "Nossa principal preocupaÃ§Ã£o Ã© colocar as mercadorias do estado nas prateleiras", afirma JosÃ© Oswaldo Leivas, que comanda as operaÃ§Ãµes da rede na RegiÃ£o Sul. Segundo ele, nÃ£o podem faltar produtos como erva-mate de IjuÃ e doces de Pelotas. O Carrefour nÃ£o mudou de nome, mas tambÃ©m recheou suas gÃ´ndolas com produtos locais. "Ã‰ o lugar onde hÃ¡ mais marcas regionais em nossos estoques", afirma Jairo Fagundes, diretor regional da empresa. No Rio Grande do Sul, o Carrefour oferece mais de 4 000 itens produzidos no estado. Ã‰ uma enormidade. Para efeito de comparaÃ§Ã£o, suas lojas paulistas expÃµem apenas 2 600 mercadorias de origem local. Para tentar estreitar os laÃ§os com a clientela, o Carrefour patrocina uma curiosa Escola do ChimarrÃ£o, que funciona dentro de um Ã´nibus. De botas, bombachas e chapÃ©u, o especialista Pedro Schwengber roda as sete lojas do Carrefour no estado para dar aulas sobre a bebida. "Posso ensinar as 36 maneiras de preparar o legÃtimo chimarrÃ£o", diz.
A operadora de celulares TIM procura colar sua marca nas tradiÃ§Ãµes dos pampas. Patrocina a Semana Farroupilha e o Movimento Tradicionalista GaÃºcho, nos quais os trajes tÃpicos sÃ£o indispensÃ¡veis. A antiga cervejaria Antarctica (hoje AmBev) foi uma das primeiras a perceber essa caracterÃstica do mercado gaÃºcho. Comprou uma marca estadual, a Polar, em 1972, e nÃ£o a extinguiu. Comercializada apenas no estado, a Polar Ã© a segunda cerveja mais vendida entre os gaÃºchos â€“ perde apenas para a Skol, tambÃ©m da AmBev. Como o chimarrÃ£o, a Polar tem um sabor mais amarguinho. Para reforÃ§ar ainda mais o elo com o consumidor, lanÃ§ou no ano passado versÃµes em lata com os sÃmbolos de GrÃªmio e Internacional, cujas torcidas costumam entoar o grito de guerra "Ah, eu sou gaÃºcho!".
Ignorar esse aspecto do mercado gaÃºcho Ã© quase um suicÃdio. Em 2004, quando inauguraram as primeiras lojas no Rio Grande do Sul, as Casas Bahia utilizaram o mesmo modelo de marketing com o qual conquistaram a clientela do resto do Brasil. Chegaram a ter 27 lojas. O chimarrÃ£o entornou. Hoje, a rede tem apenas seis pontos-de-venda no estado. Em meados de 2008, o presidente do grupo, Michael Klein, encomendou uma pesquisa para descobrir as razÃµes do insucesso e alternativas para driblÃ¡-lo. Os consultores sugeriram mudanÃ§as na roupa do bonequinho do seu logotipo â€“ a troca do chapÃ©u de cangaceiro por um de gaÃºcho e que ele envergasse tambÃ©m botas e bombachas. O conselho foi ignorado. Talvez o melhor mesmo seja trocar o nome para Casas Rio Grande.
Igor Paulin - Fonte: Veja - EdiÃ§Ã£o 2099.
Ah, eu sou gaÃºcho! - http://veja.abril.com.br/110209/popup_negocios.html

SUPER ÃšTIL - PREÃ‡O DO TÃXI - TAXIMETRO ON-LINE
AlÃ©m de dar o valor da "corrida do TÃ¡xi" ainda fornece o itinerÃ¡rio!
FacÃlimo de usar!
Basta preencher os endereÃ§os de Origem e Destino, com os respectivos Bairros.
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(ColaboraÃ§Ã£o - Juliana)

INICIAÃ‡ÃƒO - TROTE DIFERENTE
Os 40 alunos aprovados pela Escola de Economia de SÃ£o Paulo da FGV, a partir do dia 16, terÃ£o um trote diferente. PassarÃ£o por uma semana de integraÃ§Ã£o com discussÃµes de textos como o obituÃ¡rio de Marshall, escrito em 1924 por Keynes, textos de Celso Furtado, o livro "Economia", de Partha Dasgupta, e os filmes "American Madness" e "Pro Dia Nascer Feliz".
Mercado Aberto - Guilherme Barros - Fonte: Folha de S.Paulo - 14/02/09.

DIVÃƒ DE POBRE
A crise estÃ¡ aÃ, mas o humor do brasileiro Ã© inesgotÃ¡vel. Recebemos por e-mail foto da famosa estÃ¡tua de Carlos Drummond de Andrade em Copacabana, tendo, ao lado, um mendigo batendo o maior papo com o atento poeta. Na legenda: "Seus pobremas acabaram. Nova campanha do SUS: psicanÃ¡lise para todos! Agora vocÃª fala quanto tempo quiser e paga nada!".
Paulo Navarro - Fonte: O Tempo - 08/02/09.
A estÃ¡tua - http://www.algumapoesia.com.br/poesia/poesianet052.htm.

AUSTRÃLIA - RUA GANHA NOME ERÃ“TICO
Moradores de uma Ã¡rea rural de Darwin (AustrÃ¡lia) mudaram o nome de uma avenida para "Dildo Boulevard" ("pÃªnis de borracha") apÃ³s encontrarem 30 vibradores na via pÃºblica, segundo o jornal "The Northern Territory News". "NÃ£o temos ideia de onde eles vieram", disse Laurelle Bates, que encontrou os brinquedinhos sexuais. Segundo Camilla Cappa, havia vibradores de todos os tipos. "Alguns eram de diferentes cores. Um deles era como uma banana."
Fonte: O Tempo - 11/02/09.

SEIS (NÃƒO, SETE!) VAHRIAS E AVARIAHDAS
La riqueza no trae la felicidad.
La pobreza, mucho menos.
Pois Ã©, chego ao espanhol.
(Un Dinosaurio en un Dedal.
Daniel SAMPER Pizano)

Die Schweizer, weltweit grÃ¶sste
Uhrenindustrielle, haben den Satz: "Zeit ist Geld" erfunden".
(E em alemÃ£o! De Hans Stefan Wertheimer: "Die witzigsten Bonmots
SprÃ¼che und Aphorismen. Lexikon der heiteren Weisheiten").
Tremei, johann wolfgang von GOETHE!!!

I ReflexÃ£o de Lula: "O que mais me espanta no Obama Ã© que quando ele discursa nÃ£o comete nenhum erro de portuguÃªs".

II E jÃ¡ que agora, devido ao Obama, se fala tanto de Lincoln, conto um episÃ³dio pouco conhecido. Depois do imenso tumulto no teatro em que Lincoln foi assassinado, o crÃtico teatral, nÃ£o querendo perder a oportunidade, perguntou Ã viÃºva: "Mas, tirando isso, o que a senhora achou do espetÃ¡culo?".

III Tem gente que sabe. Pela primeira vez vejo um jornalista, a excelente Ana Cristina Reis, reclamar de todo mundo usar o adjetivo independente em lugar do advÃ©rbio de modo, independentemente. Exemplinho: "Independente disso", quando o "certo" Ã©: "Independentemente disso". O que, aqui entre nÃ³s, nÃ£o tem a menor importÃ¢ncia. Ela e eu sabemos.
Mas tambÃ©m, Cristina, nÃ£o Ã© querer demais exigir que os caras saibam a diferenÃ§a entre adjetivo e advÃ©rbio?

IV Agora, em matÃ©ria de linguagem, o que me causa irritaÃ§Ã£o, porque estÃ¡ mesmo errado, Ã© o uso indevido, em qualquer das dezessete lÃnguas em que leio (tÃ¡ bem, deixo por trÃªs ou quatro!), de "na dÃ©cada de 1950", "na dÃ©cada de 1770". Querem falar de dÃ©cada e usam milÃªnio. DÃ©cada Ã© dÃ©cada, se refere a 10, nÃ£o a 1 000, Ã´ meus!

V E, nestes tempos de ortografismos adoidados, hifenizaÃ§Ã£o portuguesmente correta, volto a ler a coleÃ§Ã£o da VERDE. VERDE, uma publicaÃ§Ã£o pioneira feita em Cataguases. Ainda hoje modernÃssima (*), com seus redactores, anno 1, apoiando gymnasios, o director prafrentex (nÃ£o, isso Ã© de outra Ã©poca!), aparecendo para um pÃºblico nÃ£o preparado. Um triunpho!
E lendo VERDE volto a lembrar aos leitores:
Ontem, hontem tinha agÃ¡ e hoje nÃ£o tem. Hoje, ontem tinha agÃ¡ e hoje tambÃ©m tem.
(*) Eu tinha, nÃ£o sei onde botei, o primeiro nÃºmero da VERDE, um nÃºmero especial, capa em folha-de-flandres. Modernismo Ã© isso aÃ, bicho. Em 1927!

VI Leio na extraordinÃ¡ria biografia â€“ involuntÃ¡ria â€“ de Saul Steinberg: "Em 1950, aos 50 anos, Vladimir Nabokov nÃ£o tinha um sÃ³ dente, usava dentadura superior e inferior, sofria de vÃ¡rias formas de doenÃ§as urinÃ¡rias, pulmonares, cardÃacas. Sofria tambÃ©m de lumbago, psorÃase, tinha fraturas de ossos. Vivia em clÃnicas e hospitais. Sem falarmos de problemas permanentes com editores, advogados â€“ e parentes".
Pergunto eu: como, cinco anos depois, aos 55 anos, Nabokov ainda teve tesÃ£o pra escrever Lolita?

VII E leio tambÃ©m, e aconselho a ler, Lucio Costa:
ARQUITETURA
Arquitetura Ã© coisa para ser exposta Ã intempÃ©rie.
Arquitetura Ã© coisa para ser concebida como um todo orgÃ¢nico e estrutural.
Arquitetura Ã© coisa para ser pensada, desde o inÃcio, estruturalmente.
Arquitetura Ã© coisa para ser encarada na medida das ideias e do corpo do homem.
Arquitetura Ã© coisa para ser sentida em termos de espaÃ§o e volume.
Arquitetura Ã© coisa para ser vivida.
Tudo isso me lembra, a mim, millÃ´r, a moÃ§Ã£o final, aprovada no Congresso de Arquitetura de Atenas, em 1952:
Os materiais da arquitetura sÃ£o o Sol, o EspaÃ§o, as Ãrvores e o Concreto Armado. Nessa ordem e nessa hierarquia.

MillÃ´r - Fonte: Veja - EdiÃ§Ã£o 2099.

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