FM - Faculdade Mental

A JENTE HERRAMOS - 19/06/2008

O Ã“LEO QUE MATA

CIENTISTAS CATARINENSES TENTAM SALVAR VIDA DE PINGÃœINS

Pesquisadores da Universidade do Vale do ItajaÃ (Univali), em Santa Catarina, estÃ£o tentando salvar a vida de seis pingÃ¼ins-de-magalhÃ£es (Spheniscus magellanicus) que vieram parar nas praias do estado sulino. Os animais foram encontrados no fim da semana passada em praias com o corpo coberto de Ã³leo cru (petrÃ³leo) ou com vestÃgios de ingestÃ£o do combustÃvel.
Originalmente, eram oito animais, dos quais dois jÃ¡ morreram. O tratamento dos bichos estÃ¡ sendo feito no LaboratÃ³rio de ReabilitaÃ§Ã£o de Aves e MamÃferos Marinhos da Univali.
Segundo os especialistas, os bichos vieram da PatagÃ´nia e chegaram a Santa Catarina arrastados por correntes marÃtimas. Desgarraram-se de seu grupo e acabaram ficando cansados e desidratados. As aves estÃ£o sendo hidratadas e recebendo comida para que, se tudo der certo, possam ser reintroduzidas na natureza.
Fonte: Globo.com e O Tempo - 18/06/08.
Universidade do Vale do ItajaÃ (Univali) - http://www.univali.br/

PEQUENOS ERROS
I "Bonito, bonito mesmo, Vinicius, essa mÃºsica vai colar. Todo mundo vai cantar Uma nuvem sÃ³ acontece se chover", dizia eu ao poeta. Mas, olhaqui, Vinicius, pela meteorologia a chuva sÃ³ acontece se nuvear.
II Essa agora nos matava de inveja. A Elis Regina cantando, no grande festival da RecÃ³r, de 64: "Olha o arrastÃ£o entrando no mar sem fim!". Vinicius fez com o Edu. Um arraso. Mas, de novo, Vina, vocÃª sabe muito bem que o arrastÃ£o nÃ£o entra no mar. O arrastÃ£o sai do mar. Os barcos vÃ£o lÃ¡ pra fora, "onde tÃ¡ dando", os barqueiros jogam as redes. Quando o peixe enche as redes, os pescadores vÃªm pra praia e arrastam-nas (!) pelos cabos. DaÃ o nome arrastÃ£o. Cansei de ajudar a puxada na praia de Ipanema. Eu continuo lÃ¡, os barcos tambÃ©m, e o mar, o de sempre. Mas nÃ£o tem mais arrastÃ£o. Penso que estÃ¡ proibido. O que nÃ£o estÃ¡, agora? Acho que nÃ£o Ã© politicamente correto.
III E Iracema, de JosÃ© de Alencar, vocÃªs leram? ZÃ©, o precursor do indianismo â€“ de Ãndios agora sendo cercados por grileiros e legislaÃ§Ãµes â€“, criou essa mÃtica Iracema, extraordinÃ¡ria Ãndia tabajara. O escritor cearense exibe-a como maravilhoso sÃmbolo sensual primitivo do sÃ©culo XVII, eternizando-a como a virgem dos lÃ¡bios de mel. E todo mundo passou a repetir o epÃteto. Mas nÃ³s, do Pasquim, estudiosos de modos e costumes, achamos pouco. AvanÃ§ada pro seu tempo. Iracema era mais do que sensual, era sexual. E passamos a chamÃ¡-la de a virgem dos grandes lÃ¡bios de mel.
IV E vamos falar de Peri & Ceci, do Guarani, do mesmo ZÃ© Alencar. O mÃ¡ximo em matÃ©ria de amor romÃ¢ntico. Mas tambÃ©m romance precursor, pois acontecido entre um Ãndio e uma grÃ£-fina branca, de ascendÃªncia europÃ©ia. Duas classes sociais distintas, duas situaÃ§Ãµes econÃ´micas distintas, duas raÃ§as distintas, com hÃ¡bitos, maneiras â€“ e lÃnguas! â€“ distintas. E no entanto o amor explode entre Peri e Ceci, unindo os indivÃduos, negando tudo o mais. E Peri e Ceci se juntam e vÃ£o, pretendem ir, embora (nÃ£o me perguntem pra onde, talvez um quarto-e-sala conjugado).
Mas, testando o casal e seu extraordinÃ¡rio amor, vem o grand finale do romance. A tempestade. Mais que isso â€“ o tsunami, o dilÃºvio. Dou a palavra a Alencar:
"EntÃ£o passou-se sobre esse vasto deserto de Ã¡gua e cÃ©u uma cena estupenda, herÃ³ica, sobre-humana, uma sublime loucura.Peri, alucinado, suspendeu-se aos cipÃ³s que se entrelaÃ§avam pelos ramos das Ã¡rvores jÃ¡ cobertas de Ã¡gua, e com esforÃ§o desesperado, cingindo o tronco da palmeira nos seus braÃ§os hirtos, abalou-o atÃ© as raÃzes. TrÃªs vezes os seus mÃºsculos de aÃ§o, estorcendo-se, inclinaram a haste robusta; e trÃªs vezes o seu corpo vergou, cedendo Ã retraÃ§Ã£o violenta da Ã¡rvore, que voltava ao lugar que a natureza lhe havia marcado.
Houve um momento de repouso em que o homem, concentrando todo o seu poder, estorceu-se de novo contra a Ã¡rvore; o Ãmpeto foi terrÃvel; e pareceu que o corpo ia despedaÃ§ar-se nessa distensÃ£o horrÃvel. Ambos, Ã¡rvore e homem, embalanÃ§aram-se no seio das Ã¡guas: a haste oscilou; as raÃzes desprenderam-se da terra jÃ¡ minada profundamente pela torrente.
Peri estava de novo sentado na Ã¡rvore junto de sua senhora quase inanimada: tomou-a nos braÃ§os. A palmeira, arrastada pela torrente, sumiu-se no horizonte".
ComentÃ¡rio do MillÃ´r: foi a primeira vez, neste paÃs, em que os colonizados comeÃ§aram a destruir o meio ambiente pra servir Ã s classes dirigentes.
GRANDES EQUÃVOCOS
V E vocÃªs todos, que freqÃ¼entaram escolas (sem ser as de samba), aprenderam, e sempre repetem, que "as paralelas sÃ³ se encontram no infinito". Primeiro nem vocÃªs nem eu sabemos onde fica esse infinito onde as paralelas vÃ£o se encontrar matemÃ¡tica e filosoficamente. E, aqui pra nÃ³s, a frase nÃ£o Ã© verdadeira. O que sÃ³ se encontra no infinito, seja onde for, Ã© uma linha da paralela com relaÃ§Ã£o Ã outra linha da mesma paralela. Pois paralelas (as duas linhas juntas) se encontram em toda parte. Vejam, por exemplo, nesta foto do grande JosÃ© Medeiros, no belo Ã¡lbum Olho da Rua (AprazÃvel).
MillÃ´r - Fonte: Veja - EdiÃ§Ã£o 2065.

E NÃ“IS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR Ã‰ UMANO!

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