FM - Faculdade Mental

EU DIGITAL - 04/03/2010

ROBOMANIA INTERATIVA

SNACKBOT ROBOT

English:
http://www.nytimes.com/2010/02/24/dining/24robots.html?ref=dining
Carnegie Mellon Institute: http://www.ri.cmu.edu/
Foto: Estudantes acompanham o robÃ´ Snackbot no elevador na Universidade Carnegie Mellon.
Em um corredor vazio, iluminado por luz fluorescente, no segundo piso do Smith Hall, um dos edifÃcios da Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh, o professor Paul Rybski e uma dupla de alunos de pÃ³s-graduaÃ§Ã£o demonstraram a mais avanÃ§ada de suas criaÃ§Ãµes. Resultado de dois anos de pesquisa e do conhecimento coletivo de 17 membros do corpo docente, alunos de graduaÃ§Ã£o e de doutorado do Grupo de InteraÃ§Ã£o RobÃ´-Humano, o trabalho tem a forma de um robÃ´ equipado com um sistema de navegaÃ§Ã£o por laser que custa US$ 20 mil, sensores de som e uma cÃ¢mera estereoscÃ³pica Point Grey Bumblebee 2, que faz a funÃ§Ã£o de olhos, os quais parecem encarar os espectadores de um rosto de plÃ¡stico cor de argila, sem sexo definido.
Com Rybski contemplando como um pai orgulhoso, um estudante barbado de pÃ³s-graduaÃ§Ã£o digitou alguma coisa em um laptop instalado sobre um carrinho de serviÃ§o, e o robÃ´ comeÃ§ou a rodar a fim de cumprir sua missÃ£o primÃ¡ria: a entrega de uma barra de cereais Nature Valley embrulhada em plÃ¡stico transparente.
"OlÃ¡, sou o Snackbot", declarou o aparelho, em voz nÃ£o muito diferente da usada pelo computador HAL 9000, no filme 2001: Uma Odisseia no EspaÃ§o, enquanto sua "boca" retangular formada por LEDs pulsava ao formar palavras. "Vim entregar comida a Ian. Ian estÃ¡ por aqui?" Respondi afirmativamente. "Oh, olÃ¡, Ian", disse o robÃ´. "Eis o seu pedido. Creio que seja uma barra de granola, certo?" Confirmei o pedido. "EstÃ¡ bem, pode apanhar o seu pedido. Tenho certeza de que Ã© gostoso, mas eu mesmo preferiria um prato de eletricidade".
Projetado para recolher informaÃ§Ãµes sobre como os robÃ´s interagem com pessoas (e para descobrir como melhorar o relacionamento entre os dois grupos), o Snackbot foi cuidadosamente considerado em termos de mÃ¡xima aproximaÃ§Ã£o, em todos os detalhes, do seu tamanho Ã sua cor. E o fato de que ele distribui comida, para surpresa de ninguÃ©m, ocupa posiÃ§Ã£o central nessa facilidade de aproximaÃ§Ã£o.
"Percebemos que nÃ£o existia maneira melhor de as pessoas interagirem com um robÃ´ do que uma mÃ¡quina que lhes traz comida", disse Rybski.
O Snackbot Ã© apenas um dos soldados em um verdadeiro exÃ©rcito de novos robÃ´s projetados para servir e cozinhar alimentos, e no processo funcionar como embaixadores de boa vontade, e divulgadores, de um futuro mais automatizado.
Em 2006, depois de quatro anos de pesquisa e de investimentos de mais de US$ 250 mil, a Fanxing Science and Technology, uma empresa de Shenzhen, China, revelou aquilo que designou como "o primeiro robÃ´ culinÃ¡rio do mundo" -o AIC-AI Cooking Robot-, capaz de, ao apertar de um botÃ£o, fritar, assar, ferver e cozinhar milhares de pratos chineses, de pelo menos trÃªs regiÃµes culinÃ¡rias distintas no paÃs.
O AIC-AI precisa de um forno especial para cozinhar, mas muitos dos magos culinÃ¡rios mecanizados desenvolvidos depois dele podem trabalhar em qualquer espÃ©cie de fogÃ£o, desde que o robÃ´ aprenda com antecedÃªncia como um dado fogÃ£o funciona, ou que as caracterÃsticas do fogÃ£o estejam programadas no software do aparelho.
Em 2008, cientistas do LaboratÃ³rio de Algoritmos e Sistemas de Aprendizagem, em Lausanne, SuÃÃ§a, desenvolveram um desses cozinheiros robotizados capazes de aprender, o Chief Cook Robot, capaz de fazer omeletes (presunto e queijo foi sua primeira tentativa de recheio). No mesmo ano, o Museu das IndÃºstrias Criativas de Osaka, no JapÃ£o, viu a demonstraÃ§Ã£o de um robÃ´ programÃ¡vel capaz de fazer takoyaki (bolinhas de polvo) comeÃ§ando do zero, e usando uma bandana de chefe de cozinha posicionada elegantemente sobre seu mÃ³dulo superior.
Em junho de 2009, a ExposiÃ§Ã£o Internacional de Maquinaria e Tecnologia AlimentÃcia de TÃ³quio viu a apresentaÃ§Ã£o do Motoman DAS-10, um robÃ´ de ombros largos e dotados de braÃ§os em forma de espÃ¡tulas; o aparelho fez okonomiyaki (panquecas apimentadas) para os presentes; outro robÃ´ montava sushi com uma mÃ£o de aparÃªncia assustadoramente realista; e ainda outro, o Dynamizer, fatiava pepinos em velocidade absurdamente rÃ¡pida, e se queixava ocasionalmente de que estava cansado e queria ir para casa.
Depois, um mÃªs mais tarde, em Nagoya, JapÃ£o, foi inaugurado o restante Famen, com dois gigantes robÃ´s amarelos capazes de preparar atÃ© 800 porÃ§Ãµes de ramen ao dia. Nos horÃ¡rios de movimento mais lento, os executam uma rotina cÃ´mica roteirizada, e duelam com facas.
"O conceito desses restaurante Ã© que o robÃ´ nÃºmero um Ã© o gerente, e cuida de ferver o macarrÃ£o, e o robÃ´ nÃºmero dois Ã© seu assistente, o prepara para sopa e acrescenta os demais ingredientes", disse Kenji Nagaya, o proprietÃ¡rio do Famen. "Os funcionÃ¡rios humanos na verdade trabalham sob o comando dos dois robÃ´s".
Em meio a uma desaceleraÃ§Ã£o econÃ´mica e a uma disparada nos nÃveis de desemprego, a ideia mesma de um robÃ´ chefe de cozinha pareceria, na melhor das hipÃ³teses, insensÃvel, e na pior um completo insulto. Mas nÃ£o Ã© muito provÃ¡vel que esses robÃ´s estejam operando as grelhas e fogÃµes de restaurantes comerciais, em curto prazo. Ao preÃ§o de US$ 100 mil o par, disse Nagaya, o custo dos robÃ´s "Ã© alto demais para fazer ramen".
Em pelo menos um caso, na Europa, um robÃ´ de fato se instalou diante do fogÃ£o. Entre 1999 e 2002, um robÃ´ metÃ¡lico de olhos escarlate chamado Cynthia serviu drinques no Cynthia's Bridge Bar & Lounge in London. Mas, de acordo com o engenheiro de robÃ³tica Magnus Wurzer, "manter o robÃ´ era caro demais depois que a empresa que o fabricou vendeu o bar".
Um resenhista, em artigo para o site virtual-london.com, que oferece informaÃ§Ãµes turÃsticas sobre a cidade, conta que os problemas de Cynthia eram mais sÃ©rios: "Ela trabalha rÃ¡pido, e serve os drinques com perfeiÃ§Ã£o; ela os mistura, conta piadas horrÃveis e ri sozinha, enquanto os clientes, apavorados, ficam felizes por ela nÃ£o poder sair de trÃ¡s do balcÃ£o".
Por mais difÃcil que seja reproduzi-lo, comportamento prÃ³ximo ao humano era tambÃ©m o objetivo dos criadores do Snackbot. "Como conseguir que um robÃ´ de serviÃ§o interaja com os seres humanos?", diz Rybski. "Eis um problema sÃ©rio. Ã‰ diferente trabalhar com seres humanos e com canos em uma linha de montagem".
Para estudar o problema, uma das alunas de pÃ³s-graduaÃ§Ã£o de Rybski, uma discreta e esbelta mulher sul-coreana chamada Min Kyung Lee, passou dois dias observando um vendedor de cachorro quente no campus da universidade, para ver como ele interagia com os consumidores. Ela empregou aquilo que aprendeu a fim de programar o diÃ¡logo do robÃ´.
AlÃ©m do evidente desafio de instilar personalidade a uma mÃ¡quina, existe outro, um axioma hÃ¡ muito aceito pelo mundo da robÃ³tica: aquilo que costuma parecer natural a um ser humano pode ser impossÃvel de ensinar a uma mÃ¡quina.
Wurzer diz que um cientista da Roboexotica construiu um robÃ´ cuja Ãºnica funÃ§Ã£o seria preparar mojitos - "com todos os gestos de um bartender ao fazÃª-lo". No entanto, a tarefa mais desafiadora para todos os robÃ´s, disse ele, era provavelmente a Ãºnica coisa que nenhum bartender humano jamais encontrou dificuldade para realizar: lidar com o gelo.
O Chief Robot Cook ainda depende de assistÃªncia humana para quebrar ovos - as cascas sÃ£o delicadas demais para suas mÃ£os metÃ¡licos. O robÃ´ que faz okonomiyaki ainda precisa que os legumes lhe sejam entregues prÃ©-preparados - exatamente a tarefa, se poderia argumentar, que deveria caber a um robÃ´.
E embora seja claro que robÃ´s poderiam ser desenvolvidos e treinados para tarefas como essa, algumas artes culinÃ¡rias sÃ£o tÃ£o delicadas e antigas - tÃ£o veneradas e respeitadas - que nem mesmo os criadores dessas mÃ¡quinas gostariam de confiÃ¡-las a mÃ£os mecÃ¢nicas.
"VocÃª gostaria de sushi feito por uma mÃ£o robotizada?", disse Toshimi Shimizu, que programou a mÃ£o que apanhava sushi. "Quem realmente desejaria isso? Para fazer um bom sushi, um robÃ´ jamais poderia derrotar um sushiman humano. Um robÃ´ jamais poderÃ¡ ir alÃ©m da capacitaÃ§Ã£o humana ou da inteligÃªncia humana".
Mas o verdadeiro obstÃ¡culo a um mundo repleto de assistentes de cozinha mecanizado e chefes robotizados dados a acessos simulados de raiva pode ser algo mais difÃcil de simular: nenhum desses robÃ´s distingue sabores.
Keizo Shimamoto, que mantÃ©m um blog sobre o macarrÃ£o ramen, e jÃ¡ comeu no Famen, o restaurante robotizado japonÃªs, contou que o estabelecimento estava "meio morto" quando ele o visitou no ano passado. Ainda que o proprietÃ¡rio tenha dito que seres humanos testam o sabor da sopa, "foi um pouco decepcionante", disse Shimamoto. "Uma coisa Ã© conseguir que as pessoas vÃ£o lÃ¡ para ver os robÃ´s. Mas para conseguir que elas retornem repetidamente", disse ele, "Ã© necessÃ¡ria uma sopa melhor".
Fonte: Terra - 26/02/10.
Mais detalhes:
http://www.nytimes.com/2010/02/24/dining/24robots.html?ref=dining
Carnegie Mellon: http://www.ri.cmu.edu/

MANUSCRITOS ONLINE
ContemporÃ¢neo de Newton registra descobertas. Quem nunca ouviu a famosa anedota de Isaac Newton? Sentado debaixo de uma Ã¡rvore, o cientista observava a queda de uma maÃ§Ã£ quando desenvolveu a teoria da gravidade. O episÃ³dio, ocorrido na dÃ©cada de 1660, Ã© analisado em um manuscrito do arqueÃ³logo William Stukeley. O texto do sÃ©culo 18 foi publicado no site da Royal Society entre obras de de cientistas como o prÃ³prio Newton e Benjamin Franklin, em comemoraÃ§Ã£o aos 350 anos da instituiÃ§Ã£o. "Por que a maÃ§Ã£ deveria sempre cair perpendicularmente no chÃ£o?, ele pensou... Por que ela nÃ£o deveria ir para os lados ou para cima?", escreve Stukeley.
Aretha Yarak - Fonte: Aventuras na HistÃ³ria - EdiÃ§Ã£o 80.
Confira:
http://news.cnet.com/8301-1023_3-10438960-93.html
http://royalsociety.org/Turning-the-Pages/

DO MUSEU PARA O COMPUTADOR
Quanto mais conhecida Ã© uma obra de arte, mais pessoas manifestam vontade de vÃª-la ao vivo. NÃ£o Ã toa, Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, ano apÃ³s ano, continua a lotar de turistas a sala em que estÃ¡ alojada no Museu do Louvre, em Paris. Este princÃpio Ã© inspiraÃ§Ã£o para a implantaÃ§Ã£o do projeto ERA Virtual â€“ Museus, que colocarÃ¡ na internet o acervo de 12 museus brasileiros, disponÃveis para visitaÃ§Ã£o virtual, a partir de marÃ§o.
No endereÃ§o www.eravirtual.org estarÃ£o reunidas inicialmente cinco instituiÃ§Ãµes. O Museu de Artes e OfÃcios, em Belo Horizonte (MG), o Museu do OratÃ³rio, em Ouro Preto (MG), o Museu Victor Meirelles, em FlorianÃ³polis (SC), o Museu Nacional do Mar, em SÃ£o Francisco do Sul (SC) e a Casa de Cora Coralina, em GoiÃ¡s (GO) inauguram o passeio virtual gratuito que abrange todas as exposiÃ§Ãµes permanentes.
A partir do espaÃ§o externo desses museus, uma cÃ¢mera segue em direÃ§Ã£o Ã porta de entrada. No canto da tela, um mapa de localizaÃ§Ã£o facilita a visita. Esta cÃ¢mera de acesso "caminha" pelos corredores dos espaÃ§os expositores comandada pelo prÃ³prio usuÃ¡rio. O visitante virtual escolhe que direÃ§Ã£o seguir e de qual objeto se aproximar. Com um clique, vÃª detalhes ou a gira para observar todos os Ã¢ngulos. Dentro dos corredores, o visitante tem uma visÃ£o de 360 graus de qualquer ponto do museu em que estiver inserido.
Os organizadores do projeto acreditam que o conhecimento virtual de uma obra nÃ£o tira do navegante a vontade de visitar pessoalmente o local onde ela estÃ¡ fixada. "A ferramenta serve como uma motivaÃ§Ã£o para as pessoas visitarem o museu Ã moda de um turista que procura na internet fotografias de uma praia a ser visitada em breve", diz Rodrigo Coelho, coordenador e idealizador do ERA Virtual â€“ Museus, financiado por leis de incentivo estaduais e federais, totalizando 720 mil reais de investimento.
AlÃ©m das cinco instituiÃ§Ãµes citadas, outras sete estarÃ£o disponÃveis atÃ© o fim do ano. SÃ£o, em sua maioria, museus de Minas Gerais que abrangem temas variados, de arte sacra a histÃ³ria natural. AlÃ©m disso, outros selecionados estÃ£o localizados no Nordeste e Centro-Oeste do PaÃs. "Um dos critÃ©rios de escolha foi geogrÃ¡fico. GostarÃamos de selecionar museus de todas as regiÃµes, para oferecer ao pÃºblico uma visÃ£o geral das obras hoje expostas no Brasil", explica a museÃ³loga e curadora do projeto, CicÃ©lia Cursino.
Ainda que o oferecimento de uma visitaÃ§Ã£o virtual seja relativamente comum nos grandes museus do mundo, como ocorre com o prÃ³prio Louvre, a prÃ¡tica caminha lentamente para implantaÃ§Ã£o no Brasil. ReforÃ§ando essa ideia, o Museu de Arte de SÃ£o Paulo (Masp) tambÃ©m inaugurou este mÃªs seu novo site nos moldes europeus. No endereÃ§o www.masp.art.br, o visitante tem acesso a 800 obras do acervo, que inclui telas de Renoir e Van Gogh, com ficha tÃ©cnica completa. AlÃ©m das obras, linha do tempo, detalhes histÃ³ricos e localizaÃ§Ã£o de livros e catÃ¡logos pertencentes Ã instituiÃ§Ã£o completam o tour virtual.
Camila Alam - Fonte: Carta Capital - EdiÃ§Ã£o 585.

ICELANDIC MODERN MEDIA INITIATIVE
Visando sair da crise, IslÃ¢ndia estuda virar paraÃso jornalÃstico.
A IslÃ¢ndia quer tornar-se um paraÃso jornalÃstico. Em tese, soa estranha a ideia de um paÃs em crise abraÃ§ar um setor que a alardeou, para tentar promover sua economia e autoestima.
Mas Ã© exatamente esse o plano de 19 dos 63 parlamentares islandeses que lanÃ§aram a Iniciativa para uma MÃdia Moderna.
O projeto, que consiste basicamente numa abrangente consolidaÃ§Ã£o de leis de liberdade de imprensa, deve ser debatido e votado ainda nesta semana. Seus proponentes, que integram uma frente suprapartidÃ¡ria, esperam que ele seja aprovado, criando um ambiente jurÃdico que atraia para a IslÃ¢ndia grupos de internet e entidades de defesa dos direitos humanos que enfrentam percalÃ§os legais em outros paÃses.
Desde 2008, a IslÃ¢ndia vive uma crise que praticamente quebrou todos os bancos do paÃs e abalou a percepÃ§Ã£o que os islandeses tinham de si mesmos como povo prÃ³spero.
Para dar publicidade internacional Ã iniciativa, o projeto cria tambÃ©m o PrÃªmio IslandÃªs de Liberdade de ExpressÃ£o, que, na visÃ£o dos organizadores do movimento, se converteria no Nobel da imprensa.
Em termos concretos, o que os parlamentares fizeram foi recolher as experiÃªncias legislativas mundiais mais generosas para com a mÃdia e reuni-las num Ãºnico projeto.
Assim, a iniciativa islandesa contÃ©m elementos da lei belga de proteÃ§Ã£o a fontes, da legislaÃ§Ã£o americana que incentiva funcionÃ¡rios do governo a denunciar irregularidades e reproduz alguns dos dispositivos do Estado de Nova York que inibem tentativas de levar o processo para jurisdiÃ§Ãµes em que sÃ£o menores as possibilidades de defesa de jornalistas.
Por conta prÃ³pria, os islandeses decidiram incluir mecanismos contra a censura judicial e normas que limitam a responsabilidade de editores. Detalhes da iniciativa podem ser vistos em http://immi.is/?l=en&p=intro (em inglÃªs).
Os responsÃ¡veis pela iniciativa acreditam que, se ela for aprovada, o novo arcabouÃ§o jurÃdico, ao lado de outras condiÃ§Ãµes que jÃ¡ existem no paÃs, como a ampla rede de cabos de fibra Ã³ptica e energia barata e verde, poderÃ¡ levar empresas que produzem notÃcias e as divulgam pela internet a escolher ReikjavÃk como sede.
A IslÃ¢ndia, que ainda vive os efeitos da mais grave crise econÃ´mica de sua histÃ³ria, nÃ£o tem muitas condiÃ§Ãµes de resistir a pressÃµes de seus vizinhos mais ricos. Por isso, diplomaticamente, o projeto enfatiza que as legislaÃ§Ãµes de outros paÃses serÃ£o respeitadas. TambÃ©m reforÃ§a que as disposiÃ§Ãµes contra a pirataria e a pornografia infantil serÃ£o mantidas.
HÃ©lio Schwartsman - Fonte: Folha de S.Paulo - 24/02/10.
Mais: http://immi.is/?l=en&p=intro

ROLETA-RUSSA - CHAT ROULETTE
Ã‰ desconcertante clicar num botÃ£o e ser instantaneamente colocado frente a frente com uma pessoa que aparenta jorrar uma tigela de mel sobre a cabeÃ§a. Um segundo botÃ£o disponÃvel, â€œseguinteâ€, leva a outro usuÃ¡rio que pode (ou nÃ£o) estar fazendo coisa pior. Ou a uma pessoa que quer simplesmente conversar. Essa Ã© a experiÃªncia oferecida pelo ChatRoulette (http://www.chatroulette.com/), que permite ao usuÃ¡rio se conectar a outro via cÃ¢mera e texto, sem precisar de qualquer outra coisa a nÃ£o ser uma conexÃ£o razoÃ¡vel. SÃ£o mais de 20 mil usuÃ¡rios diÃ¡rios, uma multidÃ£o que aparenta gostar desta â€œroleta-russaâ€ cibernÃ©tica.
O termo Ã© involuntÃ¡rio, mas o criador do site Ã© mesmo russo, um jovem de 17 anos chamado Andrey Ternovskiy. â€œNÃ£o sabia se deveria dizer ao mundo quem eu sou, principalmente por ser menor de idade, mas achei melhor me revelarâ€, escreveu o estudante ao blog Bits do New York Times (http://bits.blogs.nytimes.com/2010/02/13/chatroulettes-founder-17-introduces-himself/).
â€œCriei o projeto por diversÃ£o. Inicialmente nÃ£o tinha qualquer objetivo empresarial, ainda sou um adolescente e tenho alguma ideia do que as pessoas como eu querem ver na internet. Eu gostava de falar com os amigos pelo Skype e usava um microfone e uma cÃ¢mera. Mas ficamos entediados de sempre falarmos uns com os outros constantemente. AÃ decidi criar o site para que pudÃ©ssemos nos conectar a esmo com outras pessoas. NÃ£o anunciei a abertura dele em qualquer lugarâ€, prosseguiu Ternovskiy, certamente surpreso com toda a atenÃ§Ã£o.
A experiÃªncia varia de acordo com o usuÃ¡rio que se presta a â€œenfrentarâ€ o ChatRoulette. A primeira tentativa deste colunista, alÃ©m do momento mencionado acima, foi na maior parte uma sequÃªncia de encontros com outros homens que apertavam o botÃ£o â€œseguinteâ€ com enorme rapidez ao perceber que estavam olhando para outra pessoa do mesmo sexo. Em nome do bom jornalismo, o autor decidiu entÃ£o postar a prÃ³pria esposa em frente Ã cÃ¢mera. A mudanÃ§a de atitude dos usuÃ¡rios correspondentes foi notÃ¡vel e atÃ© perturbadora, dado o nÃºmero de pessoas que decidiram se expor de forma entusiasmada ante uma mulher. Fica claro que o ChatRoulette foi muito alÃ©m do ideal do seu jovem criador russo e se tornou uma experiÃªncia absolutamente imprÃ³pria para menores.
â€œAcho legal que seja um conceito simples e ao mesmo tempo de tanta utilidade para as pessoas, mesmo que alguns o usem de modo nÃ£o tÃ£o agradÃ¡vel, e sou realmente contra isso. Outros fazem coisas que nunca imaginei, como inventar mÃºsicas sobre estranhos e cantÃ¡-las naquele mesmo instante, rabiscar desenhos, ouvir mÃºsica... Ã‰ possÃvel fazer uma festa em diferentes partes do mundo. Isso Ã© muito bomâ€, afirmou Ternovskiy ao Times.
Talvez a parte mais brilhante da criaÃ§Ã£o do estudante russo Ã© que ela se revela uma mistura das diferentes facetas da internet. ReÃºne tudo o que se conseguiu atÃ© agora com o aperfeiÃ§oamento da comunicaÃ§Ã£o por dados, mas tambÃ©m simplifica o processo de conexÃ£o e desorganiza os encontros. Ã‰ algo como tentar falar com estranhos no meio da rua, sem parar e sem poder olhar para trÃ¡s. Um sÃmbolo da internet, sempre em frente.
Felipe Marra MendonÃ§a - Fonte: Carta Capital - EdiÃ§Ã£o 585.

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http://www.faculdademental.com.br/fale.php