FM - Faculdade Mental

EU DIGITAL - 09/12/2010

ROBOMANIA GUERREIRA

ROBÃ”S MARCIAIS
English/video:
http://www.nytimes.com/2010/11/28/science/28robot.html?pagewanted=all
Por JOHN MARKOFF
Fort Benning, GeÃ³rgia
A guerra seria muito mais segura, segundo o ExÃ©rcito dos Estados Unidos, se uma parte maior dela fosse lutada por robÃ´s. As mÃ¡quinas inteligentes jÃ¡ fazem parte da guerra moderna, mas o ExÃ©rcito e seus fornecedores estÃ£o ansiosos para adotar outras que realizam uma sÃ©rie mais ampla de tarefas, desde localizar e matar franco-atiradores atÃ© servir como sentinelas noturnas incansÃ¡veis.
Em uma cidade falsa usada pela infantaria do ExÃ©rcito para treinamento de combate urbano, um robÃ´ de 38 centÃmetros com uma cÃ¢mera de vÃdeo vasculha uma fÃ¡brica de bombas em uma missÃ£o de espionagem. Acima dele, uma aeronave teleguiada quase silenciosa, com envergadura de 1,20 m, transmite imagens dos edifÃcios abaixo. Entra em cena um veÃculo de aspecto sinistro, com esteiras de tanque, mais ou menos do tamanho de um cortador de grama, equipado com uma metralhadora e um lanÃ§a-granadas.
TrÃªs tÃ©cnicos com mochilas nas costas parados fora da linha de fogo operam os trÃªs robÃ´s com controladores sem fio, semelhantes aos de videogames. Um deles gira a cÃ¢mera no robÃ´ armado atÃ© que ela localiza um atirador no telhado. A metralhadora dÃ¡ a volta, aponta e dispara duas rajadas rÃ¡pidas. Se as balas fossem reais, o alvo teria sido destruÃdo.
As mÃ¡quinas, vistas em um "Rodeio de RobÃ³tica" realizado em outubro na escola de treinamento do ExÃ©rcito nesta cidade, nÃ£o apenas protegem os soldados como tambÃ©m nunca se distraem, usando um olho digital que nÃ£o pisca, o "olhar persistente" que detecta automaticamente o menor movimento. Elas tambÃ©m nÃ£o entram em pÃ¢nico sob tiroteio.
Cinquenta e seis paÃses desenvolvem hoje armas robÃ³ticas, disse Ron Arkin, um roboticista do Instituto de Tecnologia da GeÃ³rgia.
"Um dos grandes argumentos a favor dos robÃ´s armados Ã© que podem disparar depois", disse Joseph W. Dyer, um ex-vice-almirante e executivo-chefe da iRobot, que fabrica robÃ´s que desarmam explosivos, assim como o aspirador de pÃ³ Roomba. Mas a ideia de que os robÃ´s poderÃ£o substituir ou suplementar soldados Ã© uma fonte de controvÃ©rsia. Como os robÃ´s podem efetuar ataques com pequeno risco para as pessoas que os operam, crÃticos dizem que os robÃ´s diminuem as barreiras Ã guerra.
"As guerras serÃ£o iniciadas com muita facilidade e com custos mÃnimos", disse Wendell Wallach, um estudioso do Centro Interdisciplinar de BioÃ©tica na Universidade Yale e presidente de seu grupo de estudos de tecnologia e Ã©tica.
Os civis correrÃ£o um risco maior, afirmam os crÃticos, por causa das dificuldades para distinguir entre combatentes e meros observadores. Esse problema jÃ¡ surgiu com a aeronave Predator, que localiza seus alvos com a ajuda de soldados no solo, mas sÃ£o operados Ã distÃ¢ncia, nos Estados Unidos. Civis no Iraque e no AfeganistÃ£o morreram em consequÃªncia de "danos colaterais" ou identidades erradas.
Mas entre os defensores dos robÃ´s combatentes estÃ£o atÃ© alguns vigilantes dos direitos humanos.
"Muitas pessoas temem a inteligÃªncia artificial", disse John Arquilla, diretor executivo do Centro de OperaÃ§Ãµes de InformaÃ§Ãµes da Escola de PÃ³s-graduaÃ§Ã£o da Marinha. "Eu colocarei minha inteligÃªncia artificial contra a sua humana em qualquer momento e lhe direi que minha IA prestarÃ¡ mais atenÃ§Ã£o Ã s regras de combate e criarÃ¡ menos lapsos Ã©ticos do que uma forÃ§a humana."
O doutor Arquilla afirma que os sistemas de armas controlados por software nÃ£o agem por raiva e malÃcia e, em certos casos, podem realmente tomar melhores decisÃµes no campo de batalha do que os humanos.
A automaÃ§Ã£o mostrou-se vital nas guerras que os Estados Unidos estÃ£o lutando. No Iraque e no AfeganistÃ£o, aeronaves nÃ£o tripuladas com nomes como Predator, Reaper e Raven permitiram que inÃºmeros soldados evitassem missÃµes aÃ©reas. AlÃ©m disso, os militares habitualmente usam mais de 6.000 robÃ´s teleguiados para vasculhar veÃculos em pontos de controle, assim como para desarmar uma das armas mais eficazes dos inimigos: os dispositivos explosivos improvisados ou IED na sigla em inglÃªs.
Akin, o roboticista do Instituto de Tecnologia da GeÃ³rgia, afirmou que Ã© possÃvel criar robÃ´s "Ã©ticos" que se adaptem Ã s leis da guerra e Ã s regras de escalada militar.
Mas as questÃµes Ã©ticas nÃ£o sÃ£o simples. Na Alemanha, no mÃªs de outubro, um grupo internacional, o que inclui pesquisadores de inteligÃªncia artificial, especialistas em controle de armas, defensores dos direitos humanos e autoridades governamentais, solicitou acordos para limitar o desenvolvimento e o uso dessas armas tecnolÃ³gicas.
O grupo, conhecido como ComitÃª Internacional de Controle de Armas RobÃ³ticas, disse que a guerra foi acelerada pelos sistemas automÃ¡ticos, minando a capacidade dos humanos de tomar decisÃµes responsÃ¡veis. Por exemplo, uma arma projetada para funcionar sem humanos poderia atirar em um atacante mais rapidamente e sem considerar fatores sutis, como um soldado no campo de batalha.
"Os benefÃcios em curto prazo que se extraem dos aspectos robotizantes da guerra serÃ£o superados pelas consequÃªncias em longo prazo", disse Wallach, estudioso de Yale, sugerindo que as guerras comeÃ§ariam mais rapidamente e que haveria corrida por armas.
Conforme o debate avanÃ§a, tambÃ©m crescem os esforÃ§os de automaÃ§Ã£o do exÃ©rcito americano. Em 2001, o Congresso deu ao PentÃ¡gono a meta de que um terÃ§o dos veÃculos de combate em terra sejam operados remotamente atÃ© 2015.Por exemplo, um equipamento parecido com um vagÃ£o, da Lockheed Martin, capaz de transportar mais de 450 quilos de equipamentos e seguir automaticamente um pelotÃ£o em uma velocidade de atÃ© 27 km/h deverÃ¡ ser testado no AfeganistÃ£o no inÃcio do prÃ³ximo ano.
Para um terreno mais acidentado, distante das estradas, engenheiros da Boston Dynamics estÃ£o projetando um robÃ´ que caminha e carrega equipamentos. Agendado para conclusÃ£o em 2012, ele vai carregar 180 quilos por atÃ© 32 quilÃ´metros, seguindo um soldado.
Os mÃ³dulos de quatro pernas tÃªm um senso de equilÃbrio extraordinÃ¡rio, podem subir encostas Ãngremes e atÃ© mover-se em superfÃcies geladas. A "cabeÃ§a" do robÃ´ tem uma sÃ©rie de sensores que lhe dÃ£o a estranha aparÃªncia de um cruzamento de inseto com cachorro. De fato, uma versÃ£o experimental anterior do robÃ´ era chamada de Big Dog.
Em novembro, o ExÃ©rcito americano e militares australianos realizaram um concurso de equipes que projetaram microrrobÃ´s mÃ³veis, alguns do tamanho de carros de brinquedo, que, operando em enxames, podem mapear uma Ã¡rea potencialmente hostil, detectando uma sÃ©rie de ameaÃ§as.
TecnÃ³logos militares afirmam que robÃ´s autÃ´nomos, semiautÃ´nomos e teleguiados sÃ£o a melhor maneira de proteger a vida dos soldados americanos.
As unidades das ForÃ§as Especiais do ExÃ©rcito compraram seis robÃ´s do tamanho de cortadores de grama -do tipo exposto no Rodeio de RobÃ³tica- para missÃµes secretas, e a Guarda Nacional pediu dezenas deles para que sirvam como sentinelas em bases no Iraque e no AfeganistÃ£o. Essas unidades, conhecidas como Sistema RobÃ³tico Armado AvanÃ§ado Modular ou Maars na sigla em inglÃªs, sÃ£o fabricadas por QinetiQ North America.
Os robÃ´s Maars atraÃram o interesse dos militares pela primeira vez em 2008. Usada como sentinela noturna contra infiltradores equipados com sistemas de visÃ£o tÃ©rmica, a unidade Maars, movida a bateria, continua invisÃvel -nÃ£o exibe o calor tÃpico de um ser humano- e pode "matar" intrusos com uma arma a laser sem ser detectada, disse Bob Quinn, vice-presidente da QinetiQ.
Sistemas de controle remoto, como a aeronave Predator e o robÃ´ Maars, dÃ£o um passo na direÃ§Ã£o das preocupaÃ§Ãµes sobre automaÃ§Ã£o da guerra. O que acontece quando os humanos sÃ£o afastados da tomada de decisÃµes sobre o disparo de armas?
"Se as decisÃµes estÃ£o sendo tomadas por um ser humano que tem os olhos no alvo, esteja ele sentado em um tanque ou a quilÃ´metros de distÃ¢ncia, a principal salvaguarda continua lÃ¡", disse Tom Malinowski, diretor em Washington da Human Rights Watch, que verifica crimes de guerra.
Fonte: Folha de S.Paulo - 06/12/10.
Reportagem original do "The New York Times" + vÃdeo:
http://www.nytimes.com/2010/11/28/science/28robot.html?pagewanted=all

COMPRA DE NATAL NA WEB
O comÃ©rcio eletrÃ´nico deve crescer cerca de 40% neste ano, atingindo 15 bilhÃµes de reais, segundo estimativa da CÃ¢mara Brasileira de ComÃ©rcio EletrÃ´nico.
Um InfogrÃ¡fico ensina o que fazer para evitar promoÃ§Ãµes falsas e outros riscos na hora de comprar on-line.
Confira:
http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/compras-de-natal-sem-risco-na-web
KÃ¡tia Perin - Fonte: Veja - EdiÃ§Ã£o 2194.

CARTA CAPITAL ESTREIA BLOG SOBRE O WIKILEAKS
A jornalista Natalia Viana traz todas as informaÃ§Ãµes sobre os documentos secretos americanos que vazaram na rede. Convidada pelo WikiLeaks para coordenar com a imprensa nacional a publicaÃ§Ã£o dos documentos referentes ao Brasil e escrever reportagens independentes para o site da organizaÃ§Ã£o, Natalia alimenta o novo blog de CartaCapital. Visite, divulgue e marque entre seus favoritos: http://cartacapitalwikileaks.wordpress.com.
Fonte: Carta Capital (http://www.cartacapital.com.br/) - 08/12/10.

BLOG DO LOBATO
O escritor Monteiro Lobato comenta o parecer do Conselho Nacional de EducaÃ§Ã£o (CNE) sobre o livro CaÃ§adas de Pedrinho. No entendimento do Ã³rgÃ£o, o livro contÃ©m algumas frases racistas. Ao invÃ©s da sugestÃ£o, feita por alguns educadores, de incluir uma nota explicatÃ³ria sobre o contexto histÃ³rico em que a obra foi escrita, Lobato defende a contextualizaÃ§Ã£o do presente. â€œPelo simples fato de que as crianÃ§as de hoje perderam bastante a ingenuidade e estÃ£o afastadas do convÃvio com a naturezaâ€.
Um exemplo de nota de esclarecimento: â€œNÃ£o Ã© o que estÃ¡ queimando no cachimbo que faz o Saci pular sem parar. Ã‰ a falta de perna mesmoâ€.
Leia o restante do post em Blogs do AlÃ©m: http://www.blogsdoalem.com.br/lobato/.
Vitor Knijnik - Blogs do AlÃ©m (http://www.blogsdoalem.com.br/) - Fonte: Carta Capital (http://www.cartacapital.com.br/) - 18/11/10.

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