FM - Faculdade Mental

FUTEBOL SHOW - 15/03/2008

TLACHTLI MEXICANO

TLACHTLY. ESPÃ‰CIE DE MISTURA DE FUTEBOL COM BASQUETE
English:
http://www.footballnetwork.org/dev/historyoffootball/earlierhistory_3.asp
Cerca de 50 quilÃ´metros distante da caÃ³tica Cidade do MÃ©xico, metrÃ³pole com quase 25 milhÃµes de habitantes, estÃ¡ localizado o parque de TeothiuacÃ¡n. LÃ¡ ficam as pirÃ¢mides do Sol (63m de altura) e da Lua (47 m). Os monumentos sÃ£o apenas algumas amostras da imponÃªncia Asteca, sanguinÃ¡rio povo prÃ©-colombiano da regiÃ£o onde hoje fica um dos principais paÃses da AmÃ©rica Latina.
Os habitantes brigavam entre si e arrancavam os coraÃ§Ãµes dos inimigos como amostra de crueldade antes de decapitÃ¡-los. O modo de vida estendia-se ao esporte, o Tlachtli. EspÃ©cie de mistura de futebol com basquete, funcionava como tributo aos deuses. Ao capitÃ£o do time vencedor cabia a honra de ser sacrificado em homenagem ao sol. Ao perdedor, o mesmo destino. SÃ³ que o corpo era oferecido Ã deusa da morte.
Mais de dois mil anos depois, o cenÃ¡rio Ã© quase uma regressÃ£o. Ao fundo, a pirÃ¢mide da Lua. Mais abaixo, hÃ¡ uma quadra com cerca de 90 metros quadrados e um aro perpendicular ao piso. No muro, uma pintura que representa os deuses do sol e da morte torna o ambiente ainda mais Asteca. O Tlachtli ainda Ã© praticado.
Duas equipes mexicanas, inclusive o time da cidade de TeothiuacÃ¡n, fizeram uma partida de exibiÃ§Ã£o de Thachil na Alemanha, nomeada Pok ta Pok, dias antes da estrÃ©ia do MÃ©xico contra o IrÃ£ na Copa do Mundo de 2006.
Leia mais, veja mais fotos e entenda a forma de disputa:
http://esportes.terra.com.br/interna/0,,OI2665176-EI1877,00.html
Bernardo Ramos - Fonte: Terra - 09/03/08.

TIRO DE META
A empresa de Juan Figer, que hÃ¡ 40 anos faz representaÃ§Ã£o de jogadores de futebol como Robinho e ValdÃvia, criou um braÃ§o focado em marketing esportivo. O momento Ã© propÃcio para empresas se aliarem ao futebol, segundo Alan Cimerman, CEO da Figer. "Em junho, teremos os 50 anos da primeira Copa em que o Brasil foi campeÃ£o. E a Copa no Brasil jÃ¡ estÃ¡ prÃ³xima para quem quer investir", diz. A agÃªncia, presidida por Marcel Figer, jÃ¡ tem como clientes Unimed Rio, Sony do Brasil, Secretaria dos Esportes do Rio e a rede de academias PelÃ© Club. Na semana passada, a empresa comeÃ§ou a negociar para fechar mais um cliente. A expectativa Ã© encerrar 2008 com faturamento de R$ 13 milhÃµes.
Mercado Aberto - Guilherme Barros - Fonte: Folha de S.Paulo - 09/03/08.

INSTÃVEL EQUILÃBRIO
Como o futebol Ã© um esporte de tÃ©cnica e emoÃ§Ã£o, de razÃ£o e paixÃ£o, de organizaÃ§Ã£o e improviso, e Ã© jogado por seres humanos imperfeitos e instÃ¡veis, nunca haverÃ¡ o perfeito equilÃbrio.
No inÃcio do futebol, os times jogavam com dois defensores, trÃªs mÃ©dios e cinco atacantes. Era o total desequilÃbrio. A preocupaÃ§Ã£o era sÃ³ fazer gols. Uma delÃcia. AÃ os treinadores acabaram com a brincadeira e trocaram os atacantes por defensores. O sonho dos tÃ©cnicos Ã© nÃ£o ter nenhum atacante fixo, todos marcando e atacando.
Se o campo Ã© dividido entre trÃªs setores, nunca haverÃ¡ um total equilÃbrio. Seriam trÃªs atrÃ¡s, trÃªs no meio e trÃªs na frente. Sobra o dÃ©cimo jogador, que pode ser colocado em qualquer parte, de acordo com o humor e as preferÃªncias do tÃ©cnico e as necessidades do momento.
Quando falo em trÃªs atletas na frente, nÃ£o faz diferenÃ§a se sÃ£o dois atacantes e um meia ofensivo ou dois atacantes pelos lados e um centroavante. O Fluminense jogou no inÃcio da TaÃ§a Guanabara com quatro na frente (trÃªs atacantes e um meia ofensivo).
Para o Fluminense continuar atuando bem com dois meias e dois atacantes (quatro na frente), um dos meias, alternadamente, terÃ¡ que participar da marcaÃ§Ã£o no meio-campo, como fizeram contra o Arsenal. PorÃ©m mais importante que o esquema tÃ¡tico Ã© a qualidade dos quatro da frente, especialmente de DodÃ´.
Outra qualidade do Fluminense nesse jogo foi a marcaÃ§Ã£o por pressÃ£o, que o SÃ£o Paulo fazia e nÃ£o faz mais.
Enfim, muitos times brasileiros e de todo o mundo tÃªm feito essa marcaÃ§Ã£o cada vez mais e com mais eficiÃªncia, como realizou o Arsenal, da Inglaterra, mesmo fora de casa, contra o Milan.
Neste inÃcio de ano, o time brasileiro mais equilibrado Ã© o Cruzeiro, que tem sempre, no mÃnimo, trÃªs jogadores marcando no meio-campo e trÃªs perto do gol adversÃ¡rio. Mas uma derrota hoje para o AtlÃ©tico, grande rival, pode gerar um grande desequilÃbrio na equipe.
A busca pelo equilÃbrio Ã© importante em qualquer atividade. PorÃ©m, quando ela Ã© obsessiva, retira o prazer e a beleza das coisas.
O equilÃbrio Ã© sempre rÃgido, como uma corda puxada pelos dois lados. Um dia arrebenta. Quanto mais tensa, mais perto estÃ¡ de ser rompida.
Nada mais chato tambÃ©m que um jogo entre duas equipes excessivamente equilibradas. Uma anula a outra. Viva o desequilÃbrio, com equilÃbrio.
TostÃ£o - Fonte: Folha de S.Paulo - 09/03/08.

PAÃS DO FUTEBOL: NENHUM TIME BRASILEIRO CUMPRE NOVA LEI DA FIFA
A nova legislaÃ§Ã£o da Fifa para clubes estabelece exigÃªncias legais, financeiras e de infra-estrutura que, hoje, nenhum dos brasileiros conseguiria cumprir. Neste caso, pelos termos da lei, nÃ£o poderiam jogar campeonatos da CBF.
As regras para licenciamento de clubes sÃ£o vÃ¡lidas jÃ¡ em 2008, mas dependem de regulamentaÃ§Ã£o da confederaÃ§Ã£o.
Fazem parte do pacote de moralizaÃ§Ã£o da entidade mÃ¡xima do futebol, anunciado ontem pelo presidente Joseph Blatter. O caso Corinthians/ MSI Ã© uma das justificativas para a criaÃ§Ã£o dessas medidas.
Entre outros pontos, a nova legislaÃ§Ã£o estabelece que nenhum clube pode ter atraso de pagamento nos salÃ¡rios, na transferÃªncias de atletas ou nos impostos com o governo atÃ© o final do ano anterior ao licenciamento dos times.
TambÃ©m os obriga a declarar seus donos ou acionistas. E impede que pessoas fÃsicas ou empresas tenham controle ou interferÃªncia sobre mais de um time na mesma competiÃ§Ã£o.
Outra exigÃªncia Ã© que o clube tenha um estÃ¡dio prÃ³prio ou que estabeleÃ§a um contrato de concessÃ£o para poder usar um que pertenÃ§a a um terceiro.
Esses critÃ©rios sÃ£o obrigatÃ³rios pela Fifa, que proÃbe a participaÃ§Ã£o em campeonatos sem seu cumprimento. HÃ¡ outras exigÃªncias esportivas, administrativas e legais. A recomendaÃ§Ã£o da entidade Ã© aplicÃ¡-las para todos os times da primeira divisÃ£o de cada paÃs.
A CBF tem que fazer uma regulamentaÃ§Ã£o para licenciar os clubes brasileiros que inclua esses itens. HÃ¡ a possibilidade de a confederaÃ§Ã£o pedir a exclusÃ£o de medidas, sujeita Ã aprovaÃ§Ã£o da Fifa. Procurada pela reportagem, a CBF nÃ£o se pronunciou sobre o caso.
A confederaÃ§Ã£o tem atÃ© o inÃcio da temporada europÃ©ia de 2009-2010 para estabelecer sua legislaÃ§Ã£o. Segundo a Fifa, os clubes tÃªm de estar adaptados atÃ© o meio de 2010.
"SerÃ¡ o corpo relevante da confederaÃ§Ã£o que deve ser responsÃ¡vel pelas eventuais sanÃ§Ãµes. A Fifa sÃ³ intervirÃ¡ se essas regras nÃ£o forem respeitadas", afirmou a assessoria da Fifa, questionada pela Folha.
SÃ£o os prÃ³prios representantes de clubes brasileiros que dizem nÃ£o estarem adaptados Ã s demandas da Fifa. A maioria, por sinal, desconhecia as determinaÃ§Ãµes da entidade.
Entre eles, hÃ¡ dÃºvidas sobre se as medidas da entidade mundial se tornarÃ£o efetivas no Brasil. Isso porque jÃ¡ existem outras normas da Fifa que nÃ£o sÃ£o respeitadas no paÃs.
"Hoje, nÃ£o teria nenhum clube adaptado. Vai ter que ser ajustado Ã realidade brasileira. Se nÃ£o, fecha o futebol", diz o advogado do Corinthians Luis Felipe Santoro, o Ãºnico ouvido pela reportagem que jÃ¡ tinha lido a Ãntegra da legislaÃ§Ã£o.
O advogado ressaltou que a norma da Fifa para transferÃªncias de jogadores, por exemplo, nÃ£o Ã© seguida no Brasil para determinados pontos, como deveria. E a CBF nunca fez nada.
Para o presidente do Flamengo, MÃ¡rcio Braga, terÃ¡ de haver uma anÃ¡lise se a aplicaÃ§Ã£o das novas normas da Fifa nÃ£o fere leis nacionais. Ele defende que a CBF discuta o assunto com os times. "O problema Ã© que a CBF nÃ£o lida com os clubes. Precisaria ouvi-los [neste caso]. E o Clube dos 13 nÃ£o funciona como um fÃ³rum."
No C13, entidade que congrega os principais clubes do Brasil, o departamento jurÃdico ainda nÃ£o tinha tido acesso Ã nova legislaÃ§Ã£o. Por isso, nÃ£o comentou o tema.
Tida como exemplo de organizaÃ§Ã£o, a diretoria do SÃ£o Paulo tambÃ©m nÃ£o conhecia as novas regras. Ao ler o texto, o assessor especial da presidÃªncia, JoÃ£o Paulo de Jesus Lopes, disse que o clube teria de fazer ajustes para se adaptar. E entende que nenhuma agremiaÃ§Ã£o brasileira jÃ¡ estÃ¡ dentro das regras. "Vamos, a partir de agora, procurar estudar para nos adaptar", declara Jesus Lopes. "Acho que Ã© benÃ©fico para quem, como nÃ³s, segue a lei."
As regras do licenciamento de clubes jÃ¡ valem na Europa. Foram instauradas pela Uefa com sucesso, segundo a Fifa, que deseja comeÃ§ar a implantÃ¡-la na Ãsia ainda neste ano.
Rodrigo Mattos â€“ Fonte: Folha de S.Paulo â€“ 13/03/08.